O Acampamento - INTERATIVA escrita por THEstruction


Capítulo 11
Capítulo 10: Tente Não Morrer


Notas iniciais do capítulo

Rélou Gáis, uara miss.
Como vocês estão? Enfim, demorei, mas tentei recompensá-los com esse capítulo. Espero que gostem, boa leitura, nos vemos lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644425/chapter/11

— Alex, quer que eu o amarre?

— Não precisa, Bia. Ele pode teleportar novamente.

— E o que vamos fazer?

— Esperar a Rosie ver como ele está, Luna.

— Eu vou vê-lo.

Alex segurou no braço de Luna e disse:

— Não Lu. Deixe Rosie cuidando dele.

— Ele é minha responsabilidade.

— Não, você é responsabilidade dele. E eu tenho certeza que ele está bem. Ele não te deixaria.

Luna ficou olhando enquanto Rosie, agachada, olhava os sinais vitais do parceiro. Ela então se põe de pé e vira-se para Luna que corre em sua direção.

— Ele está bem? – Pergunta Luna.

— Está inconsciente – Responde Rosie – Não dá para saber se houveram alguns danos físicos ou mentais. Ele está um pouco ferido da luta com o merdinha ali, então fica difícil de saber se houveram alguns danos além dos golpes físicos que recebeu. Ele liberou muita... Sei lá o que era aquilo. Não sabemos o que pôde ter acontecido com ele ou com o Pagpa. Só sei que nunca vi isso em toda minha vida.

Luna então sentou-se, colocou a cabeça de Neo sobre suas pernas e derramou algumas lágrimas.

— Vai ficar tudo bem, gatinho. Vamos para casa e voltaremos a nos divertir como sempre. Eu prometo – Disse Luna, beijando a extremidade direita do lábio de Neo – Eu te amo.

Alex se aproximou e tomou o amigo nos braços.

— Temos que ir – Disse ele.

De repente, Spectro tentou levantar, desorientado. Foi quando Luna, preenchida por um ódio muito grande, partiu para cima do mesmo. Ele tentou teleportar, no susto, porém, ao tentar mover suas moléculas, elas não acompanhavam seu comando, a areia ao redor apenas se mexia levemente, porém as partículas do corpo de Spectro continuavam imóveis, fazendo-o ficar vulnerável ao soco cruzado de direita certeiro de Luna que o derrubou. Ele tentou ficar de pé, porém Luna deu um chute em sua barriga. Antes que Beatriz esticasse seu braço para tentar impedir a amiga, Luna previu seu movimento 2 segundos antes e criou uma barreira entre as duas, sem parar de chutar Spectro que, enfraquecido, não conseguia nem ao menos falar. Luna o pegou pelo pescoço e o socou ainda mais na face, até sua máscara cair, revelando uma parte de seu rosto completamente desfigurada.

Rosie então chegou perto de Luna e disse:

— Isso não vai fazer Neo acordar.

Luna olhou para ela e depois para Spectro, jogando-o no chão.

— E agora o que a gente faz? – Perguntou Beatriz.

— Vamos andando – Disse Katrina.

— De jeito nenhum, vamos procurar abrigo e cuidar do Neo – Disse Alex com o amigo nos braços.

— Temos que chegar o mais rápido possível – Disse Katrina aproximando-se de Alex.

— Só prosseguiremos quando Neo acordar. A menos que queira ir sozinha e já que precisa tanto da gente, acho que você vai ficar sim.

Katrina o encarou por alguns segundos, virando o rosto em seguida.

— Ótimo. Rosie, tem algum lugar seguro com comida e água para cuidarmos do Neo?

— Tem a vila dos Mitleos a uns três quilômetros – Respondeu Spectro de pé.

Todos fitaram nele com um olhar ameaçador. Suas feridas se fechavam a medida que ele tentava se colocar de pé.

— Calma, não quero mais brigar com vocês – Disse ele.

— E o que você quer? O Pagpa? – Perguntou Luna.

— Mesmo se eu quisesse não haveria como tê-lo. Vocês são o Pagpa.

— E teve que brigar com o Neo para isso? – Perguntou Alex.

Spectro olhou para Neo e disse a Alex:

— Seu amigo verdadeiramente me venceu. Ele tem meu respeito.

— Chega de papo furado – Disse Katrina – O que ainda está fazendo aqui?

— Eu quero ir com vocês.

— Nem fudendo – Disse Luna.

— Olhe, eu conheço essas terras mais do que qualquer um. Conheço os lugares mais obscuros e sombrios dos quais vocês jamais desejariam passar, e eu desconfio que vocês estejam indo até Poluzi, certo?

— Como sabe? – Perguntou Rosie.

— Eu o conheço tão bem quanto a moça aí – Disse ele apontando para Katrina.

— Então vocês dois já tiveram uma história...

— Isso não é da sua conta.

— Vamos pessoal, esqueçam esse verme – Disse Alex, dando as costas para Spectro, que finalmente conseguiu se teleportar para frente dele. Alex suspirou olhando para o lado e revirando os olhos.

— Olhe, eu sei que o que vocês querem e vocês não precisam saber o que eu quero. Só quero uma chance de...

— De...?

— Nada. Eu vou com vocês.

— Alex... – Disse Beatriz.

— Está tudo bem, vamos ver qual é desse cara.

— Você só pode estar de brincadeira – Disse Luna puxando Alex pelo ombro – Vai deixá-lo ir com a gente só porque ele quer? E se ele...

— E se ele o quê? Luna, você viu o que ele fez com a gente. Se não fosse Neo estaríamos mortos. Ele não vai tentar nada, senão já teria nos matado para ter o Pagpa. E mesmo se ele tentar, temos um alerta de segurança – Disse Alex piscando para Luna.

— Alerta de segurança é o seu...

— Vamos pessoal – Chamou Spectro.

Eles então seguiram o misterioso homem que colocou sua máscara de novo e os guiava rumo à vila dos Mitleos.

Após algumas horas andando, começaram a conversar.

— Bia, quando foi a última vez que viu o seu irmão? – Perguntou Luna.

— Há cinco meses – Respondeu Beatriz – Não o vejo desde que ele foi morar sozinho.

— E seus pais, notícia deles?

— Não, e não faço questão de saber deles.

— Credo Bia, por que não?

— Você iria ficar feliz se alguém te abandonasse para seguir um sonho ridículo como o deles?

— Eu... Eu acho que não.

— Então não fala nada.

— O que eles fizeram com você, Bia? – Perguntou Rosie.

— Eles simplesmente me abandonaram ainda pequena para seguirem como Hippie no Brasil.

— O quê?

— É isso aí. Pelo que parece eu era um estorvo na vida deles. Então tive que criar meu irmão sozinha e dar à ele o que meus pais não me deram: amor.

Spectro então parou.

— O que foi? – Perguntou Alex.

Ele se virou e disse ao grupo:

— Isso vai parecer meio estranho, mas precisam acreditar e mim.

— Lá vem mais um truque... – Murmurou Rosie.

— Não é truque. Olhem, os Mitleos são como indígenas, porém são um povo hostil e imprevisível com visitantes que não sabem seu ritual de passagem, principalmente com humanos. Eles existem há muito tempo, nasceram junto com o Pagpa, então alguns deles possuem habilidades incríveis, mas não tanto quanto nós. Mas, eles podem ser um pé no saco se quisermos passar.

— E o que você sugere? – Perguntou Beatriz.

— Alex, você fará o ritual.

— E o que eu faço? – Perguntou Alex.

— Você vai brigar com o chefe de batalha deles. Muskox.

— “Boi-Almiscarado”? Está de sacanagem que um chefe de batalha tem esse nome – Comentou Luna.

— Luna, cala a boca, deixa eu me concentrar – Pediu Alex – Continue Spectro.

— Você deve vencê-lo, mas não matá-lo em hipótese alguma. Ok pessoal, agora prestem atenção: fiquem atrás de mim e deixem que eu cuido de tudo. Entenderam?

— E se isso for um truque seu? – Perguntou Katrina.

— Para que um truque se eu posso matá-los agora mesmo?

Spectro então foi em direção à vila.

Ao se aproximar, ele levantou a mão com o punho fechado para que todos parassem. Alex colocou Neo no chão e olhou atentamente enquanto Spectro se comunicava com os homens da vila que estavam escondidos atrás das inúmeras árvores que fechavam a entrada da vila. As árvores então começaram a pegar fogo sem se consumir, mas era uma chama azulada.

— O que está fazendo? – Perguntou Beatriz.

— Tentando uma aproximação amigável, que será inútil e logo as árvores ficarão...

De repente a coloração das chamas mudou para vermelho-amarelado.

— ... Vermelhas... Eles vão descer a qualquer momento, não se esqueçam: independente do que fizerem, só ataquem se eles atacarem vocês primeiro.

— Mas você diss...

— Eu disse que eles são imprevisíveis.

De repente um homem desce da árvore e em seguida, cerca de 20 homens também fazem o mesmo. O que desceu primeiro era o chefe deles. Ele vestia-se de uma armadura de metal que cobria suas partes íntimas. Ele possuía um machado de longa haste. Ombreiras de metais cobriam a parte dos membros superiores dele. Seus chifres eram grandes e grossos a parte inferior de seu corpo e seus braços eram como de carneiros. Os demais possuíam armas diversas, como espadas, barras resistentes feitas de madeira, arco e flechas, entre outras.

Alex e seus amigos olhavam para aqueles homens com um pouco de medo em seu coração. Eles se comunicavam com Spectro através de grunhidos, sendo Spectro o único dos sete jovens que entendia o que eles falavam.

— O que estão dizendo, Spectro? – Perguntou Rosie.

— Eles estão desconfiados de vocês – Respondeu Spectro.

— Tente dizer que nosso amigo está ferido e precisa de ajuda – Falou Alex.

Spectro então fez como Alex pediu. Foi quando o chefe dos homens e seus subordinados foram em direção dos jovens.

— Não os encarem. Evitem contato visual.

Eles se aproximaram e começaram a cheirar e os tocar. De repente um dos homens fica olhando para Beatriz que evita contato visual com ele. Ele então pega sua flecha e tenta cortar o braço dela que se estica e impede o corte. Esse homem então dá um grito, fazendo todos apontarem as armas para os jovens. Spectro tenta mediar a situação e após alguns segundos de diálogo, ele aponta para Alex que o olha sem entender. Os homens então formam um círculo.

— Meninas, se afastem e levem Neo com vocês – Disse Spectro.

Luna então pegou seu amigo e o arrastou até o canto, perto de uma das árvores.

— E Alex... Tente não morrer – Pede Spectro afastando-se.

— Como ass...

Antes que Alex terminasse, o chefe começa a correr em sua direção e tenta desferir um golpe com o machado, porém Alex dá um mortal para trás, com a mão no chão atrás de si e abrindo as pernas, fazendo com que o machado passe por entre elas, não o ferindo.

Muskox então tenta novamente ferir Alex, que segura em seu machado e dá um soco usando sua superforça no abdômen do seu inimigo, não causando dano nenhum. Muskox então ri e pega Alex pelo pescoço. Um soco dele faz com que Alex caia fora do circulo, a alguns metros de distância. Levantando poeira. Dessa poeira, surge Alex, voando e atingindo o enorme homem que apenas se afasta com a força do impacto. Ele então demonstra-se ágil ao correr para cima de Alex, pulando e tentando acertar um golpe com o machado. Alex desvia para o lado e voa até as costas do monstro. Ele então voa mais para cima e diz:

— Isso eu chamo de... – Alex então junta duas mãos e cai velozmente em direção ao chefe dos homens – Strike!

Ele então atinge as costas do homem, causando um forte impacto, fazendo com que todos presentes na roda fossem jogados para trás.

Muskox então se levanta enquanto Alex o observa. O chefe bate seu martelo no chão fazendo com que o solo se rache em direção a Alex e, ao chegar em seus pés, uma raiz bem grossa começa a se enrolar envolta de seu tornozelo direito, ele tenta chutar a raiz e voar para se safar, mas ela o prende no chão. Logo em seguida sai mais uma raiz que prende sua outra perna. Ambas começam a se esticar e subir por toda a extensão de sua perna até o tronco e por fim o envolveu por completo. Muskox olhava a tudo e ao constatar a imobilidade de seu adversário, deu um grito de vitória, que foi acompanhado por seus subordinados que levantaram suas armas, glorificando.

Porém a glória durou pouco, foi quando o casulo explodiu, lançando pedaços para todos os lados. Muskox e seus soldados olhavam sem entender como Alex quebrara as raízes de uma legítima Pteurio escarlate, a “árvore-prisão”.

— Como? – Perguntou Spectro.

— Inversão de poderes – Respondeu Alex, ofegante por ter ficado sem ar – O que me prende, me solta.

De repente, as narinas de Neo começam a derramar muito sangue.

— Droga! – Exclama Rosie – Alex! Você precisa se apressar.

— Quer vir no meu lugar?

— É o Neo. Ele está com hemorragia, se continuar sangrando assim, ele pode morrer.

Alex então olhou o amigo sangrando e Luna chorando por ele enquanto Rosie, Katrina e Beatiz arrumavam folhas e tiravam suas blusas para estancar o sangramento. Ele olhou para Muskox que urrava como um cavalo e partiu para cima do oponente.

Alex desviava dos socos e chutes de Muskox, revidando gradativamente. Quando o chefe decidiu acertá-lo com o machado , Alex o segurou, socou seu rosto, pegou o machado e, com ele, destruiu as ombreiras do chefe. Alex então voou para trás e bateu o machado no chão, como o chefe fez, fazendo com que as raízes fossem até Muskox e o prendessem. Porém, antes que chegasse até seu pescoço, Alex soltou o machado e as raízes pararam de subir. Alex andou até o chefe que tentava se soltar e, ao ver seu oponente parado em sua frente, ele mordeu seu próprio lábio até sangrar. Alex olhou para Spectro que o explicou:

— Ele se rendeu.

Alex então tocou na raiz e ela se rompeu como com ele.

Spectro começou a se comunicar com o chefe que trouxe seus subordinados para que viessem até ele. Eles levantaram suas armas e pronunciavam palavras como de saudação, vibrando como se estivessem felizes.

Muskox deu a ordem para que abrissem os portões e os mesmos se abriram. Então foi revelado alguns moradores olhando para os jovens, atônitos. Alex foi até Neo e pegou o amigo nos braços e depois entraram lentamente para o interior da vila, onde haviam vários moradores. Uma idosa da vila apareceu e viu Neo nos braços de Alex. Ela tinha os mesmos aspectos físicos que os soldados, porém era visível sua idade avançada por conta da pele enrugada e flácida e por conta da cor de seus cabelos que eram esbranquiçados indicando avançada idade. A anciã então fez sinais com o braço e mão direitos para que Alex a seguisse. Ela o levou até uma tenda coberta pelos galhos planos de uma árvore com folhas largas que se estendiam até as outras três árvores que serviam como colunas e seus galhos e folhas como telhado, protegendo do sol e chuva.

Alex deitou o amigo numa espécie de cama feita de madeira, folhas e algo parecido com um tecido que a recobria. A anciã então chamou outras mulheres mais jovens para a ajudarem. As Mitleoseanas tinham um rosto muito parecido com uma face humana feminina, cabelos variados, sendo lisos, cacheados e alguns ondulados. Elas checaram os sinais vitais de Neo e logo depois pegaram algumas ervas e pequenos pedaços de árvores que estavam em potes. Elas socaram os galhos e folhas num pote de folhas e tampa de mesmo material e colocaram na língua de Neo. O caldo que era verde, tornou-se vermelho. Elas então olharam para a mulher mais velha e falaram algo. A anciã pediu através de sinais para que Rosie pegasse um pote de madeira que estava numa prateleira acima dos jovens. Rosie pegou, abriu e cheirou o pote, fechando-o em seguida, olhando para baixo.

— Mel de Titanium?! – Murmurou ela.

— O que foi, Rosie? – Perguntou Beatriz.

— Nada, é que... Mel de Titanium é um líquido usado para curar hemorragias e impedir danos relacionados aos órgãos internos.

— Isso é ótimo, deem logo a ele – Disse Luna.

— Não... É que...

— É que ele causa uma dor por conta de uma substância liberada que pode levá-lo a ter uma desordem mental. Se ele sobreviver à dor, pode ser que ele enlouqueça, para sempre – Disse Katrina.

— Mas... Mas não há como amenizar a dor ou fazer outra coisa, sei lá? – Perguntou Luna olhando para o amigo.

— Infelizmente não, gatinha. É o único jeito – Respondeu Rosie.

A anciã então pegou o pote da mão de Rosie e pediu a uma das mulheres-enfermeiras que fizessem um furo na altura do processo xifoide de Neo. A enfermeira então pediu a adaga de Katrina que a entregou. Ela então fez um furo no tal lugar e limpou um pouco do sangue que saiu de Neo. A enfermeira destampou o pote. Rosie pediu para que todos segurassem Neo.

— Por que estamos o segurando? – Perguntou Alex.

— Ele vai se debater muito e não sabemos que tipo de reação o líquido pode ter em contato com o sangue do Neo já que nele flui o... “Vocês sabem o que”.

— Certo.

— Luna e Beatriz.

— Diga – Respondeu Luna.

— Se preparem.

A enfermeira então derramou um pouco do óleo do pote no furo que ela fez. Neo começou a se contorcer com o desconforto causado. Foi quando a enfermeira derramou todo o conteúdo sobre a ferida. Neo abriu seus olhos e começou a gritar histericamente de dor. Ele se debatia tanto que eles tiveram que usar toda sua força para segurá-lo. Luna segurava enquanto se comovia com a situação do amigo.

— Calma meu bem, vai dar tudo certo – Disse ela.

De repente o corpo de Neo começou a ficar quente e depois pegou fogo. Porém, antes que começasse a queimar, ele se congelou imediatamente. Alex percebeu o que viria a seguir e mandou todos se afastarem. Foi quando um raio caiu sobre Neo, fazendo seus olhos ficarem azuis e seu corpo se eletrizar de tal forma que ele levitava sobre a cama. Beatriz mandou todos ficarem atrás dela e ela os envolveu com seu corpo, já que o mesmo funcionava como uma borracha e impedia a passagem de energia. Vários clones de Neo foram formados ao redor da tenda, mas eles não duravam mais que meio segundo e logo se tornavam areia.

O chão começou a tremer assustando a todos os moradores da vila. Até que de repente tudo parou e Neo caiu sobre a cama. Beatriz fez seu corpo retornar à forma normal e todos se levantaram e foram até ele para constatar que ele parara de sangrar, mas ainda estava inconsciente.

Rosie checava seus batimentos cardíacos, mas nem batimentos e nem respiração podiam ser sentidas. Ela então olhou para Alex, Luna e Beatriz e fez um sinal de “não”, levemente com a cabeça. Nesse momento Luna, começou a chorar enquanto diz:

— Não, não, não, não pode ser!

Ela ficou histérica e foi até Neo e começou a dar socos em seu tórax, gritando:

— Acorda Neo, eu imploro, acorda! Você prometeu, você me prometeu! Por favor acorda, você prometeu!

Alex a segurou e a levou para fora da tenda, abraçando-a enquanto ela chorava até perder suas forças, agachando-se no chão, sendo consolada pelo amigo.

— Eu sinto muito Luna, sinto muito – Alex lutava bravamente contra as lágrimas, mas o principal motivo de não se entregar à elas é o fato dele não acreditar que Neo morreu daquela forma.

Beatriz sentou-se ao lado da cama onde Neo estava e olhava perdidamente à frente, com as lágrimas caindo sobre suas bochechas que estavam vermelhas, assim como todo seu corpo pelo fato de ver seu amigo, morto, na cama.

Katrina e Spectro saíram da tenda e foram ver Luna. Rosie sentou-se ao lado de Beatriz e encostou a cabeça dela em seu ombro. Beatriz chorava de soluçar e depois de alguns segundos tentava dizer em meio aos soluços:

— Ele... Ele não pode... Ele...

— Shh, não precisa falar querida. Eu... Eu sinto muito – Disse Rosie, emocionada, segurando as lágrimas.

As enfermeiras então cobriram o corpo de Neo e pediram para que os guardas protegessem a tenda para ninguém chegar perto.

–-_##_-_##_-_##_-_##_-_##_-_##_-_##_-_##_-_##_-

À noite, os jovens foram no meio da vila e fizeram uma fogueira. Eles sentaram-se ao redor da mesma. Enquanto os outros comiam alguma coisa, olhando para o fogo, dispersos, Luna ficava de costas para todos, olhando para a tenda.

— Luna, vem conversar com a gente – Disse Alex.

Ela continuava calada.

— Luna... – Chamou Beatriz.

— O que é? – Perguntou Luna ainda de costas.

— Eu sei como você se sente...

— Não, Bia, você definitivamente não sabe. Se você tivesse apenas 1% da ideia do que ele significava para mim, você saberia como eu me sinto.

— Eu entendo, me desculpe... Eu só...

— Ele me prometeu, Bia...

— Luna, ele não tem controle sobre a morte. Ninguém tem.

— Chega disso! – Disse Alex – Ficarmos olhando para o nada não o trará de volta, nada o trará. Por que não sentamos e não fazemos uma homenagem a ele, agora?

— Que tipo de homenagem? – Perguntou Katrina.

— Não sei...

Eles pararam por um momento e Luna deu uma ideia.

— Ele adorava uma música.

— É verdade! – Disse Beatriz.

— Qual? – Perguntou Alex.

— Uma música da banda Imagine Dragons – Respondeu Luna.

On Top of The World?

— Isso!

— Eu conheço. É assim:

Alex então se sentou corretamente e começou a cantar, sendo acompanhado pelos seus amigos

**************************************************

“If you love somebody”

(Se você ama alguém)

“Better tell them while they’re here ‘cause”

(Melhor dizer a eles enquanto ainda estão aqui, porque)

“They just may run away from you”

(Eles podem simplesmente fugir de você)

“You’ll never know quite when, well”

(Você nunca saberá exatamente quando)

“Then again it just depends on”

(Então, novamente, só depende de)

“How long of time is left for you”

(quanto tempo resta para você)

“I’ve had the highest mountains”

(Eu tive as montanhas mais altas)

“I’ve had the deepest rivers”

(Eu tive os rios mais profundos)

“You can have it all, but life keeps moving”

(Você pode ter tudo, mas a vida continua se movendo)

“Now take in but don’t look down”

(Agora entenda isso, mas não olhe para baixo)

**************************************************

Alex se pôs de pé, e seus amigos também. Eles levantaram suas mãos, fecharam seus olhos e se prepararam para cantar o refrão com toda a entonação e animação. Foi quando uma voz suave e bonita os acompanhou:

*******************************************************************************************

“‘Cause I’m on top of the world, hey”

“I’m on top of the world, hey”

**************************************************

Nesse momento, todos olharam para trás para ver de quem se tratava. Luna então sorriu ainda de olhos fechados e simplesmente se virou e correu em direção da voz, abrindo seus olhos e tendo a imagem que esperava há tantas horas que pareciam anos.

Ela abriu seus braços e se jogou diante da figura à sua frente enquanto seus amigos continuavam cantando o refrão da música.

Ela então, caída sobre o homem de óculos sujos se pôs a chorar de alegria dessa vez.

— Eu nunca quebro minhas promessas – Disse ele – Principalmente se forem para você.

— Seu filho da puta do caralho! – Disse Luna beijando Neo logo em seguida.

Os outros amigos começaram a correr em direção de Neo que ainda era beijado por Luna.

Ela então parou de beijá-lo com um sorriso no rosto e ele também. Neo então se levantou assim como Luna e abraçou Katrina, Alex, Beatriz e Rosie, sendo que a última lhe deu um beijo no rosto e disse:

— Não morra agora, gatinho. Ainda temos muito pela frente – Disse Rosie piscando para ele em seguida.

— É bom ter você de volta, “nerdão” – Disse Alex levando seu braço para a direita para apertar a mão de Neo.

— Eu nunca os deixei – Disse Neo apertando a mão do amigo.

— Achei que nunca mais iria te abraçar – Disse Beatriz dando um abraço apertado no amigo – Eu te amo.

— Também te amo, Bia. Não se preocupe, está tudo bem.

Katrina foi até Neo e ficou de frente para ele com um sorriso em seu rosto.

— Vai me abraçar ou vai fazer cú doce? – Perguntou Neo.

— Sempre soube que você tinha potencial – Disse Katrina abraçando-o em seguida.

Neo então olhou para Spectro, no fundo e fechou a cara.

— Não se preocupe, ele está com a gente agora – Disse Katrina

Ele então foi em direção de Spectro e parou a sua frente. Eles se encararam por um momento. Neo então deu um sorriso e estendeu sua mão direita.

— Seja bem-vindo – Disse Neo.

Spectro continuou olhando para Neo, mas depois cedeu e apertou sua mão, sem falar nada.

— Partimos ao amanhecer? – Perguntou Katrina.

Neo olhou para ela e disse:

— Como quiser, capitã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem, deixem sua opinião. Ela é importante para o desenvolvimento da fic que é feita para vocês :) Até a próxima e beijos do THE.
PS: coloco a foto do chefe no próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Acampamento - INTERATIVA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.