Selection escrita por Pudim de Menta


Capítulo 15
XV - Sórdido


Notas iniciais do capítulo

Oieee ♥, 92 leitoras, vocês são o máximo, suas lidas, maravilhosas ,♥



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Como sua mãe. ― a rainha comentou sorrindo, fui relaxando aos poucos, eu esperava uma bronca milenar. ― Pode me chamar de Astória.

― Ok, Astória. ― produzi um sorriso.

― Vamos dar uma volta? ― ela perguntou, mas eu sabia que era uma ordem disfarçada de pergunta.

― Claro. ― respondi e levantei da cama e calcei meus sapatos.

Ela foi andando e me abstive em caminhar ao lado dela, ela ficou em silêncio, sua postura era elegante e firme, mas ao mesmo tempo descontraída e eu sabia que aquilo era natural, anos de etiqueta não fariam isso por ninguém.

Viramos alguns corredores, Astória deu boa noite para alguns guardas, eles agiram de forma natural, como se fosse corriqueiro esse gesto vindo da rainha.

Assim que paramos reconheci o lugar, a biblioteca real, entramos e Astória sentou na poltrona e convidou-me a sentar na poltrona que estava na frente.

Abanquei-me e no exato segundo que fiz isso uma criada trouxe uma bandeja, com chá e café.

Astória agradeceu.

― Vai querer café ou chá? ― ela perguntou.

― Chá. ― respondi.

Ela pegou o bule e serviu chá nas duas xícaras disponíveis, me entregou uma e começamos a bebericar o liquido.

―Rose Weasley. ― ela colocou a chávena na mesinha que havia entre nós duas. ― Você tem noção do que falou no Jornal oficial?

Baixei a cabeça envergonhada, Astória suspirou e pareceu indecisa.

― Draco quer que eu te de uma bronca e a alerte sobre esse tipo de coisa que você disse no jornal oficial, mas uma parte minha, que fica entre nós duas admirou sua coragem. ― ela pronunciou e fiquei surpresa. ― Illéa é complicada, só não diga esse tipo de coisa, ok?

Depois disso trocamos conversas triviais, ela perguntou-me a respeito de minha mãe e por fim falou.

― Sabe, se não fosse a Seleção eu nunca teria conhecido sua mãe, ela era uma garota de Staton e eu de Hudson. ― narrou Astória. ― depois do fim da Seleção ela mudou-se para Sonage, mas acredito que se nos víssemos depois de tantos anos nossa amizade continuaria a mesma.

Ela ergueu-se da poltrona e procurou algo nas prateleiras quando voltou me entregou um álbum de fotografias, a capa era Marrone de couro, havia fotos coladas em folhas amareladas e emboloradas.

Vi fotos das duas na Seleção, havia uma foto com dez garotas, a Elite, minha mãe e a rainha estavam uma do lado da outra.

― Essa é Cho Chang. ― ela apontou para uma garota a esquerda de minha mãe que era asiática. ― Do lado de Cho Chang temos as gêmeas Parvati, aqui Pansy, essa loira, Romilda, Hannah Abbot, Katie Bell e Celeste Newsome.

―Gêmeas na Seleção? ― questionei.

― Elas têm uma história curiosa, os pais dela se separaram e uma ficou com o pai e outra com a mãe, o pai mudou de província, uma é de Ontário e outra de Hondurágua, se escreveram na Seleção e foram selecionadas. ― explicou.

― E quem é Cho Chang? Não é a primeira vez que ouço esse nome.

―Ela é da província do Panamá, é uma atriz. ― Declarou Astória.

Não disse que não lembrava o nome de Cho Chang de algum filme qualquer, mas sim da história da Gina Potter.

Continuei a folhear o álbum, vi fotos do casamento real e minha mãe estava com Astória.

― Nessa época ela nem tinha conhecido seu pai. ― ela comentou.

Continuei a folhear o objeto e vi uma foto mais antiga, minha mãe e Astória juntas, observei que ela tinha a aliança no dedo, observei Astória com um garoto de uns quatro anos no colo, era Scorpius, a foto era mais recente, porém nem tanto.

― Vire a página. ― ela sugeriu, acatei a sugestão e encontrei uma foto com um Scorpius de quatro anos e uma menina ruiva de três anos, quase cai da poltrona.

―Sou... Sou eu? ― Apontei para a garota ruiva. ― Como?

― Sua mãe veio me visitar um dia, ela veio com você, quando estávamos na Seleção, ela me confessou que não gostava do Draco e nunca entrou na competição por causa dele, três dias antes da elite combinamos que nossos filhos iam se conhecer um dia. Scorpius tinha quatro anos e você três, tiraram essa foto no jardim.

Ela pegou o álbum e tirou a foto dali e entregou-me.

― Fique para você.

Despedimos-nos e retornei para meu quarto, Amélia e Alice já estavam lá, ponderei sobre a fotografia, eu nem me lembrava de ter viajado para Yukon quando pequena.

Guardei a fotografia em meio aos meus pertences, depois eu perguntaria sobre o assunto.

Amélia começou a desfazer meu penteado, troquei meu vestido por um pijama quentinho e coloquei pantufas.

Limpei a maquiagem e me deitei, as minhas amigas desejaram-me boa noite e fechei os olhos.

Eu não planejava dormir, tinha que me comunicar com meus pais, só estava esperando um pouco mais.

Depois de muito me remexer na cama e calculo que tenha passado uma hora alguém bateu na porta.

Fui atender sem me importar se estava de pijama, devia ser Sirius e volta e meia ele não estava muito por perto já que estava dividindo rotas e serviços no palácio.

Atendi e pulei de susto e meu coração deu um triplo salto mortal e encerrou com um numero de sapateado, era Scorpius parado ali,em um reflexo virei-me um pouco para o interior do meu quarto e mirei o espelho da penteadeira, meu cabelo estava uma caca e eu estava de pijama.

Minhas bochechas coraram.

― Boa noite. ― ele cumprimentou. ― Posso entrar.

― Pode. ― dei espaço na porta meio receosa.

― Calma garota, não vim aqui com nenhuma intenção sórdida. ― ele levantou as mãos espalmadas em um gesto de rendição.

― E você acha que eu pensei coisas sórdidas? ― ri.

― Bom... ― ele ficou um pouco vermelho.

― Veio me dar uma bronca pelo jornal oficial, se sim, sua mãe já me alertou. ― Avisei. ― nem perca tempo.

― Sua mãe? Você e dona rainha Astória estão intimas assim? ― ele provocou.

― Claro! ― menti. ― Ela até me contou que você fez xixi na cama quando tinha cinco anos.

― essa história de novo? Não era xixi, era chá que eu derrubei! ― ele exclamou.

― Seu besta, ela não me contou nada, estava brincando. ― produzi uma gargalhada e ele deu um pigarreio de garganta.

― Posso sentar. ― ele apontou para a poltrona.

― Claro, aqui é sua casa. ― falei enquanto me abancava na minha cama.

― Meu pai esta furioso com seu comentário, tem medo de incitar à revolta. ― ele se expressou. ― mas admirei seu comentário e sua coragem.

Ele suspirou de forma cansada.

― Está bem? ― arquei uma sobrancelha.

― Só irritado com essa competição. ― ele respondeu. ― tenho que eliminar uma garota.

Meu sangue gelou com a possibilidade se eliminada, antes era o que eu queria, mas agora eu sentia que ali era que eu devia estar, será que ele havia ido ali só para me chutar?

― Vou eliminar Ashley, Amberly teve o pior projeto e Selene foi a votada para ser eliminada. ― confessou e eu não sabia que ele iria me falar aquilo. ― Mas elas não tinham muita chance.

A ultima parte ele falou bem baixinho, acho que ele deixou escapar.

― Elas não tinham muita chance? ― repeti.

Scorpius pareceu ponderar o que ia dizer.

― é complicado, meu pai já tem garotas em mente, essa Seleção não passa de uma armação. ― ele revelou e parecia que Scorpius havia aliviado uma enorme carga e eu nem sabia por que ele estava confiando isso a mim. ― Junte as pistas.

― Lily é filha de dois figurões da política, tem o talento de convencer as pessoas, Dominique é de uma casta baixa em uma província com constantes ataques e revoltas, é para mostrar que nós, a realeza, não temos preconceito com castas mais baixas, sem falar que Dominique não tem o talento de acalmar as pessoas, ela tem o dom e a convocação dela acalmou os rebeldes. Lysander está aqui por causa de seus contatos na Austrália, Lucy está pelos seus contatos na Rússia, Roxanne é negra, isso é para mostrar que Illéa em um país sem racismo, o que todos sabem que é uma mentira, eu sei que nem posso falar de algo que nunca passei.

Ele ficou uns minutos em silêncio, provavelmente refletindo se seria certo confiar esse nível de informação para mim, desculpe Scorpius, não é, sou uma rebelde!

Esse pensamento doeu e veio mais um turbilhão, tentei esvaziar minha mente.

― E por que estou aqui? ― tentei voltar o assunto.

―Desculpa te dizer isso. ― a voz dele vacilava. ―você está aqui para preencher tabela, precisávamos de algumas garotas das castas três e quatro.

Ele parecia mentir,assim como parecia meio mal por ter dito isso, “preencher tabela”.

― Mudando de assunto. ― Levantei-me e caminhei até a penteadeira, peguei a fotografia de nós dois e mostrei a ele. ― Por acaso lembra-se disso?

― Não. ― ele respondeu, mas senti que ele mentia.

Guardei a foto e o encarei, seus olhos extremamente cinzas e lembrei-me do começo da nossa conversa.

― E a história do chá? ― Sorri.

―Sempre fui uma criança meio diferente, era doido por chá, era um dia de inverno, estava lendo na minha cama e com uma xícara de chá e eu derrubei.

― Sei! ― mas eu não estava a fim de falar dos acidentes urinários ou de chá de Scorpius durante a infância do coitado, nem sei por que toquei no assunto.

― Vamos dar uma volta? ― ele se levantou da poltrona e estendeu o braço.

Aceitei, vesti um sobretudo e calcei botas e fomos andar pelo castelo, eu estava com o braço enlaçado no dele, caminhávamos devagar e em silêncio.

Num ponto do caminho Scorpius segurou minha cintura, me girou como se estivéssemos dançando e nos encostamos na parede e ele me beijou.

Não foi nada de cinema, na realidade foi mais um encostar de lábios, assim que ele afastou-se pigarreou.

― Você tem um encontro amanhã, às três horas. ― ele falou e se afastou, fiquei em estado catatônico, virei-me e fui andando na direção contrária dela, assim que dei uns trinta passos, virei meu rosto para trás e no exato momento Scorpius, que já estava um pouco distante, também virou o rosto, automaticamente voltamos ao normal, e fingimos que nem um dos dois tinha olhado para o outro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada suas lindas



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