— Convite? – perguntei cautelosamente.
— Quero que vá jantar na minha casa esta noite, apenas você. Mas não se preocupe, minha família jantará conosco, apenas quero que eles conheçam você... você não é muito comunicativa perto de sua mãe. – Ele disse parecendo estar tomando cuidado com as palavras.
— Ah, Senhor Black... Minha mãe está de cama, não vou querer aborrece-la com pedidos ou deixa-la sozinha...- Menti, tentando me esquivar do convite.
— A senhorita mesmo disse que não necessitava preocupação, e há muitos criados que podem cuidar dela. – Ele argumentou.
— Não acho apropriado. Ir a sua casa desacompanhada... Já não me acha falada o suficiente? – Ri nervosamente, nada vinha a minha cabeça para me livrar disso.
— Essas pessoas daqui falam de todo mundo, - Ele riu. – Qual o problema a senhorita não estar casada aos dezoito anos? Acredito que fez bem em esperar a pessoa certa... Casamento é para sempre. – Me senti culpada ao pensar que ele provavelmente estava certo de que eu seria a pessoa certa pra ele. Ele me estimava a ponto de estar disposto a passar o resto de sua vida ao meu lado, enquanto eu estava perdidamente apaixonada por outro homem.
— Eu... vou falar com minha mãe. – Disse desviando meu olhar do seu. Me sentia culpada não por amar Edward, mas por não poder dizer-lhe a verdade, assim o fazendo ter esperanças de que um dia o amaria.
— Bem, se ela permitir, vá pelas sete da noite, não precisa ser pontual desde que vá. – Ele se levantou, e por educação também me levantei. – Poderia me acompanhar até o portão? – Ele indagou sorridente. Eu apenas assenti e caminhamos para fora.
No caminho até o portão, Alguns homens que trabalhavam na fazenda estavam passando carregando alguns sacos de ração. Entre eles Edward. Seus olhos se encontraram com os meus e em seguida foram para Jacob. E pareceu o medir de cima a baixo. Quando voltou a olhar pra mim, fez um breve cumprimento polido com a cabeça, e sorriu.
Logo que alcançamos o portão, Jacob se virou para mim e pegou minha mão e deu um beijo de despedida.
— Te vejo a noite. – Ele disse.
— Como disse, vou falar com minha mãe. – Falei relutante, tirando minha mão de cima da dele.
Ele olhou pra mim por um instante, e antes que eu pudesse registrar o seu movimento, ele me deu um rápido beijo na bochecha. Eu olhei ao redor chocada, não tinha ninguém.
— Jacob! – Disse irritada.
— Foi só um beijo no rosto. – Ele falou sorrindo travesso, e logo saiu pelo portão sem que eu dissesse mais nada.
Eu fiquei um momento ali parada próxima ao portão, respirando fundo. Aquela bagunça toda que se tornou minha vida estava me deixando zonza. Ouvi passos atrás de mim, e olhei sobre o ombro para saber quem se aproximava.
— Ele está rondando, vou ter que apressar seu rapto. – Edward disse enquanto se aproximava.
— Jacob não é ruim, apenas não é o homem que eu amo.- Dei de ombros, e me virei para ele. - Ele me convidou para jantar com a família dele, hoje a noite.
— Acho que deve ir, não queremos chamar atenção para nós. Então... As cartas já foram enviadas, e uma muito importante chegou. – Ele disse como se fosse uma noticia extremamente boa, então deveria ser do nosso assunto especial.
— Está falando do que penso que está falando? – Indaguei sorrindo.
— Exatamente, estou preparando tudo para nos casarmos em no máximo um mês. E sobre a carta... Antes de partir de Londres, eu contei nossa história a Emmett e Jasper, espero que isso não se incomode. Eles são como irmãos para mim.
— Não se preocupe, logo não seremos um segredo para ninguém. – Disse contente, e ele também sorriu.
— Bem, acontece que uma hora ou outra minhas comadres saberiam. – Ele riu – Então me mandaram uma carta.
— Senhoritas Hale?
— Atualmente, senhora McCarty e senhora Brandon. – Ele corrigiu.
— E o que diziam? – Indaguei curiosas.
— Ambas se sentem dentro de um livro de romance, e querem ser parte dele. – Ele riu. – Souberam dos meus planos de te raptar e me casar com você, e estão extremamente animadas para ajudar, prometeram vir o mais rápido possível, já que precisaremos de padrinhos.
— Mas e os pais delas? Não vão desconfiar?
— Claro que não, vão pensar que elas apenas querem passar mais tempo com a família, principalmente agora que Rosalie espera um bebe. Pena que não poderão demorar muito. Não queremos deixar nossos negócios em Londres nas mãos de outras pessoas por um longo tempo, e é bom que Rosie tenha o bebe no conforto do seu próprio lar. – Ele rapidamente se aproximou e se abaixou para sussurrar no meu ouvido. – Esteja pronta, arrume uma mala com o que não quer deixar para trás e a esconda, quando chegar a hora duvido que dará tempo de te avisar com antecedência.
— Pensou em absolutamente tudo. – Elogiei e ele sorriu. Se abaixou mais até alcançar meus lábios, e o beijei satisfeita. Até que nos separamos e eu tive uma assustadora visão de uma figura franzina de cabelos escuros nos olhando da porta aberta de minha casa.
— Bella? Está tudo bem? – Ele tocou meu queixo e o encarei temerosa.
— Kaure. – Disse. Ele franziu o cenho em confusão.
— A governanta? O que tem ela? – Perguntou.
— Ela nos viu. – Falei encarando a porta, e ele também se virou abruptamente a tempo de ver sua apenas sua silhueta rapidamente fechando a porta a suas costas.