Dead Paradise (RKKT - Season 2) escrita por Ivashkov


Capítulo 7
Kingdom of dead


Notas iniciais do capítulo

A fic já está entrando na reta final :/
Mas tem novidades vindo por aí ~suspense~



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CHANEL #2

BANHEIRO

22h45

Chanel #2 estava sendo sufocada pelo reflexo de Chanel. Bem, não exatamente o reflexo Chanel.

Os braços da garota tinham saído do espelho e agarravam seu pescoço, apertando-o.

O ar estava deixando os pulmões da garota.

Ela estava tentando ter alguma ideia do que fazer. Talvez se fosse para trás, o espelho quebrasse e Chanel soltaria seu pescoço.

Decidiu colocar esse plano em prática.

Chanel #2 fez um impulso para trás, pressionando a Chanel para fora do espelho, quebrando-o e fazendo seus braços e o reflexo sumirem.

Todos os espelhos imaginários desapareceram também, deixando-a sozinha na familiaridade do banheiro.

A garota pegou fôlego e saiu correndo do quarto, pegando um vestido em cima da cama, vestindo-o por cima da cabeça enquanto corria descalça e com cortes que os estilhaços de vidro fizeram em seu corpo.

Chamou o elevador, mas o mesmo estava em manutenção desde quando ele “acidentalmente” matou duas garotas. Optou pelas escadas.

Passou correndo por uma porta de vidro e a viu.

Chanel.

A garota colocou os braços para fora do espelho e depois, o corpo inteiro. Estava totalmente livre.

Olhou para Chanel #2 e sorriu, com ódio, partindo para cima dela. As duas começaram uma corrida um tanto quanto cômica pelo hotel.

Estilhaços de vidro voavam em direção a Chanel #2, enterrando-se em sua pele. Descia as escadas principais, pronta para chegar ao saguão e chamar a polícia...

... Se alguém acreditasse que sua amiga morta estava perseguindo-a.

Chegando à recepção, gritou:

– SOCORRO!

Não havia ninguém por perto. Todos já tinham ido para a cama. Ela escorregou no piso de cerâmica, que estava com o produto de limpeza noturno.

Ela tinha se esquecido de que eles sempre colocavam aquele produto à noite.

Rolou até a porta de entrada.

Chanel havia desaparecido. Isso era um mau sinal. Sentou-se no chão, de frente para a porta e viu a garota loira sendo refletida, com punhos fechados e uma expressão de raiva.

– Não... Por favor, não! – suplicou Chanel #2.

Chanel a ignorou e a porta de vidro explodiu, jogando enormes pedaços de vidro no ar, em direção a ela. Antes que pudesse se defender, um vulto apareceu em sua frente, defendendo-a.

Chanel #2 reconheceu- o imediatamente.

Pete.

– NÃO! – ela gritou.

O garoto foi atingido por diversos cacos de vidro no peito. Ele caiu no chão, sangrando.

“Eu curo isso depois”,pensou.

Ela foi para perto dele e colocou as mãos em seu peito, para estancar o sangramento.

Atrás deles, Chanel fez um ruído de raiva.

– Merda! Chega de enrolar!

Chanel saiu passou no que restou da porta. Ela não precisava mais de algo para aparecer. Tinha se tornado uma figura sólida.

Partiu para cima de Chanel #2, arrancando-a de perto de Pete e a jogando contra a parede.

Chanel #2 esperneou e socou Chanel, que revidava os mesmos golpes, como se fosse um espelho. Ficou inconsciente por alguns segundos, caindo no chão.

Chanel a soltou e foi até Pete.

– Garoto, você sempre me enojou.

Ela pegou uma faca.

Chanel #2 chorava, porque sabia o que estava prestes a acontecer e ela não podia fazer nada para ajudar, pois estava sem forças. E achava que Chanel tinha quebrado algumas de suas costelas.

Demon apareceu ao lado de Chanel. A névoa preta envolveu Pete, inconsciente, arrancando o ar de seus pulmões. O garoto ficou roxo e sentiu seus órgãos explodindo dentro de seu corpo.

A névoa sumiu, deixando apenas Chanel parada, encarando Chanel #2 caída no chão, como se fosse uma boneca de pano.

– Foi para seu próprio bem.

E a loira desapareceu.

***

LAUREN

RESTAURANTE

16h22

Lauren estava empenhada em descobrir quem era esse tal assassino. Tinham sobrado apenas alguns hóspedes no hotel. Repassou a lista mentalmente: Hester, Katherine, Gigi, Nathan, Lena, Helen, Ally e ela mesma.

Todos pareciam inocentes.

Mas um era o assassino.

Lauren decidiu que iria até o fim com a investigação.

Levantou-se da mesa em que estava sentada e saiu do restaurante, À procura de um funcionário do hotel.

Cruzou com Helena pelo caminho. A moça lhe deu um olhar sombrio, como se estivesse carregada de ódio por ela.

Decidiu que começaria a investigar mais a fundo aquela hóspede.

Chegou na recepção e falou com uma atendente:

– Gostaria de acessar a sessão de artigos confidenciais desse hotel.

A recepcionista, que Lauren leu em seu crachá: JUSTINE, respondeu:

– E quem seria você...?

Lauren puxou a carteirinha de jornalista profissional.

– Lauren McOliver, jornalista profissional. Trabalho em diversos jornais. Você já deve ter ouvido falar de mim.

Justine pareceu perplexa.

– Ah sim, sim. Claro.

A moça olhou para mela com desconfiança, mas ignorou e a levou para uma sala pequena, atrás da recepção.

Destrancou vários cadeados da porta, engolindo em seco, e a abriu.

– É aqui. – ela disse – Qualquer coisa me chame. Se alguém perguntar, isso nunca aconteceu – e saiu.

Lauren encarou as estantes, com livros grossos e empoeirados à sua frente. Fechou a porta, para que tivesse mais privacidade. Deixou sua bolsa em uma cadeira de couro, que ficava de frente à uma mesa, lembrando a garota de uma sala de diretor.

Passou os dedos pela mesa, que estava muito empoeirada. Deveria fazer meses que alguém não limpava aquilo. Passava os olhos por todo o quarto. Não era muito grande, mas abrigava quatro estantes, lotadas de livros, uma mesa de madeira, duas cadeiras de couro e um pequeno abajur.

Lauren foi até ele e o acendeu.

A luz amarelada foi jogada por cima de uma foto antiga, de uma família sorridente. Eram cinco membros. Uma mulher e um homem, que ela supôs serem os pais, uma menina de alguns meses de idade, que segurava um ursinho de pelúcia, no colo da mãe, e não olhava para a câmera, outra menina ao seu lado, um pouco mais velha, com uns doze anos, enquanto sorria. E a última pessoa na foto era muito familiar para ela. A garota deveria ter uns dezoito anos e estava sentada na poltrona da sala.

Lauren tirou a foto do porta retrato, para ver melhor. Virou-o e viu a data da foto, escrita com uma caneta.

30 de Outubro de 1970.

Guardou-a no bolso para analisar mais tarde.

Voltou-se para as estantes.

– Tenho que começar por alguma de vocês.

Ela olhou as datas dos livros e decidiu começar com os mais antigos, que datavam 1950.

Todos eles eram apenas registros de compras e construções da época. Analisou a figura de uma praia, que era a do hotel, com o mesmo sendo construído no fundo. E a mesma garota de dezoito anos, tomando sol na areia.

Aquilo era estranho. Se a garota tinha dezoito anos em 1970, como poderia ter a mesma aparência em 1950?

Talvez a mãe dela, quando jovem, fosse muito parecida com ela. Virou várias páginas dos livros seguintes. Não encontrou informações relevantes, apenas algumas fotos de quando o hotel fora fundado.

Decidiu procurar em algum mais recente, que datava 1980. Trinta anos após a fundação do hotel.

De novo, só encontrou figuras e registros de contas. Na penúltima estante, encontrou um livro surrado, enfiado entre os demais. Parecia que não encaixava ali e fora colocado às pressas.

Lauren, obviamente, o pegou e folheou-o. Datava 1989. Era um livro diferente. Era uma espécie de diário de alguém. As páginas relatavam acontecimentos familiares, como o provável divórcio dos pais da garota que escrevera. Era difícil saber qual das três tinha o feito, mas desconfiava que tivesse sido a que era o bebê na foto.

Umas das últimas páginas era uma reportagem recortada de um jornal. Aquilo chamou totalmente a atenção de Lauren. Ela leu:

“É lamentável a perda do grandioso hotel Pacific Paradise Ocean, que foi incendiado na quarta-feira, dia 5 de julho. As causas do incêndio ainda não foram divulgadas. O hotel estava vazio, por sorte. Mas, os proprietários, a grande família Granshaw, estava de férias no recinto. Joseph Granshaw foi encontrado morto em um dos corredores. Quase não foi reconhecido, por causa das grandes deformações no rosto. Jessica Granshaw também foi encontrada morta. Lily Granshaw, a filha do meio do casal, foi encontrada, trancada no banheiro, apenas seus ossos restaram. Marina Granshaw e Hoya Granshaw não foram encontradas em lugar algum. Estima-se de que saíram do hotel e estão desaparecidas nas ruas...”.

Lauren parou de ler, horrorizada. Aquela deveria ser a sala do Sr. Granshaw. Mas, se o hotel havia sido incinerado, quem tinha o reconstruído?

Pegou o último livro da estante, datado em 1999. O mesmo tinham reportagens dizendo que a família Oberlin tinha comprado o território do antigo hotel e o reconstruído, honrando o nome dos Granshaw, seus grandes amigos.

Depois disso, nada mais. Apenas registros e mais registros de contas pagas pelo hotel.

Será que esse incêndio tinha alguma relação com o que estava acontecendo naquele hotel? E o que acontecera com as duas meninas?

***

ZAYDAY

QUARTO DA HELENA

00h44

Zayday estava sentada na poltrona. Helena estava sentada em outra poltrona, em sua frente. Estavam esperando a terceira convidada para aquela noite.

– Zayday, tenho visto que você ainda não matou seus amigos, como te pedi. – comentou Helena.

Zayday levou um susto com a súbita fala da colega, que tinha permanecido em silêncio desde que ela chegara a seu quarto.

– S-sim. É só que com esse serial killer à solta, eu prefiro deixar o trabalho nas mãos dele.

Helena fez uma taça de vinho aparecer em suas mãos.

– Você só pode estar de brincadeira. – Ela sorriu e bebeu um gole do vinho. – Você quer que eu te ressuscite permanentemente ou não? Se decida! Caso você não faça, eu juro que te materializo e te dou de comida para meus adoráveis... Bichinhos.

Zayday engoliu em seco.

– E-eu vou fazer isso. Eu juro. Só me dê tempo.

– Eu já te dei tempo o suficiente. E ele já está acabando. Abra seus olhos. Tem mais gente querendo voltar à vida.

– Tipo quem?

Helena foi interrompida por uma batida na porta.

– Ah... Sua concorrente acabou de chegar.

Helena se levantou e se dirigiu até a porta, abrindo-a em seguida.

Zayday se assustou com quem passou por ela.

Chanel.

– O quê você está fazendo aqui? – Chanel e Zayday perguntaram em uníssono.

– Me parece que vocês duas se conhecem, certo? Poupem-me de detalhes insignificantes. Não quero saber. - Ela se sentou na poltrona novamente.

Zayday encarava Chanel com um olhar mortal. E a loira retribuía.

– Como sabem... As duas querem voltar à vida. Vocês duas tem suas razões nobres para isso e como sabem, eu sou uma bruxa, não é mesmo? Sou meio que imortal.

– Vá direto ao ponto, vadia velha. – disse Chanel.

Helena a ignorou.

– Muito bem. A questão principal é que: meus poderes estão acabando.

– E o quê nós temos com isso? – interrompeu Zayday.

– Significa que... – continuou Helena. – Só tenho poderes suficientes para ressuscitar uma. Vocês duas vão ter que competir entre si para ver quem mata os amigos primeiro. Não é divertido?

***

GIGI

CORREDOR

03h32

Gigi estava andando pelos corredores como se fosse um fantasma. Ela queria encontrar Hester e salvá-la, para que ela e os amigos saíssem dali o mais rápido possível.

Andava pelo corredor do quarto de corpos. Se dirigiu para aquela mesma porta. Estava dando passos largos, com o coração quase saindo pela boca.

Chegou à porta e segurou a maçaneta. Estava fria e manchada de sangue. Isso era um detalhe que não estava ali antes. Gigi ficou preocupada. Se Hester estava mesmo ali dentro, o quê poderia estar acontecendo com ela? Quem tinha feito isso? E por quê? Hester poderia estar morta.

Girou a maçaneta e entrou no quarto. Estava tudo escuro. Ela procurou o interruptor e o encontrou, acendendo a única lâmpada do quarto. Preparou-se para ver os corpos novamente, mas não havia nada ali. Apenas o sangue na parede. E uma coleção de facas.

Ela não tinha notado outra porta, que ligava dois quartos. Estava entreaberta. Decidiu ver o que tinha do outro lado. Talvez Hester estivesse ali.

Andou até a porta e a abriu. Ela rangeu. Olhou para o chão e percebeu marcas de pés e sangue. Sangue em todo o canto.

Olhou para uma parede e não sabia se chorava de alívio ou gritava de horror.

Ali estava Hester, nua, amarrada e toda machucada. Ela virou a cabeça para cima e a olhou. Arregalou os olhos.

– Gigi, cuidado! – ela gritou.

– O quê?- ela perguntou.

Então sentiu uma pancada forte na cabeça e tudo ficou preto.


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Notas finais do capítulo

LISTA DE SOBREVIVENTES/POSSÍVEIS ASSASSINOS:
— HESTER;
— CHANEL #2;
— GIGI;
— HELENA;
— ALLY;
— LAUREN;
— LENA;
— NATHAN;
(Zayday e Chanel não contam como vivas ASHUAHUSHAU)



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