Deadline Circus escrita por Arya


Capítulo 7
Parte III: Um Drink no Inferno.


Notas iniciais do capítulo

Nunca q ia usar um nome de cap sem ser de abertura de anime. Mas não se acostumem.
Boa leitura! *u*



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Quinta-feira, sete e quarenta.
Japão, Tóquio.

Seirin olhava o bar do lado de fora.

Esse era um dos últimos bares que estava anotado na lista, sendo que o último não estava aberto. Além de ter muitos espelhos, tinha pessoas normais bêbadas e até mesmo paquerando Lorelai, fazendo que Victor e Nagumo quase cometessem um assassinato. Por mais que não estavam a paquerando, a mesma se sentiu incomodada no ambiente.

Goenji respirou fundo.

— Ok, eu estou me irritando. — o garoto falou, passando a mão no seu casaco laranja. — Não achamos nenhum bar de vampiros.

— Goenji, você quer que nós achemos um bar de vampiro no meio de Tóquio? As coisas não são tão óbvias como achar o erro em no jogo “Sete erros”. — Victor disse a Goenji, que apenas cruzou os braços. — Nós ainda temos um bar.

— Só que ele não está aberto.

— Eu sei disso. Agora posso explicar o que eu quero fazer?

— Não.

Seirin percebeu que Goenji queria bater no Salazar até sangrar, e isso a fazia se perguntar se eles estão assim pela a missão, ou por não se darem bem. Mas o sussurro de Suzuno ao seu lado dizendo “E lá vão eles de novo” a mostrou que era por não se darem bem. Perguntou-se o porquê, mas desistiu assim como muitas perguntas que tem sobre os seus companheiros.

Ela se afastou da discussão e foi na direção de uma lanchonete, decidida que ia comprar uma garrafa d’água mesmo que não terminasse. Ela sentiu alguém indo a acompanhar, e assim olhou para trás e viu Enzo vindo à direção da mesma. Mexeu de leve em seu cabelo, parando e voltando a andar quando ele a alcançou.

— Água? — o garoto perguntou, e a mesma assentiu. Ele olhou a moça que atendia. — Poderia me ver duas águas?

A mulher fez o pedido. Eles pagaram a água, já que Seirin insistiu em pagar e não deixar aquilo por conta de Enzo, e saíram da lanchonete.

— Goenji e Victor brigam muito. Por serem muitos esquentados, acabam discutindo um com o outro por isso. — Enzo sorriu e Seirin bebeu um gole da água. — E além do mais, Victor não é a pessoa mais amada do Deadline Circus, ele já brigou ao menos uma vez com a maioria. Na realidade, os Salazar não são a família mais amada. Digo, eles tem uma história imensa, que vão de coisas boas até os piores pesadelos...

— Como o que? — perguntou Seirin. Talvez ela pudesse aprender mais sobre todos através do loiro, que sorriu e abrir a garrafa de água. Por um segundo, ela reparou que no pescoço dele tinha uma pequena cicatriz, mas preferiu não falar nada.

— Victor é um sociopata poderia ser considerado um pesadelo. — ele riu, passando a mão no local da cicatriz. Seirin não entendeu no momento, e Enzo fez cara de que não poderia ter contado. — Achei que Lorelai tinha falado...

— Não, ela não falou. — Seirin disse, ficando um pouco desconfortável. Bebeu um pouco da água e o olhou. — Mais o que?

— Por acaso você quer que eu conte tudo que eu sei? — Seirin afirmou. — Ok.

Ele respirou fundo e se sentou com ela num banco que tinha na frente da lanchonete, perto de um pequeno jardim. Balançou de leve a garrafa em sua mão depois que a fechou.

— Além dos Morozov, que são a família fundadora do Circus, tinham duas famílias que foram as primeiras a se juntarem para criar o Deadline Circus: Ivanon, uma família russa assim como os Morozov, e Salazar, uma família britânica. — Enzo fez uma pausa. — Essas duas famílias mais os Morozov tem o costume de treinarem, em seus primeiros anos de vida, em suas terras natais. Depois de um tempo eles se mudam para cá e treinam por aqui por mais um tempo até tiverem a idade de poderem ser caçadores. — ele a olhou. — Continua?

Seirin afirmou com a cabeça. Enzo pensou um pouco e pegou uma caneta do bolso, desenhando o símbolo do Yin-yang para a mesma.

— Os Morozov e os Salazar são o oposto um do outro, por mais que ambos tem um amor por música e querer matar vampiros. — Seirin riu da última parte. — Os Morozov são como os heróis de um filme, e os Salazar são como os vilões. Por mais que muitos veem o contrário.

Ele fez uma pausa para beber um pouco de água.

— Já escutou aquela música Secret, do The Pierces¹? — Enzo a perguntou. Seirin pensou um pouco e negou. — Tem uma parte da música que diz “Duas pessoas podem guardar um segredo quando uma delas estiver morta”, e isso faz com que essa música lembre os Salazar. Tem segredos que apenas eles sabem, e mais ninguém. Saber de algum segredo deles é como sofrer risco de morte.

— Como o segredo de Victor? De ele ser... Sociopata?

— Seria uma boa se o segredo de Victor fosse ser sociopata. — Enzo comentou. — Eu não sei o segredo dele, mas todos sabem que ele tem um. Bem, nem pense em querer descobrir, vai acabar sobrando para mim por ter comentado sobre isso.

Seirin fez um coração com as mãos para ele.

— O pai de Victor e Lorelai é muito rigoroso, e a mãe encontra-se em cadeira de rodas devido a um acidente de carro que ocorreu durante a ida dela ao hospital para ter Vanilla. Por sorte a garota sobreviveu, mas a mãe perdeu a função das pernas. — Enzo disse. — E o estranho é que ninguém sabia que Mayumi estava grávida, e na realidade ninguém nunca viu a mãe deles. Simplesmente ela some quando vamos visitar a casa.

Seirin se lembrou do dia em que foram dormir na casa deles. Tanto o pai quanto a mãe não estavam em casa, e Michael disse que os pais tinham saído. Depois de um tempo, Michael recebeu o telefonema do pai dizendo que ele não iria dormir em casa.

— Victor tinha um irmão gêmeo, Benjamin. — comentou a ela. — E, aos cinco anos, ele morreu. E nesse ano foram quando descobriram que Victor era sociopata.

— Ele morreu como? — Enzo a olhou, fazendo com que não sabia.

— De todos os Salazar, a mais assustadora é a Lorelai. — Enzo disse, tirando o assunto do gêmeo de Victor e olhando os amigos. — Ela simplesmente não deixa escapar nenhum segredo dela, e apenas Nagumo e Suzuno sabem algumas coisas levemente. A única coisa que eu sei sobre ela é que...

Ele parou aos poucos, gelando e deixando até mesmo a água cair no chão. Ela olhou para onde o mesmo olhava, e arregalou os olhos. Lá estava Lorelai, olhando fatalmente a Enzo como se quisesse o ferir. Ela nunca tinha visto a garota com um olhar tão assustador como agora, e quando a garota a olhou deu um leve sorriso no rosto e se virou a Nagumo.

— Lorelai não é tão inocente como parece? — Seirin disse a Enzo, que afirmou com a cabeça disfarçadamente quando pegava a água que tinha caído no chão.

Dimitri se virou a eles e chamou com a mão, dizendo alto que iriam até o último bar que faltava para ver se acham pistas. Enzo se levantou.

— Achei que as pessoas iam perguntar sobre Dimitri. — Seirin sorriu a ele, de modo que tinha esquecido e que queria saber. — Desse eu não posso falar.

— Por quê?

—Eu jurei que não iria contar aquele segredo. Jurei pela a minha vida.

***

Sexta-feira, meia noite.
Japão, Inazuma.

Eles ficaram rodando o quarteirão até dar meia noite, tanto que eles jantaram em um restaurante dos pais de Nagumo, que fizeram tudo de graça por finalmente terem conhecido a famosa Lorelai. De acordo com o que percebeu, Nagumo morava em Inazuma com a família de Suzuno por conta do trabalho de caçador, mas conversava com os pais sempre que podia. E era por esse fato que Lorelai nunca foi apresentada aos pais de Nagumo.

Quando voltaram ao local, o bar estava fechado como da última vez que eles passaram ali. Goenji cruzou os braços.

— Aparentemente não vai abrir.

Victor respirou fundo com o comentário de Goenji, que já fazia para provocar o garoto.

—Não é o fato de que vai abrir ou não. E sim daquilo que ninguém reparou, e somente pensei nisso quando estava brigando com você. — Victor apontou a uma porta ao lado do bar. — Essa porta não estava aberta quando passamos por aqui. Pude perceber porque Nagumo tentou a abrir enquanto dizia que aquilo parecia mais velho que a avó dele.

Victor foi até a porta e mexeu na maçaneta, e a porta abriu.

— Como você fez isso? — Nagumo perguntou. Victor sorriu de canto.

— O bar estava fechado no momento em que passamos por aqui pela a primeira vez, como eu disse. Então eu pensei que vampiros gostam da noite, e... — ele sorriu. — Nada mais lógico do que um bar de vampiros funcionarem à noite, e principalmente a meia noite. E de acordo com o local, eu pensei que não seria tão fácil assim um bar de vampiros está à mostra. Então, vamos?

Victor deixou a porta aberta ao entrar, e assim todos entraram em fila indiana por ser um corredor estreito. A porta dava a uma escada que dava ao segundo andar, e assim Seirin estava atrás de Dimitri.

— E aparentemente não vai ser como Um Drink no Inferno. — disse Yasmin a Dimitri, que deu um sorriso de canto.

— Ao menos que o bar seja lá em cima. — Dimitri falou, apontando para uma porta no final da escada.

E não era que Dimitri estava certo? Seirin entrou depois de quase morrer sufocada naquela escada estreita e olhou tudo. Era realmente um bar, todavia parecia ter uma aparência antiga e sofisticada. Um homem tocava piano em um palco que tinha, e todos o olhavam apreciando o espetáculo.

Dimitri fez sinal para eles não chamarem muita atenção e para ela e Yuume o seguirem. Foram andando até a mesa do bar, onde tinha várias bebidas e um barman com uma aparência jovem e inocente. Ele limpava os copos e assim que ela, Dimitri e Yuume chegaram ao local, o mesmo sorriu e colocou os copos limpos num canto.

— Bem, o que gostaria? Temos... — Dimitri o cortou.

— Talvez vodka. — ele olhou para Seirin e Yuume, que estavam o olhando assustadas. Nenhuma das duas tinha idade para beber. Dimitri se levantou e se inclinou um pouco para o barman. — Não, nós queremos vodka. Sabia que eu sou da Rússia?

O barman viu Dimitri colocar a mão no cós da calça e pegar na arma, na realidade Dimitri tinha feito aquilo de propósito. Mas antes que começasse a agir, Victor os chamou.

— Pessoal, acho que estamos com problemas.

Eles olharam para trás e viram os vampiros os encarando, com os olhos vermelhos. Até mesmo o músico tinha parado de tocar e os olhavam vidrados. O Morozov sorriu e tirou a arma do bolso, atirando no peito do barman vampiro.

Logo os vampiros começaram a atacar, e Dimitri tacou as duas meninas para dentro do balcão. Elas se abaixaram, enquanto Seirin olhava e viu uma porta dentro do balcão, então imaginou que era para isso que Dimitri as colocou no balcão.

— Vamos!

Seirin pegou o braço de Yuume e as duas saíram correndo para a porta. Um vampiro apareceu e puxou a espada de Yuume, que deu um grito ao ser atingida pela a própria espada nas costas, fazendo um pequeno corte. Por sorte, não foi tão profundo.

Antes mesmo que pudesse pensar em pegar a sua arma de sua bota, ela viu um menino pular em cima do vampiro facilmente e se agarrar nas costas dele, quebrando o pescoço do vampiro. O vampiro caiu no chão e o menino, no qual estava de capuz e não mostrava o rosto, pegou a espada e as empurrou para dentro da porta, tacando a espada para Yuume.

— Cuidado! — o garoto disse e Yuume olhou para frente, pegando a espada de Yuume por reflexo e cortando o pescoço do mesmo, que caiu no chão.

A porta se fechou, e quando ela tentou abrir, percebeu que ela estava trancada. Olhou o vampiro, vendo que ele tinha um chaveiro com quatro chaves e tentou a abrir com elas, mas nenhuma funcionou. Escutou um impacto de um corpo de alguém na porta e se assustou de leve, antes de Yuume a chamar e a apontar uma porta no fim daquela sala vazia e iluminada por uma luz.

Elas respiraram fundo, indo verificar aquela porta atentamente. Yuume abriu a porta e Seirin entrou junto a ela. Yuume não ia fechar a porta, mas ela mesma se fechou sozinha. Elas tentaram abrir, mas não conseguiam, e assim fez Seirin quase entrar em pânico por cinco segundos, e foi quando Yuume a cutucou e a chamou atenção.

— Seirin... — a garota se virou e olhou para o local.

Yuume e Seirin estavam na sala onde Pavel estava preso em quatro correntes, uma em cada mão e perna.

As duas meninas correram até o mesmo, ignorando o fato de terem ficado presas com ele na sala, que estranhamente não tinha nenhuma janela e nenhuma porta. Yuume e Seirin puxaram a corrente da parede que, com força e ajuda de armas, fez as correntes se soltarem.

Elas foram até o Pavel desacordado no chão, e Seirin colocou a cabeça do menino no colo dela enquanto Yuume via como estava à pulsação do mesmo, e depois ficando um pouco mais feliz com o que percebeu.

— Ele está bem. Apenas desacordado. —comentou Yuume, e Seirin sorriu abraçando o garoto. Yuume retirou uma chave do bolso, se perguntando por que não fez isso antes, e começou a soltar as correntes do garoto, destravando com a chave que tinha pegado do vampiro que matou.

Pavel mexeu um dos dedos, e depois começou a batucar eles, um de cada vez, o que fez Seirin se soltar dele. O menino as olhou, dando um sorriso de leve e reclamando baixo algo em sua língua natal, russo.

— Pavel! Meu deus! — Yuume disse. — Achei que nunca ia o encontrar, e muito menos que íamos o encontrar vivo.

Pavel as olhou, dando um sorriso.

— Vaso ruim não quebra tão cedo. É o que a Irene diz. — ele falou rindo. Ele logo parou, e arregalou os olhos. — Cuidado!

As duas se viraram ao mesmo tempo, mas não conseguiram ver o que aconteceu, Seirin apenas sentiu uma pancada forte na nuca o que a fez cair no chão. Viu Yuume perder a consciência na hora, enquanto aos poucos ela sentia uma tontura e estava prestes a desmaiar.

Viu Pavel se arrastar, provavelmente não conseguia ficar em pé pelo o choque que teve esses dias. Um vampiro, no qual Seirin apenas via o sapato, estava andando e ria vendo Pavel tentar fugir dele. O barulho da porta se abrindo pode ser escutado, e ela sentiu alguém mexer em sua bota. Não conseguiu ver o rosto, mas provavelmente teve a ideia de ser alguém que queria ajudar.

E foi quando a sua arma foi arrastada até Pavel. Ela fechou os olhos, e escutou o tiro. O vampiro caiu entre ela e Yuume, e assim ela perdeu a consciência quando viu um garoto passar por cima do vampiro, que foi na direção de Pavel e disse:

— Pare de se meter em confusão, Pavelesado.


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Notas finais do capítulo

Secret - The Pierces: https://www.youtube.com/watch?v=93_ZspVa2HI
Pra quem não entendeu pq a ação começou assim que Dimitri falou vodka... A Vodka é uma bebida da Rússia, e os Morozov (incluindo Pav) são russos.
Espero q tenham gostado do cap. E sim, eu amo acabar no suspense.
XOXO