Uma hora depois Dominique e Luke acordaram e logo Sirius apareceu no abrigo dizendo que estávamos livres.

Como Luke dormiu no meu colo, ele ficou o tempo inteiro segurando minha mão, eu já estava soltando e passando o garoto para Scorpius e indo para meu quarto.

― Não solta minha mão. ― ele choramingou.

― Tá, não vou soltar. ― Passei um pouco de confiança.

Um guarda nos guiou por diversos corredores, logo eu ouvi um choro histérico.

― Cadê meus filhos? ― Era a voz da rainha Astória. ― Luke, Scorpius.

Eu podia sentir a dor através das suas palavras, naquele dia eu ponderei um pouco, ser mãe não era apenas gerar um filho, é zelar, é cuidar, é se preocupar e é amar, também coloquei na lista de prioridades escrever para minha mãe.

Astória virou o corredor, ela usava um vestido marrom e seu rosto estava completamente banhando de lagrimas e vermelho, seu cabelo estava para todos os lados.

Quando viu Luke e Scorpius sua expressão se suavizou, ela correu em direção aos filhos e os abraçou sussurrando palavras que ficaram perdidas no vento e eles sussurravam também.

Eu estava me afastando, mas ela se levantou.

― Você deve ser a senhorita Weasley, filha de Hermione Granger. ― ela pontuou. ― Obrigada por cuidar de Luke, como sua mãe.

Eu pensei que ela me cumprimentaria, mas me abraçou, era um abraço de mãe e nunca senti tanta saudade de casa como naquele momento.

Logo ela me soltou e eu sai dali, Amélia e Alice estavam visivelmente preocupadas, mas as tranquilizei.

― Vai querer ir embora senhorita? ― Alice perguntou como se estivesse desarmando uma bomba atômica.

―Não. ― Garanti, sim eu tinha visto coisas quebradas, guardas feridos e por sorte não entraram no meu quarto, vi gente chorando, porém eu tinha uma missão a realizar. ― Olha se precisarem de vocês em outro lugar podem ir e onde tem papel aqui?

― Vou pegar pra você. ― Se dispôs Amélia.

― Não podemos ir, em dias de ataque temos que ficar até a noite com você. ― Gentilmente explicou Alice.

Sentei-me na escrivaninha enquanto Amélia remexia uma gaveta qualquer do meu guarda-roupa e me trouxe folhas em branco e uma caneta.

―Obrigada. ― Agradeci e elas ficaram em silêncio, depois disseram que ia lavar o banheiro.

Eu odiava ser servida, sentia que estava sendo inútil, mas mesmo assim fiquei ali escrevendo as cartas, comecei pela minha mãe.

Oi mamãe.

Você deve estar uma pilha de nervos por eu não escrever logo, mas ainda não é dia do correio, você já passou por isso.

As coisas parecem tranquilas, o príncipe Scorpius é meio indefinível ainda, o príncipe Luke é um fofo.

Hoje tive a oportunidade de conversar com a rainha Astória e ela citou algo “igualzinha a Hermione Granger”, eram amigas?

Lembra-se de Gina Pinckley, então ela tem uma filha aqui, Lily Luna Potter.

E na sua Seleção tinha tantas garotas detestáveis? A Roxanne apelidou três garotas, o trio das cobras.

O príncipe Scorpius fez um teste, de uma torta de manga, queria ver o quanto ligávamos para a opinião dele e a torta era detestável.

Mas a fruta deve ser ótima, já comeu mangas? Por que antes da Seleção nem sonhava com essa fruta.

Conheci a biblioteca do palácio, é maravilhosa.

O palácio é lindo e tudo mais, gostei da oportunidade a Seleção.

Amo você.

P.S: Manda o Hugo não mexer nos meus livros.

Não inclui nada sobre o ataque, mas eu ia ter que me comunicar com o papai e falar sobre.

Decidi escrever uma carta para o papai e o Hugo, para o papai disse o quanto estava com saudade e o amava e para a peste que chamo de irmão apenas recomendei que não mexesse nas minhas coisas e fiz uma nota sobre a comida do castelo.

Logo as meninas trouxeram o jantar, devido ao ataque as refeições seriam realizadas nos aposentos.

Hoje era bife a parmegiana e arroz, comi com gosto, pois a nuvem de unicórnio de Scorpius me fez ponderar, quantos Oito e Sete estavam passando fome?

Disse às garotas que eu estava cansada demais, elas se despediram e eu fui tomar banho, depois que eu tomei banho e já estava vestida, aproveitando a solidão do ambiente, liguei torneiras e o chuveiro e usei o comunicador.

― Teve um ataque hoje. ― Apertei o botão, não sabia em que seria útil, mas poderia de certa forma ajudar, talvez fosse os comensais da morte.

Depois do clique não ouve chiado e nem nada do gênero, fechei tudo e fui me deitar.

Sentia-me em uma frigideira, não parava de rolar pela cama, comecei a refazer a minha conversa com Scorpius no abrigo.

Existem duas, os comensais da morte que querem instituir um governo muito pior.

Então quer dizer que ele considera governos piores? Talvez só o de Panem, mas para um garoto trancado no castelo chuva de granizo deve ser considerado o fim do mundo.

Bolei pela cama por mais uma hora, decidi ir fazer companhia pro Sirius, talvez um guarda fosse útil para uma rebelde infiltrada.

Abri a porta e Sirius estava ali.

―Obrigado por guardar meu segredo. ― ele falou assim que me viu.

―Não é nada, é isso que amigos fazem. ― falei.

― Sou seu amigo? ― ele perguntou.

―Talvez, que tal um irmão mais velho, agora sou filha do meio! ― ri.

―Ok, gostei do titulo. ― Sirius declarou. ― Irmão mais velho da senhorita Weasley.

Naquele momento eu percebi que Sirius seria um grande companheiro, ele olhava distraído, segui a trajetória de seus olhos e estava na porta de Dominique, por algum motivo de guardas só Sirius estava ali.

―Por que só você esta aqui? ― Arqueei uma sobrancelha. ― Onde estão os outros guardas.

― Nos revezamos nas portas das selecionadas, um em cada noite, nas noites e das sete até ao anoitecer as acompanhando. ― ele explicou. ― Só que quando viramos as noites outro guarda assume o nosso posto no dia seguinte, amanhã será o Parvati, guarda da senhorita Potter que assumira o meu posto diurno e depois de amanhã eu dividirei a guarda com Mclaggen, guarda de Dominique Weasley, assumindo o posto diurno dele. E mudando de assunto, achei os livros de hoje à tarde, que acabou ficando por lá no ataque, estão no meu dormitório.

Anotei as informações na minha mente e fiquei jogando conversa fora com o Sirius até o sono chegar.