Fiquei corada e meu estomago se contraia.

―Boa Noite Scorpius. ― Dei um selinho na sua bochecha e sai correndo em direção aos meus aposentos, o boa noite dele se perdeu no vento.

Assim que entrei no quarto dei uma relaxada, mas não por completo, então, Quebec não é a maior mansão de abrigo da família real, não havia quartos suficientes para todas as criadas, todos os guardas e todas as garotas, então eu, Dominique e Roxanne dividíamos um quarto, junto com nossas criadas e Lily e Lysander dividiam outro.

O quarto tinha dois triliches, em um dormia eu e as outras Selecionadas e as criadas dormia no outro.

―Gente, olhem como ela ta coradinha! ― Exaltou Roxanne. ― O que houve?

―Nada Roxanne! ― Declarei com minhas bochechas esquentando ainda mais.

―Como assim nada senhorita, está com o príncipe desde as cinco da tarde. ― Alice lembrou as garota, Alice, por favor, fique quieta.

―Ah, Roxanne, desculpe por atrapalhar seu encontro, naquele dia. ― Lembrei-me da interrupção de Lysander.

―Não foi nada. ― Ela suspirou. ― Na realidade naquele dia, ele disse que eu ia ser a próxima a ir embora, não gosto dele e definitivamente ele gosta de outra pessoa.

―Quem seria a outra pessoa? ― Questionei.

― E você ainda pergunta Rose Weasley? ― Dominique se pronunciou e até agora ela ficara em silêncio. ― É você, creio que esse garoto está apaixonado por você desde do dia que viu sua foto no jornal oficial.

― A rainha dele é Lily. ― Objetei e contei os últimos eventos.

―Minha nossa, Rose Weasley, a senhorita é muito tapada, sem ofensa. ― Alice voltou a falar.

―É mesmo. ― Concordaram Dominique e Roxanne em uníssono.

―Olha, garota. ― Mary se pronunciou, a criada de Roxanne, ela já era uma quarentona, mas seus anos de serviço a faziam parecer mais velha. ― Quando eu tinha sua idade, eu era a baba do bebê Scorpius, fui até os sete anos dele, eu conheço aquele menino, eu já o vi olhando para você, vemos isso no jornal oficial, ele gosta e muito de você.

―Mas e vocês. ― Pontuei em direção a Roxanne e Dominique. ― Como falam tão seguras assim e você nem parece se importar que ele goste de mim.

―Eu não gosto dele. ― Ela defendeu e víamos isso em seus olhos.

Logo ficamos em silêncio e fomos dormir e passei a noite ponderando a respeito de Scorpius e a carta que eu tinha, eu a trouxe para cá estava no forro de minha mala.

A rainha tinha que saber que eu estava com ela! Que eu tinha algo para barganhar.

Logo adormeci, tentando não pensar em todas aquelas questões.

Na manhã seguinte eu e Scorpius fingimos que íamos caçar pelos arredores da propriedade, mas no fim Scorpius, com a ajuda de um guarda pegou um dos carros da segurança.

Até aquele momento ele não me falará o que havia planejado.

Um guarda dirigia, estávamos em um utilitário preto no banco traseiro.

―O que está aprontando Scorpius.

―Eu, aprontando? Não estou aprontando nada! Nunca apronto. ― Ele exibiu seus dentes perfeitos em um sorriso e pegou sua mochila. ―Tem a ver com isso aqui.

Ele me entregou um óculos de lentes falsas e coloquei.

―Amarre o cabelo e coloque essa toca. ― Ele pediu, deixei o cabelo parcialmente solto e coloquei a toca branca que ele me entregou, ele colocou uma toca escura e um óculos de armação grande. ― Estou planejando isso há um tempo e você vai saber onde estamos indo, pois eu já prometi.

Eu olhei através da janela do carro, observando as arvores passando por nós, estávamos na estrada, então eu me lembrei.

―Quebec, estamos perto de Montreal, você está me levando a Montreal.

―Acertou. ― Ele sorriu e fui tomada pela felicidade. ―Mas peço discrição, digamos que o que estamos fazendo é insensato e meu pai nos mataria.

O segredo tornou tudo mais especial, assim como as coisas que ele me falou no abrigo ou as coisas que me falava ocasionalmente, suas ideologias, suas histórias de infância, seu acidente com chá, que ele sabia ler Tarot, aquelas conversas sobre Astrologia, os beijos e aquelas coisas nas entrelinhas que estavam sempre ali.

Meia hora depois chegamos à cidade e Montreal era linda.

Primeiro fomos ao museu of Fine Arts e Scorpius era muito culto, até ali ninguém havia nos reconhecido.

Depois fomos a catedral de Notre-Dame e era incrível e até ali ninguém havia nos reconhecido, almoçamos em um restaurante simples e decidimos encerrar nosso passeio no Jardim Botânico.

Estávamos na grama, apenas conversando e observando as pessoas, uma mãe andava com uma criança, um casal de namorados trocava caricias e um homem fotografava a paisagem.

―Para encerrar o passeio Mademoiselle. ― Scorpius se ergueu estendeu a mão para mim e perguntou em francês seu eu gostaria de dançar e eu amava quando ele falava francês.

Aceitei e ficamos dançando, em certo ponto Scorpius me girou muito rápido, minha toca que já estava quase caindo, acabou por cair e Scorpius me inclinou, nesse movimento seus óculos caíram e por fim ele me beijou.

―Я влюблен в тебя ― Quando ele interrompeu o beijo pronunciou em russo.

―Scorpius, je ne parle pas russe ― Falei em francês que eu não conseguia entender russo.

―Essa é minha intenção, que você não entenda. ― Eu ainda estava nos braços dele, mas Scorpius tirou os braços de minha cintura e pegou minha toca no chão e o óculos dele.

Olhei para trás e vi o homem que estava tirando fotografias e a expressão dele é que havia encontrado um grande pote de ouro no fim do arco-íris e aquilo me trouxe um pressentimento negativo, mas ignorei.

Voltamos para o abrigo, sem nenhuma conversa durante o trajeto, Scorpius me deixou na porta do meu quarto e eu estava tendo o melhor dia da minha vida.

Mais um delicioso segredo entre mim e Scorpius, ninguém houvera nos descoberto, naquela noite dormi com um sorriso no rosto.