— Tem certeza disso, Alex?! – Perguntou Luna.

O monstro então disse:

— O que estão fazendo aqui?

— Não queremos problemas – Disse Katrina – O que aconteceu com a flo...

— Não foi isso que eu perguntei.

— Mas é o que eu estou falando. Continuando, o que aconteceu com a floresta dos Puxa-Puxa?

— Os Puxa-Puxa? Haha! Aqueles animais ridículos precisavam ser controlados ou exterminados.

— E como não se controlam animais selvagens e inteligentes...

— Exatamente. E agora, voltem ou conheceram como se extinguiu a floresta dos Puxa-Puxa.

— Não vamos voltar – Disse Neo.

— Péssima ideia – O homem se virou e disse aos outros três – Matem-nos.

Eles então deram um grito longo e partiram para cima dos jovens junto com os homens de areia solidificada.

— Separem-se! Gritou Alex, socando um dos homens que teve a parte socada perfurada.

Luna então teve um flash mostrando alguns minutos à frente, no futuro.

Luna's vision on

Neo estava sangrando por todos os orifícios superiores, tentando se colocar de pé, enquanto uma grande quantidade de energia emanava de seu corpo em direção ao que parecia ser uma sombra ajoelhada.

Luna's vision off

Luna ficou estática parada, e quando voltou à consciência, um dos monstros pulou em cima dela. Neo criou um clone que foi atingido pelo monstro-soldado, tornando-se areia em seguida, dando tempo dele congelar o soldado e o destruir com uma rajada de raio.

— Luna, acorda! – Gritou ele.

Luna então correu em direção à Neo, jogando rajadas de energia e batendo com seu bastão nos monstros que apareciam em seu caminho. Enquanto isso, Beatriz corria ao redor dos monstros tentando chegar até os gigantes que, diferente do aracnídeo que enfrentaram, era mais rápido e ainda mais forte. Rosie ficou invisível e subiu até a nuca de um dos monstros, enfiando sua Katana com precisão na primeira vértebra e arrastando-a com o peso do seu corpo através do braço de Beatriz que a puxava pela perna direita até que as vísceras do monstro caiu no chão, fazendo-o ajoelhar. Cada uma das vísceras se tornou um soldado, na mesma quantidade dos que o formaram que se dissiparam na areia após correrem.

Katrina lutava contra dezenas de homens sozinha, eliminando-os um por um. Neo chamou Alex e Beatriz, que se aproximou dele.

— O que foi? – Perguntou Alex.

— Um pouco de física para vocês: Alex preciso que você levite sobre o chão e Bia, segure na mão de Alex e corra o mais rápido que puder em direção ao monstrengo enorme ali – Disse Neo apontando para o grande monstro que tentava acertar Rosie, sem sucesso por conta da agilidade dela em escapar de seus golpes – e se prepare para um soco bem gostoso, Alex.

— Certo, vem Bia – Alex pegou na mão de Beatriz e levitou.

Luna apareceu.

— Lu, proteja-os – Pediu Neo.

— Ok – Respondeu Luna.

Luna criou um escudo de energia ao redor de Beatriz e Alex.

— Agora! – Gritou Neo.

Beatriz então correu por entre os monstros que pulavam no escudo, sendo repelidos pela energia cinética nele contigo. Alguns metros antes de chegar no monstro Beatriz grita:

— Vai!

No mesmo instante em que Luna desfaz o escudo, Beatriz lança Alex contra o monstro que o vê se aproximando e tenta atingi-lo, porém, Alex fecha seu punho e soca o punho fechado do monstro, o que gera um golpe tão forte que simplesmente dissolveu o monstro e todos os soldados que o formavam, assim como alguns ao seu redor e criou uma cratera em meio a areia.

Alex caiu no chão. Foi quando os demais soldados começaram a se dissolver também.

— Acabou? – Perguntou Rosie.

— Acredito que sim – Respondeu Katrina.

— Como sabia, Neo? – Perguntou Luna.

— Lá vem a Wikipédia... – Comentou Rosie.

— Quando maior a aceleração, maior a força, que no caso criou uma onda de impacto de pequenas dimensões, suficiente para destruir alguns deles e fazer os outros correram – Explicou Neo.

— Bravo, mas você não é tão inteligente assim – Disse uma voz vinda de alguns metros.

Eles olhavam para todos os lados procurando de onde saíra a voz. Foi quando Luna decidiu lançar um sonar telepático à procura de quem falou. De repente ela sentiu algo alguns metros à frente de Neo, porém abaixo dele. Ela então sentiu algo vindo contra o amigo.

— Neo! – Gritou ela.

Neo então olhou para ela, porém, quando ele ouviu o barulho de areia se mexendo, virou seus olhos para frente e eis que uma figura preta surge na frente dele com uma faca, indo em direção ao seu abdômen. Não deu tempo de Neo reagir, ele apenas fechou os olhos e esperou o golpe.

Após alguns segundos, o impacto da facada parecia não vir. Ele então abriu os olhos só para ver uma pessoa vestida de preta, de capuz e máscara de mesma cor, com uma faca atravessando seu corpo, porém, sem o ferir.

— O quê? – Disse a figura à sua frente.

Neo então percebeu do que se tratava. Alex correu em direção ao homem que simplesmente sumiu à sua frente, aparecendo ao lado de Katrina através de um teletransporte. A figura tentou atacá-la, porém ela esquivou de seu ataque e desferiu um golpe no estômago do homem que vestia coturno, sobretudo e capuz de cor preta com uma máscara de mesma cor, deixando apenas seus olhos e parte de seu cabelo franjado à mostra. O homem revidou o golpe, derrubando Katrina e chutando sua barriga. Rosie ficou invisível e correu em direção ao homem que acompanhava seus passos que se formavam na areia. Ele então chutou a areia que sujou a blusa de Rosie e a deixou visível. Ele então partiu para cima dela. Luna criou um campo de força na frente de Rosie. A figura teleportou-se para trás dela, levando um golpe de Alex que previu seu ataque com exatidão, dando-lhe um soco tão forte que deslocou a mandíbula do mesmo. Ele então teletransportou e apareceu atrás de Neo, tentando novamente enfiar a faca nele, porém, dessa vez Neo foi ferido no pescoço. Todos olharam desesperados o que o homem tinha feito. Luna ajoelhou enquanto olhava o sangue escorrendo do pescoço de Neo.

De repente o sangue se transformou em areia e foi revelado que se tratava de um clone. Esse clone tornou-se elétrico, dando um choque muito forte no homem que portava a faca, fazendo-o cair. Quando o mesmo abriu os olhos encontrou Neo olhando para ele com olhos de fogo.

— Mexa-se e farei um churrasquinho de você – Disse Neo.

O homem olhou para baixo e constatou que sua perna estava presa, congelada uma na outra. O braço esticado de Beatriz cobriu toda a extensão do tórax à canela do homem, imobilizando-o por completo.

— E agora me diga, o que você quer? – Perguntou Neo.

— Me entregue o Pagpa ou eu mato vocês – Disse o homem após rir maleficamente.

— Tente.

O homem teletransportou-se, porém Luna previu aonde ele iria.

— Alex! – Gritou ela.

Alex então virou-se com o punho fechado, socando a face do homem que caiu como uma pedra no chão. Luna então criou uma barreira de energia ao redor dele, antes que o mesmo pudesse teletransportar-se de novo.

— O quê? Como que...

— Escudo de energia cinética, filho da puta – Disse Luna – Ele impede a locomoção de partículas de matéria orgânica de dentro do mesmo.

— Muito bem Luna – Comentou Katrina – E agora me diga: quem te contou sobre o Pagpa?

— Ninguém me contou, eu sei que ele está com vocês.

— Quem é você afinal? – Perguntou Alex.

— Não cabe a você saber.

— Luna...

— Só dessa vez, Alex.

Luna então tentou entrar na mente do homem, porém parecia tudo vazio e a única coisa que foi possível encontrar, foi um nome: Spectro.

— Como é possível alguém não ter nada na mente? – Perguntou Luna.

— O que você viu? – Perguntou Neo.

— Apenas um nome: Spectro.

— Spectro? Que raio de nome é esse?

— Me entreguem o Pagpa – Disse Spectro.

— Pelo que eu me lembre você não está em posição de dar ordens aqui – Disse Neo.

— Você se acha inteligente demais, não é? Deixe-me adivinhar: nerd, fracassado, desgostoso com a vida, com tendência suicidas e com uma queda pela gostosinha aí.

— Espera aí, mas a gostosinha é a Luna ou eu? – Perguntou Katrina.

— Olha aqui seu merda: é melhor ficar pianinho senão...

— Senão o quê? Vai me bater?

Beatriz imaginou o que o amigo iria falar.

— Neo... Não faz isso – Disse ela.

— Calma aí, Bia, só estamos batendo um papo – Disse Neo com um sorriso sarcástico – Repita o que você disse, por favor.

— O que foi? Quer um mano a mano agora? – Perguntou o homem.

— Não Neo! – Gritou os outros cinco.

— Manda a ver – Respondeu Neo – Luna, desfaça a barreira.

— De jeito nenhum – Disse Neo.

— Ok, eu desfaço por você.

A barreira então foi desfeita instantaneamente.

— Como? – Perguntou Luna.

— Esqueceu-se do quinto estado da matéria? Agora se afastem.

— Não acho uma boa...

— Você não tem que achar nada Alex. Sai do meu caminho e deixa que eu resolvo.

Os amigos de Neo então se afastaram uns 50 metros.

— E então, Spectro, se você ganhar eu te dou o Pagpa e se perder...

— Perder? Essa é uma palavra inexistente para mim.

— Então vem com tudo.

O homem correu em direção ao Neo que ficou imóvel, porém antes que ele desferisse um golpe, Spectro teleportou-se para cima de Neo, que criou um clone fazendo-o incendiar-se e atingir Spectro como uma bola de fogo, jogando-o à frente de Neo. As queimaduras causadas pelo clone no homem de preto começaram a se curar lentamente. Enquanto ele sorria para Neo.

— Esse truque já deu – Disse Neo.

O homem então começou a teleportar-se várias direções rapidamente dando vários socos em Neo, que, enfraquecido, caiu no chão. Quando o homem teleportou-se pela ultima vez e foi chutar Neo, o mesmo ficou intangível e após o homem passar toda a extensão da canela na face de Neo ele congelou sua outra perna, deixando-o imóvel. O jovem então criou um clone que pegou o bastão de Luna e jogou para ele. Neo sabia que Spectro iria se teleportar, então após tentar atacá-lo e Spectro se teletransportar, ele criou uma barreira de gelo ao redor de si e mais três clones. Spectro matou dois clones e destruiu a barreira com facilidade. Neo transferiu sua consciência para outro clone que sobrou, enganando Spectro. O jovem o pegou desprevenidamente e o atingiu com o bastão diversas vezes, na perna direita primeiramente, depois no braço, barriga, na outra perna e depois na face.

Spectro teleportou-se e desapareceu por um tempo. Neo olhou para todos os lados e não viu nada. Foi quando, bem distante no horizonte, ele viu Spectro teleportando-se diversas vezes para a direita e para a esquerda, paralelamente, e indo para frente. Atrás dele formava-se uma tempestade de areia. Spectro utilizou seu teleporte para mover partículas muito leves de areia que formaram uma grande nuvem cortante do material abundante naquele deserto. A areia se aproximava e Neo criou uma barreira de gelo ao ver que estava chegando bem perto dele, porém, como as partículas de areia eram leves, porém grossas, elas dissolveram a barreira em poucos segundos, o que ofuscou a visão de Neo, mesmo estando intangível. De repente o nariz de Neo começa a sangrar fazendo-o ficar fraco inexplicavelmente, sentindo uma dor forte no peito e sua intangibilidade aos poucos vai se desfazendo. Ele então torna-se suscetível ao ataques de Spectro que o bate com vigor, deixando Neo ainda mais debilitado.

Spectro então o levanta apenas com a mão direita pelo pescoço e diz:

— Parece que eu ganhei.

— Ganharia, se não fosse o elemento surpresa – Respondeu Neo.

O clone que Spectro segurava se tornou areia e ao virar para trás, Neo lançou um rajada de raios de cor esverdeada que impediam que Spectro se teleportasse.

— O quê? Co... Conden... densado de Bose-Einstein? – Tentava dizer o homem de preto em meio ao barulho poderoso dos raios.

Spectro lutava para tentar se mexer, porém era impossível, até que seus olhos não podiam mais se mexer e seu coração e alguns órgãos internos pararam de bater e funcionar por alguns segundos. Neo então começou a sangrar por todos os orifícios superiores e ajoelhou-se, fraco. Ele então, numa ultima demonstração de força, com sua mão já eletrizada, concentrou raios verdadeiros em sua mão direita e raios do Condensado de Bose-Einstein na esquerda e criou um clone de fogo. No momento em que o clone e o Neo original fecharam seus punhos, indo em direção à face de Spectro, o toque do raio e do fogo perto do corpo de Spectro gerou uma onda de explosão tão grande que Beatriz, mesmo tentando proteger os amigos envolvendo-os em seu corpo e Luna criando barreira de energia cinética, não foram capazes de impedir com que fossem jogados a mais de 400 metros de distância.

Após levantarem, atordoados, os jovens olham para onde Neo estava. Eles correram rumo à cratera enorme que se formara no local onde tudo aconteceu. Luna ficou parada, apenas olhando para os amigos correndo enquanto a poeira da areia batia em seu rosto e seu cabelo negro voava ao vento.