Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 21
XXI - Anistia


Notas iniciais do capítulo

Oiieeee, desculpa a demora, eu ainda estou com muita coisa para organizar, mas prometo que em breve respondo seus comentários.



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Descemos diversas escadarias e minha mente estava uma confusão, mesmo tendo espaço apenas para o medo.

Assim que chegamos o odor fétido invadiu minhas narinas e se enroscou meu cérebro, talvez cheirasse a pó, carne podre a desespero, os guardas me jogaram em uma cela qualquer, a trancaram e me deixaram lá e o único som era o do próprio silêncio.

Tentei me concentrar, tentei esquecer que um rebelde cheio de asco me ameaçou e depois me delatou e que eu podia ter como pena a minha morte.

Concentrei-me no ambiente, as paredes tanto o chão eram de pedra, havia um colchão velho apoiado em uma bancada também de pedra, uma lâmpada pendia no teto e não havia janela e o frio cortava minha pele.

Num canto havia bolas de natal, mas pelo pó acredito que a cela não era usada há anos e que o tal enfeite estava ali há muito tempo e parecia mais uma piada sem graça, por um tempo me questionei por que um babaca colocou um enfeite natalino em uma cela, talvez fosse mesmo uma espécie de piada cruel, contei os dias, faltavam cinco para o natal.

Tentei me recordar do natal passado, estava comendo chocotone e recém tinha terminado meu relacionamento com Cameron Zabine e nem passava pela minha cabeça que no ano seguinte eu estaria em uma cela fedida, em Yukon e no castelo.

Aos poucos o cheiro podre foi passando e minha concentração desaparecendo.

O que aconteceria comigo? Forca? Fuzilamento? Eutanásia? Seria chicoteada até a morte? E meus pais e Hugo? Seriam mortos também? Rebaixados até a casta oito?

Talvez eu estivesse a dois passos de perder minha sanidade, pois todo tipo de horror que seria possível ocorrer em vinte e quatro horas passaram pela minha mente.

Mas tudo aquilo foi interrompido por passos pesados e firmes, porém eu não conseguia ver o autor dos passos, talvez fosse meu carrasco, quase fiquei maluca com a possibilidade.

―Rose? ― A voz soou baixa, porém firme e eu a reconheceria, era do meu irmão de consideração, Sirius.

― Aqui. ― Juntei toda minha força para falar e os passos dele vieram em direção a minha cela.

Ele parou em frente às barras e tinha uma chave nas mãos e uma cesta, ele abriu cuidadosamente e colocou o objeto em cima do meu colchão.

― Logo você sai daqui e esse dia vai ser apenas um pesadelo distante. ― Ele confortou. ― Você não tem que ter medo, você não é uma rebelde.

Eu quis gritar e chorar, porém me segurei, eu tinha que ter medo, pois eu era uma rebelde, não era iniciada na ordem da Fênix, mas eu estava na seleção por ela.

― Não posso ficar muito, se cuide Rose. ― ele me abraçou e saiu da cela e fui examinar o conteúdo da cesta, eram cobertores e um travesseiro pequeno, os estendi pela cama, havia um para forrar o colchão e um grosso para me cobrir, e no fundo da cesta havia um embrulho em papel alumínio e um bilhete, o analisei, parecia que foi escrito as pressas.

Estou usando todo meu poder de barganha, você não é culpada.

Vou te tirar daí.

O liquido te fará dormir caso não consiga.

Desculpa ter soado tão frio, depois eu explico o porquê.

 

Scorpius

P.S: Acho que vou cancelar nosso encontro.

Guardei o bilhete e abri o tal embrulho, havia dois sanduiches e um frasco que parecia de remédio, o frasco era vítreo e preenchido por um liquido prateado puxado para o azul e linhas cinza se misturavam ao conteúdo.

Eu não estava com fome, desenrosquei o frasco e tomei apenas metade do liquido, pois eu não conhecia o efeito.

Deitei-me na cama improvisada e em minutos apaguei, tomar aquele remédio foi uma péssima decisão, pois tive todo a sorte de pesadelos, os mais escabrosos, que incluíam minha família sofrendo, Roxanne e sempre terminavam com Astória, Dominique ou Scorpius me acusando, em um ouvi o choro de Luke e em outro o rei me deu um tiro, mas não conseguia acordar, apenas caia em outro pesadelo.

Algumas horas depois o efeito do remédio passou e eu consegui acordar, como não havia luz não pude contar o tempo, tentei me ancorar em pensamentos bons, no sorriso da minha mãe, no pigarrear do meu pai, na risada do Hugo, na calma de Dominique, no entusiasmo de Roxanne e na cor dos olhos de Scorpius.

Reli o bilhete novamente, tentando me agarrar em outro pensamento sem ser minha execução ou qualquer outro castigo que me fosse infringido.

“Desculpe por ter soado tão frio, depois eu explico o porquê”. Aquilo reverberou por um tempo na minha mente, mas deixei para lá e parti para outro pensamento.

Fiz coreografias malucas, contei em números romanos, inventei histórias, tentei juntar pontos, planejei minhas alegações e finalmente passos surgiram.

― Está livre! ― era um grito de contentamento e era do Sirius.

― Conseguimos, Rose. ― meu coração deu um pulo ao ouvir voz de Scorpius.

― Inocente. ― Sirius declamou e finalmente os vi parados na frente das paredes de barra e o guarda segurava a chave da porta e ele girou.

― Rose, eu sabia, você é inocente, meu pai pessoalmente verificou cada registro a respeito de sua família. ― Scorpius revelou, eu nunca soube como meu pai fazia para esconder os vestígios que era um rebelde. ― Estão limpos

Sai da cela e Sirius me deu um abraço de urso e Scorpius pareceu incomodado.

― Vossa Alteza, eu sei que ela é uma selecionada, mas a considero apenas uma irmã. ― Sirius acrescentou. ― Não precisa ficar enciumado.

― Hã? ― Scorpius se fez de burro, eu pessoalmente acredito que ele se fez e na hora sentimentos de alivio se misturaram a um pequeno broto de paranoia. ― E, por favor, para de me chamar de vossa alteza, me chama de Scorpius.

Ele meneou a cabeça e murmurou algo que se perdeu no vento.

― Antes que eu me esqueça, está dispensando, eu a acompanho até os aposentos dela. ― o príncipe falou.

Logo saímos daquele lugar e já estava amanhecendo, Sirius seguiu por outros corredores e Scorpius me guiou até os meus aposentos.

― A coisa está feia. ― ele falou. ― Seis Selecionadas foram embora, esse ultimo ataque não foi qualquer ataque, veio dos comensais da morte.

Fiz as contas, agora havia apenas catorze garotas.

― Mas existe alguma diferença? Entre as organizações? ― Questionei. ― Nos ataques?

― Muita, os comensais já mataram, já violentaram mulheres e houve o ataque histórico deles, foi quando tentaram atacar a rainha Narcisa e o pai do conselheiro Potter a salvou, os comensais veem para destruir, para quebrar, para eles atacar o castelo, acho que é uma espécie de diversão para eles, à ordem nunca matou ninguém, nunca violentou ninguém, nunca quebrou, mas reviram as coisas, como se procurassem algo e veem fazer pressão para leis serem aprovadas, para serem negadas, sempre deixam um bilhete no escritório do meu pai. ― ele me explicou.

E sua descrição sobre os comensais me enojou profundamente, e me lembrei da história que Sirius contou sobre seu avô e sobre o quadro no castelo em homenagem a ele.

― Antes que eu me esqueça, meu pai quer vê-la no escritório dele, as oito em ponto. ― Scorpius avisou. ― Por favor, não se atrase, ele detesta atraso.

― Obrigada pelo aviso e pelas explicações. ― Agradeci assim que vi que chegávamos perto do meu quarto e subitamente me lembrei do recado que ele me mandou junto com a comida e as cobertas. ― Uma ultima pergunta, por que soou tão formal?

― Por que eu iria interceder por você, se meu pai visse que éramos amigos, ele diria que meu julgamento estaria falho. ― Ele objetou. ― Mas eu sei que jamais faria isso.

― Obrigada. ― Agradeci e entrei em meu quarto de cabeça baixa.

Assim que me viram, Alice e Amélia, vieram em minha direção e me deram um abraço de urso.

Fizeram-me mil perguntas no qual respondi com meneios de cabeça.

― Desculpa meninas, eu estou muito cansada, podem me deixar sozinha? ― Implorei. ― Voltem as sete , por favor.

Elas se despediram e saíram, naquele momento eu não estava bem que depois me preocuparia com as palavras de Scorpius “amigos” “ eu sei que jamais faria isso”.

Tranquei a porta e meu quarto que já estava arrumado e a lareira apagada, me abaixei para ver se havia algum restolho do relicário, por sorte não havia nada, porém eu tinha perdido minha comunicação e naquele mês por algum motivo as comunicações com a família por meio de cartas havia sido cortadas.

Comecei a remexer o quarto, primeiro olhei na mesinha, que estava com linhas e agulhas, já que Alice e Amélia estavam concertando os vestidos que os rebeldes rasgaram, supus que eles rasgaram de outras garotas, mas nunca confirmei minhas suposições.

Mexi dentro da cesta e nos vestido, levantei o acento da poltrona, estava procurando escutas, eu sabia que estava no radar do rei.

Abri meu guarda roupa, olhei as gavetas do armário quanto da penteadeira.

Olhei para cima e vi a entrada do duto, puxei a poltrona delicadamente e consegui subir nela e alcançar o duto, não havia nada ali.

Abri o zíper das almofadas da poltrona e remexi o enchimento e conclui aliviada que não havia nenhuma escuta, grampo ou gravador ali.

Levantei o colchão e verifiquei o estrado, apalpei o colchão inteiro, o quarto parecia limpo, mexi até no travesseiro e nada, não havia escutas e em vez de ficar aliviada senti mais paranoia.

Aprontei-me, escovei os dentes e tentei dormir, porém a paranoia não deixou, as sete as meninas vieram.

 Faltando dez minutos para as oito eu estava batendo na porta do escritório do rei.

Ele atendeu, sua expressão era austera e ele me encarava como se soubesse de todos os meus pecados.

― Eu disse as oito, senhorita Weasley.  ― ele pigarreou. ― Não às 7 horas e cinquenta minutos.

Senti-me acuada, tão pouco consegui dissertar, mas ele fez um gesto que indicava que era para entrar, o fiz e ele apontou a cadeira em frente a sua mesa e ele sentou-se atrás.

Nunca imaginei que sentaria ali, mesmo com o frio pude sentir uma gotícula que suor descendo pelas minhas costas o meu coração estava disparado.

― Senhorita. ― A voz era calma, porém nua de qualquer emoção ou empatia. ― Quero pedir perdão pelo tratamento frio do dia anterior e pela falsa acusação.

Fiquei surpresa, talvez o que ele disse foram palavras da Astória.

― Pretendo recompensa-la pelo meu erro. ― O rei continuou e foi muita surpresa. ― Estou disposto a lhe conceder algum favor e pense bem, muita coisa está meu alcance, porém não peça coisas muito grandiosas, posso mandar sua família para qualquer país do mundo.

Já que imigrar de Illéa era quase impossível, eu sei que eu poderia pedir qualquer coisa que o rei faria, pensei em pedir para desfazer as castas, porém soava bobo dizer “desfaça as castas”, e acho que se encaixava na descrição grandioso, e o rei já estava disposto a me colocar em uma forca, era melhor não abusar.

― Posso tornar toda sua família da casta 1 ou colocar sua mãe no conselho. ― O rei Draco sugeriu

E um pensamento brotou em minha mente.

― Sabe a senhorita Delacour, então ela e família já foram 4, mas foram rebaixados injustamente até a casta seis, perderam seu hotel e prestigio, e quero que você assine a anistia da família Delacour e quero que o hotel que é deles, volte para as mãos da família dela.

Era um favor do rei, o tipo de coisa que se comparava lâmpada mágica e que se tem apenas uma vez na vida, eu podia pedir qualquer coisa, mas aquele favor parecia o mais certo a se fazer.

Não fui capaz de ler a expressão dele, porém o rei concordou.


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Notas finais do capítulo

Beijos



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