O Acampamento - INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 4
Capítulo 3: Prisioneiros


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha, beleza?
Então, mais um capítulo para vocês. Como sempre, demorou, mas chegou. Espero que goste e nos vemos lá embaixo.



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Ruídos suaves podiam ser ouvidos aumentando sua intensidade gradativamente, até que os ruídos se tornaram palavras abafadas, porém audíveis.

— Alex?! Acorda.

Deitado em decúbito dorsal, Alex finalmente abre seus olhos e os sentem arder, fechando-os imediatamente depois, após gemer pela dor da ardência.

— Graças a Deus ele acordou – Disse Beatriz.

Alex reabre seus olhos com toda a porção da esclera de ambos dos olhos vermelha como numa conjuntivite.

— O... que houve? – Pergunta ele com uma voz rouca.

— Não sabemos – Responde Luna arrumando sua roupa.

Luna ajeitava seus coturnos pretos estavam sujos de areia, assim como suas meias 7/8 listradas em preto e azul que estavam rasgadas diagonalmente na altura da canela da perna direita. Sua camisa em gola V marcava as curvas de seu corpo constituído de seios fartos e glúteos firmes realçados pelo short jeans preto curto que sustentava os suspensórios caídos. Sua blusa de manga longa comprida segunda pele azul e preto escondiam em seus braços algo que nunca havia mostrado a ninguém.

Neo estendeu a mão a Alex que segurou no braço do amigo e levantou-se.

— Agora acredita em mim? – Perguntou Alex.

— Isso não vem ao caso – Respondeu Neo.

Neo é do tipo de pessoa que gosta de ter razão em tudo, por isso não se rende facilmente quando alguém apresenta argumentos melhores que o seu. Diferentemente de Alex, Neo nunca gostou de esportes, seu porte magro, porém com alguns músculos denuncia isso. Sempre foi mais apegado a jogos eletrônicos e tecnologia, tanto, que está no 4º período da faculdade de Sistema de Informação. Nunca gostou de extravagâncias, tanto que gosta de se vestir com sua calça jeans preta skinny, sapatos sneakers verdes e camisa branca lisa por baixo de uma camisa de frio de manga longa cinza.

— Pessoal, dá uma olhada nisso – Disse Luna.

Ao redor deles havia um monte de destroços. O céu estava roxo e haviam nuvens verdes pairando sobre o mesmo. O que parecia ser o sol, estava com uma coloração azulada e haviam explosões acontecendo no mesmo a cada instante. Em meio aos destroços era possível ver pedras preciosas aos montes. Os destroços pareciam se estender por longos metros, pois não era possível ver nada além dos mesmos.

— Que lugar é esse? – Perguntou Neo – Por acaso eu fumei um beck?

— Se você fumou, então todos nós também, pois eu também estou vendo – Disse Beatriz.

— Aquilo... Aquilo que aconteceu foi real?

— Acho que essa paisagem responde sua pergunta – Disse Luna.

Neo olhou para trás e não viu nada além do bastão que Luna carregava.

— Não... Não... Não, não, não – Repetia Neo inúmeras vezes revirando pedaços de madeira e concreto – Não pode ser.

— O que foi? – Perguntou Beatriz.

— As nossas coisas, sumiram. Nossos celulares, água, comida, tudo!

Alex pegou secretamente sua carteira, a olhou e logo depois guardou.

— Ah meu Deus – Disse Luna olhando para o horizonte – Pessoal, tem alguém vindo.

Neo se põe de pé e limpa seus óculos quadrados e os quatro observam um grupo de pessoas vindo em direção deles.

Eram pessoas com sua pele de cor cinza escura, munidos de lanças parecidas com a dos homens que os perseguiram até a cabana, porém, a lança desses acinzentados parecia mais um cetro, pois possuía uma esfera de cor verde-petróleo, um longo cabo feito de ouro e uma ponta pontiaguda feita com o mesmo material da esfera, de semelhante cor.

Eram inúmeros homens, uma multidão tão grande quanto os destroços. Os homens não tinham uma boca em si, apenas um pequeno orifício no canto direito e esquerdo da boca, onde ficariam as bochechas. Seus olhos eram como enormes esperas, cuja esclera do olho era de cor amarela, mas um amarelo fluorescente e suas pupilas eram em formato de um feixe vertical, semelhante às cobras. Vestiam-se de roupas de exército de cor azulada, com fardas.

Luna pegou seu bastão e o segurou como se fosse arremessar uma bola de basebol. Um dos homens então lançou uma rajada de cor verde no bastão que levitou até ele. Os acinzentados falavam em uma língua estranha, porém, os jovens conseguiam entender perfeitamente o que estavam dizendo, como se soubessem a língua deles.

Os homens fizeram um círculo ao redor dos jovens que colocaram as mãos na cabeça instintivamente. Beatriz guardou o colar em um “compartimento-fantasma” da sua calça jeans preta. Um dos homens deu a ordem:

— Ajoelhem-se!

— Gente, vamos fazer o que eles estão mandando, não sabemos que lug... – Disse Alex sendo interrompido com uma rajada roxa em sua barriga, fazendo-o cair de cara no chão ao ter suas pernas elevadas acima.

— Silêncio, seu humano bastardo. Ainda tens a audácia de pronunciar palavras humanas e profanas nesse mundo santo? Ajoelhem-se agora e mãos na cabeça!

Eles se colocaram de joelhos enquanto os homens se aproximavam.

— Reconhecimento – Disse o homem.

Quatro soldados se aproximaram deles. Um dos soldados tentou puxar o braço de Luna que o retraiu. O soldado então deu-lhe um soco, fazendo com que Neo e Alex se levantassem, foi quando todos os homens apontaram suas lanças para a face deles. As esferas das mesmas brilhavam e os soldados as apontavam insistentemente como alguém com o dedo no gatilho de uma arma. Alex e Neo voltaram a se ajoelhar e o homem finalmente pegou o braço de Luna mediante o olhar de ódio dela.

O soldado então, furou rapidamente o centro da mão de Luna com seu dedo indicador direito. Seus dedos eram finos e afiados o suficiente para cortar a superfície da pele humana. Luna olhou para o outro lado e franziu o cenho por conta da dor. O soldado então tirou o dedo da mão de Luna, pegou seu cetro, o partiu no meio, colocou o sangue em ambas as pontas do cetro e colocou cada haste no chão, lado a lado, com um espaço de aproximadamente 50 centímetros de cada um. Entre essas hastes foi formando-se uma espécie de holograma de cor azulada e transparente com a foto de Luna e alguns escritos de outra linguagem.

Todos os outros soldados fizeram de semelhante modo com os outros jovens.

— Senhor! – Chamou o soldado ao seu capitão.

O capitão aproximou-se do soldado e ele o falou:

— Essa aqui veio da Terra.

O capitão, que estava curvado, pôs-se ereto, respirando fundo e disse:

— Que lugar da Terra?

— Huum... Iuckanam.

O capitão olhou para cada um deles.

— Todos eles são da Terra? – Perguntou.

Os soldados confirmaram.

O capitão ficou no meio deles, ajeitou suas roupas de guerra, sua boina vermelha, flexionou o joelho direito e ajoelhou com o esquerdo e disse:

— Como vocês chegaram aqui?

— Não sabemos – Respondeu Beatriz.

— Ah querida... Essa foi a resposta errada – Disse o capitão levantando o dedo indicador e o do meio juntos.

Um dos soldados pegou pelo cabelo de Beatriz e fez sua lança transformar-se em uma adaga, colocando-a no pescoço da jovem.

Os outros três amigos gritaram para que parassem.

— Agora estão prontos para dizerem a verdade? – Disse o capitão engrossando a voz – Não quero brincadeiras vindas de vocês, seus imundos indignos até da morte.

— Tudo bem, tudo bem – Disse Alex – Olha, nós fomos acampar...

— Mate-a – Interrompeu o capitão.

— Não! Pelo amor de Deus, não! Estou falando a verdade, eu juro.

O capitão suspirou.

— Jurar? O que vocês sabem sobre jurar? Vocês não sabem nem o que significa ato tão simbólico desses, seus vermes esdrúxulos, mas tudo bem, vou perder um pouco meu tempo ouvindo suas asneiras e se em trinta minijins eu não tiver uma resposta satisfatória, eu mato sua amiga.

— Tudo bem, olha, fomos acampar na cabana do avô de Neo. Chegando lá a Luna foi presa por uma armadilha numa árvore que não sabíamos quem a colocou...

— 18 minijins... – Contava o capitão.

— ... e nós fomos ajuda-la, mas um grupo de homens...

— 30 minijins.

Alex se desesperou e esbravejou ao ouvir o barulho da adaga sendo apertada contra o pescoço da amiga.

— Colocamos a maldita pedra na porta e viemos aqui.

O capitão olhou sério para Alex.

— Que pedra?

— Eu não sei... É... Um tal de Magma, sei lá.

O capitão se pôs em pé, estático, olhando para o horizonte. Um sorriso abriu-se no seu rosto.

— É ela... – Sussurrou ele, virando rapidamente o rosto para os jovens logo em seguida – Onde ela está?

Alex pensou um pouco, não sabia se dizia a verdade ou se escondia, ele olhou para Beatriz que queria dizer em seu olhar: “não fale”. Neo, que a conhecia mais do que ninguém, se aprontou em dizer:

— Não sabemos. Fomos teleportados para cá e quando fomos procurar a pedra e nossas coisas, ela sumiu.

— Isso é mentira! – Disse o capitão – Onde ela está? Fale ou então...

— Ou então o quê? – Disse Luna – Vai matar minha amiga. Ah qual é, acha que não sabemos que você...

— Senhor! – Exclamou.

— Você! – Gritou Luna ainda mais alto, colocando-se de pé, tendo as lanças apontadas para si – Não grite comigo porque cara feia para mim é fome. Acha que se soubéssemos esconderíamos de você? Queremos vocês longe da gente, queremos voltar para casa e, se não acredita em nós, vá em frente e nos mate. Será o mais perto que chegará da pedra, se é que ela é importante assim para você.

O capitão a encarou por alguns poucos segundos.

— Você não sabe com quem está se metendo. Você é audaciosa, prep...

— Prepotente, metida, arrogante, idiota, sem noção, insolente e todos os outros adjetivos que quiser me dar. Sim, sou. É da minha raça ser assim, não é?!

O capitão deu um sorriso de lado e disse:

— Logo mais, toda sua raça será exterminada. Atenção! – Exclamou o capitão, fazendo os soldados fazerem continência, até mesmo o que segurava Beatriz, soltando-a – Vamos levá-los à Gildefrinck. Vamos mantê-los presos até que o Nosso Senhor chegue.

— Sim, capitão! – Gritaram os soldados, em coro.

Eles foram levados em silêncio até o local que o capitão havia dito. Enquanto andavam contemplavam a destruição ao redor deles.

— Estão vendo isso? – Disse o capitão – Contemplem a natureza humana em sua pura essência...

— Exterminar para salvar! – Gritava os homens.

— A aura da destruição que corrompe a Santa Natureza...

— Exterminar para salvar!

— O cheiro fétido do desmantelamento que torna impuro os ares da justiça...

— Exterminar para salvar!

— O niilismo da iniquidade humana assombra as unidades santas de nossas vidas.

— Exterminar para salvar! Exterminar para salvar! Exterminar para salvar!

Os jovens se entreolharam e Luna soltou uma risada baixa.

— Luna, cala essa boca – Disse Beatriz.

— Não dá, isso é ridículo demais – Falou Luna, segurando a risada.

— Aonde será que vão nos levar? – Perguntou Neo.

— Deve ser uma espécie de prisão – Disse Alex.

— Vão nos prender por quê? Distúrbio da ordem? – Perguntou Luna.

— Talvez por invadirmos o planeta deles, país, ou seja lá que desgraça que isso for e destruirmos um espaço de mais de três campos de futebol – Disse Beatriz - Está bom para você?

— Isso eu faço todo dia.

Eles andaram por algumas horas até chegarem exaustos na cidade. Era um local que lembrava uma mistura dos anos 40 com algumas tecnologias mais avançadas com prédios e casas de telhados de formas triangulares e trapezoidais. As árvores do local possuíam aspectos diferentes às das Terra, porém, ao observar as crianças andando perto das mesmas, pôde-se notar que elas externavam espinhos de seus troncos, mudando sua coloração de marrom acinzentado para vermelho, verde e rosa. Os habitantes do local eram semelhantes a pessoas normais, porém, suas peles possuíam coloração diferente e grande parte deles possuíam deformações em alguma parte do seu corpo.

Os moradores formaram um corredor largo para observar os prisioneiros que chegavam sendo anunciados por um mensageiro.

— Prisioneiros terráqueos chegando!

Ao passar por entre eles, os habitantes comentavam entre si. Até que um deles jogou algo muito parecido com um tomate em Luna, porém, ele era ácido, fazendo a pele pálida de Luna arder e queimar. Foi o estopim para que outros habitantes jogassem as mesmas coisas neles ao som furioso da multidão que gritava:

— Assassinos! Bastardos! Saiam daqui! Matem eles!

Outros falavam com dizeres que pareciam estar em outro idioma, diferente do que os soldados falavam.

Eles foram levados apressadamente para a prisão. Era um prédio com duas torres de telhados em forma de cone, tendo em um deles uma bandeira. A base do prédio ficava sob um pequeno monte de uma espécie de grama e toda sua estrutura era feita de uma rocha bege, haviam canos saindo da estrutura comunicando-se com o meio externo. O prédio era recheado de janelas e possuía uma grande engrenagem do lado de fora, que era o que gerava a energia para todo o complexo. Haviam alguns lugares adjacentes também.

Ao entrarem no local, podia-se notar a arquitetura do mesmo. Era uma arquitetura semelhante à era do Renascimento que conferia a um lugar tão sórdido, um ar de sofisticação que chegava a ser irônico. Eles foram levados para o subterrâneo pelas escadas largas do local, trinta e seis andares abaixo. Não havia moleza, pois, eles evitaram o elevador por serem prisioneiros e não poderem ter esse luxo considerado indigno à eles.

Ao serem jogado na cela, o capitão os acorrentou às algemas presas à parede e disse:

— Façam preces a esse ser considerado supremo do mundo de vocês, pois nem Ele os tirará daqui.

O capitão fechou a porta e saiu da presença deles, deixando-os sob a vigilância de um dos soldados, o mesmo que furou a mão de Luna.

— Não acredito que esse filho da puta que vai nos vigiar – Disse Luna.

— Por quê? – Perguntou Beatriz.

— Ele está me olhando estranho desde que furou minha mão, e eu conheço esse olhar.

— Quando você fazia programa eles te olhavam assim também – Disse Neo.

— Vai tomar no seu cu.

— Gente, calma. Vamos tentar entender o porquê de estarmos aqui – Disse Beatriz.

— Você colocou aquela pedra na porta e agora a gente está aqui, simples – Disse Neo.

— Sim, mas... Onde estamos?

Preato, suponho.

— O que é Preato? – Perguntou Alex.

— Era o nome escrito na pedra – Respondeu Luna.

— O que é isso, um planeta?

— Não sabemos.

— Eu não posso ficar aqui, minha irmãzinha precisa de mim.

— Ninguém pode, por isso que queremos entender o que querem de nós para sairmos daqui – Disse Beatriz.

— Por que não entregou a pedra logo? – Perguntou Neo.

— Porque aí não teria mais motivos para eles precisarem de nós, então nos matariam.

— Faz sentido – Disse Alex.

De repente eles se assustam com o barulho da cela se abrindo. Era o soldado que olhava diretamente para Luna.

— Olá minha querida – Disse ele.

— Enfia o “querida” no seu rabo – Respondeu Luna.

— Ah qual é gatinha, eu sei que você vai gostar.

— Gostar do quê?

O homem sorriu e começou a abrir sua calça.

— Sai de perto de mim, seu filho da puta.

— Adoro humanas nervosinhas, elas geralmente são as mais apertadas.

O homem andava lentamente em direção de Luna que se contorcia e o mandava sair.

— Ei, ei – Disse o homem apertando as algemas das mãos e colocando algemas nos pés, deixando-a imóvel – Confia em mim, você vai gostar – Disse ele lambendo o rosto de Luna e tentando tirar o short dela enquanto os outros gritavam para ele parar.

De repente, Beatriz ouve um barulho na mesa em frente à cela. Um objeto cilíndrico caiu sobre a mesa e na mesma hora um flash de luz branca atordoou a todos. Após alguns segundos, o efeito do flash passou e pôde-se ver o homem com o pescoço cortado, jorrando sangue nos cabelos loiros e curtos de Alex que ficou parado olhando para o homem caindo prostrado. Ao olhar para frente ele vê quem o matou.

— Por favor... Não faça isso com a gente – Disse Luna, em lágrimas.

A figura à frente deles, simplesmente se mexeu para os lados e seus dedos com unhas pintadas de vermelho revelavam que se tratava de alguém semelhante a eles. Seria a salvação? Ou mais um truque?


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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, o que acharam? Comentem, por favor e fiquem ligados às próximas atualizações sobre a fic. Obrigado por tudo e beijos do THE.



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