Häxor escrita por one of the Dumas girls


Capítulo 5
Tá tudo bem?


Notas iniciais do capítulo

Olaaa aqui está o tão esperado capitulo dessa semana e ainda por cima com imagem do Ian Jones!!!!
obs: eu escolhi esse pra ser o nome do capitulo porque é a frase que mais tem nele, ela deve aparecer umas 3 vezes.



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–Alô?

Uma voz firme, mas ao mesmo tempo feminina soou pelos meus ouvidos. Meu corpo inteiro tremeu com o som daquela voz, linda, sedutora, ancestral. Ela disse ríspida:

–Luana Rosenbloom? Sou Kythana, rainha de Häxor. Espero que seu amigo Breno tenha entregado corretamente o livro de feitiçaria a você. Encontre-me na praça no centro da cidade amanhã depois de sua aula, é imprescindível que esteja sozinha e que leve consigo o livro. Apenas confie, vir até mim será o melhor para todos. É também de extrema importância que não conte a ninguém sobre isso, nem seus melhores amigos.

–Es-estarei lá – respondi assustada e gaguejando.

Aquela voz era medonha, mas me chamava em sua direção. Kythana, como ela se autonomeou, me chamava e eu não poderia dizer não. Não depois que algo havia se acendido em meu peito, um calor semelhante ao de produzir fogo grego alguns instantes atrás.

Pedro começou a chorar no andar debaixo, tirando-me de meus pensamentos acerca daquela mulher. Minha mãe gritava alguma coisa. Ouvi o rangido da porta da frente de minha casa e meu pai exclamando que havia chegado. Pedro parou de chorar e provavelmente correu para os braços de meu pai. Ignorei os sons vindos do andar de baixo e foquei-me novamente na letra roxa levemente desbotada.

Com isso, passei o resto da noite explorando o livro e tentando compreender os escritos antigos e lançar pequenos feitiços que eu entendesse. Portanto, nem cheguei a fechar os olhos nesta noite.

Esse mundo de magia era fascinante, tudo era tão incrível. Estrelas brilhavam no teto de meu quarto, mas não eram apenas luzinhas, eram realmente globos de fogo produtores e emissores de energia. Algum tipo de grama começou a crescer em meu tapete. As cortinas em chamas que não queimam balançavam ao vento.

Meu próprio quarto era um sonho que havia se tornado realidade.

No dia seguinte, eu peguei no sono na aula de biologia e na de matemática. Sonhei com a senhora da biblioteca, com a voz de Kythana, com Ian que estava algumas carteiras a minha frente e acordei com meu professor de matemática gritando meu nome.

–SENHORITA LUANA! LUANA ROSENBLOOM! Acorde agora menina! Você não está no pré-alfa para ter hora do cochilo!

Olhei ao redor. Diversos olhos curiosos me observavam bem humorados, maldosos, curiosos. Mas apenas um par de olhos prendeu a minha atenção e sei que você já sabe de que cor eles eram. Isso mesmo. Eram castanho-claros, lindos, com a cor de mousse de chocolate.

Nossos olhares se encontraram, Ian fez uma pergunta silenciosa com o olhar: “Tudo bem?”, e eu apenas acenei com a cabeça, constrangida demais com a situação.

Tudo isso demorou tipo um segundo. Voltei o olhar para o rosto enrugado de meu professor de matemática e disse:

–Desculpe senhor, eu tive problemas ontem de noite em casa e não consegui dormir.

–Não quero saber disso agora, a gente conversa no final da aula.

Ele se virou e em suas costas vi Ian sorrir para mim, revirando os olhos. Me encolhi na cadeira depois de ver seu gesto e o de Giulianna logo em seguida, ela me olhou com tanto ódio, seus olhos eram adagas tentando acertar meu coração e apunhalando todos os meus órgãos vitais ao mesmo tempo.

Olhei para Breno ao meu lado. Ele sorriu com solidariedade, seus olhos brilhavam de compaixão, mas logo eles foram voltados para seu caderno e suas diversas equações confusas. Eu nunca gostei de matemática, eu realmente não entendo nada (Análise combinatória então... E trigonometria...), e o ruivo é que me ensina quase tudo, ele é tipo um gênio.

Quando a aula de matemática acabou, o professor me chamou para conversar do lado de fora da sala e me deu um baita sermão sobre dormir e a importância disso no aprendizado e da necessidade de que eu durma bem para manter as minhas notas e blábláblá.

–Lu, o que ele disse? perguntou o ruivo quando voltei para o meu lugar na sala.

–O mesmo de sempre... – resmunguei, para logo em seguida começar a imitar sua voz arrastada e áspera – Não durma na aula. Você já não vai bem na minha matéria, não pode ficar dormindo.

Breno riu, escondendo a boca com a mão. Sempre gostei da maneira como Breno ri, ele fecha os olhos e joga a cabeça para trás, parecido com o James Franco. Em seguida ele tenta segurar a gargalhada, o que normalmente só o faz rir mais.

Algumas pessoas viraram a cabeça em nossa direção, tentando entender a piada, mas a verdade é que Breno e eu só precisávamos de um momento de descontração entre amigos.

No intervalo, vi Danielle discutir algo com o Ian, ela parecia muito irritada com algo. Ela quase lançava fogo pelos olhos e o garoto pareceu ter ficado muito estressado por causa disso, porque se virou e foi embora sem falar nada para a garota. Corri para a biblioteca no instante em que Danielle se virou na minha direção no longo corredor de concreto.

–Ai! – gritei quando esbarrei em alguém em um corredor menor.

–Opa! –uma voz masculina disse. – Luana? Desculpa.

Ian Jones estava apoiado na parede para não cair junto comigo em direção ao chão sujo. Eu havia caído de bunda no chão, com tudo, e agora estava latejando. Ele me estendeu a mão sorrindo. Aquela mão forte me puxou para cima, fazendo com que estivéssemos a menos de 30 centímetros um do outro. Seus olhos tinham pequenos raios verdes no centro, sua respiração estava quente, o hálito de menta com uma pitada de chocolate. Tenho certeza que enrubesci, meu rosto estava pegando fogo, minhas mãos começaram a suar e Ian ainda segurava a direita. Tirei minha mão das suas, secando o suor na minha calça e instantaneamente senti cheiro de queimado.

tudo bem? – ele perguntou quando desviei o olhar.

–Hm... Eu tenho que ir... – quase sussurrei antes de passar reto por ele sem virar o rosto.

Por que eu estava queimando? Ninguém nunca fez eu me sentir assim. O que está acontecendo comigo? Toda vez que fecho os olhos sinto o olhar de Ian sobre mim. Minha cabeça parece que vai explodir, estou sufocando, não consigo respirar.

–Onde você tava Lu? – perguntou Ela logo que entrei no recinto.

Jenn se levantou com tudo da cadeira e veio correndo me segurar. Suas mãos macias seguraram meu rosto para que eu olhasse para ela. Em seguida ela disse:

tudo bem? Você meio pálida e seus olhos...

–O quê? –perguntei indo até o banheiro anexo ao recinto sendo seguida pelas minhas duas amigas.

Eu estava péssima. Minha pele estava pálida demais, os lábios brancos, e havia uma ruga de irritação entre as minhas sobrancelhas. Meus olhos tinham um brilho intenso de luz amarela.

Fechei os olhos tentando respirar corretamente. O olhar de Ian veio a minha mente, seu sorriso, suas covinhas. Essa imagem estava cravada no lado interno de minhas pálpebras.

–Jenn – Ela chamou – pega água e chama a enfermeira.

Ela me colocou sentada na privada do banheiro, segurava meus braços. Tudo queimava, minha cabeça doía, minha garganta estava áspera. E então tudo passou.

Soltei-me dos braços de Ela e andei ereta até o pequeno espelho redondo e vi que eu havia voltado ao normal. Meus olhos estavam novamente azuis e meus lábios estavam rosados. Nada mais doía.

–Lu? – Ela perguntou – Está tudo bem?

–Acho que sim... – virei-me para ela sorrindo – Vem, eu com fome.

Agarrei Rafaela pelos ombros puxando-a até a nossa mesa. Alguns instantes depois Jenn irrompeu no aposento.

–Lu? Você está melhor? – perguntou a garota ofegante.

–Eu ótima. Vocês sabem onde o Breno está?

–Ele foi ajudar o Murilo com química. – a indiana comentou.

Murilo é um amigo nosso do primeiro ano, moreno de olhos castanhos, estatura mediana e sempre acaba ficando para recuperação de química.

Logo em seguida o sinal tocou e fomos obrigadas a voltar para a sala de aula.

Após as aulas daquele dia, peguei o ônibus que me levaria até o centro da cidade ao invés do que me levaria até em casa. A praça do centro era lotada com moradores de rua e pedintes, eu não estava acostumada a ir até lá sozinha.

Eu estava levemente assustada com a situação, eu estava indo encontrar uma mulher que me mandou ir sozinha ao seu encontro. Eu sou muito burra! Eu pensei. Não deveria ter vindo sozinha. Mesmo que essa tal de Kythana não me sequestre, estupre ou me roube, qualquer um pode fazer isso comigo. Eu estava realmente com medo. O que eu estava fazendo?

Uma senhora idosa baixinha apareceu de repente ao meu lado. Era a senhora da biblioteca, a que havia dado o livro ao Breno. De perto, seus olhos brilhavam com todas as cores do arco íris e sua pele era tão branca quanto papel.

–Curve-se diante de Kythana, menina. – ela sussurrou ao aproximar o rosto enrugado de meu ombro.


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Notas finais do capítulo

O que acharam????? Comentar não dói gente, muito menos mata :P



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