Tocou na porta do metamorfo rapidamente. Ele não atendeu de imediato, fazendo a empata bater novamente. Ela não sabia por que estava ali e nem para que estava lá. De certa forma estava se entregando à sua impulsividade… quando, e se, ele abrisse ela veria o que fazer. Arriscado.

Bateu de novo. Agora mais forte. Pôde ouvir algumas movimentações no quarto. Resistiu para não sugar aquelas emoções, já que não estava a fim de saber o que ele estava sentindo.

Após alguma demora, o metamorfo abriu a porta lentamente… na verdade só abriu uma pequena fresta, pela qual Ravena pôde ver que o titã verde estava sem camisa e com os cabelos desgrenhados de suor. Ele estava ofegante. Por um segundo ela se sentiu vitoriosa por interromper alguma coisa.

Mutano: *limpa a garganta* Oi Rae…

Ravena: *seca* Posso entrar?

Mutano: *sem graça, arregala os olhos, fica nervoso* É… eu acho…

Terra: *chama de dentro do quarto* Gar? Volta aqui…

Mutano: *sussurra e coça a nuca suada* Eu estou meio ocupado.

Ravena: *indiferente* Entendo. Bom… tudo bem… *se afasta e vê o metamorfo fechando a porta*

Ravena sentiu muita raiva de Terra. Voltou pro quarto e durante alguns muitos minutos imaginou milhões de formas de esquartejar aquela loira sem vergonha. Não conseguia se decidir se começaria arrancando-lhe os olhos ou se cortaria a perna dela fora com uma faca de pão.

Na verdade essa cena já se repetira algumas vezes na última semana. Desde a última vez que Ravena foi a Nevermore sentia-se estranha, diferente, incompleta e perdida. Perdia tempo planejando a morte da Terra e “bipolarizava” em seu relacionamento com Aqualad, ora chamando-o de “meu amor” ora ameaçando-o de manda-lo para outra dimensão.

E todas as noites… dor de cabeça. Cruel e maligna. Seu sono estava completamente desregulado. Por vezes passava a noite acordada e nos cochilos da tarde chegava a ter pesadelos.

Ela tinha vontades estranhas. Desejos incompreensíveis. E ela muitas vezes barganhava consigo mesma para não ceder aos pensamentos mais malucos. No entanto aquele dia ela ficou muito irritada. Devia ser a quarta vez que Mutano e Terra “dormiam” na torre, mesmo sendo contra a regra.

Ela estava muito irritada em passar mais uma noite em claro pensando em diferentes modos de fazer Terra sofrer. Ela cederia a um desejo estranho seu. Ela queria sair. Sair sem rumo, sem dono e sem hora para voltar. Olhou para seu guarda roupa e não encontrou nada que ela quisesse.

Então na calada da noite, abriu um portal para uma loja feminina. Escolheu uma regata decotada de frente única preta, que deixava toda sua tatuagem a mostra. Pegou uma micro saia de paetês verde militar e é claro uma bota over the knee preta. Saiu sem pagar, já que a loja estava fechada. Nem se importou. Trocou-se lá mesmo, deixando o camisetão-pijama para trás.

Em um portal saiu em uma balada já conhecida. Ela não precisou passar por Jordan. Danem-se as regras. Simples assim. A empata parecia dissociada de si mesma. Estranha, como se flutuasse, como se aquele corpo não fosse seu.

Parou no balcão e rapidamente foi reconhecida pelo barman da casa: Mark. Ela reparou no rapaz mais velho que ela. Aparentando uns 26 anos, usava o uniforme do local. Sua pele era morena, seus olhos azuis e os cabelos negros. Nada mal.

Ravena: *sorri* Oi Mark.

Mark: Ué *secando um copo* O que faz aqui? Onde está o Mutano?

Ravena: *sarcástica* Deve estar perdido em algum orifício por ai…

Mark: *riso curto* E você veio sozinha?

Ravena: Sim… não posso?

Mark: Pode sempre… bom… a primeira rodada então é por minha conta…

Ravena: Duvido que você pague…

Mark: *sorri enquanto abre a garrafa de champanhe* Verdade, não pago não… mas bem, ser chefe de bar tem que ter alguma vantagem não?!

Ravena: Tá… pode ser…

Mark prepara o tal Kir Royal que a empata tanto gostava. Ele não tirava os olhos dela.

Mark: Você está diferente *entrega a taça*…

Ravena: É… * pega* obrigada *sorri* Mas, o que você achou diferente?

Mark: A roupa… o clima… achei que você e o verdinho estivessem namorando…

Ravena: *toma um gole, fala séria* Ele só gosta de garota de programa que não cobra pelo serviço…

Mark: *risada sincera* Então… ou você cobra o serviço… ou não é garota de programa *olha malicioso*

Ravena: *vira o restante do drink e puxa o barman pelo colarinho* Então… você é mesmo chefe de bar? *olha para a taça vazia*

Mark entende o recado e logo prepara outro drink. Ravena pega a taça de maneira sensual. Vê o garoto fechar os olhos. Aproxima-se da boca dele e apenas diz “obrigada, é por sua conta” e saiu.

Foi para a pista de dança. Ela não deixava de chamar a atenção. E há quem apostasse que não era pela roupa ousada, afinal muitas mulheres se vestiam daquela maneira. Talvez o espanto estivesse no fato dela estar usando aquelas roupas. E de estar sozinha. E de estar dançando. Talvez.

Alguns rapazes ousados e corajosos até chegavam perto dela. Até se arriscavam a dançar com ela. A fama maligna e arrogante da empata fazia com que ela fosse muito temida. Mas ela não caiu nos contos dançantes daqueles jovens baladeiros. Não. Ela não.

Mas ela dançou. Sim. Não sabia se estava se divertindo de fato. Era uma sensação muito nova. Ao som de uma versão remixada de “Blurred Lines” recebeu outro drink. Era Mark. Com um olhar que tentava seduzi-la e desafia-la ao mesmo tempo.

Ele tirou a gravatinha do uniforme começou dançar de frente para ela. Ela sorriu, revirou os olhos e os fechou na sequência. Sentiu o braço direito do rapaz puxá-la para próximo ao corpo dele.

Mark: *sussurra no ouvido dela* A outra vantagem de ser chefe de bar é que eu posso me dar folga.

Ravena sorriu e negou discretamente com a cabeça, sem segurar no rapaz. Os dois dançavam colados, ele conduzindo ela. Ela ficava bêbada com as luzes e o som alto.  Ele cheirava o pescoço e o cabelo dela. Ele queria. Mas ela…

Ravena: *sussurrando no ouvido dele* Sinto dizer que desperdiçou sua folga… mas preciso variar… Mark já é um nome batido para mim…

A empata se afastou do barman que a olhava com cara de desacreditado. Como assim ela foi embora? Ela por sua vez, já alcoolizada, estava mais soltinha. Dançava sozinha e não deixava nenhum cara se aproximar. Esquivava-se de todos que tentavam tirar uma lasquinha dela.

Sentia seu cabelo colado no pescoço por conta do suor. É! Ela também era capaz de suar. As músicas a deixavam tonta. Então decidiu se sentar em um sofazinho vermelho de vinil, que ficava bem em baixo do grande lustre de cristal da entrada. Ali se jogou, fechando os olhos e esquecendo-se, inclusive, que estava de micro saia.

Norman: *sentando ao lado dela* A empata mais temida do mundo… bem aqui do meu lado.

Ravena: *abre um olho* Na verdade, você está ao meu lado, afinal eu cheguei primeiro. *volta a fechar os olhos*

Norman: *dá um gole em sua long neck* Me permite sentar ao seu lado?

Ravena: Você já sentou, não?!

Norman: *sorri* Norman …

Ravena: *sorri sarcástica ainda de olhos fechados* Não me lembro de ter perguntado seu nome…

Norman: O que faz aqui? Numa festa dessa? Não é sua cara…

Ravena abre os olhos e se senta mais decentemente. Olha fixamente para aquele atrevido. O rapaz, bem mais velho que ela, tinha o cabelo na altura dos ombros, com uma pequena franjona que insistia em cair em seus olhos verdes, usava uma barba “à fazer” que se notava que havia sido projetada para ficar exatamente daquele jeito. Ele era forte e usava uma calça jeans desbotada e rasgada, regata preta e colete jeans. Agradável aos olhos.

Ravena: *olhou fixamente nos olhos dele* Então o que você faz aqui?

Norman: *sorri* Me embriago…

Ravena: A troco de que?

Norman: De ficar chapado… sei lá… não tem muito motivo… *pausa* Quer voltar pra pista?

Ravena aceitou dançar com o moço. O que deixou Mark com muita raiva. Barganhou novamente consigo mesma, para poder controlar a vontade súbita de agarrar aquele homem. Ela sobreviveu a sua vontade. Dançou e dançou e dançou… até o pé doer. Por volta das 8h00 completamente embriaga decidiu voltar para a torre.

Norman: *entregou um papel com seu número de telefone* Me liga…

Ravena: *olhou o telefone* Não uso telefone…

Norman: E como te vejo de novo?

Ravena: *sorri com os olhos pesados* Não vê…

Norman: Você viu… *pausa* não é a toa que heroína é a droga que mais vicia.

Ravena não se despediu. Abriu um portal, mas por causa da embriaguez errou o caminho e parou bem no meio da sala.

Ravena: Opa *leva a mão à boca e soluça*

Na cozinha, os cinco presentes à olharam, sim Terra ainda estava lá. Fez-se um silêncio constrangedor. Ninguém se pronunciava. Estavam meio boquiabertos olhando a garota se enroscar para tirar a bota de cano extra longo.

Mutano: *quebrando o silêncio, indignado* Onde você estava?

Ravena: *ri* Desculpa… *irônica* mas eu acho que eu já matei meu pai…

Mutano: *caminha até ela, Estelar o acompanha* O que é isso? Que roupa é essa?

Estelar: Amiga Ravena…

Ravena: Por favor… eu já vou subir *soluça* saco… saco de soluço… *respira fundo* só preciso me recompor um pouco *se joga no sofá, toda destrambelhada*.

Robin: Só me falta… agora que o Mutano melhora, ela vira baladeira.

Terra: E o seu namorado, querida?

Ciborgue: Bom, vou esquentar água para o café…

Ravena: *voltando a se sentar* Achei que galinha só podia falar quando fosse verde… *tenta tirar a outa bota* Eu sou adulta e vou onde quiser…

Levanta-se com dificuldade, caminha em direção à porta e deixa uma das botas cair no chão. No momento em que se agachou, ouviu um gritinho histérico de Estelar.

Estelar: Amiga Ravena!!! Desde quando você tem tatuagem?

Com isso todos os olhos da torre se viraram para as costas dela. Ravena cedeu ao impulso e se virou rapidamente. Olhou nos olhos azuis da geomante e falou cheia de gosto: “Desde que o Mutano desenhou para mim”.

Novamente o silêncio se fez. Mutano não ficou mais vermelho por que a cor de sua pele não permitia. Terra o engoliu com os olhos. Ele não conseguia explicar nada. Somente sentiu o peso oito olhos em cima de si. Ravena saiu vitoriosa, cambaleando e soluçando.

Mutano tentou ir atrás dela, mas Terra o segurou pelo pulso. Seus olhos mostravam o quão irritada ela estava.

Terra: Onde você vai?

Mutano: Preciso cuidar dela… *solta sua mão* Sempre que cheguei no estado que ela está, ela cuidou de mim…

Terra furiosa, pegou sua bolsa que estava em cima da mesinha de centro e saiu batendo portas. Robin olhou Mutano com desaprovação.

Robin: Por que eu tenho a sensação que você ensinou isso pra Ravena? Afinal, até tatuagem você desenhou para ela…

Estelar: Amigo Ciborgue… creio ser prudente não comentarmos nada com Abelha e Aqualad por enquanto…

Ciborgue: *entrega uma garrafa de café à Mutano* Também acho… mas sinceramente acho que a Tara vai dar um jeitinho de falar…

Mutano: *coçando a cabeça de maneira ansiosa* Depois dou um jeito nela. Preciso falar com a Rae… cuidar dela.

Robin: Acho melhor não… garoto-fera. Um de nós faz isso.

Estelar: Eu posso ajuda-la!!!

Mutano aceitou contrariado, afinal não havia nenhuma justificativa para que ele cuidasse dela. O metamorfo acompanhou a princesa tamareana até o quarto da empata e entrou no próprio quarto.

Mutano sentia-se mal. Sentia muitas coisas. Raiva, ciúmes, preocupação… O que ela estava fazendo com aquela roupa? Já tinha um tempo que Ravena apresentava um comportamento instável e muito diferente do habitual.

Ele se culpou. Se culpou por não ter prestado tanta atenção nela. Talvez na noite anterior ela quisesse, ou precisasse, conversar e ele não pôde lhe dar atenção, pois estava ocupado com Terra. Ficou próximo a porta ouvindo atentamente a hora que Estelar saísse do quarto dela. Ele estava decidido… iria entrar lá.

A alienígena demorou a sair. E quando saiu, Mutano logo voou por sua janela em formato de abelha e pousou na janela da empata. Entrou cuidadoso no quarto dela e a viu dormindo. A expressão que ela tinha estampado no rosto não trazia nenhuma tranquilidade.

Aproximou-se dela e se sentiu triste. Sentou-se próximo ao corpo dela e colocou a mão em sua testa, como se quisesse verificar se ela não estaria com febre. Ela se mexeu e abriu os olhos, mas nada disse. Mutano permaneceu calado, controlando a respiração, como se quisesse que ela voltasse a dormir e não o visse ali. Sem chance.

Ravena: *falando baixo* Me sinto estranha. *pausa curta* Tem algo errado comigo…

Mutano: *fez carinho no ombro dela* Quer conversar?

Ravena: Não.

Mutano: O que eu posso fazer por você?

Ravena o olhou tentando manter-se serena, mas sua expressão deixava claro o quão incomodada ela estava. Voltou a olhar para o horizonte.

Ravena: Mas… me diverti ontem… hoje… sei lá…

Mutano: Onde você foi?

Ravena: No Superstars…

Mutano: *tentando disfarçar o quão odiou essa informação* É… lá é legal… mas… o que foi fazer lá?

Ravena: Me divertir… as coisas estão estranhas, sabe?!

Sentiu Mutano se deitado atrás dela. Sentiu seu corpo arrepiar e novamente sua cabeça foi tomada de desejos incompreensíveis e cabeludos. O braço dele a aconchegou no peito dele.

Mutano: Me perdoe por não te dar atenção ontem… talvez nada disso tivesse acontecido…

Ravena: *indiferente* Foi bom ter ido pra lá… de repente me vi tão desejada quanto a sua namorinha…

Mutano: *irritado* Primeiro… ela não é minha namorada… e… como assim desejada? Você traiu o Aqualad?

Mutano não gostava do fato dela namorar, de fato. Mas com ela namorando ele ficava tranquilo. Pelo menos ela ficava só com aquelezinho e com mais ninguém. A possibilidade de ela ficar solteira ou dela trair Aqualad era terrível, pois fazia com que mais rapazes pudessem conhecer aquela boca e aquele corpo. Já que ele não a teria, que pelo menos a perdesse para um só.

Ravena: Foi interessante… nunca me vi neste lugar, de quem é procurada… dancei com uns caras e foi divertido… tiveram alguns que…

Ela não conseguiu terminar a frase porque o metamorfo segurara a cabeça dela com força de frente para a sua. Ele olhava para ela de maneira séria, porém sensual. Na verdade Ravena vinha experimentando uma grande quantidade de sensualidade… chegara a achar o sorriso do líder sexy e quente… ahhhh aqueles pensamentos.

Ela o fitava tentando de todas as maneiras barganhar com seus pensamentos. Devorá-lo-ia se pudesse. E ela podia, esse era o grande problema. Ele a olhava com aqueles grandes olhos verdes, integrando-se por completo, esperando apenas que ela agisse… e ela agiu.

Ela o beijou loucamente, virando-se para cima dele. Ao mesmo tempo sentia que não sabia o que fazer e que sabia exatamente qual seria o próximo passo. Beija-o loucamente. Fazendo-o ficar sem fôlego. Ele por sua vez retribuía. O beijo era voraz, rápido e certeiro. Agora era ela quem brincava com ele, afastando as vezes sua boca da dele e fazendo-o implorar para ter a boca dela de volta. O coração da empata batia freneticamente, parecia que ia explodir.

Mutano ousara tirar as mãos dos cabelos dela e as desceu para as costas. Foi quando percebeu que a empata estava sem soutien. Seus corpos só não se encostavam da maneira mais deliciosa, pois ela estava coberta com lençol na hora que se virou para cima dele, logo, agora o lençol dela estava no peito dele. Seu coração ficou nervoso e não resistiu, precisava ver os seios dela. Lentamente abriu os olhos e tentou observar o colo da empata, no entanto ela percebeu, beijando e dizendo, entre beijos, “não… eu não sou dessas”… foi quando ela retomou a consciência do que estava fazendo.

Rapidamente saiu de cima dele e se cobriu com o lençol. Ele permaneceu deitado, de olhos fechados, tentando assimilar o que havia acontecido, ou quase acontecido. Ele estava excitado demais para se levantar. Ele queria muito ficar ali.

Mutano: *ofegante, de olhos fechados* Me desculpe…

Ravena: *sentada, com vergonha* Eu é quem devo me desculpar… tenho tido comportamentos inadmissíveis nas últimas semanas… por favor… saia daqui.

Mutano respirou fundo e se levantou. Caminhou até a janela sem dizer nada. De certa forma sabia que não era o melhor momento para tentar falar alguma coisa.

Quatro dias se passaram com Ravena mais amarga do que o natural. Ela sequer olhava para Mutano e sempre que podia lançava uma alfinetada para Terra. Estava seca e amarga.

Naquele dia, Aqualad foi visita-la e levou para ela a edição especial da Jump Teen, com os “dois Titãs mais gatos de Jump City”. Na capa da revista, via-se uma foto dele com Mutano, ambos muito bonitos e maquiados e entre as chamadas para as entrevistas e fotos “quentes” deles, Ravena pode ler “Teste: O gato tá afim de você?”. Se interessou de repente pela revista.

Ravena: Obrigada *sarcástica, pegando a revista* agora posso ver meu namorado em fotos quentes…

Namorado. Essa palavra ainda soava como uma espada para Mutano. Ele nunca se acostumaria com ela chamando alguém de namorado. Ele se chateava bastante, porque parecia que com o passar dos dias, Aqualad e Ravena se davam melhor. Ele temia o pior… temia que eles se casassem ou algo do gênero.

Aqualad: *puxou-a com seu braço, para perto de si – sentados no sofá* Imaginei, até autografei pra você *sorriu*

Ravena: Uau… que sorte a minha *sorri e belisca o namorado*

Eles se beijam brevemente, fazendo Mutano bufar. Ravena dispensou Aqualad e voltou ao seu quarto. Dentro de seu recinto calmo folheou a revista chegando a parte que tanto queria ver: o teste.

Havia quinze questões para descobrir se o “boy magia” estaria “caidinho de amores por você, gata”. Ravena arqueou uma sobrancelha e suspirou. Estava decidida, queria saber se Aqualad era apaixonado por ela… mas… já que ia se dar o trabalho de testá-lo, podia fazer o mesmo com o Mutano… hum… porque o Mutano e não o Robin??? Claro! Porque Aqualad e Mutano estavam na capa da revista! Sim, este era o motivo. Em um papel a parte fez uma tabela com duas colunas e quinze linhas. Em uma coluna colocaria as respostas de Aqualad e na outra colocaria as respostas de Mutano. Dobrou a página das respostas, para não cair em tentação para ver.

Questão 01— Você já pegou ele te secando com os olhos quando você não estava olhando?

a) Sim, muitas vezes.

b) Às vezes.

c) Nunca.

Ravena: *falando consigo mesma* Hum… o Aqualad sempre fica me olhando… o Mutano… bom… acho que às vezes…

Questão 02— Quando vocês estão conversando, ele sempre dá um jeito de te tocar?

a) Sempre, principalmente tenta tocar minhas mãos.

b) Às vezes, não sei nem se não é sem querer.

c) Nunca.

Ravena: Sim… o Aqualad me toca o tempo todo… já o Mutano… bom… *pensativa, coloca a caneta na boca* às vezes também.

Questão 03— Quem inicia, geralmente, as conversas?

a) Ele sempre tenta puxar um assunto novo.

b) Depende muito do assunto, muitas vezes ele puxa assunto.

c) Normalmente eu, se eu não falar ele não diz nada.

Ravena: Aff… o Aqualad não me deixa em paz… bom o Mutano também não… falam demais *suspira* para que falar tanto?! Hum…

Questão 04— Quando vocês estão com amigos ou familiares, ele tenta ficar ao seu lado o tempo todo?

a) Sempre dá um jeitinho de pelo menos sentar ao meu lado.

b) Nem sempre, às vezes parece que ele senta por acaso.

c) Nunca, sempre prefere sentar próximo aos amigos mais chegados dele.

Ravena: *brincando* Aquagrudento ponto!!! O Mutano… acho que é por acaso… letra b…

Questão 05— Ele inventa desculpas esfarrapadas pra falar com você?

a) Sim, sempre.

b) Ele fala bastante comigo, mas só quando é realmente necessário.

c) Ele quase não fala comigo.

Ravena: “A” para os dois… *pensativa* É, o Mutano só fala assunto inútil… o Aqualad… aff…

Questão 06— Vocês já tiveram algum momento romântico juntos (beijo, abraço)?

a) Sim, muitos

b) Já nos beijamos algumas vezes.

c) Não.

Ravena cora para responder. Não sabia se pontuava o Mutano com a letra “a” ou “b”.

Ravena: Melhor “a” pro Aqualad e “b” pro Mutano… é melhor… foram algumas vezes só… poucas vezes… sim… é “b” mesmo…

Questão 07— Ele já te convidou pra sair?

a) Sempre me convida para fazer alguma coisa comigo.

b) Sim, mas a maioria das vezes me chama junto aos amigos dele.

c) Não, ele até me evita.

Ravena: *ri consigo mesma* Tadinho… vários foras pro Aqualad… agora o Mutano… não, ele não me evita… mas também não me chama toda hora, então vai “b” por exclusão…

Questão 08— Ele está ficando ou namorando outra pessoa?

a) Não. Livre e desempedido.

b) Está ficando com alguém.

c) Está namorando.

Ravena: *pensativa* Bom… o Aqualad me namora… então “c”… *faz careta” “b” pro Mutano por causa daquela ridícula.

Questão 09— Você conhece os amigos dele?

a) Conheço, ele mesmo fez questão de me apresentar.

b) Sim, somos da mesma turma de amigos.

c) Não faço ideia de quem sejam os amigos dele.

Ravena: *revira os olhos* “b” para os dois.

Questão 10— Quando você está triste, ele:

a) Percebe de imediato e faz de tudo para me animar.

b) É meio desligado, só percebe quando está muito explicito e faz alguma piadinha para me animar.

c) Nunca percebe.

Ravena: O Mutano ganha um “b” pelas piadinhas… Aqualad… vai de “a”…

Questão 11— Como ele reage quando você discorda de uma opinião dele?

a) É compreensivo.

b) Gosta de debater o assunto.

c) Me desqualifica.

Ravena: “B” para os dois… chatos…

Questão 12— Ele sempre está disponível para conversar com você?

a) Sempre, muitas vezes ele me procura.

b) Bastante disponível quando eu procuro.

c) Não, sempre tem uma desculpa para não falar comigo.

Ravena: Hum… o Mutano é chato o suficiente para me procurar o tempo todo… *caneta na boca* se bem… que ultimamente ele fica dando desculpinha para ficar com aquelazinha… “c” para você… Aqua… hum… “b”.

Questão 13— Ele curte suas fotos ou postagens nas redes sociais?

a) Curte todas as postagens e fotos que eu faço.

b) Curte só as que ele faz parte nas marcações.

c) Ele não me aceitou nas redes sociais.

Ravena ficou perplexa… ela não tinha nenhuma rede social. Marcou a pergunta com um círculo e passou para a próxima.

Questão 14— Quanto tempo ele costuma demorar para responder suas mensagens?

a) Menos de cinco minutos.

b) Entre cinco e vinte minutos.

c) Muitas vezes ele não responde.

Ravena: Mas… eu não tenho celular… *marca a pergunta* próxima…

Questão 15— Quando vocês estão juntos, ele fica mexendo no celular?

a) Não, ele presta atenção em mim.

b) Mexe pouco, normalmente me mostra algo engraçado.

c) Mexe muito, fica em apps de conversa.

Ravena: Saco… celular de novo… *pensativa, se senta na cama* Preciso de um celular.

CONTINUA…