Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 20
Novos dias




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Eu acordo cedo e animado, Keyse já está acordada e corremos pro quarto dos meninos e dessa vez ela nem reclama quando eles saem de pijama, pegamos algumas panelas e colher de pau na cozinha e saímos de casa, com os meninos ansiosos, bato na porta da casa da Pérola e Louise aparece já rindo e segurando sua panela e um soquete de madeira, Pérola e Ian logo se juntam a nós, Ryan chega na Aldeia quando estamos quase entrando na casa dos meus pais, ele está com balões colorido, Bella tem dois bastões de confete colorido e já corre pra junto dos meninos, Nathy se junta a Keyse e Pérola, nós entramos na casa e papai já está na escada fazendo sinal de silêncio, subimos devagar e mamãe está na porta do quarto deles, sorrindo enquanto nos preparamos, então com muito cuidado eu abro a porta daquele que um dia já foi meu quarto, faço sinal de silêncio e então os outros começam a entrar, levanto a mão e faço a contagem e então quando resta apenas um dedo, todos batemos as panelas e gritamos juntos, Pietro leva um susto tão grande que quase cai da cama, ele fica nos olhando com os olhos arregalados como se não soubesse onde está, nós rimos e os meninos pulam na cama em cima dele enquanto ele ainda tenta se localizar, quando começamos a cantar o parabéns, ele parece mais desperto e apenas ri, dizendo que somos loucos, então Ryan puxa o refrão.
— UH É DEZOITÃO! UH É DEZOITÃO! – todo mundo entra na onda e enquanto gritamos ele ri ainda mais.
— Vocês são malucos né? – ele pergunta quando a gritaria para.
— Você tá fazendo 18 anos! Nós tínhamos que fazer alguma coisa diferente – papai fala já se sentando na cama e abraçando ele que faz aquela careta, mas sorri enquanto também o abraça, ele chama mamãe pra se juntar a eles e então quando ela vai eu e Pérola nos jogamos em cima deles.
— Vocês vão quebrar minha cama – ele reclama mas ri.
— Eu tô ficando velha – Pérola fala ainda abraçada nele e fazendo cara de choro.
— Você É a mais velha! – eu falo e ela fica séria e me acerta um tapa. Depois que fazemos a bagunça no quarto, descemos pra ele poder colocar uma roupa, já que ele estava apenas de cueca, papai já tinha preparado um super café da manhã e uma torta de chocolate com morango que sempre foi a preferida do Pietro está no centro da mesa.
— Vocês sabem que é a noite teremos a festa né? – ele fala quando vê a cozinha toda arrumada.
— Só cala a boca e agradece – papai fala e nós rimos.
Tomamos café, cantamos parabéns de novo e cortamos a torta que está simplesmente perfeita, estava todo mundo distraído falando sobre a festa a noite, quando eu faço sinal pro Ryan e nós vamos até o Pietro, nós levamos ele pra fora sem chamar muita atenção e ele nos olha desconfiado.
— Isso é sequestro! – ele fala dando de ombros.
— Não, isso é o seu presente – sorrio e levanto a chave do carro.
— Você vai me dar seu carro? – ele pergunta surpreso com os olhos abertos em expectativa, eu e Ryan rimos.
— Claro que não! Tem comer muita farinha ainda... – ele faz uma careta – Entra lá que eu vou te levar até seu presente – ele parece desconfiado mas entra no carro.
— Lá atrás moleque! Tá saindo das fraldas hoje e já acha que é assim? – Ryan reclama com ele mantendo a porta aberta pra ele sair do banco do carona.
— É meu aniversário e esse é o carro do meu irmão – Pietro cruza os braços e encara ele.
— Ok, espero que você não goste muito desses dentes aí da frente – Ryan fala e nós rimos.
— Eu acho que a partir de hoje, eu deveria receber menos ameaça de vocês dois – ele reclama mas sai do banco do carona, Ryan faz uma careta e senta batendo a porta, enquanto Pietro se joga no banco de trás – Acho bom esse presente ser muito foda!
— O garotinho fala palavrão – Ryan implica com ele e recebe um tapa na cabeça.
— Os dois se comportam ou descem os dois – aviso e então os dois junto me acertam tapas na cabeça, eu tento olhar pra eles com reprovação mas acabamos rindo.
Demora uns vinte minutos e então para com o carro na frente da cabana, desligo o carro e descemos, Pietro para, olha pra cabana antiga e depois olha pra nós dois.
— Então? – ele pergunta sem tentar adivinhar nada, eu sorrio, pego a chave do bolso, abro a porta e faço sinal pra ele entrar, ele parece desconfiado mas entra, Ryan vem logo atrás dele, do lado de dentro o lugar não é velho como parece por fora, o tapete felpudo preto que a Keyse comprou cobre o chão quase todo, uma poltrona branca de couro que Nathy insistiu em botar, as várias almofadas grandes e coloridas estão espalhadas no canto, a lareira está com algumas lenhas que podem ser usadas, embora estejamos no verão ainda, um pequeno móvel na lateral guarda algumas das coisas que sempre deixamos aqui, tem também uma pequena despensa, uma mini geladeira e algumas garrafas de vinho, além do aparelho de som. Pietro olha em volta, confere as coisas e então para no meio do lugar nos olhando esperando uma explicação.
— Bom, quando eu tava namorando sua tia, a gente nunca achava um lugar discreto e livres de surpresas pra gente poder ficar junto e tal, então o vovô me trouxe aqui uma vez, o lugar tava bem acabado, mas era dele, ele me deu a chave e disse que desde que eu tivesse juízo e não fizesse nenhuma besteira, o lugar era meu... Depois o Ryan começou a sair com a Nathy, então esse meio que era nosso lugar secreto...
— Os quatro? Uau! Nunca achei que vocês fossem tão modernos...
— Vai se ferrar – Ryan empurra ele mas acaba rindo – Os quatro só ficavam junto aqui só jogando conversa fora ou bebendo sem seus pais matarem seu irmão e sem os meus me mandarem pra outro Distrito... – ele explica e Pietro faz cara de quem não acredita e recebe outro empurrão.
— Ok! Só conversa! – ele levanta as mãos como quem perdeu, nós rimos.
— Bom, agora que você já tem 18 anos e tá começando a siar das fraldas... – eu seguro a chave e estico pra ele – Acho que estamos preparados pra dividir o lugar com mais alguém – ele abre um sorriso animado e pega a chave, mas eu ainda não solto – Só tem três regras... Primeira, isso não é um motel! Então se você só quiser vim aqui dar sua festinha, melhor pensar melhor – ele revira os olhos.
— Segunda regra... – Ryan continua – Seu irmão trouxe a Keyse aqui, eu trouxe a Nathy, e mesmo odiando admitir, digamos que somos dois românticos, então... Se você não souber que é a garota certa, melhor ir pra outro lugar, mesmo que seja pra jogar cartas...
— Terceira regra – aponto pra ele – Isso não é clube do bolinha, então vê se mantenha essa boca fechada, tirando nós quatro, agora você é o único que sabe, então...
— Eu sei guardar segredo! – ele garante com o mesmo sorriso orgulhoso, eu libero a chave pra ele – Então agora eu sou oficialmente parte do grupo?
— Você sempre foi!
— Só que você é tipo o mascote! – Ryan implica com ele.
— Vai se foder! – ele fala e Ryan faz uma cara de impressionado.
— Tá ficando abusado né? – ele fala comigo, mas acabo rindo e puxo Pietro pra um abraço meio de lado enquanto bagunço o cabelo dele.
— Melhor a gente ir, eles já devem tá correndo pela casa – aviso e então voltamos pra dentro do carro e quando paramos em frente a casa dos meus pais, mamãe está na varanda.
— Onde vocês estavam? - Só viemos ver se tava tudo certo aqui fora – ela me encara desconfiada.
— Eu vi vocês chegarem de carro!
— Viu? Será que viu? Hum, pode ter se confundido – faço uma cara confusa, mas acabo sorrindo e seguro o rosto dela com as duas mãos e beijo sua testa – Você fica linda com essa cara de brava – ela acaba rindo e revira os olhos, levo-a pra dentro de casa e todo mundo ainda está por aqui já animados pra festa a noite, por isso o resto do dia é organizando e verificando as ultimas coisas, até que começa a anoitecer e tudo já está pronto.
Saio do banheiro apenas com a calça jeans, ainda enxugando o cabelo e sou praticamente obrigado a parar quando olho pra frente e vejo Keyse, ela está com uma saia preta até os pés, mas com um rasgo na lateral que vai até o meio da sua coxa, junto com um top preto que faz um x na frente, deixando um decote um tanto provocador, um pouco da barriga também está a mostra e cada curva do corpo dela parece ainda melhor, eu abro um sorriso enquanto meus olhos se fixam ainda mais nela.
— Nem pensa nisso! – ela avisa apontando um dedo pra mim – Eu só tiro isso tudo quando a gente voltar pra casa.
— Tudo bem, não precisa tirar, só uma levantada e tá tudo certo – eu falo já me aproximando e subindo minha mão pelo rasgo da sua saia, ela ri mas se esquiva de mim.
— Ô mãe, eu não vou com essa blusa! – Lucca entra meio revoltado no quarto, segurando uma camisa branca nova.
— E por que não? – Keyse pergunta já desconfiando do por quê.
— O Theo vai com a verde, eu quero ir com a igual a dele!
— Não, você vai com a branca!
— Mas eu quero a verde!
— Por que você quer a verde? Pra ficar igual o seu irmão e ficar enganando todo mundo da festa? – ele tenta não sorrir mas já é tarde demais, eles tem oito anos e o passatempo favorito deles é confundir todo mundo sobre quem é um ou outro.
— Mãe, por favor – ele junta as mãos e apela pro lado emotivo, ela me olha e eu dou de ombros – Mãe, por favor...
— Ah quer saber, vai com o que você quiser – ela fala e ele sorri animado e sai correndo do quarto.
— Eu vou parar de comprar roupas iguais aí eles não podem mais me chantagear – ela fala mas está sorrindo, eu aproveito que ela me deu as costas e me aproximo dela, passo meus braços em volta do seu corpo e a encosto em mim enquanto minha boca alcança sua orelha, mas antes que eu possa fazer alguma coisa, ela ri e se afasta – Eu acabei de ser vencida por uma criança, nem vem – eu sorrio e levanto as mãos me afastando.
— Tudo bem! Eu tenho que terminar de me arrumar.
— Isso. Termina! – eu sorrio então começo a tirar minha calça jeans, ela me olha curiosa.
— Vou com aquela nova que você comprou semana passada – aviso e termino de tirar a calça ficando apenas com a cueca branca.
— Pyter Mellark, você joga sujo! – ela fala sorrindo maliciosamente, então balança a cabeça e respira fundo – Acho mais seguro te esperar lá embaixo – ela avisa e sai sorrindo, eu também sorrio e quando ela sai começo a me arrumar de verdade.
Em poucos minutos estamos todos prontos e entrando no carro, Pérola e meus pais já foram, então vamos direto pra festa, a musica já está alta e praticamente todo mundo já chegou, os meninos correm na frente e se juntam as outras crianças, nós nos juntamos com Pérola, Ian, Ryan, Nathy e os outros, a festa está muito boa, a musica é animada e cheia de cor, seja nos balões pendurados em todo o teto, nos copos de cor vibrante ou até mesmo nas luzes coloridas que iluminam o lugar, e todo mundo parece se divertir, Pietro sempre está sendo chamado por alguém e de vez em quando vejo ele de papo com alguma garota e o moleque não perde uma oportunidade, não posso culpá-lo, afinal algumas das garotas são bem persuasivas, mas se o papai vê o que ele anda fazendo nos cantos da festa com certeza ele vai ouvir um sermão hoje e a festa vai acabar terminando com discurso pra todo mundo, por isso quando vejo papai se aproximando enquanto ele está com uma garota loira, em uma cena quase proibida perto do balcão onde está o bar, eu me apresso e puxo ele pelo ombro, ele se vira pronto pra me xingar e eu aponto o papai com a cabeça.
— Eu tenho que ver um negocio ali, rapidinho – ele avisa pra menina e sai junto comigo pro lado oposto ao papai.
— Limpa essa boca e meu Deus, tem batom até na sua testa – eu entrego um guardanapo pra ele que se limpa rindo.
— E eu achei que tinha aproveitado bastante minha juventude – Ryan fala rindo enquanto se aproxima de nós.
— Assim você parece um velho – ele ri e tenta esfregar o guardanapo na gola da camisa do Pietro que está marcada de batom.
— Vocês são velhos! – ele dá de ombros - E eu não sei dizer não – ele faz uma cara triste e nós acabamos rindo.
Depois de escapar ele sossega um pouco, pelo menos até o papai nos achar e avisar que está indo pra casa, ele e mamãe não conseguem mais suportar tanta musica alta e levam os meninos como combinado, eles reclamam um pouco mas quando papai diz que eles podem ficar acordados mais um pouco jogando vídeo game, eles vão um pouco mais animados, então quando eles saem a festa ganha outra cara, as luzes principais são apagadas, restando as luzes coloridas, a música é ainda mais animada e tem até uma fumaça saindo de perto do dj, nós vamos pra pista de dança e Keyse se recusa a parar por mais de um minuto, até Pérola dança e ri animada, mas sempre mantendo um olho na Louise que está com uma amiga da escola também dançando e se divertindo, Ryan e Nathy se juntam a nós depois que ele leva Bella pra casa da mãe dele, então passamos praticamente a madrugada toda rindo, dançando e nos divertindo, já passava das três da manhã quando saímos da festa, como eu bebi bastante e Ryan e Keyse também, quem dirige é a Nathy, ela ia nos levar até a Vila, mas ficamos algumas ruas antes por que Keyse prefere ir caminhando, nos despedimos e assim que saímos do carro Keyse se apoia em mim pra tirar as sandálias de salto, ela ri quando se desequilibra mas consigo segurá-la.
— Olha essa lua, ela tá... linda – ela fala olhando pro céu e apontando a lua com um sorriso deslumbrante, então sem nenhum aviso e sem nem pensar muito sobre isso eu apenas a beijo, forte e com paixão e ela como sempre, me corresponde no mesmo instante, o beijo se torna ainda mais forte, então eu passo meus braços pela sua cintura e num impulso pego a no colo, suas pernas passam em volta do meu corpo e se prendem a mim, encosto a no poste de luz que estava próximo a nós e o beijo continua por longos minutos, minha mão sobe por dentro da saia dela e sinto seu sorriso ainda durante o beijo.
— Você sabe que a gente tá no meio da rua né? – ela fala enquanto eu desço os beijo pelo pescoço dela, o que faz ela rir.
— E você acha que eu me importo? – seu riso é ainda mais divertido.
— Nem um pouco! – sua voz é divertida mas ela segura meu cabelo e afasta minha cabeça dela – Mas eu prefiro terminar isso em casa, na cama!
— Contente-se com o sofá, eu não consigo esperar tanto – ela solta uma risada alta e eu coloco no chão, ela endireita a saia mas quando me olha está com aquele sorriso malicioso – Você não pode me olhar assim e esperar que eu aguente até em casa.
— Ah eu acredito na sua força de vontade! – ela me dá uma piscada e sai andando na frente, eu sorrio mas fico parado olhando ela andando quase saltitando pela rua, quando percebe que eu não fui, ela para e se vira pra mim – Quanto antes chegar, antes você tem seu prêmio!
— Na verdade eu acho que já tenho meu prêmio – meus olhos se fixam aos dela e aquele sorriso malicioso se transforma em um doce e levemente tímido e eu amo isso nela, como ela consegue ser a mulher fatal e aquela romântica antiga e é isso que me faz apressar o passo e segurar sua mão quando ela a estende pra mim, nós andamos de mãos dadas até chegar na vila que estava a apenas alguns metros de distância, então eu abro a porta de casa e entramos, antes que eu consiga fechar a porta ela pula no meu colo e me beija com todo desejo e dessa vez nada mais nos para. Eu acordo e levo alguns segundo pra entender onde estou, o sol na minha cara me faz apertar os olhos, Keyse está deitada com a cabeça sobre meu braço, sua perna por cima das minhas, olho ao redor e estamos na sala, mais precisamente no chão da sala, um sorriso aparece no meu rosto quando me lembro do por que estarmos aqui, eu olho pra ela, dormindo de um jeito doce e calmo, os fios do cabelo caindo pela sua testa, eu afasto lentamente e ela se mexe, passa o braço ainda mais ao redor do meu corpo e seu rosto se aproxima do meu pescoço, enviando um calor imediato pra todo meu corpo.
— Bom dia – ela sussurra e sinto sua boca liberando um sorriso.
— Pode ficar melhor – ela ri quando eu falo.
— Você é um tarado, sabia? - Prefiro o termo “apaixonado” mas tudo bem – ela ri e eu me viro de frente pra ela, nós nos beijamos e então depois de algum tempo estamos bem acordados.
Nós colocamos uma roupa e vamos buscar os meninos, pelas vozes e gargalhadas que ouvimos ainda da varanda, eles também estão bastante acordados, encontramos eles na cozinha, papai terminando de servir as famosas panquecas, mamãe fazendo suco de laranja e Pietro com uma cara de sono jogado na cadeira do canto.
— Ah que bom, alguém pra dividir o sermão – ele fala assim que me vê e me dá um sorriso aliviado.
— Eu não fiz nada! – aviso já levantando as mãos.
— Você vai ter que ter uma desculpa melhor – ele ri e papai vai até o outro lado da cozinha, pega o jornal e vem até a mim.
— Será que é muito pedir um pouco de juízo? – ele pergunta quando coloca o jornal na mesa a minha frente, a capa traz duas fotos grandes, de um lado Pietro está em um beco que fica perto de onde foi a festa com uma garota encostada na parede, as pernas dela em volta dele, na outra foto temos eu e Keyse, naquele poste perto da Vila, abaixo da foto está a frase “Parece que os Mellarks sabem mesmo como aproveitar a vida”, depois um pequeno paragrafo que tenta descobrir quem é a sortuda que capturou o solteiro do ano.
— Ela te capturou, foi? – pergunto pro Pietro rindo, ele também ri.
— Isso é engraçado? – papai pergunta reclamando.
— Relaxa tá? Ela é minha esposa e essa garota não parece estar odiando o que aconteceu e nem se quer sabem quem ela é, então...
— Então vocês ficam se agarrando pelo meio da rua...
— Olha eu não vou ouvir sermão! Eu não fiz nada de errado, eu sou casado, empregado, sou pai e estava apenas me divertindo, não é minha culpa que esses malucos andam seguindo a gente com essas câmeras... – ele ia me dizer alguma coisa, mas parece surpreso pelo modo como falo, então apenas me olha desconfiado.
— Achei que você gostasse disso tudo – dou de ombros.
— E eu achei que você ainda sabia fazer conta. Cadê minha panqueca? – faço uma cara de confuso, pego um garfo e tiro um pedaço da do Lucca, que reclama e arranca o garfo da minha mão, então papai vai fazer mais panqueca, quando ele não está olhando eu levanto o jornal, aponto a foto do Pietro e faço um positivo com o dedo e uma cara de impressionado.
— Eu vi isso – mamãe sussurra, sorri e balança a cabeça tentando reprovar, mas eu a puxo pra um abraço e beijo sua testa, acabando com qualquer reprovação dela.
Os meninos voltam pra casa depois do café mas apenas pra trocar de roupa por que irão pra padaria com meu pai, eles adoram ir pra lá por que sempre podem comer de tudo, fingem que são os patrões e todo mundo fica paparicando eles, ainda mais que a mamãe também vai então aí mesmo que eles saem animados, Keyse aproveita pra separar algumas roupas pra lavar e eu não consigo mais fugir do pedido dela de limpar o quintal e consertar a escada do porão que está rangendo e é basicamente isso que faço a manhã inteira, a parte da tarde nós vamos almoçar na Pérola e ela e Keyse entram na discussão sobre o pudim, por que Keyse quer trazer a metade que sobrou pra casa com a desculpa que ela não sabe fazer e Pérola pode fazer pra eles a hora que quiser, mas Pérola reclama que como ela mesma fez e estamos na casa dela, não podemos levar, no final das contas quando os meninos pedem ela acaba deixando.
— Eu odeio vocês dois! – ela fala apontando pra mim e pra Keyse, ela ri e manda um beijo no ar, que Pérola recebe com uma careta, mas quando estamos saindo vejo um sorriso divertido no rosto dela, os meninos correm pra casa e entram primeiro que a gente, Keyse vai direto pra cozinha guardar o pudim, ia atrás dela mas os dois estão parados ainda na frente da escada olhando na direção da sala, eles me olham e arregalam os olhos.
— O quê? – Keyse pergunta já atrás de mim, indo pra sala, ela para na divisão e quase consigo ouvi-la segurando a respiração, a sala está cheia de espuma e panos rasgados, as almofadas que antes enfeitavam e coloriam o sofá já não existem mais, o vaso que ficava na mesa de centro agora está dividido em centenas de pedaços assim como o porta retrato, até o tapete está rasgado e o culpado disso tudo está sentado em cima da poltrona, com as orelhas levantadas, a língua pra fora e o rabo balançando animadamente como ele sempre fica quando nos vê, mas quando olho pra Keyse de novo, sei que ele está muito encrencado.
— Ok, vocês seguram ele e eu seguro a mãe de vocês – eu aviso tentando avaliar, ela me encara.
— Se você encostar em mim vai pra mata junto com ele! – seu aviso é ameaçador demais pra eu ignorar.
— Tá, plano B, levem ele pra um lugar seguro e eu limpo a bagunça – assim que falo Theo estala os dedos chamando Boldo, que pula da poltrona e corre pra cima deles numa festa que arranca risadas, mas pra segurança dele, logo eles correm pro quintal – Pelo menos o sofá e a poltrona estão intactos! – eu falo e ela me encara – Ele é só um cachorro? – eu tento e ela balança a cabeça olhando o estado da sala.
— Ele não pode ser só um cachorro, olha isso... Ele é... Um... Eu nem sei o que ele é! – ela reclama e levanta o que sobrou de uma das almofadas – Eu gostava dessas almofadas...
— A gente compra outras!
— Ou eu faço uma nova com a pele dele – eu acabo rindo.
— E você teria coragem?
— Ahhhh, com certeza – ela garante chutando as espumas.
— BOLDO NÃO! NÃO!
— VOLTA, ELA VAI TE MATAR – Lucca e Theo entram correndo atrás do Boldo que entra quase derrapando pelo piso e pula com as patas sujas de lama na Keyse.
— EU VOU MATAR ELE – ela grita com os braços abertos enquanto ele continua pulando tentando brincar com ela, os meninos tentam puxar ele mas ele continua pulando nela – PARA – ela grita e imediatamente ele para de pular e fica olhando pra ela que se surpreende um pouco – Senta! – ele obedece e até os meninos estão surpresos e confesso que eu também, Boldo fica sentado, com a língua pra fora e o rabo abanando – Você é um cachorro mau – ela aponta o dedo pra ele e fala com uma voz meio brava, então ele olha concentrado pra ela e vira a cabeça de lado, então é nessa hora que qualquer pensamento assassino se perde e ela ri – Eu ainda odeio você – ela fala mas faz carinho na cabeça dele, que logo se deita e coloca as patas pra cima pra receber mais carinho – Ele tá de castigo, não entra mais aqui por hoje e vocês limpam!
— Por que a gente?
— Por que foram vocês que me convenceram a trazer esse pulguento pra casa! - Mas mãe...
— Não tem mas, sua mãe já mandou...
— Você também disse que era uma boa ideia – ela fala apontando pra mim.
— Mas...
— Sem mas, a mamãe falou, tá falado – Theo fala e balança os ombros rindo.
— Ah moleque... – eu falo e ele corre rindo quando eu tento pegar ele.
Quando a sala está perfeitamente arrumada e Boldo limpo, nós comemos o pudim que trouxemos sentados no banco do quintal enquanto os meninos brincam com Boldo e mesmo reclamando, Keyse não pode negar nem esconder o sorriso que aparece enquanto olha pra eles.
Cinco meses depois
Eu estou começando meu banho quando a porta do banheiro se abre, Keyse entra com um sorriso e em poucos segundos seu vestido está jogado no chão e ela está nua entrando no box junto comigo.
— Será que eu posso dividir o espaço? – ela pergunta parada na minha frente, eu sorrio e dou um passo pra trás deixando o chuveiro livre pra ela que sorri satisfeita e entra embaixo da agua que escorre pelo seu corpo, eu sorrio e sem conseguir apenas olhar eu a beijo e a grudo em mim, ela sorri e corresponde, minhas mãos sobem pela sua coxa e suas costas nuas enquanto ela agarra meu cabelo e morde minha boca, eu sorrio e a encosto na parede, uma das suas pernas sobem e param no meu quadril.
— Ô pai! Pai... – as batidas na porta e os gritos que me fazem parar o beijo – Eu sei que você tá aí e você também, mãe – ele grita sem parar de bater na porta.
— Mas que merda! O que foi? – eu pergunto enquanto Keyse tenta não rir.
— Eu quero falar com você!
— E eu quero tomar banho!
— Vocês não tão tomando banho – ele rebate e Keyse solta uma risada que abafa encostando o rosto no meu peito.
— Fala logo o que você quer...
— A Bella pode fica aqui? A tia Nathy tá lá na Pérola com ela... – eu reviro os olhos e jogo a cabeça pra trás.
— Ela não sempre vem pra cá mesmo?
— Então ela pode?
— Pode! – Keyse que grita ainda tentando não rir, então finalmente fica silêncio do lado de fora – Você parece muito estressado – ela fala com um sorriso divertido.
— Muito, talvez você devesse fazer algo a respeito!
— Será? – ela faz uma cara confusa, mas sua mão desce lentamente pela minha barriga e um sorriso orgulhoso aparece quando ela encontra o que procura.
Quando saio do banheiro consigo ouvir as vozes no quarto ao lado, assim como o barulho da televisão que deve estar no ultimo volume.
— Eu vou levar eles no médico, deve ser algum problema de audição – Keyse fala fazendo cara feia pro barulho, eu sorrio, beijo-a rapidamente e saio do quarto terminando de vestir minha camiseta, vou pro quarto do lado, a porta aberta mostra Bella jogada em cima de uma das camas, as pernas dobradas, o cabelo enrolado em um coque desajeitado, Lucca jogado no chão logo abaixo dela, dando ordens e recebendo outras e Theo está em cima da outra cama, zoando eles dois sobre alguma coisa que aconteceu no jogo.
— Vocês são surdos? – pergunto entrando quarto, eles dão pausa no jogo e me olham.
— Oi, tio! Eles falaram que eu podia ficar aqui hoje – ela fala e só então vejo a mochila rosa aos pés dela.
— Fica aqui? Tipo...
— Dormir aqui, meu pai e minha mãe vão sair hoje e...
— Filho da mãe! – eu acabo rindo quando me lembro que Ryan estava querendo um sábado romântico e passou a semana inteira me querendo como babá, eu neguei, mas pelo visto, eu o ensinei muito bem e ele conseguiu sua noite de folga – Só abaixem um pouco o volume e tentem não gritar tanto – eles concordam e já dão play nos jogos.
— Então nós somos babás hoje? – Keyse pergunta quando saio do quarto deles.
— Uma mão lava a outra – dou de ombros e ela revira os olhos e sai descendo as escadas.
— Eu não vou fazer janta!
— Você nunca faz – ela vira pra trás assim que eu falo e me encara – Eu quis dizer que estava pensando em pedir uma pizza – ela sorri.
— Melhor pedir mais do que uma!
— Uma pra cada? – ela ri.
— Acho que dá pra segurar eles por algumas horas!
— Eu tenho que ver alguns documentos lá no escritório, qualquer coisa você já sabe... Resolva você mesma – eu falo e ela ri.
— Você é um idiota – eu vou pro escritório sorrindo.
A tarde já está começando a cair quando Keyse obriga eles a desligarem a televisão e irem tomar banho, depois que estão todos limpos e passam pela inspeção da Keyse, eu peço as pizzas, eles esperam junto com a gente na sala brincando com um jogo de tabuleiro que o papai deu pra eles ano passado, mas quando a pizza chega eles quase tacam o jogo pro outro lado, Keyse trouxe os pratos pra sala, mas eles pegam com a mão mesmo e se jogam no chão comendo, nós rimos vendo eles mas acabamos seguindo a mesma coisa, depois que terminamos de lanchar, eles vão dar comida pro Boldo e acabam pedindo pra ficarem um pouco do lado de fora, nós deixamos desde que eles não saiam da Vila, eles pegam o osso de brinquedo e o disco e correm pra brincar com Boldo, deixamos eles sozinhos um pouco enquanto limpamos as coisas e quando voltamos Boldo está com a pata presa entre duas madeiras que fazem a cerca da Vila.
— Vocês não dão sossego nem pro cachorro? – eles riem.
— Mas ele que tentou passar por aí – Bella fala dando de ombros.
— Acalmem ele enquanto eu desprendo a pata – eu peço e eles logo estão distraindo-o, eu solto a pata e Boldo sai pulando e lambendo eles que rolam no chão e riem.
— Vocês vão tomar outro banho! – Keyse avisa quando vê a cena e os três fazem caretas, eles ficam mais um pouco do lado de fora, mas a cada barulho ou silencio demorado corremos pra olhar, depois quando entram, pedem pra ver um pouco de televisão, Keyse deixa desde que tomem outro banho já que estão sujos de terra e poeira, quando saem do banho, arrumam a cama extra e ligam a tv do quarto deles, então deixamos eles com a porta aberta rindo, ouvindo música e falando alto como se estivessem muito distantes um do outro e não lado a lado, mesmo assim acabo rindo. Já estava indo pro quarto quando a porta da frente se abre rápido, Louise entra com a mochila pendurada em um ombro e uma cara nada boa.
— Eu não volto mais pra casa! – ela fala assim que me vê parado na escada, então passa direto pra sala, eu jogo a cabeça pra trás e desço atrás dela, chego na sala e ela está jogada no sofá, com as pernas esticadas nele e já ligando a tv.
— Como assim não volta mais?
— Meu pai não deixa eu fazer nada e minha mãe quer que eu faça tudo do jeito dela...
— É isso que faz eles serem chamados de pais! – ela desvia os olhos da tv e me olha.
— Você não é assim!
— Por que eu não sou seu pai! Eu sou o tio legal que quer contrariar sua mãe!
— Esquece, eu não vou voltar!
— Ah não? E vai ficar aonde posso saber?
— Aqui – ela dá de ombros como se fosse óbvio.
— Ah me desculpa, não vi o nome Pensão para jovens fugitivos, que deve tá pregado lá fora...
— Tá, eu me viro – ela fala e puxa a mochila do chão, já saindo do sofá.
— Sossega essa bunda aí! – ela para no caminho e cruza os braços – Eu mandei sossegar a bunda aqui – bato com a mão no sofá, ela revira os olhos e se joga sentada nele – Agora conta, o que de tão terrível eles fizeram dessa vez? – ela solta o ar e me olha.
— Eu não quero a festa de 15 anos que minha mãe quer, eu não quero aquele vestido cheio de frescura e nem quero dançar valsa, é brega e chato!
— Não posso discordar! – Keyse fala e Louise olha pra trás com um sorriso de quem finalmente foi ouvida.
— E sua mãe pirou né? – ela concorda jogando a cabeça pra trás.
— Eu quero uma festa a fantasia!
— Meu Deus, sua mãe ainda tá viva ou o ataque cardíaco foi fulminante? – ela ri.
— E meu pai disse que eu sou muito nova pra uma festa assim...
— E o que você fez? Fora bater o pé e fugir de casa...
— Eu falei que eu não vou ter uma festa idiota, e se eles não me deixarem fazer a fantasia, eu não quero droga nenhuma!
— Eu sinceramente espero que você não tenha falado com essas palavras – ela me olha e desvia o olhar – Eles são seus pais, você lembra né?
— Eles nunca me deixam fazer nada que eu quero!
— Graças a Deus! – ela me encara meio irritada – Ano passado você queria ter pintado seu cabelo de rosa e cortado acima do ombro, só que três meses depois você decidiu que odeia rosa...
— E mês passado você queria ter cortado seu cabelo em franja até ver aquela menina da sua sala e decidir que era horrível!
— E ainda teve aquela festa que você ficou com raiva por não ter ido e depois descobriu que teve briga e todo mundo acabou encrencado... – ela cruza os braços e não me olha – Eu sei que você se acha a dona da verdade e que é incompreendida, mas eles são seus pais!
— Eu só não quero essa festa desse jeito, eu não gosto dessas coisas... Eu quero me divertir, dançar com meus amigos, tirar fotos engraçadas e ter boas histórias pra poder contar, só isso...
— E por que você não disse isso pra sua mãe? Eu tenho certeza que ela vai entender...
— Por que você não fala com ela? Ela sempre ouve você.
— Ela ouve você também! Você que as vezes não fala!
— Eu... Eu não posso!
— Por que não?
— Por que ela sempre se decepciona comigo – ela fala e pela primeira vez não me olha daquele jeito de quem quer todas as suas vontades feitas, ela parece magoada.
— Por que você tá falando isso?
— Por que é verdade! – ela dá de ombros e remexe nos dedos, exatamente como a Pérola faz quando está nervosa ou quer disfarçar o que sente – Eu não sei desenhar, não sei nada dessas coisas de moda, eu nem sei costurar uma meia... Eu não sou igual ela, não sou a filha que ela queria!
— OK, você ganhou! Eu nunca ouvi tanta besteira assim... – eu falo e ela não sorri, apenas abaixa a cabeça – Ei, olha pra mim! – ela leva alguns segundos mas me olha – Eu coloco minhas duas mãos no fogo pelo que eu vou dizer agora... Sua mãe te ama e tem muito orgulho de você!
— Eu queria ser mais igual a ela!
— E você é! – ela me olha como se eu estivesse falando besteira.
— Eu não disse que você tem os mesmos gostos que ela, mas vocês são iguais! Ela também é irritante e enjoada... – eu faço uma careta e ela sorri – Vamos combinar uma coisa? Você vai conversar com ela, vai dizer exatamente tudo que você me disse e aí depois se você precisar de ajuda aí eu falo com ela, pode ser? – estendo a mão, mas antes que ela aperte batem na porta, Keyse corre pra atender, ouvimos a voz da Pérola e Louise me olha, eu ofereço a mão de novo e ela aperta com um sorriso fraco.
— Você não pode pular a janela do seu quarto! – Pérola fala e eu olho pra ela.
— Você pulou a janela do seu quarto? – pergunto sem acreditar e ela dá de ombros.
— Eles estavam na sala!
— E se você tivesse esperado 15 minutos, teria escutado seu pai dizer que poderíamos achar um meio termo, mas agora ele só quer construir uma torre e te colocar lá em cima, talvez até enfeitiçar a porta ou comprar um dragão... – Louise acaba sorrindo e ela também.
— Será que antes a gente pode conversar? – ela fala e me olha, eu sorrio fazendo um sinal de positivo.
— Tá, mas vou logo avisando que é uma péssima hora pra pedir um aumento de mesada! – Pérola fala e ela ri.
— Eu deixo essa parte pra amanhã!
— A conversa tá ótima, nós gostaríamos muito de continuar mas é que... Na verdade não queremos, caiam fora – eu falo empurrando as duas na direção da porta.
— Você deveria ser mais educado!
— E você deveria trancar melhor a janela do quarto da sua filha – ela ri.
— Você é um idiota!
— Mal de família, reclama na casa ao lado da sua! – falo e abro a porta.
— Boa noite! – ela fala saindo e levando Louise, ela olha pra trás e sussurra um “muito obrigada”, fecho a porta e quando me viro Keyse está parada encostada na escada e me olhando de um jeito engraçado.
— Que foi?
— Nada é só... Eu adoro ver você bancando o tio conselheiro e todo esse jeito que você tem com ela – eu sorrio e me aproximo dela – Você se dá bem com meninas, quem sabe...
— Não, não, não... – coloco o dedo na boca dela – Antes de dizer o que você está pensando lembra daqueles dois que estão lá em cima agora provavelmente fingindo que estão vendo filme ou escutando música, mas na verdade estão apenas planejando o que vão aprontar semana que vem na escola... – ela ri e passa os braços pelo meu pescoço.
— Eu amo você! – ela fala com um sorriso bobo.
— E eu amo você! – aproximo nossas bocas e a beijo com todo amor e paixão.
— Ô mãe, você bem que podia fazer brigadeiro pra gente né? – a voz interrompe o beijo e Keyse revira os olhos, Theo e Bella estão parados no topo da escada com um sorriso esperançoso.
— Nunca mais me deixa nem pensar naquilo que eu ameacei falar um minuto atrás – ela pede e eu acabo rindo, eu lhe dou um beijo rápido e a solto – Seu pai faz o brigadeiro! – ela avisa apontando pra mim, eles comemoram e voltam correndo pro quarto, eu faço uma careta e trago Keyse agarrada a mim pra cozinha, ela ri mas não tenta se soltar, eu a sento na mesa e lhe beijo antes que ela reclame, mas antes que avance ela me para.
— Nós somos as babás hoje, lembra? – eu faço beicinho e ela ri – Quanto antes eles dormirem... – ela passa a boca dela na minha e sorri.
— Brigadeiro saindo agora – falo já indo pro fogão, ela ri e fica na cozinha comigo.
Depois de deixarmos a panela com as três colheres no quarto com eles e Keyse avisar que não queria os lençóis e travesseiros sujos, nós saímos do quarto deles, eu tranco tudo e apago as luzes, encontro Keyse no nosso quarto, ela está de costas tirando a camiseta que estava, eu sorrio e fecho a porta, me aproximo dela e alcanço o fecho do seu sutiã, ela sorri e vira o rosto pra me olhar – Eu posso te ajudar – um sorriso aumenta no seu rosto quando eu abro seu sutiã, desço as alças devagar e aproximo minha boca da sua pele, subo pela sua nuca e depois arrasto até seu ombro onde coloco um beijo antes de virar ela de frente pra mim, o sutiã cai no chão e dessa vez é meu sorriso que aumenta, então eu a beijo com desejo.
 


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