O Acampamento - INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 15
Capítulo 14: Não Faça Isso, Neo


Notas iniciais do capítulo

Ei meus amores. Estou de volta.
Não pude postar o capítulo porque ferraram minha Internet e tive que colocar crédito no celular para enviar, mas espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644425/chapter/15

— Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? Ei, eu conheço você – Perguntou um homem com porte e características físicas facilmente associadas com um lenhador, trajando camisa xadrez de manga longa e gola polo, calça jeans skinny preta desbotada com suspensórios e botas pretas. Ele tinha barba branca e olhos azuis, assim como seus cabelos.
Ele olhava diretamente para Rosie.
— Claro, você me prendeu aqui, seu otário.
Os soldados os levantaram e Alex começou a se explicar.
— Foi ela que nos trouxe até aqui. – Disse Alex trazendo Rosie para perto de si – Meu nome é Alex, essas são Rosie, Beatriz e Luna – Disse ele apontando para cada uma – Éramos cinco, mas nosso amigo desapareceu.
— E o que estão fazendo aqui com essa mulher? – Perguntou o homem.
— Queremos a ajuda de você e do seu povo para salvar nosso amigo.
Os homens se aproximaram rindo dos jovens.
— Ei, ei, ei, calma. – Disse Beatriz – Deixa o Alex se explicar.
— Não estamos brincando, viemos da Terra atra...
— É mentira! – Exclamou o homem parecido com lenhador fazendo com que os soldados batessem seus cetros nos jovens.
— Acha que nós cruzaríamos metade de um mundo que é o berço da loucura para dizer mentiras para um lenhadorzinho?
— O ser humano é capaz de todas as coisas.
— Ah pelo amor de Deus! Preste atenção e escute bem: viemos através de um portal assim que colocamos o Pagpa... Sim, temos o Pagpa, viemos para cá através dele e precisamos da ajuda de vocês para voltar para casa, mas não sem antes resgatar meu amigo. Agora vai calar a boca e nos ajudar ou prefere que perder a única chance que você tem de respirar um verdadeiro oxigênio terrestre?
— Quem você pensa que é para me mandar calar a boca? – Disse o homem ficando face a face com Alex.
— Aquele que possui aquilo que você mais quer – Retrucou Alex aproximando-se do homem – Ouça com atenção: nós precisamos da ajuda de vocês, temos habilidades suficientes para dominar o portal, mas não temos homens para abrir nosso caminho até ele. Só precisamos que vocês nos ajudem a resgatar nosso amigo e irmos até o rei derrotá-lo.
— Vocês são estúpidos ou o que? Ninguém pode derrotar o rei. Você acha que é o Clark Kent?
Alex olhou para o homem com um sorriso e disse:
— Por acaso o super-homem pode voar?
Alex então voou, fazendo os soldados apontarem os cetros para ele. O jovem então desceu lentamente.
— Viu? Não estamos brincando, sabemos do que o Pagpa é capaz e daremos a você se nos ajudar a voltar para casa – Disse Beatriz.
O homem olhou irritado por estar sem argumentos, mas logo deu sinal para que os seus soldados abaixassem suas armas.
— Venham comigo – Disse ele.
Eles andavam enquanto olhavam para o povo.
O ambiente era muito parecido com a caverna onde estavam com Katrina. As pessoas vestiam roupas surradas e as casas eram feitas de troncos e folhas de árvores semelhantes a coqueiros. Era um lugar iluminado com teto a céu aberto que se camuflava numa espécie de caixote de nuvens. O lenhador então sentou-se frente a uma lareira onde os jovens se acomodaram.
— Me fala mais sobre o Pagpa. – Perguntou o homem – Onde está a pedra?
— Está dentro de nós – Respondeu Alex.
— Como assim?
— Participamos de uma espécie de ritual, onde a pedra fundiu-se aos nossos corpos e agora nós possuímos o Pagpa – Respondeu Beatriz.
— Mas... Mas isso é... Não pode ser real.
— E nem dólar – Murmurou Luna.
— Mas é real – Confirmou Alex.
— E esse amigo de vocês, ele também tem o Pagpa? – Perguntou o homem
— Exatamente. O Pagpa se fragmentou em nós e por isso precisamos dele. Temos que encontrá-lo o mais rápido possível – Disse Rosie.
— E para que precisam da minha ajuda?
— Por que o Rei o pegou.
O homem começou a rir histericamente.
— Pode esquecer meus jovens, não vou me arriscar e arriscar meus homens com essa ideia estúpida – Disse o lenhador levantando-se.
— Por acaso já pensou em voltar para casa? – Perguntou Beatriz.
O homem virou-se e respondeu.
— Cada dia da minha vida eu penso em voltar.
— Então eu sugeria que você ao menos morresse tentando. Se ficar aqui, você pode não durar por mais 143 anos.
— Vocês acham que é só vir aqui com essa desculpinha de “por favor, me ajuda a achar meu amigo” que eu vou mobilizar todo o meu esquadrão para sairmos daqui e enfrentarmos a força mais poderosa desse mundo? Vocês enlouqueceram?
— Tudo aqui é um oceano de loucura, então o que é um pingo d’água se você já está encharcado?
O homem se calou.
— Eu ainda acho uma péssima ideia – Disse ele.
— Também achamos quando pensamos em vir aqui – Retrucou Rosie.
Luna então perguntou:
— Espera... O senhor que é o Poluzi?
— Como sabe meu nome? – Perguntou o homem virando-se para Luna.
— A Katrina, ela nos contou.
— Eu não conheço nenhuma Katrina.
— Como ass...
Antes que ela continuasse, os soldados chamaram a Poluzi novamente.
— O que foi dessa vez? – Perguntou o líder.
— Senhor, há um garoto aqui nos portões – Respondeu o soldado.
— Neo! – Exclamou Alex – É ele, venham.
Alex e as meninas correram até a entrada e viram o amigo dialogando com os soldados. Ele correu para abraçar o amigo, porém, antes que se aproximasse, Neo ficou intangível. As meninas pararam enquanto Alex caia no chão, ao lado de Neo que o olhava com desprezo.
— Neo... Sou eu – Disse Alex se levantando.
— Olá Alex, tenho um recado para você: vai se foder.
— O quê?
— Se rendam e me entreguem o Pagpa e ninguém se machuca – Disse Neo friamente.
— Neo?! – Disse Luna.
— Espera, esse não era o amigo de vocês? Vocês mentiram para mim? – Disse Poluzi tirando seu cetro das costas fazendo os soldados apontarem seus cetros também para os jovens.
— Ei, calma, eu resolvo isso – Disse Alex – Não mentimos para você. O rei deve ter feito alguma coisa com ele.
— Eu já disse, se rendam agora! – Disse Neo.
— Neo sou eu, Luna – Disse ela se aproximando de Neo.
— Luna? Ah sim, estou lembrado. Você que é a vadiazinha apaixonada por mim?
— Como... Como ass...
— Ah qual é. Não venha com esse papinho furado. Adotada de merda.
Luna parou e olhou para Neo com um olhar vazio, sem entender o porquê dele falar assim com ela. Beatriz a puxou e falou com ela.
— Luna, esse não é o nosso Neo.
— É meu último aviso. E não me obriguem a usar a força contra vocês.
— Já chega! – Gritou Poluzi partindo para cima de Neo.
O jovem criou um clone que deu um soco em Poluzi que caiu desorientado. O mesmo clone o jogou para o alto e Neo criou mais um clone em cima de Poluzi que o lançou para o chão com violência, desmaiando-o. Os soldados atiraram ao mesmo tempo em Neo, gerando uma nuvem de poeira que impedia quem assistia de ver.
— Não! – Gritou Luna, desesperada.
Assim que a poeira abaixou era possível ver corpos no chão, dilacerados e mutilados e Neo no centro deles limpando-se da poeira. Ele então olhou para Alex, dando as costas para as meninas.
— Neo, não faça isso – Pediu Alex – Eu não quero brigar com você.
— Ah qual é Alex. Que tal um pouco de diversão?! Vamos lá, vai ser uma simples partida de futebol, mas a bola será sua cabeça!
Neo partiu para cima de Alex que, com um chute no chão, criou uma parede de terra, porém Neo criou um clone atrás dele. Alex voou, mas foi congelado. Antes de cair e se espedaçar ele derreteu o gelo em segundos, incendiando-se.
— Neo, para! – Pedia ele insistentemente.
— Deixa de ser viado – Respondia Neo com um sorriso no rosto, claramente animado em querer matar o amigo.
O jovem amigo de Alex lançou de suas mãos rajadas de raios, mas antes de atingir Alex, Beatriz se pôs na frente, absorvendo toda eletricidade.
— Neo, por favor, você tem que lutar contra isso. – Pedia a amiga.
— Prefiro lutar contra vocês.
Seu amigo ignorava seus pedidos e criou um clone que a segurou, ela amoleceu seu corpo e passou por entre as pernas do clone, socando-o e o transformando em pó. Alex desceu e disse para Beatriz:
— Deixa isso comigo, Bia.
— Não Alex, ele é meu amigo também – Respondeu Beatriz – Temos que pará-lo.
— Não podemos machucá-lo. Eu sei que você sabe o que pode acontecer.
— Não temos outra escolha!
Beatriz correu ao redor de Neo que não conseguia vê-la, olhando para um lado e para o outro. Ela então criou um redemoinho de poeira. Alex jogou chamas no redemoinho de médias proporções, esquentando, numa tentativa de fazer Neo sair dali, se revelar e poder ser atingido sorrateiramente.
Porém, quando a poeira abaixou, Neo não estava mais lá. Ele estava tentando acertar Luna, lutando corporalmente com ela que nem sequer pegava em seu bastão. Luna desviava dos golpes por saber previamente onde ele iria atacar ao ler sua mente.
— Neo, você tem que parar. Você é mais forte que isso – Dizia a amiga.
— Cala a boca, Delavega. Renda-se!
Ela então criou uma barreira que repeliu o ataque dele e o jogou a alguns metros.
— Não me faça te machucar, Neo, por favor – Pedia Luna.
— Nem se você quisesse seria capaz de me tocar, sua puta.
Alex o pegou pelo pé e fez de marreta, batendo-o contra o chão inúmeras vezes. Até que sua mão se encheu de areia e ele percebeu que se tratava de um clone. Neo apareceu atrás dele, eletrificando-o. Rosie não se envolvia porque não conseguia bater em Neo por esse a ter salvado. Beatriz esticou seu braço e puxou Neo, o lançando contra uma parede de rochas.
— Luna, preciso que entre na mente dele e desfaça o que quer que o rei tenha feito – Pediu Alex.
Luna então tentou acessar a mente de Alex, porém se deparou com uma espécie de bloqueio que a impedia de tentar acessar as camadas mais fundas do consciente do amigo.
— Não dá, tem algo me bloqueando – Disse a amiga com os olhos azuis.
Neo abriu os olhos e levantou-se lentamente. Ele se pôs a rir maleficamente.
— Vocês lutam bem, mas meu tempo está se esgotando. Chega de brincar. E você, garanhão, – Disse ele apontando para Alex – você é meu!
Neo então partiu para cima dos jovens com três clones de cada lado que se dividiu. Três foram lutar contra Luna e três contra Beatriz.
***************************************----------------**************************************
Bia’s Side
Beatriz defendia Rosie dos ataques dos clones de Neo e afastava os demais assim como Poluzi. Um dos clones congelou um dos braços dela, porém ela o deixou fino o suficiente para que seu braço saísse do gelo, fazendo o material cair e quebrar. Um outro clone lançou, através de suas mãos, jatos pirocinéticos contínuos que começaram a derreter a pele de Beatriz, fazendo com que ela desviasse e corresse até esse clone que a esperou de um lado, porém sua agilidade fez com que ela esticasse seu braço até o teto, se pendurasse e puxasse o clone pela cabeça, o mesmo ficou intangível e se soltou das mãos dela e os outros dois lançaram rajadas pirocinéticas contra a jovem que deu um impulso com os pés no teto e se lançou contra o clone de Neo que havia se soltado dela, dando um impacto forte o suficiente para dissolvê-lo. Um dos clones lançou uma rajada de vento que a jogou a alguns metros. Beatriz fez seu corpo ficar como uma caixa, aumentando a densidade do mesmo e aumentando a resistência contra o vento que derrubava tendas. Os clones foram um de cada lado lançando raios esverdeados nela, que se afinava o suficiente para não ser atingida por nenhuma das rajadas de eletricidade.
Luna’s Side
Um clone se agachou e o outro subiu em suas costas, pulando em direção de Luna, jogando raios de suas mãos em direção a jovem que criou uma barreira, impedindo os mesmos de atingi-la. Ela conseguia prever os golpes e poderes dos mesmos, se esquivando dos ataques pirocinéticos, dos raios, das tentativas de congelamento e dos ataques físicos. Até que os clones pararam de agir conscientemente e foram no instinto, fazendo com que Luna não conseguisse prever seus movimentos. Um deles lançou uma rajada de gelo contra ela que criou uma barreira, porém, ao ficar distraída, um dos clones pegou seu bastão e jogou para outro que o quebrou e jogou um dos pedaços contra sua coxa direita, enfraquecendo-a. O outro clone chutou sua face derrubando-a. O terceiro tentou pisar em seu rosto, mas ela rolou para o lado, fazendo com que o clone chutasse sua barriga e a lançasse para o alto. Outro clone a pegou pela perna e a lançou contra o chão.
Alex’s Side
Alex desviava dos ataques de Neo e de um clone que constantemente criava-se ao seu lado para tentar acertá-lo. Até que o amigo o socou tão forte que o mesmo sangrou pela boca afastando-se, agachando no chão.
— Neo, eu...
Neo então lançou raios contra Alex que o ludibriou, voando, e socou pelas costas, Neo se virou e Alex o socou novamente, mais seis vezes até que ele pegou o amigo e o lançou contra a parede. Neo então lançou fogo sobre o amigo que transformou o fogo em gelo e congelou a si mesmo. Como ele tinha controle sobre o gelo, ele o derreteu rapidamente. Neo então criou um clone ao seu lado e o clone lançou fogo sobre Alex, quando Alex tentou criar uma parede de gelo, Neo criou um clone que segurou sua perna através do solo e o puxou para baixo. Quando Neo ia chutar sua face, Alex segurou seu pé e voou com ele. O amigo lançou Neo para o chão e voou em sua direção com o punho fechado, gritando:
— Strike!
Ele então caiu sobre Neo que ficou intangível e foi para trás de Alex eletrificando-o com raios verdes que o imobilizavam, fazendo-o cair. Neo criou vários clones que congelaram Alex com paredes bem resistentes de gelo. Ele sabia que Alex tentaria se soltar queimando o gelo então não parava de o congelar. Só que Alex cavou um caminho na terra e apareceu atrás de Neo. Alex se preparou para dar um soco monstruoso em Neo que já ficou intangível. Porém, quando o punho de Alex ficou próximo à face do amigo, ele lançou uma pequena corrente elétrica que afetou Neo, fazendo suas moléculas se alinharem, deixando-o vulnerável ao soco de Alex que foi tão forte que criou uma onda de impacto. Neo foi jogado contra as rochas, destruindo-as com facilidade pelo impacto do soco.
Alex estava ofegante por conta do cansaço, colocando suas mãos em seus joelhos, descansando.
— Alex! – Chamou Beatriz fazendo o amigo olhar para ela – Onde está ele?
Alex olhou para as rochas destruídas e quando se virou para Beatriz, ela estava ajoelhada com Neo atrás dela. Ele criou uma estalagmite de dois metros que recobria seu braço e afinava-se em seu ápice e sussurrou no ouvido de Beatriz:
— Nosso segredo morre aqui.
Ele então introduziu a estalagmite na coluna de Beatriz, perfurando seu abdômen, levantando-a por completo.
Os olhos de Beatriz foram ficando sem vida e sua boca aberta sangrava assim como seus orifícios nasais e auditivos. Os jovens olharam para Beatriz ajoelhando-se em prantos, sem acreditar no que Neo fizera.
Ele a soltou com violência contra o chão. Nesse momento, alguém tocou com as mãos na cabeça de Neo e o gelo foi desfeito, depois disso, a figura atrás do jovem, o atingiu na cabeça, derrubando-o, ele arrastou Neo até a entrada da vila e o jogou lá fora. Alex, Luna e Rosie olhavam para o corpo de Beatriz. Alex correu até ela que agonizava já em seus últimos segundos. Alex chorava sobre o corpo da amiga e a abraçava dizendo desesperadamente para ela voltar para ele. Luna, ajoelhada olhava para Beatriz com lágrimas caindo involuntariamente de seus olhos. Rosie não acreditara no que Neo havia feito.
A figura em pé olhou para Alex e disse:
— Nós vamos ajudá-lo.
Alex o ignorava por completo por conta da tristeza que estava sentindo. Ele não via mais nada a não ser o corpo dela, morto no chão. O homem então se abaixou e falou com ele.
— Eu sinto muito.
Era um jovem alto, aparentemente tinha 27 anos de idade, branco de olhos castanhos assim como seu cabelo que tinha um pequeno topete acima da testa.
— Venha comigo – Chamou o rapaz.
Alex pegou o corpo da amiga e o levou.
— Venham jovens – Chamou Poluzi conduzindo-os até sua casa.
Os jovens entraram e deitaram Beatriz numa cama. Nenhum deles acreditava no que tinha acontecido. Seu próprio amigo havia matado uma de suas melhores amigas à sangue frio, isso era difícil de conceber. Alex, ajoelhado frente a cama, olhava o rosto pálido e sem vida de Beatriz que mais parecia estar dormindo do que morta. Suas lágrimas rolavam sem esforço para contê-las ou fazê-las cair. Ele tentava se enfurecer para tentar amenizar a tristeza que sentia pela fatalidade que ocorrera, mas era tudo em vão. Tristeza, apenas ela fornecia a dor que ele não queria. Rosie, mesmo virada com o rosto para o lado oposto ao corpo de Beatriz, abraçava Luna que parara de soluçar de choro, mas não parava de irrigar seus olhos com suas lágrimas. Elas então voltaram e foram até uma sala no segundo andar, onde Poluzi, em seu trono, observava todos os sobreviventes. Alex deu um beijo na testa gélida de Beatriz e seguiu suas amigas.
— Querem me contar que porra foi essa? – Perguntou Poluzi – Vocês vem aqui, pedem ajuda falando de um tal amigo e esse amigo mata um de vocês?
— Ele... Alguma coisa aconteceu com ele... – Respondeu Rosie.
— Ele está sendo controlado pelo rei. – Respondeu Luna enxugando suas lágrimas – Quando eu entrei na mente dele eu vi uma barreira e essa barreira era o próprio rei. Precisamos dele de volta. Não podemos perder mais um amigo.
— Não vou arriscar meus novecentos homens tentando resgatar um único jovem que está sendo controlado pelo rei de Preato, é suicídio. O que ele tem de tão especial?
— Tudo que você possa imaginar – Disse Alex aproximando-se.
— Mas pai... – Disse o homem trajando jaqueta de couro de aviador com camisa branca por baixo, calça jeans azul e coturnos pretos – Não temos escolha, se o rei sabe onde estamos ele irá invadir esse local em pouco tempo.
— Espera. Como assim “invadir”? Você não tem um acordo com ele? – Perguntou Alex.
— Acordo? Que tipo de acordo pode-se ter com um assassino como ele? – Perguntou Poluzi.
Alex entendeu o que se passava. Ele olhou para as meninas e disse:
— Ela inventou tudo.
— Olha, me diga o que você sabe – Pediu o jovem.
— E quem é você? – Perguntou Rosie.
— Meu nome é Ryan, Ryan Miller. Sou filho de Poluzi – Disse ele estendendo as mãos.
Rosie bufou e cruzou os braços, deixando o jovem no vácuo.
— Certo... Olha, nós vamos ajudar – Completou.
— O quê?! – Exclamou o rei.
— Não grita comigo, Poluzi! Você sabe que não temos outra opção. Você quer voltar para casa tanto quanto eu e não podemos perder a chance. Há anos eu não vejo meus pais. Há anos eu não vejo a Mary nem o meu pai. Eu preciso voltar.
— Eles podem estar mortos Ryan.
— E podem não estar.
— Vai arriscar sua vida pelos primeiros 4 idiotas que vem aqui dizendo que conhecem o Pagpa da cabeça ao ânus?
— Se não for por isso, por que mais será? Já arrisquei minha vida por você e por outros várias vezes, tanto que hoje eu tenho essas habilidades porque sei que o Pagpa é e sei o que é capaz de fazer. Era você que idealizava a volta para a Terra e agora quer dar para trás? Você é um líder, honre isso. E então, o que me diz: vai ser medroso a ponto de ficar ou vai até aquela sacada e gritar para seu esquadrão se preparar?
Poluzi se calou.
— Foi o que eu pensei. Vamos pessoal, eu vou com vocês – Disse Ryan dando as costas para Poluzi.
— Ryan, espera – Disse Poluzi fazendo os jovens virarem para ele.
Poluzi então foi lentamente até a sacada e olhou para o povo que estava abaixo dele.
— Meus jovens soldados de Creatike. Convoco-os para que tomem suas armas em sua mão direita e seus escudos em sua mão esquerda. Preparem-se, pois hoje nós enfrentaremos o mal supremos. Iremos à fortaleza do rei, confrontá-lo face a face. E os jovens que hoje nos defenderam daquela ameaça mortal, nos guiarão rumo aos portais de Preato. Hoje nós retornaremos para casa. Hoje, nós conheceremos o poder do Pagpa que há poucos minutos os foi mostrado. E hoje! Hoje nós teremos nossa vitória!
Ao término do seu pronunciamento, um grande brado foi dado pela boca de todos os soldados e habitantes que ali observavam seu líder dizer tais palavras de ânimo para que os soldados se preparassem para um batalha da qual a surpresa maior seria saírem com vida.
— Partiremos em uma hora. Aprontem-se! – Disse Poluzi tornando aos jovens.
Ryan sorriu para Poluzi enquanto o mesmo se aproximava dele, tocando em seu ombro e dizendo:
— Deus esteja conosco.
— Não precisamos de Deus, apenas de nossa força – Respondeu Ryan – Venham pessoal.
Ryan conduziu os jovens até um quarto, onde havia um banheiro semelhante ao que havia na casa onde se trocaram pela primeira vez enquanto eram aliados de Katrina.
Após Rosie tomar seu banho, Ryan olhou para ela com interesse evidente. Tão evidente que a mesma percebeu.
— Você nunca vai me comer – Disse Rosie, sendo bem direta.
— Nunca diga nunca, Justin Bieber – Respondeu Ryan com um sorriso malicioso fazendo Rosie revirar os olhos.
— Que nojo.
— Se eu fosse você eu nem tentava, parceiro – Disse Alex brincando com a adaga da Rosie.
— Ah qual é. Eu sei qual é a dela.
— Eu só sei que você não vai conseguir nada.
— Por que acha que não?
Alex prendeu a adaga na mesa de pedra e olhou para Ryan.
— Porque ela não gosta de playboyzinhos.
— Não me chame de playboy, você não sabe o que eu passei.
— Nossa, que frase mais carregada de trevas e solidão – Zombou Rosie – Se cortava na banheira chorando a morte da mamãe?
Ryan olhou para ela, sem dizer nenhuma palavra, o que já falou muito por si só.
— Sinto muito – Se desculpou Rosie.
— Esquece – Disse Ryan.
— Como veio parar aqui? – Perguntou Alex.
— Isso é mesmo importante?
— Não, não é.
— OK. Eu estava indo levar o meu irmão até a escola. Foi quando ele achou uma pedra e me mostrou, eu o disse para jogar a pedra fora e ele jogou no esgoto. Daí quando eu estava indo para o Sun-read-math...
— Espera, Summath? O grupo dos fracassados que gostam de ler? – Perguntou Rosie.
— Fracassados é seu... Enfim, quando eu estava voltando eu a achei num córrego do lado de um parque. Daí eu a peguei porque era muito bonita. No caminho eu senti ela vibrando e vi umas escrituras nela quando a peguei.
— Espera, deixa eu adivinhar – Disse Alex – Daí ela dizia para você não colocá-la num determinado lugar e você colocou daí tudo aconteceu.
— Na verdade eu simplesmente a coloquei do lado da minha cama e quando acordei, eu estava aqui.
— Então você não sabe como veio parar? – Perguntou Rosie.
— Não, não sei.
— E como conseguiu seus poderes?
— Quando fui levado ao rei eu estava com a pedra na mão. Ele então tentou a tomar, mas eu a segurei e corri. Enquanto corria eu tropecei e caí numa fossa cheia de uma água quente. Depois disso, só acordei quando eu estava preso, pronto a ser fuzilado com os cetros deles. Mas quando atiraram, de alguma forma, eu consegui desviar de todas as suas balas. Foi quando senti algo formigando em minha mão – Disse ele levantando a manga de sua jaqueta, mostrando uma marca em sua mão da cor do Pagpa – Daí eu fugi e encontrei Poluzi. Ele me salvou dos soldados que me perseguiam.
— Entendi – Disse Rosie.
Alex percebeu que sua amiga estava muito calada.
— Luna, o que foi? – Perguntou o amigo.
— Quando eu entrei na mente de Neo eu vi uma coisa... – Respondeu Luna.
— O que foi? – Perguntou Rosie assentando-se ao lado dela.
— Neo é doente.
— O quê? Como assim? – Perguntou a amiga.
Alex virou-se e tentou sair sorrateiramente.
— Quando eu entrei na mente dele eu vi que ele tem uma doença letal. E você Alex! – Alex se virou – Você nunca me contou, mas por quê?
Alex bufou e colocou as mãos na cintura, abaixando a cabeça e levantando em seguida.
— Porque ele não queria que eu contasse. Ele não queria nem que eu soubesse – Respondeu o amigo.
— Mas por quê?
— Porque ele não queria nos preocupar, Luna. Olha, não me culpe, eu apenas respeitei a decisão dele e eu não quero mais falar sobre isso.
— Mas eu quero.
— Problema é seu. Pergunte a ele quando o encontrarmos.
Luna se calou e todos ficaram de cabeça baixa.
— Me conte mais sobre esse tal de Neo – Pediu Ryan.
Alex respirou fundo e disse para Ryan, olhando para o chão.
— Neo é o tipo de cara que você quer por perto. É o amigo do qual você faz de tudo para ver feliz. Se você tem algum problema, ele se sensibiliza com você. Ele chora com você, ri com você, sofre com você. Neo é um tipo raro de pessoa. Ou pelo menos era.
— Como assim?
Alex olhou para Luna e decidiu se abrir.
— Depois de um ataque que Neo teve na festa do Jarold, um colega nosso, ele descobriu que o estado dele piorou. Ele tem uma doença que, basicamente, pode matá-lo a qualquer instante e o meu medo é que isso venha a acontecer dependendo da intensidade com que ele use seus poderes.
— Sim, mas você disse: “pelo menos era”...
— É que foi depois da crise que ele teve que ele ficou diferente. Ele começou a me odiar ainda mais por algo que eu fiz por ele e ele ficou recluso. Ficou muito fechado em seu próprio universo. Ficou disperso e parecia estar desacreditado em tudo. Não era mais o Neo que nós conhecíamos.
Luna abaixou a cabeça.
— Mas... Se ele pode ter esse... “Ataque”, – Disse Ryan fazendo sinal de aspas com o dedo indicador e médio juntos de ambas as mãos – então como faremos para tê-lo de volta sem fazê-lo morrer?
— Eu não sei. – Respondeu Alex – Eu só sei que não vou deixá-lo morrer aqui.
— Temos que livrá-lo do controle mental do rei – Disse Rosie.
— Sim, mas nossa única chance é uma telepatia maior que a dele – Comentou Ryan.
— Luna... – Disse Alex pegando na mão da amiga – Você é nossa única chance.
— Não dá. Eu não cons...
— Nunca diga que não consegue se você ainda não tentou com todas as suas forças. Por favor, você é o elo mais forte que Neo tem de todos nós e você é a única capaz de trazê-lo de volta. Ele precisa de você.
Luna olhou para o lado, pensando. Ela tinha inúmeros lapsos de memórias sobre os momentos em que ela e Neo estavam juntos. Momentos felizes, momentos de aflição e tristeza. Foi quando ela percebeu que independente da situação, seu amigo estava lá, abraçando-a e fazendo de tudo para que as coisas dessem certo.
— Ele sempre fez tudo por mim. É minha hora de retribuir – Disse ela olhando para Alex que beijou sua testa.
— Certo, então vamos.
Após os jovens fazerem todos os preparativos, eles se encontraram com o rei e seus novecentos soldados que, munidos de seus certos, partiram rumo ao palácio do rei através dos bosques que o cercavam.
Enquanto exploravam o local, eles ouviram um barulho.
— Deixa que eu vou averiguar – Disse Ryan, se embrenhando no bosque.
Segundos depois Ryan é jogado aos pés dos jovens, fazendo os soldados pegarem suas armas e apontarem para frente. Luna ajudou o jovem a se levantar.
Todos estavam atentos olhando para frente, até que um monstro encouraçado, com mãos de caranguejo com quatro pares de olhos sendo dois grandes e quatro pequenos que se estendiam verticalmente pela base dos dois chifres superiores que se apoiavam sobre os enormes cabelos do monstro que possuía mais dois chifres abaixo de sua mandíbula que sustentava uma arcada dentária capaz de dilacerar montanhas. Seu tamanho se assemelhava a de um prédio. Ele possuía músculos fortes que serviam de proteção contra as rajadas que os cetros soltavam que não era capaz de nem sequer dar um arranhão no monstro. Seus pés de cavalo eram ligeiros e esmagavam o chão ao seu redor, fazendo o solo tremer e rachar.
— Ryvik, o lorde dos bosques – Disse Ryan.
— Como derrotamos isso? – Perguntou Alex.
— Temos que arrancar seus chifres e perfurar seu coração com o ele.
— E qual a dificuldade disso? – Perguntou Rosie.
De repente o monstro solta um raio que desintegra 100 homens em um piscar de olhos.
— Essa é a dificuldade – Disse Poluzi – Vão!
Alex então voou até os olhos do monstro que fitou nele e tentou usar suas garras para cortá-lo. Alex desviou de uma de suas garras e a segurou, tentando arrancá-la, mas o monstro lançou uma rajada de seus chifres inferiores, fazendo Alex largar.
— Droga, ele é imune ao próprio raio – Comentou mentalmente o jovem.
Sem que ele pudesse perceber, das costas do monstro saiu algo muito parecido com seu intestino delgado, porém, no que seria o duodeno, era uma espécie de boca, que tornou a forma de um rosto, com seis olhos horizontais, sendo três em cima e três embaixo. Da sua boca eram expelidas rajadas aerocinéticas que lançaram Alex ao chão.
— Por que não me avisou disso? – Perguntou Alex a Ryan.
— Você não perguntou – Respondeu Ryan, desviando-se de um tronco de árvore que caíra sobre si.
— Como vamos acabar com isso? – Perguntou Luna.
— Pai... – Chamou Ryan.
— Vá meu filho – Respondeu Poluzi.
— Certo, Alex! Venha aqui.
— Fala – Disse Alex.
— Preciso que me leve até o bicho nas costas do monstro.
— Para quê?
— Eu consigo anular o poder dele, mas preciso de cobertura.
— Eu vou com vocês – Disse Luna – Posso te proteger dos ataques do monstro.
— Ok. Gostosa! – Chamou Ryan a Rosie.
— Só o Neo me chama assim – Respondeu ela.
— Que porra é essa? – Exclamou Luna.
— Que seja. Você tem que entrar dentro do monstro e atingir um local brilhante dentro dele.
— O quê? Mas não temos que introduzir o chifre no coração?
— Mas não dá para pegar no chifre, pois senão ele vai te dissolver. Você tem que arrumar uma maneira de atingir o local brilhante no fim do estômago do monstro.
— Não tem outro jeito?
— Vai logo, é a única forma de derrotá-lo. Dentro dele você tem que ficar invisível senão ele te sufocará.
— Vamos logo – Disse Alex.
Luna subiu nas costas do amigo, Rosie abraçou Alex pela esquerda e Ryan pela direita. Alex então voou até a cabeça do monstro que usava seus cabelos como cordas para pegar os soldados e lança-los a distância, matando-os.
___________________________Luna e Ryan__________________________
Luna pegou na mão de Ryan e pulou nas costas do monstro onde havia aquele ser gosmento e alongado nas costas de Ryvik. Luna impedia que os cabelos pegassem os dois, através de visões prévias dos ataques e utilizando seus escudos.
— Vai logo, moleque – Disse ela.
— Estou tenta...
De repente o monstro das costas de Ryvik solta uma gosma que prende Ryan.
__________________________Alex e Rosie___________________________
Alex põe Rosie nas costas e vai até a boca de Ryvik. Ele então abre a boca do mesmo, deslocando sua mandíbula, mantendo-a aberta com seus braços e pernas.
— Vai logo! – Exclamou ele.
Rosie ficou invisível e entrou dentro do monstro com a adaga na mão, descendo através de seu esôfago até chegar no estômago, onde ela enganchou sua adaga na cárdia do referido órgão antes que pudesse ser dissolvida pelo suco gástrico que preenchia toda a extensão do estômago do monstro.
Alex soltou a boca do mesmo ao ouvir a voz de Ryan. Ele voou até o jovem e segurou antes que o mesmo pudesse cair, invertendo a gosma, fazendo-a soltar-se do corpo de Ryan. Alex o jogou de volta a Luna que o ajudou a subir e chegar perto do monstro das costas de Ryvik. Ryan então tocou no monstro e, através de seu poder de anulação de habilidades, impediu com que o ser soltasse mais rajadas de raios.
_______________________________Rosie____________________________
A jovem então viu o objeto brilhante no piloro do estômago de Ryvik, porém o suco gástrico o protegia. Ela então percebeu que a única forma seria esvaziar o estômago do monstro. Rosie escalou com sua adaga até a cavidade bucal do monstro e pulou em sua úvula que era coberta por espinhos, fazendo com que a mão da jovem fosse perfurada para que assim ela pudesse se fixar. Ela então subiu usando os espinhos até a base da úvula e a introduziu sua adaga na mesma.
O monstro então sentiu ânsia de vômito, o que obrigou Rosie a sair e se pendurar nas barbas do mesmo. Após Ryvik regurgitar, Rosie subiu novamente na boca do monstro que, por ser grande, não sentia a mesma em sua cavidade bucal. Tal cavidade estava meio ácida, o que fazia com que em cada lugar que Rosie encostasse, causava ferimentos como queimaduras nela. Rosie então desceu, rasgando todo o esôfago do monstro até cair no seu estômago, onde ela pode furar uma estrutura brilhosa no piloro do estômago. O monstro gemeu e Rosie subiu pela cavidade do intestino delgado do monstro, onde fora sair na boca do monstro que se localizava nas costas de Ryvik, toda cheia de gosma.
Alex então vira que Rosie saiu e voou até o chifre inferior do monstro, usando toda sua força para quebra-lo de sua base. O monstro se movimentava tentando impedir, desequilibrando Luna, Ryan e Rosie que quase caíram. Alex finalmente conseguira arrancar o chifre do monstro e o lançou contra o coração do mesmo.
Ryvik então paralisou-se imediatamente e começou a cair de costas, exatamente onde os jovens estavam. Alex voou até os jovens e os pegou, porém Ryan escorregou de sua mão e caiu no chão, quebrando diversos ossos de seu corpo. Alex colocou os amigos no solo e foi ver Ryan.
De repente ele ouvira uns barulhos de ossos se mexendo e Ryan começou a se levantar, até que ficou intacto novamente e todas suas feridas cicatrizaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem e deixem sua opinião. Amo vocês. Até a próxima e beijos do THE.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Acampamento - INTERATIVA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.