Types escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 5
- O Leão e o Cordeiro -


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, demorou mas chegou! Espero que gostem ;)

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(Funeral Suits – All Those Friendly People)

Os rapazes estavam descendo a ladeira numa velocidade fora do usual. Estavam emaranhados nos sentimentos inebriantes que os tomavam enquanto iam de um salto a outro e braços abertos em cima de seus skates. Pararam rapidamente para pegar algo em uma conveniência a caminho de suas casas e seguiram.

– O que a gente vai fazer hoje afinal? – Perguntou Troye na tentativa de dissuadir o amigo a algo menos corriqueiro.

– O de sempre – sugeriu Hunter.

– Você sabe que o de sempre já esta ficando chato né? – afirmou o rapaz fazendo uma careta.

– O que você quer fazer afinal? – disse o garoto chegando à frente de sua casa, e chamando o amigo para entrar pelos fundos – você sabe que eu não gosto de mudar minha rotina...

– Porra! – exclamou – até parece um idoso falando – complementou rindo.

– É nada – retribuiu o sorriso, colocando o amigo embaixo do braço com uma chave de pescoço, enquanto ele se debatia para sair.

...

– A semana foi um porre, seria melhor se toda semana, fosse fim de semana – revelou Brooke se jogando na cama, acompanhado da irmã – saco! – resmungou.

– Você está insuportável por esses dias – afirmou ela – tá na hora de arranjar alguém pra dar uma aliviada – atou rindo.

– Vontade não me falta mesmo – respondeu levando o olhar para o quintal visível da janela – mas quem eu quero certamente não me quer – concluiu.

– Justo né?! – respondeu Candy.

– Supostamente você tinha que me consolar, e não me foder mais ainda.

...

Cameron estava se dirigindo para a piscina, quando fora interrompido por sua mãe que lhe informava – tem um moço na frente de casa procurando por você!

– É o Ale? – questionou.

– Não, acho que não!

Ele rapidamente pressentiu que só poderia ser Hayes, afinal de contas, depois do fim de semana passado com Ale a mensagem de moreno forte, não havia sortido muito efeito sobre o brio do loiro, que havia passado toda a semana na escola ignorando-o.

– Hey – disse Cam cumprimentado o rapaz de longe.

– Jura mesmo que foi tão sério assim? – perguntou Hayes se direcionando à Cam, forçando uma carinha tristonha – eu não mereço absolutamente nada de você? – questionou.

– Hayes, por favor, não faça isso...

– Cam, eu quem te peço, por favor, não faz assim, isso não precisa terminar desse jeito!

– Terminar o quê? – disse o rapaz enquanto olhava a sua volta no jardim da frente – nós mal começamos algo, e convenhamos isso não pra nós. Ou melhor, pra você!

– Eu sei Cam, eu sei que fui um completo idiota, eu não estou tentando justificar nada, mas, eu só queria ser ao menos seu amigo...

– Se você esta tentando tudo isso só por causa do que rolou entre a gente, e está com medo que eu saia falando pra alguém, pode ficar tranquilo, isso não vai acontecer!

– Cara, você é muito, muito mais difícil do que eu podia imaginar – dizia ele com uma vontade imensa de socar a boca do loiro presunçoso – quem falou isso, e como você pode ser tão prepotente assim e presumir as coisas como se fosse a verdade real, qual é Cam – dizia ele demonstrando alguma sinceridade – eu estou aqui numa boa, tentando ter um papo com você e tudo o que você faz e me cuspir um milhão de verdades suas como se elas fossem absolutas, quer saber de uma coisa – disse ele dando um passo para trás – acho que realmente isso não é pra nós, ou melhor, pra você! – E saiu cerrando os pulsos na esperança de que a cena comovesse o loiro.

Cam olhou ao seu redor e por um segundo recobrou sua consciência, fazendo-o pensar o quanto havia sido um babaca.

– Hayes – gritou enquanto o moreno se afastava – Hayes espera um pouco – atou correndo atrás do garoto e segurando pelo braço dele – Hey, foi mal – disse olhando nos olhos do moreno – sério, foi mal mesmo, é que, cara, é muito difícil isso tudo para mim também entende?! Eu não preciso de mentiras, de armários ou desculpas para viver minha vida, então, lidar com todos esses seus dilemas, me incomodam de certa forma...

– Cam, não sou eu que vou te dizer o que você deve fazer ou não – respondeu o rapaz forjando um romantismo devoto – eu gostaria que fosse diferente, mas definitivamente, não é, e não vai ser tão cedo – concluiu abaixando a cabeça e enfiando as mãos nos bolsos da calça.

– Quer tomar um banho de piscina comigo? – sugeriu o loiro compadecido.

...

– Sabe com quem eu falei hoje? – disse Laura enquanto o filho tirava o tênis após uma corrida em volta do quarteirão.

– Não faço ideia mamãe – respondeu tirando a roupa e indo para o seu banheiro.

– A senhora Strong, ela me disse que a filha dela esta voltando, lembra-se dela?

– Claro que lembro – disse Ale, enquanto deixava a água cair sobre o corpo suado.

– Eu também me lembro do romance que vocês tiveram – recordou-se a mãe com um sorriso nos lábios.

– Nossa mamãe, isso faz tanto tempo, tínhamos o quê? Uns dez ou doze anos – complementou rindo.

– Sim, é verdade, mas a tirar pela foto que ela me mostrou da menina, ela está linda meu filho.

– Mamãe, eu conheço a senhora, o que foi? Tá querendo que eu namore a moleca de novo?

– Ale! – atou a mãe rindo – claro que não meu filho, a senhora Strong disse que a filha volta definitivo para São Francisco, parece que a menina e a madrasta se desentenderam. Afinal! – exclamou – fazem quantos anos mesmo que ela foi embora? Enfim... Ela então sugeriu que você pudesse reatar a amizade com a filha, a fim de enturma-la novamente.

– Três!

– O quê disse?

– Faz três anos que ela foi embora – revelou o rapaz estendendo o braço pedindo pela toalha.

– Você se lembra mesmo?!

– Claro que sim mamãe, eu gostava bastante dela... Mas enfim, depois dou uma passada na casa da senhora Strong pra saber quando ela chega!

– Amanhã – disse-lhe Laura – amanhã ela esta aí!

...

– O seu pai não vai ficar bravo? – perguntou Hayes enquanto pegava a bebida das mãos de Cam que adentrava a piscina.

– Acha! – respondeu com um sorriso no rosto – ele não liga, contanto que eu não fique de porre claro, ele sempre fala, se eu disser não você vai beber fora de casa, então prefiro que seja sob minha supervisão – risos – quer dizer, quase nenhuma supervisão – concluiu.

– Caralho, isso aqui está muito bom! O que tem nisso?

– Suco de laranja, licor de anis, vodka e pimenta dedo de moça – respondeu o loiro entregando um ar de “eu sou foda”.

– E então, o que você me conta – atou Hayes, enquanto levava o drink aos lábios.

– Querido! – gritou sua a mãe de Cameron, aparecendo na beira da piscina em um vestido de gala exuberante, enquanto seu pai acelerava-a do outro lado da casa – Meu amor, estou indo com seu pai no jantar de apresentação da empresa, não vamos demorar muito, acredito, por favor, juízo!

– Pode deixar mamãe, a senhora esta maravilhosa – atou Cameron.

– Obrigado querido. Bom, me deixa ir antes que seu pai tenha um enfarto. – E saiu deixando no ar seu perfume doce e sedutor, enquanto Hayes observava-a discretamente. A senhora Clifford, mãe do loiro, de fato era linda.

– Então – risos – onde estávamos – sugeriu o garoto!

– Perguntei o que você anda fazendo?

– Bom, eu? Nada demais – concluiu dando um riso anasalado – na verdade, minha vida na Escócia era bem mais agitada do que isso aqui!

– Acha! Exclamou Hayes dando um salto pra fora da piscina – então vamos mudar isso agora – disse enquanto procurava pelo som que tocava – primeiro, vamos aumentar o volume.

(Watermät – Bullit)

– Eu amo essa música fodidamente – atou Cam.

– Agora, a gente enche os nossos copos – disse colocando mais vodka em sua bebida e levando um pouco para Cameron – e por fim – disse entrando na piscina – a gente curte – enquanto se ajeitava na borda da piscina, Cameron olhou para o seu copo de vodka cheio e virou de uma vez, olhando em seguida para rapaz ao seu lado, como se o desafiasse.

– Você acha realmente que eu não vou fazer isso? – atou o moreno forte rindo maliciosamente – você desafiou o cara errado – concluiu virando o copo, em seguida saindo da piscina para trazer a vodka e o balde de gelo mais próximo de onde estavam – Agora vem a parte louca – disse rindo – nadar pelado – e arrancou a bermuda com cueca e tudo, pulando em seguida na piscina fazendo Cameron rir com a cena.

...

cansado de ganhar de você toda hora – concluiu Hunter, jogando o controle do lado da cama e passando os dedos rapidamente nos cabelos de Troye, que estava sentando no chão encostado no criado mudo.

– Isso porque na verdade eu estou deixando você ganhar – atou o rapaz.

– Ah cala boca – disse Hunter rindo e pulando em cima do amigo iniciando ali um tipo de briguinha infantil. Enquanto iam de socos, agarrações, e por vezes alguns engraçados tapas e puxões de cabelo, o suor e a excitação dos jovens era latente, mas visível.

– Hey – gritou Troye – puxar o cabelo não vale viadinho – atou rindo.

– Calado – disse Hunter prensando o guri no chão e forçando todo o peso do seu corpo sobre ele – vai repete – dizia ele segurando os punhos do garoto – O Hunter é o meu herói – enquanto prensava mais o rapaz com peso de suas pernas – fala logo – dizia.

– Não! – respondeu Troye tentando se desvencilhar do jovem.

– Abre a boca – ordenou Hunter – abre a boca se não vou te dar uma cabeçada – enquanto Troye não abria, Hunter cabeceava a testa do garoto com força, o fazendo rir e resmungar – Abre a boca seu puto, abre a porra dessa boca logo – Troye abriu olhando fixadamente para Hunter, que cuspiu dentro da boca do rapaz, e em seguida levantou-se tirando toda a roupa e direcionou-se para o seu banheiro na intenção de tomar um banho, a cena havia lhe deixado devidamente suado – vou tomar uma ducha – disse ele saindo pelado do quarto com a toalha nos ombros e entrando no banheiro, cheira minha cueca enquanto toca uma bronha – atou rindo, trancando a porta. Deixando Troye ainda deitado no chão, pensativo e a mercê do que havia acabado de acontecer.

...

– Viu? Pra quem disse que isso aqui estava parado e chato – risos – melhorou bastante não foi? – disse o moreno forte.

– E como – atou o loiro dando um gole na vodka – mas ainda ta faltando alguma coisa – sugeriu olhando para Hayes maliciosamente.

– E o que é? – respondeu o rapaz se fazendo de rogado.

– Bom – E jogou-se pra cima de Hayes tascando-lhe um beijo cheio de desejo e vontade, sendo correspondido pelo moreno. Ambos estavam nus dentro da piscina, e todo aquele álcool, agarração e sensações, havia deixado Hayes mais teso que Cameron, para alguém que estava apenas num jogo, bem, aquele jogo estava progredindo mais do que se podia imaginar.

O moreno saiu da piscina levando Cam junto consigo, e ali numa espreguiçadeira, em baixo de um guarda sol, começou a mostrar tudo o que sabia sobre sexo, apesar de que com garotos ser essa era a sua primeira vez, a sua vontade e desenvoltura, denunciava que ele estava muito bem com aquilo.

– Antes de tudo – disse o moreno de pé enquanto era chupado por Cameron – posso dividir um segredo com você? – Cameron apenas acenou um sim com a cabeça e continuou o serviço – então calma um instante – e saiu em direção a sua mochila, tirando de lá um papelote de cocaína e trazendo pra perto do rapaz.

– O que é isso? – perguntou Cam, meio sóbrio e um tanto bêbado.

– Pó! – revelou Hayes jogando o papelote na mesinha de vidro ao lado.

– Tá maluco Hayes? – disse Cam arregalando os olhos em preocupação.

– Hey! – disse Hayes agachando-se e beijando o loiro que estava um tanto confuso – calma, não é nada demais – e continuou beijando o pescoço do rapaz, enquanto lhe acariciava o seu membro – eu também nunca usei, na verdade eu achei escondido nas coisas do meu irmão e fiquei curioso, mas se você não quiser – disse ele ficando de pé e deixando todo o seu corpo escultural a mercê dos olhares de Cameron - eu jogo fora!

– Não! – respondeu Cam – vem cá – e puxou Hayes pela cintura, enquanto estava sentado na cadeira – Arma essa porra aí, vamo ver como é isso – e voltou a chupar o moreno – que olhou para o lado dando um sorriso diabólico, como quem contava uma vitória descaradamente suja.

...

[Ale] – A semana passou rápido, a gente mal se falou depois do fim de semana passado, alias, o melhor de todos em anos, posso dizer com certeza... A gente pode se ver hoje?

Alejandro enviava uma mensagem para Cameron, na tentativa de alcançar o coração do loiro. Afinal, desde o beijo no carrossel o moreno não conseguir tirar Cam da cabeça, e definitivamente, por mais piegas que aquilo soasse, o gesto, havia sido de alguma forma, apaixonadamente romântico. Pelo menos para ele.

– Ale – Atou Laura entrando no quarto do filho – a pimenta vermelha acabou – disse inconformada – você pode ir ao mercadinho aqui perto comprar? A carne sem essa pimenta, não é nada – informou irritada.

– Calma Dona Laura, eu vou buscar!

(Ace Enders – Lions)

Ale ia meditando sobre as ruas que cruzava, enquanto recobrava de si o momento em que havia beijado Cameron, aquilo de fato havia mexido com o moreno, e ele tentava de alguma forma mensurar o que estava sentindo, era paixão, gostava por fim e definitivamente de garotos, (principalmente depois de tudo o que sucedera entre ele e Brooke), estava ele então apaixonado por Cameron, o garoto da porta ao lado? Neste instante de pensamentos intrínsecos, ele escutou alguém lhe chamando:

– Ale! – exclamou uma voz feminina, o fazendo virar-se para reconhecer quem era.

Uau! – Atou ele estarrecido e surpreso. Era uma garota linda, morena de olhos verdes, cabelos escuros, ondulados e presos no cimo da cabeça, vestia uma camiseta larga com a foto do Kurt Cobain estampada, exibia um sorriso contornado por largos lábios rosados, capazes de ofuscar qualquer coisa viva nesse mundo. Tinha um pequeno coração tatuado do lado esquerdo do pescoço, que carregava uma fina corrente dourada com um pingente escrito “Little Lion”, era algo que Ale dera para ela em um tempo longínquo – Eu... Eu...

– Eu sempre fui boa em te deixar sem palavras – interferiu ela rindo e vindo ao encontro dele, abraçando-o forte, e deixando nele o cheiro do seu perfume de verão.

– Annabelle! – Por fim ele havia conseguido dizer o nome da garota – Eu achei que você viria amanhã?!

– Sim! Viria... Mas eu queria fazer uma surpresa pra minha mãe e resolvi vir hoje, entretanto, para a minha infelicidade, ela não esta em casa – risos – deixei as malas na varanda e vim dar uma volta.

– Você pode ficar em casa comigo até ela voltar – sugeriu o moreno, ainda surpreso com tudo aquilo.

– Eu adoraria leãozinho – aceitou ela rindo, e fazendo Ale rir junto.


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