(Giovanna)

            Eu olhei novamente pro hall do hotel e ele estava lá, me olhando, e tudo que vivemos naquela noite se passou em minha cabeça em forma de flashs, era inacreditável, realmente um sonho lindo.

            - Me conta tudo que você e o Bill conversaram, e onde vocês passaram a noite? E o que fizeram durante ela hein? – Any me bombardeou de perguntas, e olha que foi ela que dormiu com o Tom.

            - Calma ta? Eu vou contar como foi! – então disse tudo o que tinha acontecido claro que os detalhes das declarações e dos beijos eu guardei apenas pra mim.

            - Nossa, que lindo vocês! São tão parecidos! – Até ela achou isso.

            - Mas e você dona Any? Que cena era aquela no café da manhã? – Ela riu.

            - Você viu? Eu deixei minha marquinha nele, ele nunca mais vai me esquecer...

            - O meu Deus o que você fez? Qual foi a sua marquinha? – Eu já estava ficando com medo dela.

            - Eu mostrei pra ele que as brasileiras são quentes e muito melhor de cama do que aquelas européias e norte americanas frias... – e nós caímos na risada, o que ela disse deixou bem claro que, assim como eu, queria os detalhes pra ela, e apenas o necessário seria dito.

            Any me deixou em casa me desejando boa sorte com meus pais, pois já era quase oito e meia da manhã, aquilo me fez pensar no Bill, que dali a meia hora iria pra São Paulo. Criei coragem e entrei em casa.

            - Onde a senhorita dormiu? – Minha mãe apareceu da cozinha.

            - Bom pra ser sincera eu não dormi, eu passei a noite na festa e depois fui ver o nascer do sol, e então tomei café da manhã no hotel com o Bill, a Any e o Tom e vim embora. – Se tinha uma coisa que eu tinha aprendido essa noite era ser sincera.

            Minha mãe olhou bem em meus olhos, depois olhou pra minha roupa, analisou minha meia calça.

            - Ok, você parece estar dizendo a verdade, mas minha filha, você estava mesmo com aquela banda que tanto gosta? – ela acreditava no que eu tinha dito e não acreditava no principal? Ninguém merece.

            - Mãe ta me chamando de mentirosa? Mereço viu... – Ela me olhou assustada. – Eu estava com eles sim, até bati foto, quer ver?

            Ela assentiu e eu peguei a máquina da minha bolsa, encontrei a foto e lhe mostrei, ela arregalou os olhos e pos a mão na boca, acho que se minha mãe não tivesse uma saúde boa teria enfartado.

            - Filha, você estava com eles...

            - Sim mãe foi isso que eu disse. – Será que ela estava surda? Meu favor hein. – Bom agora que já te provei que estive com eles, vou pro meu quarto, preciso dormir um pouco.

            - Tudo bem filha, mas venha almoçar viu? – ela dizia enquanto eu já estava no corredor indo pro meu quarto.

            Peguei um pijama e fui tomar um banho rápido pra poder dormir. Em menos de dez minutos eu já estava na cama, mas minha cabeça estava a mil por hora, não parava de pensar em cada detalhe daquela noite, tinha sido a mais linda de toda a minha vida, e mesmo que eu tentasse fechar meus olhos e não pensar em nada, o rosto do Bill vinha a minha cabeça. De repente ouço o começo de Humanoid, era meu celular, olho o número no visor e não reconheço.

            - Alô?

            - Oi, você disse que eu podia ligar quando sentisse vontade, então... – O meu Deus era ele, agora que eu não dormia mesmo.

            - Bill, que bom que você ligou, já estava quase achando que era sonho mesmo, um lindo sonho. – Ele riu, o som de sua risada era linda, eu não havia prestado atenção, pois quando se vê a risada não se ouve nada, e quando se ouve a risada não se vê nada.

            - Que bom que você gostou de eu ter ligado, mas na verdade estou aqui no aeroporto, e foi impossível não pensar em você, pois foi aqui que tudo aconteceu não é mesmo? – E nós rimos.

            - Sim foi, mas deixa eu te contar, minha mãe não acreditou que eu estava com você até agora de manhã, tipo ela acreditou que eu estive na festa e que vi o nascer do sol, mas não acreditou que tomei café da manhã com você, então tive que mostrar as fotos, ela quase teve um ataque. – Nós rimos novamente – que bom que eu lembrei da câmera.

            - Sim verdade, e bom também era por isso que te liguei, pra saber se sua mãe tinha brigado com você, mas pelo jeito não, né?

            - Não, ela não brigou, pois eu contei a verdade, sem detalhes, mas contei!

            - Gi, eu tenho que ir, nos chamaram pra embarcar, então te ligo quando chegar lá, ok? – Meu coração parecia pesado, como se tivessem o puxando pra solidão.

            - Tudo bem, e não se esqueça de me ligar, por favor... – Ele fez silencio. – Gosto muito de você ta?

            - Eu também gosto muito de você! Beijo. – e desligou. Pronto agora eu sentia as lágrimas escorrerem de meus olhos, e queimarem minha face. Eu estava sentindo saudade dele, e nem sabia quando o veria novamente, mas pelo menos ele me ligaria, eu sabia que me ligaria.