Vivendo sentimentos, sentindo emoções-Temporada 1 escrita por Rachelroth


Capítulo 28
Candy


Notas iniciais do capítulo

:)



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Eric: Temos esse lançamento também *pega um celular branco nas mãos* tem 64Gb de memória, Quad-Core de 1,2GHZ, 20 Mpx…

Ravena: Eu sinceramente eu não faço a mínima ideia do que você está falando…

Eric: *abre um sorriso grande e sem graça* Tá… bom… é mais fácil perguntar o que você precisa… o que está procurando?

Ravena: *seca* Um celular.

Ravena viu o vendedor sorrir novamente. Eric era jovem, media aproximadamente 1,91m e tinha em torno de 90kg bem definidos. A camiseta do uniforme da loja ficava bem justa e deixava a mostra parte da tatuagem que o rapaz tinha no braço esquerdo. Eric sorria para ela, mostrando toda sua beleza. Uma boca grande, com dentes perfeitamente alinhados. Usava barba curta, bem feita. Os olhos verdes combinavam com as sobrancelhas grossas. O cabelo escuro bem cortado tinha uma franja curta, completamente bagunçada. Para fechar, o jovem vendedor usava um argola na narina direita.

Eric: *sorrindo* Tá… pelo jeito você não entende muito disso não?

Ravena: *tenta forçar um sorriso* É… não. Não entendo nada, nunca tive celular.

Eric: Certo… então vamos lá… *pega alguns modelos diferentes de celular* Hoje em dia se usa mais Touchscreen, mas se você preferir ainda existe alguns modelos com teclas.

Ravena: Não… prefiro o touchscreen.

Eric: Se você não tinha celular até hoje pode começar com um modelo mais simples e ai conforme for se adaptando e entendendo melhor suas necessidades, você troca por um mais específico.

Ravena: Tá… eu quero tirar foto, mandar mensagem e entrar em alguma rede social.

Eric: *volta a sorrir* Aí… viu, você sabe um pouco do que quer.

Ravena: *sem graça* É… talvez.

Eric: Bom. Para fotos é o seguinte, quanto maior o megapixel de uma câmera, mais bonita, nítida e interessante fica a foto. *pega um celular* Hoje as câmeras da parte de trás são melhores do que as da frente, mas mesmo assim temos alguns modelos que a da frente é muito boa também *faz duas selfies com ela, uma com a câmera de trás e outra com a da frente, mostra pra ela* Tá vendo?

Ravena: Hum… ficou bem bonita essa foto.

Eric: *sorri* É… a modelo ajuda…

Ravena: *cora; fala com voz seca para tentar disfarçar o fato de ter ficado sem graça* O que mais?

Eric: *sorri, nega com a cabeça* Desculpa… mas, bom, eu estou ensinando uma heroína a mexer em um celular…

Ravena: * sem graça força um sorriso* Tudo bem.

Eric segue explicando algumas coisas sobre celulares e Ravena finalmente consegue escolher um modelo. O vendedor atraente a acompanhou até o momento de ela realizar o pagamento. Ele pegou sua sacolinha e a acompanhou até a porta de saída da loja. Ele sorriu para a empata, entregou-lhe sua nova aquisição e se despediu com um sorriso de tirar o fôlego.

Ravena seguiu para uma operadora de telefones, para finalmente ter um número. Escolheu a mesma operadora de seus companheiros de combate ao crime. Depois de algumas horas ela já portava um número de celular. Abriu um portal do shopping até a sala da torre.

Encontrou Estelar e Mutano sentados no sofá assistindo a um programa sobre a vida selvagem. Sentou-se em silêncio, sem atrapalha-los. Queria que eles a vissem mexendo no celular, para que pedissem seu número. Seu orgulho não a permitiria oferecer seu contato ao metamorfo e a qualquer outro.

Estelar: *olhando a empata se sentar* Amiga? Foi ao shopping?

Ravena: Sim.

Estelar: Ah… queria ter ido junto…

Ravena: Desculpa, não sabia.

Mutano: *olha na sacola o nome da loja* CellTech? Foi comprar o que?

Ravena: Um celular.

Estelar: *empolgada* Que glorioso!!! Finalmente poderei mandar mensagens para minha amiga Ravena.

Mutano: Porque você mandaria mensagem para ela? Não é mais fácil bater na porta dela?

Ravena: *começa a mexer na sacola* Não sei mexer nessa coisa.

Estelar se aproxima e começa a mexer na sacola junto com a empata. Estava tão ou mais empolgada com o nome objeto do que a própria empata. De repente pega um cartão e começa a balança-lo rindo e olhando para Ravena.

Estelar: O que é isso amiga Ravena?

Ravena: Isso o que? *olha o cartão na mão dela*

Estelar: Amiga!!! *sorri* você está muito saidinha… quem é ele?

Mutano de repente se interessou pela conversa e olhou para as duas.

Ravena: Ele quem?

Estelar: Eric.

Mutano: *disfarçando a irritação repentina* Eric?

Ravena: *relaxa* Ah… foi o rapaz que me vendeu o celular.

Estelar: Hum… *risinhos*

Mutano: *puxa o cartão da mão da alienígena* Deixa eu ver.

Ele vê o cartão do vendedor e abaixo do nome do mesmo estava escrito: “Me liga qualquer dia desses já que agora você tem um celular. Posso te ajudar a mexer, beijos ;*” em seguida havia o número do garoto.

Mutano: *indignado* Mas que… *Estelar retira o cartão das mãos dele*

Estelar: Amigo Garfield, por mais que eu seja completamente contra que a amiga Ravena saia com outros rapazes estando namorando com o Aqualad, acredito que este número pertença a ela *entrega o cartão para Ravena*

Ravena lê o cartão, ri e cora violentamente. Leva a mão direita à boca e fica de olhos arregalados para a amiga.

Ravena: *ainda com a mão na boca* Eu não tinha visto isso aqui…

Mutano: *indignado* Ah não?!

Ravena: Não!

Estelar: Amiga ele era bonito?

Ravena: Acho que sim, nem reparei na verdade.

Mutano: Não reparou? Mas ele deve ter reparado bem… *ainda mais indignado*

Estelar: Amigo Mutano por acaso você está com ciúme? Pois saiba que a Ravena já tem namorado…

Mutano: Exato… tem namorado e fica ai, saindo de balada, recebendo cartãozinho… você devia respeitar o Aqualad…

Ravena: Oi?

Estelar: Não se importe amiga. Vamos, deixa eu te ajudar… a não ser que você queira ajuda de outra pessoa…*dá um tapinha da coxa de Ravena e a mesma revira os olhos*

As duas sobem para o quarto da empata. Mutano estava irritado, extremamente irritado. Coçou os olhos, incrédulo. O que estava acontecendo com Ravena? Desde quando ela despertava tanto interesse assim? Já bastava ele ter que suportar o peixe-fora-d ´água… agora teria que suportar ela indo em baladinhas e recebendo cantadas de homens diversos.

Estelar ajuda Ravena a ligar o celular e arrumar as configurações. Segundo a operadora, seu número estaria ativo em até 24 horas. Estelar convenceu a empata a tirar a primeira self com ela. Depois de longos minutos, Estelar deixou a empata com seu novo brinquedo tecnológico carregando para ir contar ao Robin a nova novidade.

Ravena olhou o aparelho decidida. Precisava saber o que fazer com aquele aparato tecnológico moderno para responder as três questões que faltavam. Enquanto o celular não mostrava sinais de vida, decidiu meditar.

Com aproximadamente sete horas, a empata percebeu que seu novíssimo celular estava funcionando. Saiu de seu quarto e foi avisar Estelar, que estava falante na sala.

Ravena: Estelar! Me passe seu número.

Estelar: *sorriso grande* Ai que glorioso… já está funcionando?

Ravena: Acredito que sim *sem tirar os olhos do aparelho*

Estelar: Vou te colocar no grupo dos Titãs.

Ravena: Como assim?

Ciborgue: Temos um grupo de bate-papo.

Ravena: Para que? Se podemos conversar pessoalmente?

Mutano: Para trocar piadinhas, ué…

Ravena: Entendi… *no entanto em sua cabeça ainda não entendia a necessidade de um grupo de bate papo para trocar piadas sendo que já faziam isso toda horapausa curta* Me passe o número do Aqualad também…

Estelar: Você ainda não tem o aplicativo? Não estou te achando aqui…

Ravena: *cara de dúvida* Do que você está falando Estelar?

Robin ajudou Ravena a baixar os aplicativos que ela precisava. Facebook, Twitter, Whatsapp, Instagram e o “mais necessário” de todos segundo o Robin que seria um aplicativo que muda constantemente o IP para que o celular dela não ser rastreado. Ela achou que eram muito aplicativos e muitas redes sociais. Recebeu a ajuda de seus companheiros para colocar foto, editar informações. Foi colocada em diversos grupos por Estelar: “Titãs – casa”; “Titãs”; “Girls night out”; e “Casamento CibBee”.  Mutano também a ajudou, meio contrariado, mas ajudou.

Ravena logo recebeu solicitações de amizade. Aqualad mandou vários emojis pelo Whatsapp mostrando o quanto ficou contente com a aquisição da namorada. Já Mutano, em um protesto silencioso, não adicionou o número da empata, nem aceitou seu pedido de amizade… simplesmente justificou que “esqueceu”.

Chegara a hora de ela testar Mutano e Aqualad em relação às questões de sua revista teen. Com rapidez a empata pôde responder a letra “A” para as questões 13 e 14 pensando em Aqualad. Pensando retrospectivamente respondeu “A” para ele também na questão 15, já que ele nunca mexia no celular quando a visitava ou quando saiam juntos.

Para Aqualad ela já tinha a reposta, mas se negou a ler enquanto não tivesse respondido em relação à Mutano. A partir do dia que adquiriu o celular e pelos próximos dez dias, Ravena forçou situações a sós com Mutano, como acordar mais tarde para tomar café junto dele. Também mandou mensagens privadas à ele perguntando coisas simples e idiotas como:

“Estou no mercado, quer que eu leve algo para você?”

Neste período, pôde responder as questões que ficaram em aberto. Respondeu “C” para as questões 13 e 15 e “B” para a questão 14. Pronto agora poderia ver o resultado do teste mais caro que fizera.

O resultado era baseado na maioria de respostas. Aqualad teve maior quantidade de letras “A” (11 de 15) enquanto Mutano teve maioria “B” (10 de 15). Seguiu com os olhos para a página dobrada e a desdobrou lentamente. Leu com atenção os dois resultados.

“Maioria A: Gata! Ele não está apenas caidinho por você. Ele tem uma queda livre no seu amor. Ele está perdidamente apaixonado. Aproveite e invista. Vai fundo porque o match é certo. Boa sorte!”

“Maioria B: Não desanime querida. O boy sucesso está mais em cima do muro do que caco de vidro. Tenha paciência que existe chance dele cair em seus encantos ainda. Que tal descobrir os hobbys dele e tentar se aproximar mais?”

Ravena não ficou tão contente quanto desejou com o resultado do teste. Mas também não soube precisar o porquê. Ficou no seu quarto pelo resto do dia, aprendendo a mexer em seus novos aplicativos.

A vida na torre seguia normal, sem muitas alterações. Com o passar dos dias, os cinco não tão jovens lutavam contra o mal que aparecia na cidade. Aqualad continuava namorando Ravena. Eles estavam bastante próximos. Ela gostava muito da companhia dele, isso era verdade. Mas o beijo e os toques não lhe agradavam muito. Ela tinha certeza que não levava jeito para isso.

Ravena continuava estranha. Sem nenhuma explicação aparente, ela tinha ataques eufóricos, raivosos, histriônicos, sexys e deprimidos. Já estava virando rotina. Mutano gostava muito quando ela tinha um ataque de fúria com Aqualad. No entanto odiava quando ela o agarrava na sala, insinuando-se para ele.

Certo dia Mutano chegou à cozinha e ouviu os três garotos conversando. Estavam falando do comportamento da empata.

Ciborgue: Ela não quis ajuda quando eu me ofereci.

Robin: Isso me preocupa um pouco.

Mutano: *fingindo desinteresse* De quem estão falando?

Aqualad: Da Ravena.

Mutano: Hum *pega um copo*

Robin: Ela tem estado com humor muito lábil. Tem sido difícil…

Aqualad: Eu sinceramente gosto dela assim… *coça a nuca* por mais que eu apanhe muitas vezes…

Ciborgue: Ela voltou muito diferente de Azarath… deve ser por isso…

Aqualad: Por mais que seja completamente inesperado, ela tem mostrado intensidade.

Mutano: Cara *de costas, preparando um shake* sinceramente, a Ravena não está normal e você acha bom?

Aqualad: Quem sabe esse não é o novo normal dela?

Ciborgue: É uma possibilidade…

Robin: Não temos como saber… mas precisamos apoia-la.

Mutano: Aliás *se vira e encosta as costas no balcão da pia* Porque está aqui e não lá com ela?

Aqualad: *ri e coça a nuca sem graça* Fui expulso do quarto dela… hoje ela está meio raivosa *sorri*

Mutano: E desde quando você poderia ficar sozinho com ela no quarto?

Robin: *ri* E desde quando alguém segue essa regra?

Mutano torce o nariz. Até Robin aprovava aquela patifaria. Pelo menos Ravena estava protegida por sua fúria. A possibilidade de o casal ter momentos mais quentes do que ele já vira no sofá da sala o deixavam irritadíssimo.

Ciborgue: E outra verdinho… os dois são adultos… devem querer brincar às vezes *sacode as sobrancelhas*

Mutano: *sério* Vocês… não…?

Aqualad: Não! Eu respeito muito o tempo dela *pausa* A gente só faz o que ela começa…

“…o que ela começa” o que diabos ele queria dizer com essa desgraça de frase. Não era possível que eles começassem alguma coisa. Ou melhor, não era possível que ela começasse alguma coisa.

Mutano: *disfarça* Olha essa Ravena… safadinha… fazendo a garganta profunda…

Aqualad: *sem graça* Olha como você fala da minha namorada.

Mutano: Ela é como uma irmã para mim e você diz que ela… *aponta com a sua cabeça para o quadril de Aqualad*

Ciborgue: De onde você tirou isso?

Robin: *ri* Ele não disse nada disso…

Ravena: *serena* Não disse o que?

Aqualad: *disfarçando* Conversa de cueca, linda…

Ravena: Hum… *se aproxima de Aqualad e lhe dá um selinho* Que tal darmos uma voltinha?

Aqualad: *a abraça pela cintura* Acho a melhor ideia… *olha para os garotos* Falou galera… até…

Mutano bebe seu shake sem tirar os olhos do casal. Estava irritado demais com a cena. Também não conseguia tirar da cabeça a frase dita pelo peixe metido a galã. Se ele pudesse, naquele momento, teria os poderes da Terra e jogaria uma pedra bem em cima da cabeça daquele oportunista.

Ciborgue: E a Tara?

Mutano: *sério* Está dormindo…

Robin: *irônico* E a regra em senhor Mutano???

Mutano: *coloca água em seu copo* Como você mesmo diz, soberano líder, ninguém segue não é?!

Mutano sai contrariado, deixando para trás os dois amigos que riem da cara dele. Entra em seu quarto e vê Terra deitada em sua cama. Ela usava uma camisa azul claro dele e dormia tranquilamente. Ele gostava de estar com ela. Ela lhe trazia paz, alegria e sexo bom. Além de ser divertida. Desde que começara a sair com ela, deixara de sair com outras garotas. E pelo jeito, ela também só saia com ele. Mutano não sabia muito bem o significado disso naquele momento. Só sabia que estava bom e confortável daquele jeito. Ele se deitou ao lado dela e adormeceu abraçando-a.

Alguns dias se passaram e Terra praticamente morava na torre. Sempre recebia indiretas de Ravena: “você ainda não pagou o aluguel da semana”; “Não sabia que aqui era uma república”; “ainda bem que você não tem casa não é?!”; entre outras indiretas que eram completamente ignoradas pela ex geomante.

Determinado dia ela chegou da faculdade e foi direto ao quarto do metamorfo. Ela fazia isso todos os dias antes de ir ao trabalho. Isso deixava Ravena muito desconfortável. Aquela garota tinha casa, não havia necessidade de ver Mutano todo dia, afinal, nas palavras dele, eles não eram namorados.

Ele a levava ao trabalho, todo santo dia. Naquele dia, antes de saírem, Terra chamou a atenção dos três presentes na sala.

Terra: Amanhã é meu aniversário e vou comemorar na Candy.

Ravena: *sem parar de folhear a revista que tinha nas mãos* Parabéns para você…

Terra: *torce o nariz* Bom… *sorri* gostaria que vocês fossem.

Estelar: Será glorioso!

Ciborgue: Lá tem lugar para sentar?

Mutano: *ri* Para de ser velho cara…

Robin: É balada Cib.

Ravena: *indiferente* Então eu vou… *seca* adoro baladas.

Os titãs presentes se espantam mais uma vez com a “nova” Ravena, porém decidem guardar esse desconforto para si próprios. O mesmo desconforto ocorreu algumas vezes durante o dia no grupo por causa das muitas oscilações de humor bruscas e inesperadas de Ravena. Ela chorou assistindo comercial de TV e quebrou uma cadeira porque uma foto em seu celular não carregou. Os companheiros de torre, por mais que soubessem que ela não estava muito normal, estavam tentando se acostumar com as oscilações dela.

No dia seguinte, porém, Ravena acordou diferente. Com energia de sobra para hidratar os cabelos, pintas as unhas e se depilar – para a felicidade de Estelar que a acompanhou em todos os processos de beleza. Abelha se juntou as garotas no fim da tarde.

Os jovens heróis não eram tão habituados a frequentar baladas, principalmente, baladas como a Candy. Uma casa de música pop remixada e com valores acessíveis – o que significava todo tipo de público.

Terra estaria de folga no dia seguinte e por isso o plano era voltar para casa *torre* depois que o mundo tivesse acordado novamente. Por isso, Robin não pôde permitir que todos aproveitassem a noite como se não houvesse amanhã, já que isso poderia favorecer os crimes no dia posterior à comemoração. Mutano, por motivos óbvios, foi liberado para curtir. Ciborgue se ofereceu a voltar mais cedo. Quando soube que não haveria lugar para sentar, logo desanimou. Robin também se sacrificou. Liberou as duas garotas do time para aproveitarem: Estelar, que gostava muito da colega ex-geomante e Ravena, pois nunca vira a garota se arrumar tanto para um evento – ela merecia. Abelha iria embora com Ciborgue e ajudaria os dois rapazes a cobrir a falta dos três titãs. Sua atitude automaticamente fez de Aqualad o líder, já que era sabido que o mesmo a cobria sempre que a mesma não pudesse estar na torre deles.

Aqualad não se chateou. Afinal Ravena estaria entre amigas e o metamorfo estava acompanhado… muito bem acompanhado. Não havia motivo para maiores preocupações.

Chegaram à balada próximo à meia noite. Havia uma fila quilométrica. Mas Terra conhecia todos da balada, então foi muito fácil para os oito furarem a fila. Dentro da balada entupida – que era significativamente menor que o The Superstars – Terra encontrou colegas da faculdade, da escola e do trabalho.

Abelha: *para Ravena* E ela diz que nunca foi popular…

Ravena: *indiferente* Ela é uma fingida…

Abelha sorriu com o comentário de Ravena. Pelo menos ela não era a única que não engolia a loira metida.

Terra usava um short minúsculo. O menor que ela já usara até hoje. Usava também uma regata branca bem decotada, justa e comprida – quase tampava o short da garota. Nos pés usava um salto preto alto com plataforma e de camurça. Carregava vários colares no pescoço e várias pulseiras nos pulsos. Brincos de argola e maquiagem carregada combinavam com o coque bagunçado no cabelo.

Estelar usava um vestido justo preto de manga longa e que batia no meio de suas coxas. O vestido tinha um tecido que imitava couro sintético. Usava um penteado no cabelo que o deixava todo jogado para seu lado esquerdo, bastante volumoso. Apenas na orelha direita, carregada um enorme e pesado brinco. Nos pés usava um salto de plataforma brilhoso como o vestido e na cor de seus cabelos.

Abelha apostava em uma elegante saia lápis preta de cintura alta e que parava na altura d seus joelhos. Usava um cropped listrado de preto e amarelo bem soltinho. Nos pés um salto estilo peep toe preto, com a sola amarela, tal qual seu cropped. Os cabelos armados, formavam um estiloso black power. Os brincos eram pesados e a maquiagem discreta, no entanto bem feita.

Ravena manteve fiel ao seu estilo mais gótico. Sua maquiagem era bastante pesada nos olhos. Os cabelos estavam soltos e penteados. Usava brincos longos, porém não eram pesados. Usava um top, que mais parecia um biquíni, decorado com spikes. Por cima usava uma jaqueta preta de couro sintético que batia em seu quadril. Usava uma calça preta, igualmente sintética, justa e de cintura média. Nos pés um salto alto, com plataforma discreta, cheio de spikes e ponta quadrada. Usava algumas pulseiras prateadas e nenhum colar. Seu look deixou Aqualad levemente enciumado.

A balada não tinha lugares para sentar e parecia um grande corredor largo. Do lado direito da Candy via-se apenas os balcões do bar. O cardápio só contava com bebidas e era imensamente escrito com giz neon na parede do comprido bar. Já do lado esquerdo observava-se o pequeno palco que dava lugar ao DJ e sua pick-up. Ao fundo encontravam-se os banheiros feminino e masculino. Entre as portas do banheiro havia uma porta fechada por uma pesada cortina vermelha de camurça.

A Candy era conhecida pelas festas diferentes que aconteciam ali e pelos caminhos sinuosos que ela criava. Apesar de a casa ser um grande um corredor, pilastras eram colocadas aleatoriamente pela casa, formando “cantos de pegação” que já estavam sendo devidamente usados.

A noite escolhida por Terra era a tradicional festa do “Blackout úmido”. Ravena leu esse nome no flyer da festa e perguntou para Aqualad o que aquilo significava. O rapaz até teve uma ideia do que poderia ser, mas não a contou.

Terra era muito conhecida por todos da casa. Os convidados heroicos dela deram um pouco de trabalho, pois tiraram muitas fotos com clientes da balada. Mutano adorava a agitação de fãs, de clientes e de mulheres. Não esperou e se adiantou para o bar.

Os bartenders eram homens e mulheres. Os rapazes mostravam seus peitorais definidos usando apenas calças, coturnos, colarinho com gravata borboleta e punhos. Já as garotas usavam micro saia plissada xadrez, meias 7/8 brancas, sapato boneca e uma camisa branca, curta e transparente.

Pediu cerveja e observou Terra cumprimentar todos os milhares de amigos e conhecidos. Olhou para Ravena, nos braços de Aqualad e desviou o olhar. Aquela cena era deplorável para ele.

Ravena se arriscou a dança com Abelha e Estelar. Já os garotos, como em um complô, as observavam encostados no balcão, enquanto tomavam cerveja.

Aqualad: *para Mutano* Escuta… você vai ser o único homem de nós aqui… por favor cuide da Rae e da Estelar…

Mutano: *sarcástico* Vou cuidar direitinho *dá um gole na cerveja*

Ciborgue: Relaxa Aqua… ele vai olhar sim…

Robin: Ele não é maluco que deixa-las soltas por ai *encara o metamorfo*

Abelha: *chegando* Robozão… estou realmente afim de ir.

Ciborgue: Galera… acho que minha hora chegou. *para Mutano* Dê um abraço na Tara por mim… *Mutano sorriu* Um abraço mano… apenas um abraço… *ri*

Robin: Bom… então eu vou junto…

Aqualad: *para Mutano* Eu estou confiando em você.

Mutano: *vira para o bar* Entendi… outra dessa *balança a garrafa* por favor… *para Aqualad* Vai ficar tudo bem… *recebe a cerveja e entrega a comanda* Vou cuidar das garotas, das três.

Aqualad tenta sorrir. Abelha, Ciborgue, Robin e Aqualad se despedem de Estelar e Ravena. Mutano vê os quatro amigos saindo e olha no relógio.

Mutano: *fala consigo mesmo olhando no relógio* Não são nem duas horas…

Estelar: Falando sozinho amigo?

Mutano: *oferece cerveja* Estou ficando maluco… *sorri*

Estelar: Amigo Mutano não gosto dessas bebidas alcoólicas fermentadas terrestres… *se vira para o balão* prefiro as destiladas *sorri*

Mutano olha a amiga se apoiar no balcão, fazendo seu vestido curto, ficar ainda mais curto. Discretamente se colocou atrás dela, tampando a visão abençoada de outros homens.

Estelar: *oferece seu copo* Gostaria dessa deliciosa bebida destilada de arroz?

Mutano negou com a cabeça e deu mais um gole em sua cerveja. Procurou Terra e Ravena, mas não as encontrou.

Mutano: Onde estão as meninas?

Estelar se afasta do metamorfo dançando e fazendo um gesto com os ombros querendo dizer que não sabia onde elas estariam. Mutano não se preocupou. Elas não poderiam ter saído. Mais uma cerveja e ele sairia em busca delas.

Conforme seu combinado mental abasteceu-se de mais uma long neck e saiu em meio a multidão de pessoas que dançavam e se esfregavam. Sentiu muitas apertadas em sua bunda… o que o fez rir.

Ao avistar Ravena dançando sentiu seu corpo encher de raiva. Uns três caras a cercavam enquanto ela dançava. Ela parecia solta e feliz. O pior… parecia estar gostando daquela pouca vergonha. Aproximou-se da empata, de cara fechada, e pegou pelo pulso.

Ravena: *estranhando* O que é isso?

Mutano: *irritado* Eu que pergunto…

Ravena: *solta seu pulso* Eu só estava dançando… *séria* qual o problema disso?

Mutano: *sério* Prometi pro seu digníssimo namorado que cuidaria de você…

Ravena: *sorriso malicioso, aperta os olhos* Ah… você prometeu?

Mutano: Sim…

Ravena: E… cuidaria de mim? *Mutano afirma com a cabeça* E qual risco eu estava correndo?

Mutano: Ele estava correndo risco… de levar um belo par de chifres…

Ravena: *sorrindo sarcástica* Iguais os que você já colocou nele?

Mutano: *disfarça e finge que não ouviu* Olha… você não pode ficar dançando assim com outros caras…

Ravena: Mas a Tara pode?

Mutano: Não… *Ravena vira o rosto dele em direção a Terra que dançava com outros cinco caras* Mas que…

Ravena: E Estelar?

Mutano tem novamente sua cabeça girada pela mão da empata que o mostrou a princesa dançando com dois rapazes.

Ravena: Mas eu sou a garota indefesa?

Mutano ficou sem reação. Não sabia exatamente o que fazer. Antes que pudesse raciocinar sobre alguma reação que ele teria que ter, ouviu uma sirene e uma luz vermelha piscar em toda a casa. A luz vermelha fez com que os clientes do local se agitassem. Não havia música enquanto a sirene tocava. Quando procurou por Terra e Estelar viu a princesa alienígena ser puxada por Terra para dentro do banheiro.

Ele tentou ir atrás delas, mas sentiu seu pulso ser puxado para trás. A sirene logo parou de tocar, deixando com que a música voltasse acompanhada pelo total breu. Uma escuridão tão escura e opaca. Nada podia ser visto. A música ficou mais alta do que antes. Sentia-se uma leve camada de água, como uma chuva fina, caindo do teto, como se o detector de fumaça tivesse sido acionado.

Mutano só pode sentir um arrepio na espinha quando ouviu um sussurro em seu ouvido esquerdo dizendo “Esse é o Blackout úmido”. Não pôde pensar direito, pois foi devidamente atacado.

Sentiu a voracidade do beijo da dona da voz. Era a voz da empata. Era a boca de Ravena. Que o puxava enquanto andava para trás. Ela colocou suas mãos por baixo da camiseta dele e lhe dava pequenas arranhadas. Ele estava ofegante… não conseguia pensar em nada. Sentiu a empata o virar e em seguida sentiu suas costas tocarem a parede.

Ela não parava de beijá-lo. Não parava de arranha-lo de leve. Dessa vez era ele quem não sabia o que fazer com as mãos. Ela resolveu isso para ele, levando a mão esquerda dele para o seio direito dela. Ela o beijava. Ele a desejava. Ela parava por vezes de beija-lo para sorrir. Ele a queria… e como queria. Ela o pressionava na parede. Ele estava excitado e ela sabia disso. A mão esquerda dele só sabia apertar o seio dela enquanto a direita apertava as nádegas da empata.

Mutano ouviu a sirene novamente. E novamente a música parou. A segunda sirene só poderia significar que a luz retornaria. Sentiu o corpo úmido de Ravena se afastar, sem ela dizer uma palavra. Ele tentou a segurar, mas ela não permitiu. Como o imagino, quando a música retornou as luzes voltaram a acender. Mutano estava encostado na parede, ofegante e excitado. Procurou Ravena na pequena multidão à sua frente. Em vão.

Respirou com calma. Não conseguia parar de sorrir. O que havia acontecido? A única coisa que ele poderia pensar era em ficar ao lado dela, para dar o troco caso as luzes se apagassem novamente. Caminhou com dificuldade entre as pessoas. Pôde perceber algumas garotas o seguindo, talvez elas tivessem tido a mesma ideia que ele.

Trombou com Terra e Estelar e se sentiu aliviado em vê-las ainda maquiadas.

Terra: Sobreviveu ao blackout?

Mutano: Sim.

Terra: Alguém… *apreensiva*

Mutano: Não. Ninguém… nada… nadinha…

Estelar: Se o Dick sonhar com isso aqui… ai *riu*

Mutano: *procurando no meio da multidão com o pescoço esticado* No escuro acabei perdendo a Ravena…

Terra: *desconfiada* Vocês… não?

Mutano: *olhar sério* Não… eu fiquei ao lado dela… prometi ao Aqualad que não deixaria nada acontecer… mas ai… ela sumiu…

Estelar: *aponta para o bar* Ali ela…

Mutano olhou incrédulo. Ravena estava dançando em cima do balcão. Ela estava se insinuando. Ela usava seus poderes para levitar os celulares que a filmavam ou fotografavam.

Mutano: Vou levar ela pra casa.

Terra: Vai me deixar aqui?

Mutano: *dá um beijo* Eu vou voltar. Só que ela está descontrolada.

Terra: Ok… *olhar de desaprovação

Mutano conseguiu fazer com que Ravena descesse. Ela ria e lhe dava tapinhas fracos no ombro. O metamorfo pagou ambas as comandas e avisou ao segurança que voltaria, garantindo sua entrada sem precisar pegar fila.

Mutano: *dando sinal para um taxi* Vamos para casa…

Ravena: *se solta* Qual é a sua?

Mutano: Você viu o que estava fazendo?

Ravena: Estava me divertindo… hum… *irônica* docinho…

Mutano: *coça a nuca* Vamos pra casa.

Ravena: Não vou… e você não vai me obrigar.

Mutano: Certo… o que está acontecendo? Esses dias você tem estado muito estranha…

Ravena: Estranha? Porque? Porque eu me divirto? Porque eu namoro?

Mutano: Você sabe do que eu estou falando Rae…

Ravena: Eu não sei… a única coisa que eu sei, é que hoje eu quero ser a responsável pela dor nos países baixos…

Mutano: O que…

Ele não conseguiu terminar a frase, pois foi puxado pela empata para dentro um portal que dava direto para seu quarto.

Mutano: *disfarçando* pelo menos economizamos o dinheiro do taxi.

Ravena não disse nada. Ela tinha um olhar diferente. Era sexy e ao mesmo tempo assustador. Ela o jogou na parte de baixo de sua beliche e sentou-se por cima dele.

Mutano estava nervoso. O que ela estava fazendo?

Mutano: *nervoso e ansioso* Bom Rae… *forçando uma risada* Vamos parar por aqui… certo…

Ravena: Fica quietinho *ela o olhava*

Ravena beijou o pescoço dele, fazendo-o arrepiar. Ele tentou tirá-la de cima dele, mas isso só fez com que ela usasse seus poderes para criar duas espécies de algemas mágicas que deixaram as mãos dele longe dela.

Ela saiu do pescoço dele e sorriu para ele. O metamorfo fechou os olhos. Aquilo parecia muito aqueles sonhos que começam bons, mas que terminam como um pesadelo terrível.

Mutano: Rae… não faça nada que você se arrependa… e nada que faça você me jogar em outra dimensão depois…

Ravena: Só estou fazendo algo que eu e você já deveríamos ter feito… você não acha?

Mutano: *ofegante* Ai… Rae…

A mistura do álcool com o prazer daquele momento bagunçava o conceito do que seria moralmente correto e incorreto. A visão turva ajudava o conceito do correto não ser necessariamente o certo. Naquele momento, e apenas naquele momento, o correto seria entregar-se ao prazer que a empata estava fazendo-o sentir. Manteve os olhos fechados, como se assim ele fosse menos culpado do que ela estava fazendo.

Ravena voltou para o pescoço dele. Passou a boca vagarosamente sob os pelos arrepiados dele. Mordeu-o de leve, fazendo o gemer baixo. Ela podia sentir que ele estava excitado. Seria impossível não sentir. Vagarosamente ela levantou a camiseta dele e desceu os beijos do pescoço ao peito. Mordeu lentamente o mamilo esquerdo dele, fazendo-o soltar um pequeno gritinho.

Ravena o viu e fez algo de que não gostava. Sentiu o que ele sentia. Ele estava com tesão. Sim ele estava. Ela ficou irritada de repente. Saiu de cima dele rapidamente e virou-se de costas para que ele não visse uma lágrima irritante cair de seu olho.

Mutano: *suspira* Qual é Rae…? *abre os olhos* Volta aqui…

Ravena: *com a mão na boca e a voz embargada* Me desculpe… *o soltou de seus poderes e abriu um portal*

Mutano: Rae *levantou e tentou pegá-la* Espera *a viu sumir em um portal* Saco…

A velocidade com que a viu sumir foi proporcional à velocidade em que os efeitos do álcool sumiram. Ele voltou a raciocinar e pensar no que havia acontecido. Desta maneira se lembrou de também da promessa que fizera para Terra. Bateu com a mão na cabeça e bufou. Se tinha uma coisa da qual ele não estava afim, era de voltar pra Candy.

A noite daqueles dois havia acabado ali. Mutano voltou para a festa da Terra como prometido. Ele, Terra e Estelar conseguiram sobreviver a mais três apagões. Voltaram para casa de manhã.

Mutano contou para Aqualad apenas que Ravena passou mal e ele a trouxe de volta. O titã galã da costa leste agradeceu. Ravena não quis deixa-lo entrar e também não respondeu suas mensagens.

Mutano não ficou com os países baixos doloridos, pois descontou a excitação que teve com Ravena em Terra. Naquela manhã ele transou com a garota como nunca antes. Havia mais que tesão no sexo. Terra adorou. Mutano já não sabia dizer o que sentiu durante o sexo. Havia estranhamento. Havia saudade e decepção também. Estava confuso.

Após o sexo ela deitou no peito do metamorfo confortável e um pouco sonolenta.

Terra: *de olhos fechados* Gar… porque você não vem morar comigo? Uma das meninas vai sair do apartamento ano que vem… e bom… você disse uma vez que queria estudar veterinária… então…

Um silêncio se fez.

Um silêncio que demorou tempo suficiente para Terra adormecer.

Um silêncio que durou tempo suficiente para fazer a cabeça do metamorfo ir a milhão. Ao mesmo tempo em que pensava em como Ravena tinha sido sexy com ele, um pensamento acabou com sua alegria. O pensamento de que ela devia fazer aquelas coisas com Aqualad. Será que era isso que ela começava com ele? Será que era isso que eles faziam no quarto? Será que ela já teria transado com ele? E mesmo que não tivesse… teria aquelezinho provado de momentos como esse? Ficou incomodado com seus pensamentos. Incomodado e confuso. Ainda mais confuso. Fechou os olhos tentando não pensar naquela mulher toda para aquele peixe.

Adormeceu angustiado e sonhou.

Lá estava ele naquela encruzilhada. Parado. Olhando para as quatro direções possíveis. Podia voltar pra trás. Podia seguir em frente. Podia virar à direita ou à esquerda. Foi tomado pela angústia da escolha. Mas ali escolheu. Conseguiu com dificuldade escolher. E olhou para o caminho escolhido. E caminhou.

CONTINUA…


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Notas finais do capítulo

Curiosidade? Ai meu forninho? Socorro?

Fala aê...



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