Häxor escrita por one of the Dumas girls


Capítulo 3
Svart magi


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam ansiosos para o próximo capítulo por que aqui está ele! (*aplausos*)
Só alguns avisos: a partir de agora todo capítulo terá uma imagem de um dos personagens ou de algo relacionado a história; além disso, pretendo postar um capítulo toda quarta-feira (isso só não foi possível essa semana pois o nyah estava em manutenção).
Com isso esclarecido, VAMOS À HISTÓRIA!



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–O que vocês estavam pensando? Brigar por causa de Ian Jones. – exclamou a diretora Mattias ao fechar a porta de sua sala.

–Eu não fiz nada! Ela me atacou, foi legítima defesa! – vociferei irritada - Por acaso olhar para uma pessoa é crime agora?

–Mas você cortou o cabelo dela, Luana, isso não foi certo de sua parte...

–Eu não cortei nada e...

Olhei para o lado e Danielle chorava compulsivamente. Ela estava fazendo um escândalo enorme.

Ridículo...

–Me desculpaaa! - ela gritava por entre as lágrimas – Eu tenho medo de perder eleee! Ele tá sempre falando de como você é inteligente e como ele sempre vai bem em química por que você é a dupla dele no laboratóriooo!

Eu estava com medo dela, nunca vi ninguém chorar e gritar tanto assim. A Danielle parecia uma criancinha birrenta que não recebeu o que queria. Então, ao olhar por cima do meu ombro, vi pela pequena janelinha na porta o garoto em questão parado ali fora olhando através do vidro. O meu impulso foi de me esconder debaixo do meu cabelo ou atrás do encosto da cadeira. Olhei novamente e ele estava de costas mexendo no celular. Será que ele estava ouvindo?

Retornei o foco para a diretora, tentando ignorar os berros e o rapaz moreno.

A garota olhou para mim de relance e seus olhos estavam tomados por um brilho maléfico. Observei a garota por um instante, a íris castanha brilhava de excitação e maldade, mas talvez sob o ponto de vista da diretora isso fosse lágrimas se formando no canto de seus olhos. O nariz levemente arrebitado, os lábios contraídos, o queixo perfeito, a pele sem uma única marca. Por fora ela era um anjo, mas o seu interior era diferente... Perverso.

Ela virou o rosto em minha direção e a atmosfera se tornou carregada, eu estava hiperventilando. Aquele olhar é o olhar de alguém que não tem nada a perder, de alguém que não liga em acabar com a vida dos outros.

–Está bem, está bem – exclamou exasperada a Sra. Mattias – Cada uma de vocês receberá uma advertência por seu comportamento, pois nunca estiveram envolvidas em brigas antes. Mas não quero que isso se repita.

X

No dia seguinte, avistei Danielle se esfregando em Ian Jones e também ela lançando um olhar irritado na minha direção. Me recusei a trocar qualquer palavra que não tivesse cunho acadêmico com o garoto de olhos castanho-claros sentado ao meu lado no laboratório de química, pelo menos até ele perguntar sobre a briga.

–Então... O que aconteceu exatamente ontem no banheiro? A Dani se recusa a me contar. – eu acho que ele estava jogando charme para cima de mim para eu cooperar com seu inquérito.

–O quê? Ela me acusou de olhar para você. –eu resmunguei rabugenta – Como se olhar para alguém fosse um crime...

–E você estava olhando? – ele perguntou sorrindo, só faltava os seus dentes brilharem – Não culparia se estivesse.

– Eu não estava olhando, - revirei os olhos - sua namorada que é louca.

–Louca por mim você quer dizer – e então ele riu, divertido com a situação.

Continuei o ignorando até o final da aula, quando me virei e fui embora com muita pressa antes que Danielle chegasse e voltasse a se esfregar no moreno maravilhoso atrás de mim.

X

–Não quero que o Ian se apaixone por mim... Ele é egocêntrico demais– comentei quando vi que Breno havia saído da biblioteca para comprar comida.

–É assim que se fala mulher – respondeu Jenn animada – você não pode depender de homem, tem que ser superior a eles. Por que sabe de uma coisa? Homem não presta.

– Que falta de romantismo, Jennifer – reclamou Rafa – eles podem ser muito toscos na maior parte do tempo, mas não tem como não amar... É que nem um irmão mais novo.

Estávamos rindo quando Breno voltou com um sanduíche e um livro velho com capa de couro em suas mãos. Ele jogou o objeto empoeirado em meu colo e se sentou do outro lado da mesa.

–A bibliotecária falou que talvez você se interessasse por isso – ele comentou me olhando pelo canto do olho.

–Obrigada – respondi enquanto colocava o livro em cima da mesa gasta e olhava por cima dos ombros para a senhora baixinha de cabelos brancos que eu nunca havia visto ali.

– Sobre o que é, Luana? – perguntou Jenn curiosa.

–Vamos descobrir agora – abri o livro com cuidado tentando afastar a poeira das páginas amareladas.

As páginas eram grossas, quase apodrecidas e possuíam escritos estranhos de alguma língua não conhecida por mim. As anotações de alguém transbordavam pela borda do papel em tinta roxa, provavelmente de uma garota. Algumas figuras medievais mostravam fadas, lobos, sereias e diversos outros seres mitológicos.

–Eu provavelmente não deveria estar tocando nisso sem luvas. É tão velho e tão lindo que deveria estar num museu, não numa biblioteca de escola.

Era realmente lindo. As ilustrações desbotadas possuíam apenas um plano, assim como as imagens da Idade Média. O papel amarelo ainda tinha cheiro de madeira, mas ao mesmo tempo de suor e tinta com fragrância de uva.

–Uou – exclamou Rafaela ao observar a escrita que parecia saída de um dos nossos livros de fantasia, Élfico de Tolkien, ou talvez Wyrd de Sarah J Maas.

Quando me virei novamente para a velha bibliotecária, ela não estava mais lá e havia sido substituída por Alixa, a bibliotecária de sempre, uma moça alta, morena e de óculos com colar de pérolas e brilhantes que a deixavam com a aparência de ser muito mais velha do que realmente é.

–Oi, Alixa – a chamei caminhando em sua direção – eu quero esse livro emprestado, posso?

–Nunca vi esse livro na vida, Luana, ele não é daqui. – ela respondeu olhando surpresa para o livro.

–Ah... – respondi decepcionada – Se alguém vier procurar esse livro, você pode avisar que eu encontrei e que está comigo?

–Claro. Hm... Qual é o título mesmo? – ela perguntou anotando a identificação do livro num post-it.

– Hum... Acho que é SVART MAGI ou alguma coisa do tipo... Não sei pronunciar isso.

–Se alguém aparecer eu mando te procurarem.

–Obrigada!

X

–Lu, - Breno me cutucou – a sra Moura vendo.

Tirei os olhos das magníficas páginas do livro para espiar o ruivo ao meu lado e em seguida mirar o rosto enrugado de minha professora de história. Os olhos espremidos cobertos por um par de óculos muito brega me observando com cautela. Eu não podia ir mal naquela matéria novamente.

–Ela não vai fazer nada, Breno – respondi me encolhendo na cadeira.

–Ela já é chata, e você fica ai cutucando na onça com vara curta.

Ri baixinho com a observação do ruivo. Esse era meu melhor amigo, o ruivo zuado, nerd e geek que usa expressões mais velhas que a sra Moura... E essa mulher foi garçonete na última ceia de Jesus.

–Luana! – ela era a única professora que me chamava pelo primeiro nome – Solte esse livro agora e me diga o que foi a Insurreição Pernambucana.

–Hm... – algumas dezenas de cabeças se voltaram para mim e minha testa e bochechas começaram a queimar só de todo mundo estar olhando para mim – Foi quando os... Hm... Os pernambucanos se rebelaram contra os holandeses que... Hm... Estavam dominando o território e tinha o Nassau...

–Ora, ora, ora! Parece que alguém estudou, certo?

Olhei para baixo. Como alguém conseguia ser tão má trabalhando com crianças e adolescentes? Ela sempre conseguia me ridicularizar na frente dos outros alunos. Senti uma força interna me impulsionar para frente. Algo crescia dentro de mim, algo grande e poderoso.

–Sim – murmurei, apenas para exclamar logo em seguida – E daí?

–Isso é jeito que se fale comigo?!

–Lu... – Breno me puxou para baixo na cadeira. – Não faz isso.

–Parece que o senhor também quer me desafiar, sr Miller.

–N-não senhora – ele gaguejou.

–Os dois, para fora! Agora! – ela berrou com aquela voz de zumbi dela.


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Notas finais do capítulo

Então queridos leitores, me digam o que estão achando, façam sugestões, críticas, sintam-se a vontade. Além disso, o que acharam da Luana? Para quem não ficou muito claro ela está no segundo ano do colegial e tem 16 anos. Esperem a imagem do Breno para semana que vem!



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