Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 31
XXX - "Minha rainha"


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee, tudo bem suas lindas????



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A carta era muita informação para digerir, no inicio considerei mandar a carta para Ordem, mas isso causaria tanta instabilidade política se viesse a publico, o resultado menos doloroso seria o divorcio entre a Rainha Astória e o Rei Draco e Scorpius me odiaria, a carta deixaria Illéa tão instável, pior do que já está e o mais doloroso, bom... Terminava... Com Astória na forca ou com eutanásia, talvez fuzilamento.

E apenas com essa possibilidade saltando aos meus olhos me fez tremer e me deu pesadelos por dias.

Então eu decidi, aquela carta me daria poder de barganha, me tornaria intima da Rainha e talvez se eu descobrisse quem era o Senhor Gold...

Era obvio o conselheiro Gold...

Eu iria transformar aquela carta no meu amuleto da sorte, não desgrudaria dela, eu sentia o tempo inteiro que nesse jogo de xadrez eu era um mero peão, estava na hora de tentar ser pelo menos a torre, para depois me tornar a rainha.

Partimos de avião para Quebec naquela madrugada, ficamos em uma mansão isolada, no meio do nada.

Era de tardezinha, eu observava a paisagem, uma mansão no centro de uma fazenda, ela era em estilo vitoriano, pintada de branco, a neve não era espessa e depois de uns meses em Yukon, Quebec parecia uma província tropical.

Havia diversas arvores e eu estava sentada no chão, com calça jeans  e um casaco brega rosa.

Uma figura encapuzada veio em minha direção, ele não estava de roupa social, era até estranho vê-lo assim, Scorpius estava com um casaco cinza de capuz e um tecido pesado para as calças.

―Cadê sua gravata? ― Questionei assim que o vi.

―Não acho que combina com o modelito. ― Ele brincou, frisando a palavra modelito. ― Estou bem vestido?

Ele girou e eu ele riamos muito.

―Sim, está bem vestido, mas gosto das suas gravatas. ― Soltei e fui perceber o que falei segundos depois.

― Não sabia que gostava das minhas gravatas. ― O príncipe indagou.

―Sim, eu gosto. ― Respondi, na realidade eu havia descoberto que gostava de vê-lo de roupa social agora pouco, isso o deixava maduro. ― Onde está o Luke?

― Investigando a casa, talvez brincando no sótão! ― Ele respondeu.

―Gosto do seu irmão! ― Comentei e ficamos naquele silencio desconfortável e confortável ao mesmo tempo, naquele dia, além de descobrir que gostava das gravatas de Scorpius, éramos amigos e que talvez eu fosse à garota no qual ele mais confiava ali dentro.

Eu confiava muito nele, talvez mais do que confiava em Dominique, em Roxanne ou em Amélia, Alice ou Sirius.

―Gosto do seu também, ele é divertido. ― Scorpius comentou tentando quebrar o silêncio.

―Você falou com o Hugo? ― Indaguei.

―Sim, e com seu pai, apesar dele me assustar. No dia de Natal, por isso fui tão frio, ele me encarava querendo dizer “Não chegue perto do meu tesourozinho”.

― O que acha da Illéa atual? ― Falar do papai me lembrava disso e me lembrava de todas essas questões e toda essa polarização. ― Gosta dos ideais monárquicos?

―Por que a pergunta? ― Scorpius objetou e seus cabelos brilhavam com os últimos raios solares do dia.

―Não sei, quero saber o que meu futuro rei pensa a respeito, quais suas ideias, é um tipo de pecado querer saber? ― Levantei a questão.

― Não, não é pecado. ― Sua voz estava embargada e ele baixou duas oitavas seu tom de voz. ― Não concordo com a maioria das ideias do meu pai, assim como não concordo com a maioria das ideias dos rebeldes, a polarização é meio estúpida. Sinto que a política em nosso país virou um grande jogo de futebol, meu time contra o seu, não importa o gol, importa quem fez o gol, os rebeldes tem ideias boas, como desfazer as castas, mas parece tão precipitado, simplesmente redigir um documento parando com a segregação, mas ninguém pensa que a população que foi oito sem nenhuma estrutura e com o preconceito continuará sendo oito. Desde que Illéa é governada pela minha família, seguimos apenas uma religião, temos liberdade apenas para uma, os rebeldes querem que déssemos liberdade religiosa, mas se eu assinasse um documento apoiando, imagine o caos que seria se eu fizesse de um dia para outro e os inúmeros acordos feitos com a igreja que quebraríamos, seria muita instabilidade.  Meu pai é favor dos acordos comerciais com a Noruecia e Bangladesh, os rebeldes não e eu sou a favor dos acordos, assim como meu pai, às vezes eu sinto que quando for rei, terei que lutar com quatro coisas, a irracionalidade do ser humano, a ignorância, os pró-monarquia e os prós-organizações rebeldes, eu não tenho um lado exato, eu tenho o lado que acho justo, acho algumas polarizações tão idiotas, por que em vez de nos importamos com a cor que time veste, por que não nos importamos com o gol?

― Nossa, nem sei o que dizer. ― Inseri na conversa e o que Scorpius falou era bom, se eu escolhesse Scorpius não era escolher a monarquia ou os rebeldes, era escolher o lado justo, pois ele era o terceiro time. Só faltava Scorpius me escolher (E talvez alguns pormenores) Mas eu senti que faltava muito para aquele jogo acabar

―Mas o que a futura rainha de Illéa pensa? ― Ele jogou assim na lata, aquilo era flerte? Cantada?

― Não sei, pergunte a ela. ― Respondi encabulada.

―Eu estou olhando para ela. ― Scorpius exibiu seu melhor sorriso. ― E acabei de perguntar.

― Concordo com você , mas não se acostuma, não vai ser sempre que eu irei concordar, para falar a verdade você é bem discordável.

―Você concorda com os meus ideais ou sobre você ser a próxima rainha de Illéa? ― Ele perguntou e corei. ― Calma, é brincadeira.

Não parecia brincadeira, mas talvez fosse impressão minha e ele estivesse realmente brincando.

Então ele mudou de assunto, parecia meio desapontado e completamente envergonhado, ficamos conversando e a noite caiu, quando vi apontávamos estrelas no céu e tínhamos conversado sobre tudo.

―Acho que está na hora de entrar, já são dez horas. ― Scorpius verificou o relógio que carregava no pulso, a essa altura do campeonato estávamos deitados no chão, encarando o céu estrelado de Quebec.

Ele me ajudou a me levantar e caminhamos de mãos dadas até a mansão.

―Acho que perdemos o jantar, você quer algo? ― Ele me perguntou solicito.

―Não, não quero acordar ninguém. ― Respondi.

― E quem disse que eu vou acordar alguém? Eu sei me virar na cozinha.  ― Gabou-se Scorpius

―Tá, provar algo feito pelo herdeiro real de Illéa parece tão único que não vejo como posso recusar. ― Sorri e caminhamos para a cozinha, era uma cozinha simples e Scorpius disse que ia me preparar um chocolate quente.

Minutos depois eu estava com um chocolate quente em mãos, experimentei e vou confessar, foi o pior chocolate quente que já tomei.

―O que achou? ― Scorpius me perguntou cheio de expectativa.

― Sinceramente?

― Sinceramente!

Bom, ele não gostava de ser mimado e adulado, se eu queria construir algo com ele era melhor ser sincera.

―Já tomei melhores. ― Comentei. ― Mas nunca desista.

― Eu sei que não cozinho bem, até por que se cozinhasse ia ser muita perfeição, mestre do xadrez, charmoso, carismático, bom líder, um diplomata, falo várias línguas e sou muito talentoso. ― Exibiu-se feito um pomposo leão.

―Sim, claro, realeza do ego. ― Zombei. ― Espero que administre melhor do que faz chocolate quente.

― Eu administrarei bem, ainda mais se tiver a rainha certa do meu lado. ― O príncipe me deu uma piscadinha.

Se ele estava flertando essa não era hora das minhas paranoias atacarem, eu ia flertar também.

― E quem seria sua rainha? ― Sugeri.

― Não sei. ― Ele pareceu confuso. ― Me deixa dar umas pistas. Olhos claros.

Todas tinham olhos claros, exceto Roxanne.

―Cabelos ruivos. ― Ele continuou então eu me toquei que Lily tinha cabelos ruivos que nem os meus, talvez o que eu via como flerte era ele querendo falar para mim que gostava de Lily, era obvio, ele me via como alguém de confiança e como uma amiga, apenas isso e queria sei lá, saber chegar à Lily, como pude ser tão tola.

Fiquei em silêncio e ele ficou me encarando, mas uma xícara caindo quebrou o momento era Lysander, na porta da cozinha.

― Desculpe. ― Seu tom era dissimulado. ― Vim apenas deixar essa xícara e sou desastrada demais e deixei a xícara cair.

Que mentira, ela era uma das mais graciosas, apenas Dominique era mais graciosa que ela, naquele momento eu me senti como Roxanne deve ter se sentido quando atrapalhei o encontro dela e me senti muito mal.

Scorpius se abaixou para catar os caquinhos.

― Eu limpo! ― Ela se prontificou e estranhei a súbita boa vontade de Lysander.

― Certeza?

―Sim, vossa alteza!

―Ok, levarei a senhorita Weasley de volta para seus aposentos, se quiser eu chamo uma criada.

― Não precisa alteza! ― Lysander sorriu, mas por dentro ela devia estar bufando de raiva.

― Se você diz... Venha Rose.

Deixamos Lysander e a cozinha e subi as escadas atrás dele e paramos em frente à porta de meu quarto.

― Ah, espere, vem comigo. ― Ele me puxou pelo braço e subimos para o andar superior, onde havia apenas dois quartos, ele entrou no que supôs ser o dele e de Luke, pediu para esperar na porta.

Quando retornou estava com uma gravata verde e prata nas mãos, ele passou a gravata pelo meu pescoço e fez um nó. E quando terminou selou os meus lábios com um beijo.

―Você diz que gosta das minhas gravatas... ― Ele estava meio encabulado. ― E temos um encontro amanhã.

― Pensei que fosse sair com Lily, sua rainha. ― Arqueei a sobrancelha.

―Rose Weasley, como você é cega...


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Notas finais do capítulo

Quando eu comecei essa fic, eu me assemelhava mais ao Scorpius, agora vi que no fundo eu sou a Rose. Meuuuu, ela é tapada que nem eu, meus amigos mais íntimos dizem isso, todo mundo fala que o Crush é afim, que ele gosta antes de eu crushar ele.
Mas acho que a Rose é mais besta.
Enfim,eu amo vocês e o Luke também, podem comentar a vontade, pode ser para falar do seu prof que não explica matéria, do vizinho que coloca música alta ruim, das coisas que o crush faz e vc tem vontade as vezes de dar um piti e jogar ele no asfalto, pode falar do seu pet, da sua vizinha fofoqueira, "nóis" ta aqui ( Nós e eu e Luke).
Beijos



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