Acordei com o pequeno Luke roncando, ele tinha nove anos, mas ali dormindo parecia ter sete.

A suavidade na expressão da criança que nunca vai abri o congelador e encontrar feijão no pote de sorvete.

Dois minutos depois Alice e Amélia apareceram, acordaram Luke e ele se mandou para o quarto dele.

Decidi me aprontar para a refeição matutina, coloquei um vestido azul e saltinhos, fiz uma maquiagem leve e corri para o salão de festas, onde fazíamos as refeições agora.

Um pouco antes da refeição se iniciar, faltavam duas pessoas ali, Scorpius e Lysander e Luna Scamander, mãe da Lysander já deixara claro para todos que o príncipe a havia convidado para uma refeição particular em outra sala do castelo.

As refeições foram trocadas por conversas, Astória buscou conhecer os pais de todas, já Draco apenas comia mecanicamente, por algum motivo Luke estava conversando muito com o Hugo.

A refeição acabou e me dirigi para a aula de diplomacia, vi Lysander lá, o que significava que o encontro dela com Scorpius acabou.

Acabei nem prestando atenção na aula, estava preocupada demais imaginando como foi o encontro de Lysander com o príncipe, ele havia flertado com ela? Por que ele a chamou? Por que não eu?

Imaginei-me num encontro com Scorpius e milhares e Se... Que o envolviam.

Quando a aula acabou eu percebi o que aquilo tudo significava, eu estava gostando dele, pior, eu estava apaixonada, eu já sabia disso a tempos.

Assim que sai da sala vislumbrei meu pai na outra ponta do corredor, admirando uma tapeçaria, e eu lembrei que não estava ali para bancar a donzela apaixonada, eu tinha um propósito, meu pai jamais permitiria e mesmo que Scorpius me escolhesse meu nome estava sujo.

Eu nunca poderia ficar com Scorpius.

―Oi pai. ― me aproximei dele.

―Oi Rosinha. ― Ele virou-se na minha direção.― Como foram as aulas?

―Boas. ― Respondi.

―Estude muito, vai precisar quando for rainha. ― Meu pai sorriu.

―Permitiria que eu casasse com Scorpius? ― Perguntei espantada. ― Pensei que jamais permitiria que eu me casasse...

Quem passasse ali entenderia que meu pai era muito ciumento, mas as paredes têm ouvidos, o que eu realmente estava querendo dizer era:

Pensei que jamais permitiria que eu me casasse com o príncipe, afinal ele representa tudo o que você odeia.

―Sie wissen, dass der Hauptzweck von Ihnen , hier zu sein nicht auf die Krone ist verheiratet, aber verursachen Aufregung und mehr Unterstützung haben , aber wenn Sie wurden ausgewählt, an alles zu denken , die für uns tun konnte. ― Ele falou em alemão, para ninguém nos entender.Mesmo assim havia códigos em suas palavras.

Traduzi mentalmente: Sabe que o propósito principal de você estar aqui não é casar com a coroa, mas causar tumulto e ter mais um apoio, mas se você fosse a escolhida pense em tudo que poderia fazer por nós.

Eu sabia que coroa era igual a príncipe e que nós era igual a rebeldes.

―aber wenn ich nicht heiraten , die Krone , sondern mit dem Herzen? ― Perguntei em alemão, mas eu não casasse com a coroa, mas sim com o coração?

―Wenn Sie das Wiesel Projekt heiraten , wird nicht am Herzen , ich vertraue dir Rose Weasley , würden Sie nicht in der Lage sein, jemanden wie ihn zu lieben. ― O que ele falou foi uma pontada no coração.  A tradução era algo como, se você se casar com esse projeto de doninha, não vai ser pelo coração, confio em você Rose Weasley, você seria incapaz de amar alguém como ele.

Segurei as lagrimas.

―Jemand wie ihn? ― Perguntei:Alguém como ele? ―Sie wissen , wovon ich spreche , der König ein apathisch Mann ist , grausam, korrupt und Lügner , warum Pricipe wäre anders? ― Ele respondeu e traduzi. 

Você sabe sobre o que falo, o rei é um homem apático, cruel, corrupto e mentiroso, por que o prícipe seria diferente?

As palavras doeram.

― Ele é diferente. ― Não me importei se saiu em alemão ou não.

―Não é, quem garante que ele não está atuando? Rose, você tem apenas 17 anos, muito nova para brincar de saber amar. ― Ele também não importou se não estava falando alemão ou não. ― Ele foi ensinado assim, naquele sangue dele corre sangue de traidores, de pessoas que colocaram Illéa na fossa, não posso força-la a escolher, mas eu te apoiaria mais se você se casasse com um Oito ou um comensal da morte. Seria mais feliz morando nas ruas ou em casas abandonadas do que em um palácio, sentada em um trono.

―Ele não é assim! ― Repeti. ― Ele fará diferente do que o resto de sua família.

―Se apaixonou por ele? ― Meu pai fez uma pergunta retórica, fiquei vermelha, não costumava nem falar de garotos com minha mãe, quem dirá com meu pai, e daquele jeito deixava tudo mais desconfortável. ―Poderia descobrir amanhã que ele chuta cachorrinhos e estaria apaixonada por ele, e não é de duvidar talvez ele chute cachorrinhos e faça coisas piores.

―Para. ― Pedi. ― Eu sei o que estou fazendo.

―Não sabe, quando estiver sendo racional, conversamos! ― Pontuou meu pai.― E caso escolha se casar com ele pelo coração, nunca me procure ou me telefone.

As pontadas de raiva na voz do meu pai me fizeram tremer.

Virei-me e me encaminhei para o meu quarto, segurando o choro, assim que cheguei lá dispensei Amélia e Alice  e chorei copiosamente, alguém bateu na porta.

Fui atender, seja quem quer que fosse eu ia mandar mascar capim, mas era Scorpius com o Luke.

Detestei-me naquele momento, estava com as bochechas vermelhas e os olhos inchados, meu cabelo devia estar um ninho de rato.

Assim que ele viu que eu estava chorando, a surpresa tomou conta de sua expressão.

―Luke, volte para seu quarto. ― Pediu Scorpius.

Luke prontamente obedeceu e eu fiquei ali parada apoiada na porta.

―Posso entrar? ― Ele perguntou.

Eu queria negar, não queria que ele achasse que eu era fraca.

―Não sei se o momento é oportuno. ― Dissertei.

―Me sentiria mal se eu a deixasse chorando, por favor, me deixe entrar. ― Scorpius não esperou minha resposta,  apenas entrou, eu não aguentava mais segurar as lagrimas e desabei.

Quando vi estava nos braços de Scorpius,chorando.