Depois do ultima frase pronunciada por Sirius minha mente já dava voltas de sono.

Entrei novamente no quarto e despenquei na cama, mas como sempre os sonhos vieram.

Eu estava andando em um corredor de paredes brancas e chão brilhante e límpido.

Olhei para minhas roupas, eu usava um vestido longo, azul escuro que estava aos farrapos e estava sem meus sapatos.

Continuei a andar, fui surpreendida por um homem alto e muito magro, de pele clara e o rosto nublado, ele usava as típicas roupas dos rebeldes, casacos pretos e coturnos.

―Senhorita Weasley. ― A voz era grave e ecoava.

―Sou eu. ― Me prontifiquei.

Quando percebi ele havia me algemado.

― é propriedade dos rebeldes. ― ele pontou e fiquei confusa e disse a primeira coisa que me veio à mente.

― Sou filha de Ron Weasley.

As algemas desapareceram, às vezes eu sabia que estava sonhando e podia controla-los ou me forçar a acordar.

―Filha de um rebelde? ― um coral de vozes perguntou, me virei e vi o príncipe Scorpius liderando um batalhão de soldados.

― Prendam. ― ele ordenou e eu me joguei no chão, talvez o impacto me acordasse.

Acabei apenas atravessando o chão e fui parar em outro cenário, dessa vez eu fui parar em um lugar de terra batida, olhei ao redor, as paredes eram de concreto e não havia reboco, havia apenas um janelinha no alto e com grandes e na minha frente, onde devia ser a porta existia apenas um parede de barras de metal.

Ouvi lamúrias,no canto três pessoas desnutridas que imitavam zumbis estavam estiradas.

―Rose. ― gemeu minha mãe.

― Culpa sua. ― Acrescentou Hugo e eles começaram a rastejar em minha direção, os olhos deles estavam pretos, sem pupila nem nada.

― é um sonho. ― repeti para mim, tentei acordas e cada vez mais eles se aproximavam.

― Fracassou. ― meu pai falou com a voz se perdendo. ― Nos culpou a isso.

Se era um sonho, eu podia controlar, tentei derrubar uma parede, mas não consegui e aos poucos meus pais tentavam se aproximar de mim e de alguma forma eu estava com muito medo.

― não é minha família. ― eu disse e imaginei uma corrente se prendendo aos pés deles, brotando do chão, uma agarrou os braços de Hugo e eu senti uma lagrima escorrer na minha bochecha esquerda.

Captei um ruído de outra corrente, se prendendo a um pé e a um braço do “meu pai” e ele rosnou e germinaram do chão e se enlaçaram na cintura de minha mãe.

Olhei para as barras que me prendiam e concentrei, as vi se expandindo e abrindo um fissura o suficiente para alguém do meu tamanho passar.

Passei e procurei outra porta pelo corredor, quando toquei a maçaneta.

― Por favor, meu caro subconsciente, me leve a uma lembrança feliz. ― Implorei para o vento e girei a maçaneta.

Eu esperava encontrar um lugar terrível, algo como uma balada cheia de Lilys Potter, ou um chá da tarde protagonizado por várias Lucys, ou apenas coisa pior do que eu vi naquela prisão putrefata.

Acabei encontrado um parque, fechei a porta e ela continuou ali, a brisa açoitava meus cabelos e o cheiro de eucalipto me deixava extasiada.

Reconheci o local, uma praça perto de casa, a grama era verde as folhas caídas denunciavam o começo do outono, sentei-me em um dos bancos de concreto e eu vi eu mesma de onze anos correndo pelo calçamento.

Recordei-me daquele dia, lembro que a família real estava em Sonage e iam fazer um pronunciamento, meu pai quis que todos ficassem em casa, por que ele disse que devido à visita dos monarcas nossa província poderia ser alvo de terrorismo.

Sempre fiquei entediada em casa, mamãe pensou que eu estava dormindo eu não acreditava que fosse acontecer alguma coisa, foi naquele dia que eu comecei a amar a corrida.

Sentia-me livre, poderosa e que eu podia desafiar qualquer coisa, continuei a observar o mini-eu correndo, no outro canto vinha um garoto que devia ter uns treze anos.

Ele tropeçou em mim, não vi o rosto dele, o garoto só virou-se e correu, nem falou desculpa.

―Grosso. ― A Rose de onze anos gritou.

Escutei um gemido, virei-me e a porta que tinha me trago até aqui estalou e minha família na versão zumbi estava ali, gritei e o sonho estremeceu.

Abri os olhos, eu ainda estava no meu quarto e dei graças a isso, a parte da corrida e o garoto grosso foi uma lembrança real e minha família daquele jeito, só o ato de pensar nisso me perturbava e se eu fosse pega?

Levantei-me e alcancei um sobretudo que estava na poltrona, por que estava congelando, não foi suficiente, dei uma espiada na janela, pela pouca luz supus que seriam três da manha, mas em Yukon é assim mesmo, talvez já fossem cinco, era sempre escuro.

Voltei para cama e meus cobertores e tentei estipular a temperatura, talvez seis graus e o inverno nem havia começado, estávamos no meio do mês de novembro.

Tentei dormir de novo, mas a imagem de dos meus sonhos me perturbavam.

Tentei focar no garoto grosso que tropeçou no meu eu de onze anos, por que ele era real e bem menos assustador, me questionei por onde ele andava, mas logo esqueci e voltei ao meu mundo particular.

Me remexi e essa era a primeira de minhas noites mal dormidas durante a seleção.

As sete da manhã Alice e Amélia apareceram, me arrumaram, acabei com um vestido verde oliva, uma meia calça preta e uma bota cano curto e meus cabelos acabaram em um rabo de cavalo.

Passei um batom claro e delineador, sai para o café da manhã, a mesa tinha dois assentos vagos, não vi a garota de Staton e nem Molly.

― Cadê a Melanie e Molly? ― Sussurrei para Roxanne e algumas conversas rondavam a mesa, ainda esperávamos a família real.

―Ficaram com medo e foram embora. ― respondeu ela.

― Está com medo? ― questionei.

― Um pouco. ― disse Roxanne

A família real entrou, fizeram o gesto de dispensar as reverencias, ficaram em silêncio, não ouve palavras e nem testes, apenas o ruído profundo do silencio.

Nem os garfos ousaram fazer barulho, terminei a refeição e me retirei, disseram que era para ir até o salão de baile, teríamos uma competição por lá.

Fui a primeira a chegar, havia mesinhas, cada uma com o nome de quem deveria ocupar, a minha estava na ultima fileira, na terceira cadeira.

Aproveitei os momentos de silencio e fiz as contas, sem Molly e Melanie tinha 28 garotas, eu estava preocupada, talvez eu fosse a próxima a ser chutada.

O que me aliviava, talvez eu pudesse pedir para ir embora, mas papai jamais me perdoaria por desperdiçar tal oportunidade.

Aos poucos as garotas foram chegando, Roxanne foi designada para outra ponta, Dominique estava na mesma fileira que a minha, porem estava na primeira cadeira.

Logo todo mundo estava por ali, Scorpius entrou acompanhado de madame Lestrange e ela distribuiu folhas de papel e uma caneta e Scorpius tinha uma cesta cheia de tiras de papel.

― Olá senhoritas. ― ele sorriu e eu juro que diversas meninas se derreteram com aquele sorriso, se ele não fosse tão patético eu teria parado para admirar. ― Quero testar o conhecimento de história de vocês, não se preocupem, isso não conta como eliminatória e podem ficar despreocupadas, assim que eu perguntar, escrevam bem grande no papel e levantem quando eu fizer sinal positivo.

Ele remexeu na cesta e puxou um papel e leu.

― Quando Illéa assumiu esse novo sistema de castas as mulheres ficaram por um período proibidas de voltar, que período foi esse, de que ano a que ano.

Era fácil, marquei a data, 2176 a 2181.

Assim que o sinal foi feito, levantei o papel, apenas eu e Roxanne e Lily acertamos e madame Lestrange nos deu uma estrela dourada e o príncipe puxou outro papel da cesta.

― Qual o nome completo da minha mãe?

Astória Mary Greengrass Malfoy, Escrevi no papel e quando a hora de levantar chegou o fiz, apenas Lucy errou, ela colocou Margareth no lugar de Mary, e o resto ganhou estrelinhas.

― Quais os antigos nomes de Illéa, e qual era o nome do país onde hoje está localizado províncias como Labrador e Yukon.

Escrevi que os antigos nomes de Illéa é México, Estados Unidos e Canadá e países menores da antiga America central, exemplo tem Panamá e o país onde tinha as cidade de Yukon e Labrador é o Canadá.

Só eu e Lily acertamos, o príncipe fez mais perguntas como, Qual o primeiro rei do clã Malfoy, leis conquistadas, qual o maior aliado de Illéa.

Assim que a atividade terminou foram contadas as estrelinhas, eu e Lily empatamos, como ela podia saber de tanta coisa?

Depois veio Roxanne e Lysander, Dominique e Lucy ficaram nos últimos lugares.

Sai dali e pretendia voltar para os meus aposentos, porem Scorpius me parou.

―Senhorita Rose Weasley. ― ele cumprimentou cordialmente. ― Que tal daqui duas horas uma partida de cartas, na biblioteca real. ― ele sussurrou a próxima parte. ― A biblioteca que você acabou perdida.

Ele saiu rindo e voltei para o meu quarto, eu tinha um encontro.