Deadline Circus escrita por Arya


Capítulo 6
Parte II: Isso não é um beco sem saída.


Notas iniciais do capítulo

Esse cap é narrado pela a Carolina. Acredite, esse cap se tornou o mais difícil que já foi feito. Por isso peço desculpas se ele ficou um pouco ruim.
Boa leitura.



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Quinta-feira, oito e dez da manhã.
Japão, saindo de Inazuma.

Carolina foi tacada como uma pena para cima do capô do carro de Enzo. Batendo de face com o carro, ela sentiu que seu nariz tinha começado a sangrar, então passou a mão nele e olhou o vampiro que ia à direção dela.

A mesma deixou-se escorregar pelo o capô e caiu em pé, se preparando para um ataque. Pegou a adaga que tinha caído de sua mão esquerda e estava pronta para mirá-la no peito do vampiro de sobretudo. Sentia um pouco de dor e seu nariz não parava de sangrar, mas ela não poderia ligar para isso agora.

Ela pegou impulso para atacar a adaga no coração do vampiro quando uma lança foi mais rápida, atravessando o vampiro por completo, o fazendo cair no chão após a retirada da arma. Carolina olhou o vampiro e depois outros, assim atacando o vampiro atrás de Lorelai, deixando uma adaga espetada no peito dele.

— Tome. — Kidou disse a entregando um pano para limpar o nariz. A mesma iria recusar, mas acabou aceitando, limpando o nariz.

Ela o entregou, dando três passou e pulando nas costas de um vampiro. Com um pouco de trabalho, ela enfiou uma das adagas no coração do mesmo, e saiu das costas dele, vendo o corpo cair no chão. Carolina olhou para os lados, vendo que todos estavam ocupados distraídos com algum vampiro.

Ela não estava com o sua consciência em bom estado, para início de conversa. A morena fez o que sempre fazia com os vampiros, sem reparar que tinha uma única pessoa olhando a cena, e parecia não estar apreciando nada disso.

Carolina tinha visto de longe o assassinato da irmã, Luna. Ela procurava o vampiro para matá-lo sem dó e nem piedade. Ela tem o costume de arrancar a cabeça dos vampiros após os matar e os olhar, vendo se era o vampiro que tinha matado a irmã ou não. E depois de fazer aquilo...

— Não é você. — disse, segurando a cabeça pelo os cabelos do vampiro.

Tacou a cabeça longe ao mesmo tempo em que Kidou a chamou, ele estava com um corte no braço que segurava o machado. A garota pegou as adagas e correu até ele, as guardando na bainha presa no cinto do short verde musgo que usava.

— O que aconteceu?

— Um vampiro me atacou e eu estava distraído... Não é um corte grande e grave, mas estou perdendo muito sangue. Eu já examinei, não tem hemorragia interna... Mas eu vou precisar que você... — e assim ele perdeu a consciência.

Segurou Kidou quando ele caiu, o arrastando até atrás do carro de Enzo, que agora estava com a maioria dos vidros quebrados e quase caindo aos pedaços. Pegou o machado da mão dele para que, caso ataquem, ela tinha uma arma que não fosse às duas adagas.

Abraçou de leve Kidou, se lembrando da morte dos pais. A sua irmã tremia enquanto elas estavam presas em um armário, e Carolina teve que se manter forte quando escutou os gritos de dor dos pais. Kidou estava desmaiado, mas tremia e sentia muita dor no local machucado.

Não conseguia ver a batalha, estava de costas para os outros que lutavam. Seu interior estava brigando entre si: Uma voz queria ficar com Kidou e arranjar um jeito de acabar com o sangramento que era tampado por sua mão com um pequeno pano que estava no bolso de Kidou. E a outra voz queria matar os vampiros.

A única coisa que acabou com os seus pensamentos foi quando escutou o barulho de uma explosão. Fechou os olhos, apertando mais o corpo de Kidou. Deu uma leve olhada em suas mãos, vendo o sangue do garoto na mesma.

Um silêncio tomou conta do local, e a única coisa que escutava era passos fortes vindos até eles. Ela parou de olhar Kidou e atacou o machado em quem vinha. A pessoa desviou do machado, a olhando assustada.

—Sou eu, Carolina. — Nagumo disse, olhando o machado que tinha passado do lado de sua cabeça. Depois de olhar a garota, seus olhos foram até o machucado de Kidou. — Kidou está ferido!

— O corte não é grande coisa, mas ele perdeu muito sangue. Antes de perder a consciência, ele disse que examinou, e não tinha hemorragia. — Carolina falou alto e viu Dimitri chegar por cima do telhado. Ela se afastou de Kidou e deixou Dimitri examinar o machucado, mesmo que Kidou já tivesse analisado.

— Ok, eu preciso de algo para tampar o machucado durante o caminho a Tóquio. Ele vai ficar bem se conseguimos para o sangramento sem o fechar. — Dimitri disse. — Eu não sei se estou certo de que podemos costurar ele agora, por isso eu quero um kit de primeiros socorros.

Enzo afirmou com a cabeça, abrindo o porta-malas do carro.

— E Enzo, você vem conosco. — Dimitri disse, olhando Enzo irritado. — Nem mesmo que Nagumo tenha que ir ao colo de Lorelai. Você tem que nos explicar o motivo de ter fingindo a sua morte.

— Cinco meses atrás eu estava em coma, para início de conversa. — Enzo disse, mas Dimitri falou algo em russo que Enzo se calou. Parecia ser a única coisa em russo que o loiro sabia, e parecia ter ficado chateado com o que o Morozov tinha dito.

— Vamos o levar ao médico? — Dimitri olhou Yasmin por um tempo antes de respondê-la.

Enzo entregou o kit que tinha no carro destruído. O loiro o abriu, pegando as coisas necessárias para fazer o curativo.

— Vamos o levar a melhor médica de caçadores de Tóquio. — Dimitri deu um sorriso de ponta a ponta no rosto. Lorelai congelou na hora.

— Não me diga que você vai... — Lorelai foi interrompida.

— Sim, eu vou até a бабушка¹.

****

Quinta-feira, três horas da tarde.
Japão, Tóquio.

Carolina estava sentada almoçando na cozinha da avó dos Morozov. A mulher iria ser caçadora, mas nunca dava certo porque ela não era feita para matar, e sim para curar.

E, na opinião da barriga de Carolina, as mãos dela eram perfeitas para cozinhar. Estava com fome, e iria até recusar a comida da senhora por estar preocupada com Kidou e querer saber do mesmo, mas Victor a alertou que provavelmente eles nem iriam dormir hoje ou jantar, então era melhor comer bastante.

— Savannah. — Hiroto a chamou. — Você é bonita comendo. — ele comentou a mesma, que ficou sem entender muito bem de como agir sobre aquilo;

— Bem... Obrigado? — Savannah comentou largando o hashi, meio envergonhada.

Nagumo deu uma risada de Hiroto, que logo Lorelai caiu na risada também. Hiroto revirou os olhos.

— Ok, me desculpa por lhe paquerar no meio de todo mundo. Isso é tarefa do Nagumo e da Lorelai. — Hiroto comentou a Savannah, que balançou a cabeça de leve dizendo que estava tudo bem e voltou a comer, afastando um pouco a cadeira de Hiroto.

— Pelo menos nós se paqueramos do jeito certo. Você disse que ela é bonita comendo! — Lorelai comentou.

— Espera, então quer dizer que a acha feia quando não está mastigando? — Nagumo perguntou, e Hiroto o mandou calar a boca. Savannah olhou Hiroto.

— Você é um tarado que gosta de ver mulheres mastigando? — Savannah brincou, fingindo está assustada. Hiroto se levantou e saiu com o prato de comida para a sala, ficando longe de todos.

Dimitri riu de canto e olhou Enzo. O garoto passou a mão na nuca com a olhada, e respirou fundo.

— Esse tempo em que eu estava como “morto”, na realidade eu estava em coma em um pequeno grupo de caçadores de vampiros em Hokkaido. Eu não me lembro de muita coisa do acontecimento que me fez ficar em coma, apenas me lembro de estar sem arma nenhuma, com um corte enorme na perna e fazia esforço para correr. — Enzo falou, terminando de comer. — Eu fui encontrado caído em uma árvore perto da saída de Inazuma, e o grupo estava indo para casa quando me viu. Eles me pegaram e me examinaram, colocando dentro do ônibus particular deles e me levando a Hokkaido, onde eu fiquei internado na parte médica do grupo até cinco meses atrás.

Fubuki o olhou, com um sorriso no rosto.

— Eu sou de Hokkaido.

— Sério? — o mesmo afirmou. — Lá é um local bem frio, a primeira coisa que eu senti foi que precisava realmente de um casaco. — Enzo comentou, e Fubuki concordou. Dimitri revirou os olhos.

— Querem ir para a Rússia na época do inverno? — Dimitri perguntou e ambos negaram. Ele começou a recolher os pratos de quem tinha acabado e não queria mais, indo colocar na pia e lavar. — Que bom. E, o grupo de Hokkaido, quem eles eram?

Enzo olhou para o prato vazio. Carolina percebia que ele não queria dizer, mas aos poucos ele pegou coragem e olhou Dimitri.

— Wonderland.

Dimitri parou o ato de recolher os pratos e olhou Enzo, parecia irritado. O de cabelo amarrado em um rabo de cavalo se levantou, pegando os pratos da mão de Dimitri e o levando até a pia.

— Você está de sacanagem, não é? — Dimitri perguntou, passando a mão na testa.

— Eu queria poder dizer que sim, mas estaria mentindo. E eu não sou de mentir.

O loiro de cicatriz passou a mão na sobrancelha e olhou a avó, que tinha acabado de entrar na cozinha depois de ajudar Kidou. Ele respirou fundo e saiu andando, passando pela a avó.

— Dimitri!

— Me deixa em paz. — disse o garoto, antes de sair do apartamento da avó.

No final, acabou que ninguém explicou a elas o que tinha acontecido, e isso as fez pensarem que era melhor não saber. Carolina terminou de recolher o resto dos pratos e levou até Enzo, que a mandou tomar um banho e descansar, já que eles iriam atrás de alguma outra pista assim que Kidou acordasse e comesse algo.

E Carolina fez o que o garoto disse, pegando uma muda de roupa e indo para um banheiro que tinha sido indicado pela a Rose, ou avó Morozov. Ela entrou no banheiro primeiro do que todos, e assim se olhou no espelho e depois começou a tirar a roupa para tomar o banho.

****

Quinta-feira, quatro e meia da tarde.
Japão, Tóquio.

Todos já tinham tomado banho e esperava Kidou terminar de almoçar, se é que àquela hora poderia ser considerado um almoço ou uma janta. Carolina se lembrava de Kidou com o braço cheio de pontos e imaginou como ele iria usar o machado agora. Talvez fosse melhor ele ir para casa, certo?

Estava junto a Yasmin, indo na direção da área da piscina do apartamento. Não iriam entrar, mas pela a visão da janela de um dos quartos do apartamento pode ver que a piscina estava livre, e que poderiam ter um momento refletindo e longe de qualquer complicação.

Bem... Mas elas não tinham visto Dimitri sentado na borda da piscina, com as pernas dentro da água e sem camisa. Talvez ele estivesse sentado em uma das partes cobertas, e tinha ido para a piscina. As duas sentaram uma de cada lado do mesmo, que apenas continuou na posição que estava sem falar nada.

— Ah, como é bom colocar os pés na piscina. — Carolina falou inocentemente ao colocar os pés na piscina depois de tirar os sapatos. Dimitri a olhou.

— De acordo com o Kidou, você decapitou quase todos os vampiros que tinha matado. — Yasmin olhou Dimitri e depois Carolina, colocando os pés na água. —Você é bipolar?

Carolina pode pensar em milhares de xingamentos direcionados a Kidou e deixou de sorrir. Dimitri voltou a olhar a piscina.

— Não precisa dizer nada. — Dimitri balançou de leve as pernas. — Todos nós temos nossos demônios dentro de nós que não queremos que ninguém descubra.

A morena olhou Dimitri e deu um breve sorriso, agradecendo a ele por não querer que ela explicasse aquilo que fazia. Na realidade, ela não iria explicar, e isso acabaria se tornando uma grande confusão.

— Se você quisesse jogar algo fora nesse exato momento, o que seria? — Yasmin perguntou. —Eu acho que iria jogar o fato do Asuma ter morrido em Naruto Shippuden, e o fazer ter uma vida feliz ao lado de Kurenai e sua filha. — ela pensou alto e riu. — Ok, eu realmente viajei nesse momento. Mas e vocês?

Carolina pensou por um tempo no que poderia jogar fora.

— Talvez o histórico que eu tenho de decapitar cabeças. — Carolina brincou, fazendo ambos darem um leve riso. — Isso atrai muita atenção e as pessoas ficam com medo. Não que eu não goste que elas sintam medo de mim, mas às vezes incomoda. Elas ficam me olhando como uma criança olha um animal no zoológico.

Dimitri fez sinal que entendia o que ela queria dizer, e Yasmin fez bico.

— Acho que eu fazia isso no inicio. — Carolina concordou. Yasmin a olhava assustada desde que falaram a ela que a garota tirava as cabeças dos vampiros e tinha uma história um pouco violenta, mas não a contando.

Se a contasse, talvez Yasmin a olharia sempre com pena. Pensou Carolina, e depois olhou a água da piscina.

— E você? — Yasmin deu uma leve cotovelada no ombro de Dimitri. — Já teve a sensação de querer jogar algo fora? Se sim, o que?

Dimitri olhou a água da piscina e demorou um pouco a responder. Parecia concentrado tentando pensar em algo que ele queira jogar fora, e logo fez uma cara de que não tinha achado nada. Já imaginando que ele iria dizer “Eu não sei”, se surpreendeu quando ele retirou as pernas da piscina e olhou as duas.

— Não, eu nunca pensei nisso. — respondeu, pegando uma toalha que tinha ali perto deles e secando as pernas. — Mas pensando nesse momento, eu tenho a sensação que não posso pensar nisso, já que eu não posso me jogar fora.

Ele colocou os sapatos, tacando a toalha nelas e pegando a camisa, a colocando.

— Vamos. — disse, apontando aos outros que saiam do apartamento. — Temos que procurar sobre o Pavel.

— Por onde vamos começar?

Dimitri olhou Yasmin com a pergunta dela.

— Temos uma lista de locais que podemos ir. — Dimitri colocou as mãos no bolso das calças. — Na realidade, uma lista de bares. E isso significa que o Pavel está preso dentro de um bar de... Bem...

Carolina deu uma risada, negando com a cabeça. Isso que ela estava pensando realmente existia?

— Vampiros. — Carolina completou e Dimitri segurou a risada. — Isso existe?

Dimitri tirou um papel do bolso. Lembra-se de que era a pista que Ygor tinha recebido.

— Todos os locais dessa lista ficam em Tóquio, e são bares. Agora, vamos ter que descobrir qual é o de vampiros e salvar Pavel.

— Bar com vampiros me lembra “Um Drink no inferno”. —Yasmin comentou, colocando os sapatos e entregando a toalha para Carolina se secar.

— Ótima comparação. — Carolina riu de leve e olhou Dimitri, que fez uma cara cômica.

Dimitri deu um leve empurrão na cabeça de Yasmin. Carolina colocou rapidamente os sapatos após terminar de secar e se levantou junto a garota.

— Eu odeio aquele filme. — o loiro comentou, começando a andar na direção dos outros que vinham até elas. Colocou a lista de bares no bolso da calça. —Obrigado, senhorita Yasmin, você agora está me fazendo pensar em não salvar o Pavel.

Yasmin parou por um tempo.

— Nós vamos conseguir salvar Pavel? — a garota perguntou ao loiro, que nem virou para a responder, apenas continuou a andar enquanto falava.

— Claro que vamos. Mas enquanto mais demoramos, mas difícil será de encontrá-lo. — falou numa voz controlada.

E foi assim que Carolina mal sentiu seu sorriso abrir no rosto e Yasmin segurou a mão dela e a puxou com toda a força, correndo na direção dos outros, deixando um Dimitri para trás. Carolina olhou para trás ao passar por Dimitri e sentiu uma leve culpa em seu peito por não ter reparado o motivo dele não ter virado para elas. Seus olhos estavam tampados, mas podia perceber que ele não estava feliz pela as lágrimas que rolavam em suas bochechas.

Dimitri Morozov estava chorando.


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Notas finais do capítulo

бабушка¹: (se fala babushka) Significa avó em russo. Se lembrando que os Morozov são todos russos, eles nasceram na Rússia e ficaram lá até terem uma certa idade para irem ao Japão. Descobrirão o pq daqui a alguns caps.
E os Salazar e os Morozov se conhecem a MUUUIITO TEMPO, tanto q Lorelai e Victor trocaram a fralda da Irene, como dito em algum capítulo.
TUMBLR: http://dl-circus.tumblr.com/
Sim, Dimitri é um homem depressivo. E ele tem motivos pra ser depressivo, pq se eu fosse ele acho que me jogaria fora msm e dane-se. #apanha
Então galera... Esse cap foi o mais difícil de escrever, sério! A Carolina tem uma das personalidades mais difíceis de descrever e me deu mta dor de cabeça. Espero q a dona da Carolina não me mate pelo o cap.
Espero q tenham gostado. Comentem críticas, o q acharam...
XOXO



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