Dead Paradise (RKKT - Season 2) escrita por Ivashkov


Capítulo 8
Dead Paradise


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! Aproveitem.



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NATHAN

SAGUÃO PRINCIPAL

07h21

Nathan estava aguardando Lena e Lauren, para irem caminhar na praia. Os três tinham acordado cedo, para aproveitarem o último dia no hotel, porque no dia seguinte, eles iriam embora daquele inferno, deixando o assassino para trás. A não ser que... A não ser que uma das duas meninas fosse o assassino.

Ele duvidada. As duas não fariam mal nem a uma formiga.

– Melhor você passar o protetor solar. – Nathan ouviu a voz de Lauren, sua namorada.

– Mas nem está sol! – argumentou Lena.

– Você é uma modelo, tem que cuidar de si mesma.

As duas surgiram pela escadaria principal, com Lena passando o filtro solar no rosto.

– Bom dia. – disse Nathan.

– Bom dia. – Lauren foi até ele e o beijou.

– Por favor, sem melação agora de manhã! – reclamou Lena.

Os dois riram e se separaram.

– Bem melhor – disse a modelo.

Então os três saíram do hotel, para a caminhada.

***

Estavam dando a quinta volta na praia, quando um barulho ecoou pelos ouvidos deles.

– Vocês ouviram isso? – perguntou Nathan.

– Sim... – disse Lauren.

– O quê é? – perguntou Lena.

A resposta veio em seguida. Um vulto encapuzado de preto, com névoa escura em volta estava parado a alguns metros deles.

– Isso não pode ser bom. – reclamou Lena.

– Com certeza não. – respondeu sua irmã.

Os três recuaram dois passos e o assassino avançou um. Logo, tiveram uma ideia melhor. Correram de volta para o hotel, onde acionariam a polícia e aquela pessoa seria presa.

Chegaram a uma parte rochosa da praia. O assassino desaparecera. Não diminuíram o passo até chegarem a um lugar bloqueado por pedras, como se fosse um esconderijo.

A água batia nas rochas e espirrava neles. O sol, que estava quase saindo, pareceu estar com medo do assassino e se escondeu atrás das nuvens. Eles desceram até a areia e se encostaram no paredão de rochas, ficando bem escondidos da vista de qualquer um.

Lena sentou-se na areia molhada, sujando sua roupa de caminhada roxa. Tirou os tênis e fez uma pequena massagem nos pés. Lena permaneceu em pé.

– Se nós três estamos aqui... – começou ela. – Significa que nenhum de nós é o assassino.

Os dois olharam para ela com o rosto cheio de ironia.

– Não que eu duvidasse disso! – completou, rapidamente. – Mas, se estamos aqui... No hotel restam apenas cinco hóspedes. Temos que descobrir quem é o assassino!

Uma onda grande bateu nas rochas e espirrou água sobre eles, molhando-os por completo.

– Droga. – disse Nathan, que, estranhamente, tinha ficado quieto.

– O quê foi? – perguntou a jornalista.

– Nada. – disse ele. – Só estou com um pressentimento ruim sobre isso. Vamos voltar para o hotel e vamos embora. Hoje. Agora. – ele, que tinha sentado em uma rocha, se levantou.

– Ótima ideia! – disse Lena, se levantando.

Lauren concordou e começaram a subir a parede de rochas, que era tinha um pouco mais de dois metros. Nathan subiu primeiro e puxou Lauren logo depois.

Quando se virou para puxar Lena, levou um susto.

O assassino estava parado atrás dela, empunhando uma faca.

– LENA! CUIDADO! – gritou Lauren, desesperada.

A garota se virou e deu de cara com o assassino. Recuou até a parede, encostando-se por completo nela. Engoliu em seco.

– Se for fazer isso, faça logo. Sem cerimônias.

Lauren estava desesperada, tentando descer. Eles tinham conseguido pular quando chegaram, pois tinham chegado pelo outro lado, que tinha umas rochas soltas que serviram de apoio. Não dava tempo para ir até lá. Lauren tentou descer novamente, mas Nathan a segurou.

O assassino foi em direção à Lena, levantando a faca. Enterrou-a em sua barriga, girando-a em seguida. Fez isso repetidas vezes, até que a vida deixou seus olhos. Demon olhou para cima, para os parentes da garota. Sumiu logo em seguida.

***

Lauren estava em prantos, no colo de Nathan. Os dois tinham descido e dado um fim ao corpo de Lauren, porque não seria fácil viajar de avião com um cadáver. Jogaram-na no mar. Assistiram seu corpo sem vida afundar.

Lauren jurou a Nathan que ela descobriria quem o assassino era. E ia se vingar.

Retornaram ao hotel, para continuar a busca pela verdade.

***

CHANEL #2

CORREDOR

9h33

Chanel #2 decidiu que procuraria Hester e Gigi assim que acordou. Notou que a amiga tinha saído para procurar Hester e não voltara. Levantou-se da cama e começou sua missão.

Estava sendo difícil para ela desde que vira Pete morrer e seu corpo desaparecer misteriosamente. O pai de seu filho estava morto. As coisas nunca melhorariam para ela, tinha certeza.

Passou pelo corredor do quarto de corpos. Ia passar direto pela porta, mas ela ainda atraía sua atenção. Decidiu que iria novamente para o quarto. Quem sabe encontraria algo diferente.

Colocou a mão na maçaneta e a girou, entrando no quarto. Fechou os olhos, pronta para morrer.

Mas nada aconteceu.

Abriu os olhos novamente e procurou o interruptor.

Não foi necessário acender as luzes, porque uma iluminação vinha de outro quarto, adjacente a esse.

Andou até a porta e olhou dentro dela, tendo uma surpresa.

Hester e Gigi estavam nuas e amarradas, sendo mutiladas por Ally.

Chanel #2 manteve-se na porta, esperando o momento certo. Em dado momento, as duas amigas olharam para ela e arregalaram os olhos.

Ela simplesmente fez um sinal de silêncio com a mão e elas a obedeceram.

Decidiu que já estava na hora de aparecer. Conjurou algum poder, no fundo de sua alma. Esperava que aquilo não a prejudicasse. E nem prejudicasse o bebê.

Entrou no quarto, sendo banhada pela luz.

– O quê você pensa que está fazendo, Ally Jhonson?

Ally se virou com um susto. Arregalou os olhos e olhou para a faca em suas mãos.

– Não é nada disso que você está pensando.

– Com certeza é.

Chanel #2 socou a cara de Ally, fazendo-a ficar inconsciente. A menina caiu no chão, soltando a faca.

Ela pegou a faca da garota caída e foi em direção às amigas, cortando as correntes (com um pouco de ajuda de um feitiço de força). As duas encontraram suas roupas no chão e as vestiram.

– Quando chegarmos ao quarto, eu curo vocês. Juro.

Hester olhou para Ally.

– O que fazemos com ela? – perguntou.

– Não sei... Realmente, foi muito fácil. Não esperava que apenas um soco fosse necessário.

As amigas riram.

– Tenho uma ideia. – disse Gigi.

***

As amigas a prenderam no teto, usando algumas correntes. Ally estava de cabeça para baixo, com o sangue fazendo pressão sobre a cabeça, fazendo-a ficar parecendo um tomate.

– Está linda. – disse Hester, dando uma risadinha.

Gigi e Chanel #2 concordaram e saíram do quarto. Hster foi a última a sair.

Ela jurou que não tinha feito nada, mas o sangue em suas mãos dizia o contrário. Chanel #2 entrou novamente no quarto e viu a cabeça de Ally fora de seu corpo e um machado ali perto.

Sangue manchava todo o chão.

– Ela mereceu. – afirmou.

E então, finalmente, saíram do quarto...

... Que desapareceu logo em seguida.

***

ZAYDAY

JARDIM

12h56

Zayday estava do lado de Chanel, sentadas no banco de madeira. As duas estavam ansiosas, porque Helena queria falar com elas. Tinha marcado no jardim, porque a mestra tinha dito que se sentia mais confortável ali.

As duas estranharam, mas foram até lá. Queriam voltar à vida, mas só conseguiriam se matassem seus amigos e tivessem a aprovação de Helena.

Zayday olhava para as árvores. Ela jurava que tinha visto um morcego gigante ali. Ia avisar Chanel, mas não o fez, crendo que era apenas sua imaginação.

Após alguns minutos, Helena chegou ao jardim, usando um vestido longo e branco, com uma coroa de flores na cabeça.

– Ah, vocês chegaram. – disse, com desprezo.

Ultimamente, a mulher tinha as tratado com nojo e desgosto, mas elas a ignoravam. Porque se reclamassem, perderiam a chance de voltar à vida. Apenas uma voltaria. A outra morreria novamente, sendo apagada da mente de todos que a conhecia. Isso fazia Zayday tremer de medo... Mesmo sendo um fantasma.

– Já decidi quem será a sortuda que voltará à vida. – disse Helena, sem rodeios.

Zayday levantou-se com rapidez.

– Espera! Você disse que escolheu? Isso era um desafio! Quem o cumprisse primeiro ganhava!

Chanel encarou Zayday.

– Cala a boca e deixa-a falar, piranha!

Helena sorriu, com malícia.

– Sim, mas vocês mostraram grande desrespeito a mim, demorando demais para matar um de seus... “amigos”. – ela fez um sinal de aspas com os dedos. – Enfim... Já escolhi a vencedora.

Zayday encarava Helena. Seu coração de fantasma estava batendo muito forte em seu peito. Ela tinha certeza de que não seria escolhida. Helena sempre preferiu Chanel.

– Bem, as duas foram muito boas competidoras... Ou quase, já que não mataram aquelas pragas. Quero lembrar as regras: uma volta. Uma morre de novo e é esquecida por todos. Preparadas para a revelação?

Helena fingia entusiasmo. Na verdade, a mulher não estava nem aí para aquelas garotas. Ela só queria uma serva nova.

– Fala logo! – gritou Chanel, ansiosa.

– Bem, creio que como vocês imaginaram, a vencedora é a senhorita Chanel Oberlin. Sinta-se agradecida.

Zayday caiu no banco, enquanto Chanel se levantava e gritava:

– EU SABIA! EU SABIA! ZAYDAY TOMA ESSA! VOCÊ NÃO MERECE ESTAR NESSE MUNDO, SUA BABUÍNA! – ela parou de gritar. – Não que eu seja racista, óbvio.

Helena bateu palmas e Chanel congelou no tempo, ficando parada no meio de um soluço, o que faria Zayday rir, se ela não estivesse prestes a morrer.

De novo.

Helena disse:

– Não se preocupe. O seu corpo voltou a ser sólido também. Mas, não pode ser visível a humanos normais. E, prometo que não vai doer. Espero que goste de ser o prato principal.

– Prato principal?

Zayday arregalou os olhos, enquanto Helena dizia alguma coisa em grego e morcegos gigantes desciam das árvores.

“Então eram morcegos mesmo!”, pensou.

Ela ia falar para Helena que não estava entendendo o que a bruxa queria dizer. Mas, quando ia falar, uma das criaturas avançou sobre ela e mordeu sua barriga, arrancando pele e órgãos fora.

***

LAUREN

SALA PROIBIDA

17h32

Lauren e Nathan estavam sentados na sala proibida, a qual Lauren tinha entrado na semana anterior.

Examinavam fotos e manuscritos antigos, olhando com todo o cuidado. Estavam lá desde que voltaram da caminhada. Restos do almoço estavam no chão da sala, empilhados em uma bandeja. Lauren ainda estava abalada pela morte da irmã, mas foi melhor para ela.

Talvez esse sofrimento de assassinatos nunca acabasse. Tinham sido dez mortes. Ela nunca presenciara pessoalmente um genocídio tão grande. O editor chefe ia adorar qualquer registro que ela tivesse, então anotava tudo que acontecia em um caderno, para vendê-lo para seu chefe depois.

O mistério das duas irmãs ainda intrigava-a. Será que as duas eram as assassinas? O que faria sentido, pois todos os hóspedes que sobraram no hotel, exceto Nathan, eram mulheres. Marina e Hoya poderiam estar por aí, matando pessoas.

Era a única teoria que ela conseguia pensar. Jurava que era isso.

Mas não encontrava argumentos para sustentar sua teoria. Não tinha muitos suspeitos, então seria fácil. Reuniria todos no saguão e examinaria todas as mulheres que sobraram.

Ela não sairia dali sem descobrir quem era o assassino. Ou os assassinos.

Voltou a encarar a foto de 1970. A garota de dezoito anos ainda a intrigava, com a familiaridade. A resposta daquilo tudo poderia estar na cara dela e ela ainda não tinha percebido.

Não fazia sentido o que estava acontecendo. Por que essas pessoas? Por que essa data? Por que esse hotel?

Talvez essas notícias de incêndio estivessem relacionadas com o presente... Talvez não. Talvez os assassinos fossem Marina e Hoya... Talvez não.

Aquilo tudo estava fazendo a cabeça da garota girar. Decidiram que teriam uns minutos de descanso. Por isso, pegaram na recepção, uma lista de quartos ocupados e foram batendo de porta em porta, dizendo para todos descerem.

Alguns minutos antes de todos descerem, os dois perceberam algo que deixaram passar: todas as portas e janelas do hotel estavam fechadas. Todos os funcionários tinham sumido. Tinham abandonado eles todos lá dentro, para morrerem.

***

HESTER

DÉCIMO QUARTO ANDAR

18h00

Hester estava andando pelo corredor do décimo quarto andar, indo em direção ao saguão principal, pois uma hóspede que ela não conhecia de fato, Lauren, avisou que teria uma reunião de emergência com todos os hóspedes. Ela estava na piscina, tendo alguns minutos de lazer, depois de ter sido torturada.

Tinha descido pelas escadas de emergência, até o andar em que estava agora. No momento, se dirigia para as escadas normais, que levariam para um caminho mais rápido para o saguão.

Segurou-se no corrimão e desceu os degraus, um de cada vez. Não estava apressada para aquela reunião. Provavelmente não daria em nada, assim como as investigações policiais que tentaram instalar no hotel.

Desperdício.

Hester chegou ao décimo andar, quando sentiu a temperatura cair. Sua visão ficou embaçada. Pelos relatos que tinha ouvido, ela sabia muito bem o que isso significava.

– Não, não, não, não.

Ela apressou os passos, descendo dois degraus de cada vez. Largou do corrimão e começou a descer mais rápido. Até sentir algo bater em suas costas.

Ela caiu no chão e sentiu um ardor em suas costas, significando que ela tinha sido ferida.

Olhou para cima e viu Demon sobrevoando sua cabeça, carregando um machado.

Ele parou de voar e pousou no chão, à sua frente. Hester tentou se levantar, mas a dor em suas costas foi muito grande, então permaneceu deitada. Levantou os olhos e permaneceu o olhar fixo em Demon.

– Já que você vai me matar, você poderia simplesmente tirar essa fantasia ridícula.

O assassino riu amargamente. Hester reconheceu aquela risada de imediato, mas permaneceu quieta.

O assassino estalou os dedos e toda a névoa se dissipou, levando consigo a fantasia.

Agora, não era Demon que encarava Hester.

Era Gigi.

***

LAUREN

SAGUÃO

18h20

Ainda faltavam hóspedes. Estavam sentados nos sofás apenas Nathan e Chanel #2. Lauren estava impaciente. Chanel #2 não parava de dizer que sua amiga Hester poderia estar em perigo. Olhava para o relógio. Fazia uma hora desde que tinha chamado todos. Não era possível que demorassem tanto para descer umas escadas.

– Eu acho que devemos... – começou Chanel #2, mas foi interrompida por barulhos de salto nas escadas.

Todos desviaram os olhares para as duas pessoas que desciam. Uma era, finalmente, Helena, com um vestido branco e um olhar superior.

Ao seu lado, estava uma menina loira, que Lauren nunca tinha visto. Mas, pela expressão de Chanel #2, as duas se conheciam e ela estava assustada.

– Cha-Cha-Chanel? – perguntou Chanel #2.

A garota loira riu.

– Saudades de mim, vadia?

Lauren se lembrou. Aquela era Chanel Oberlin, a antiga rainha da Kappa Kappa Tau, que tinha sido assassinada alguns meses atrás. Aquilo não fazia sentido. Uma pessoa não poderia ser ressuscitada. A não ser que... Helena fosse uma bruxa.

Então, a peça que faltava para o quebra-cabeça se encaixou. Lauren olhou para Nathan, que retribuiu o olhar, como se os dois estivessem pensando a mesma coisa.

Helena se sentou no sofá, juntamente com Chanel, que ria maleficamente para Chanel #2.

– Bem, agora estão faltando Gigi e Hester. – comentou Chanel #2.

Chanel revirou os olhos e cruzou os braços.

– O quê você quer? – a loira perguntou para Lauren.

– Bem, eu chamei todos vocês aqui para interrogá-los sobre os assassinatos em massa que tem ocorrido aqui nesse hotel. Já interroguei Chanel #2, enquanto vocês não chegavam. Chanel... nunca te vi aqui, então não acho que você tenha alguma coisa a ver com isso. Helena?

A mulher, que estava encarando a parede, olhou para a garota.

– O quê?

– Quando você nasceu?

Ela fez uma cara de falso espanto.

– Não é educado perguntar a idade de uma moça.

– Apenas responda.

Helena revirou os olhos.

– Dia 14 de agosto de 1989, por quê?

– Não minta.

Os hóspedes encararam Lauren, como se ela fosse uma atração de circo. Ela simplesmente corou um pouco, ficando nervosa. Mas, logo depois, a sensação passou.

– Ande logo.

Helena a encarou e estreitou os olhos.

– Você não é ninguém para me acusar de estar mentindo.

– Sou sim. Então, é melhor você colaborar, Hoya Granshaw.

A confiança de Helena acabou quando Lauren disse esse nome. Ela se levantou e apontou o dedo indicador para Lauren.

– Onde você leu esse nome?

– Na sala de registros, aqui nesse saguão. Também fiquei sabendo que você tem uma irmã, chamada Marina, não é? Onde ela está? Você também a matou?

Helena olhou-a com ódio.

– Você não tem o direito!

Chanel #2, Nathan e Chanel estavam quietos, apenas observando as duas mulheres brigarem.

– Onde ela está?

– Você não sabe o que aconteceu conosco!

Lauren a ignorou.

– Vou repetir a primeira pergunta: quando você nasceu?

Helena pareceu desistir daquilo.

– 12 de setembro de 1768.

Todos no saguão prenderam a respiração, menos Chanel, que parecia já saber do fato.

– Então você é imortal? Você tem poderes?

Helena não respondeu. Mas, para Lauren, seu silêncio significou um sim.

– Então você entrou na família Granshaw e se disse filha deles?

Ela continuou em silêncio.

– Com certeza deve ter manipulado a mente deles para que você pudesse se passar por filha do casal. Como você pôde?

Helena finalmente respondeu:

– Eu sempre fiz isso. Nunca tive uma família fixa. Escolhia uma família qualquer e ficava por um ou dois meses, manipulando a mente deles, para fazê-los acreditar que eu era uma filha, ou então uma prima distante. Mas, com os Granshaw foi diferente. Eu os amava. E amava minhas irmãs também. Quando o incêndio os matou...

– Quando ocorreu o incêndio?

– 1989.

Lauren engoliu em seco.

– O quê nos garante de que não foi você que colocou fogo no hotel de seus pais, matando sua família, para você ficar com a herança só para você? O quê você tem em sua defesa, para não a prendermos agora por assassinato. Tanto em 1989 quanto em 2015?

– Ela não precisa provar nada. Quem matou todos fui eu. Hoya é só uma cúmplice. – disse uma voz, vinda da escada.

Helena paralisou assustada.

Todos olharam para a escada, onde Gigi descia, com um machado na mão, a roupa manchada de sangue e um rosto de psicopata.

– Gigi? – perguntou Chanel #2, horrorizada.

– Sim, querida. Sou eu. Difícil de acreditar, não? Na verdade, meu nome verdadeiro é Marina Granshaw. Prefiro que me chame assim a partir de hoje... Já que você só tem mais alguns minutos de vida.

Chanel #2 olhou-a com horror. Os pontos foram ligados em sua mente. Ela estava com um machado, suja de sangue. E Hester não tinha chegado. Gigi tinha matado Hester.

– NÃO! – gritou Chanel #2. – Você não matou Hester, matou?

– Claro que não. Apenas a deixei bastante ferida. Talvez sem algum membro, mas viva.

Chanel #2 gritou algo que ninguém compreendeu e subiu as escadas, à procura de Hester.

Gigi olhou para Chanel.

– Hoya, não vá me dizer que você ressuscitou a filha dos Oberlin! Você sabe o que eles fizeram! Isso é imperdoável!

Lauren ficou curiosa.

– O quê eles fizeram?

– Não vá me dizer que você não contou?
– Não tive tempo... – disse Helena.

– Bom, eu conto então.

Gigi parou alguns degraus acima do saguão.

– Em 1989, nossa família foi assassinada nesse hotel. Foi morta queimada! Covardemente! Os Oberlin sempre tiveram inveja do sucesso que nosso hotel teve, apenas porque o avô dela – ela apontou para Chanel – desistiu de fazer o hotel junto de meu pai. Isso foi totalmente desastroso para ele, então ele e a esposa, pagaram os funcionários do hotel para que colocassem gasolina em todos os corredores e quartos, enquanto o hotel estivesse vazio e estivéssemos lá, de férias, dormindo. Total covardia. Eu e Hoya e eu sobrevivemos, claro. Mas, fugimos. Quando soubemos que os Oberlin reconstruíram o hotel, para, com certeza, faturar, ficamos morrendo de raiva. Bolamos um plano de vingança. Quando descobri que estava sendo secretária de uma escola que Chanel Oberlin estava, - ela falou o nome da garota com nojo – eu tinha que matá-la. Mas, sua amiguinha... a Número 5, né? A matou primeiro. Então, só faltavam mais dois Oberlin. Os dois estavam hospedados nesse hotel. Decidi que faria a cabeça de meus amigos para virmos nos hospedar aqui, onde as minhas vítimas estavam hospedadas.

– Espera... Hunter e papai estavam aqui? – perguntou Chanel.

Todos a ignoraram.

– Mas... Se a sua vingança era matar só os dois últimos Oberlin, por que você matou todos os outros? Eles tinham que morrer, para que a fama dos Oberlin fosse manchada. Não fui a única que matou aqui. Hoya também matou. Além de que, ela me ajudou, com seus poderes mágicos. Agora, que só faltam alguns hóspedes... Que tal começarmos um jogo?

E então, Gigi partiu para cima de Lauren com o machado.

Ela caiu no chão, gritando. Gigi ficou por cima dela.

– Não é nada pessoal, só precisava de uma vítima. – ela sorriu como se fosse uma psicopata e desceu o machado em sua cabeça.

Nathan gritou ao ver a namorada morta. Correu até Gigi, socando-lhe o rosto, fazendo com que ela se distraísse.

– Então você também quer brincar? – perguntou a assassina. – Então vamos brincar.

E então partiu pra cima dele com o machado, pressionando-o contra a parede. – Está na hora de morrer...

Gigi arregalou os olhos. Gritou de dor. Sentiu o sangue escorrer por sua nuca.

Nathan viu o que tinha acontecido. Helena tinha enfiado uma faca na nuca de Gigi, que caiu no chão.

Ele pegou o machado e olhou para Helena, como se pedisse permissão. Ela simplesmente o ignorou e virou as costas. Ele entendeu isso como um sim.

Desceu o machado no pescoço dela, decapitando-a.

***

CHANEL #2

JARDIM DO HOTEL

21h23

Eles queimaram os corpos dos mortos no jardim, fazendo um pequeno cerimonial. Aproveitaram e queimaram todos os corpos que Helena manteve no quarto de corpos, como ideia de Gigi, para que assustasse os hóspedes.

Helena não tinha sido perdoada por todos, porque ela tinha matado pessoas. Apesar de quase todos ali também terem.

Mas, isso era uma coisa a ser pensada.

Hester estava sentada no banco, com uma faixa em sua cabeça, pois Gigi tinha arrancado uma de suas orelhas com o machado.

Todos os cinco sobreviventes e Chanel se reuniram e decidiram que iriam embora. Tinham dois carros na garagem do hotel, então poderiam escolher um dos dois, sem problemas. Helena ainda estava um pouco deprimida, por ter sido uma dos assassinos de sua irmã, que ela amava tanto. Ela puxou Chanel #2 para um canto e disse:
– Sei que você tem poderes mágicos também. Por isso, quero que você me prenda nesse colar. – Ela mostrou para a garota um colar com um pingente de concha. – Quando eu estiver preparada, eu mesma saio. Mas, preciso que alguém me prenda. Por favor, faça isso por mim?

Helena não parecia a mesma de antes. Ela parecia mais... Humana.

Chanel #2 achou estranho o pedido da moça, por isso, argumentou:
– Mas, você será perdoada... Eu acho.

– Não é isso. Eu quero ficar isolada por uns tempos. Não vou conseguir olhar para o rosto deles e lembrar da vergonha que foi o meu plano... Você não entende.

– Helena...

– Só, por favor, me prenda.

Chanel #2 ia responder alguma coisa, mas desistiu. Fez o feitiço e aprisionou Helena na concha. Em seguida, prendeu o cordão em seu pescoço. Carregaria Helena consigo até que ela estivesse pronta para sair.

***
Eles se reuniram e decidiram para onde ir. Por incrível que parecesse, não lembravam onde ficavam suas casas. Isso provavelmente era algum feitiço lançado por Helena.

Decidiram então, que seguiriam uma estrada até um pequeno acampamento que alugava casas para pessoas passarem suas férias. Era isso ou nada. Foram em dois carros.

Hester, no banco de trás do carro em que estava, juntamente com Chanel, Chanel #2 e Nathan.

– Não acredito que estamos fazendo isso de novo. – reclamou Hester.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, foi uma fanfic pequena, mas tenho alguns planos melhores para a season 3!
Link para a season 3:
https://fanfiction.com.br/historia/655154/ColdHellRKKT-Season3/



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