Wonderful Love escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês? Gabriel voltou com mais um capítulo, espero que gostem.

Boa leitura!



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Mário...

Depois que finalmente o sinal do fim do intervalo tocou, pudemos voltar para a sala de aula. Nós três voltamos juntos e pude perceber que os alunos pareciam não gostar do fim do intervalo, pois voltavam para a sala caminhando normalmente com cara de desanimados, apesar que outros conversavam e com certeza por conversarem, não estavam nem ligando pra isso. Eu, Gustavo e Cirilo voltamos juntos pra sala conversando animadamente. As aulas seguintes passaram voando, quando vi, já estava tocando o último sinal nos liberando pra ir para casa.

Porém, quando eu estava saindo com Gustavo e Cirilo, percebi que a garota que eu havia esbarrado no corredor, a Marcelina, era a única na sala, pois havia deixado seus materiais caírem no chão enquanto tentava guardá-los.

E eu, como um bom cavalheiro que sou, voltei lá pra ajudá-la.

–Marcelina?- chamei.

–Quê?- ela disse sem olhar pra mim.

–Deixa eu te ajudar com esses livros.

–Não precisa, eu sei muito bem me virar sozinha.- ela falou ríspida.

–Tudo bem, só queria ajudar.

–Eu não preciso da ajuda de um zé-ninguém como você, já disse.

–Desculpe, não quis te ofender, só queria ajudar porque gosto muito de você!- dessa vez eu quase gritei.

–Como gosta de mim se nem me conhece? Tá doido?

–Não, é sério!

–Mas você é chatinho e insistente hein? Seu pai e sua mãe são insuportáveis assim também?

Naquele momento, meus olhos se encheram de lágrimas. Não só pelo jeito que ela falou comigo, mas também porque ela havia, sem perceber, tocado na minha ferida. Eu odiava quando falavam da minha mãe, pois isso me fazia voltar no tempo e lembrar que ela morreu. Totalmente arrasado e triste com o que ela me disse, saí correndo da sala com os olhos marejados, deixei pra trás até Gustavo e Cirilo, que sabiam o quanto aquele assunto machucava em mim. Tudo bem que ela não sabia, mas só de ter sido grossa, já foi o bastante. Realmente eu preciso com urgência tirar essa garota da minha cabeça, ela é completamente arrogante, o oposto de mim. Sem dúvida ela vai sempre me tratar assim, eu tenho que me afastar dela o quanto antes.
Assim que eu cheguei em casa, nem sequer almocei, simplesmente me joguei na cama e chorei, chorei muito. Eu era sim, muito sensível, não gostava de ficar assim, mas não aguentei.

Marcelina...

Quando o sinal do fim do intervalo tocou, me deu um alívio enorme, pois eu queria muito voltar logo pra sala de aula. mas eu ainda tinha uma certa pressa para poder voltar pra casa, já que estava louca pra sair logo da escola e passar a tarde na casa da Aninha, como a gente sempre fazia antigamente. Confesso que meu primeiro pensamento ao pisar na escola foi justamente esse, mas é porque sinto saudades dos velhos tempos, ela foi a única garota da escola que já me chamou para ir na casa dela e na minha. Acho que por isso pegamos essa amizade tão grande, mas adorava mesmo assim.

Só que as outras aulas estavam passando até que rápido, prestei bastante atenção, gostei muito das matérias e dos professores. Mas, quando o sinal do fim de aula tocou, todos os alunos saíram em disparada pela porta. Eu, como uma aluna exemplar, comportada e civilizada do jeito que sempre fui, arrumei meu material com calma, sem pressa nenhuma, mas me lembrei que queria logo sair dali para ir pra casa da Aninha e comecei a me desesperar, perdi a concentração e deixei quase tudo cair, meu estojo, meu caderno de resumos e meus livros. Bufei, mas logo comecei a juntar tudo quando escutei uma voz atrás de mim:

–Marcelina?- logo reconheci a voz, era o menino que eu havia trombado no corredor.

–Quê?- respondi sem olhar pra ele.

–Deixa eu te ajudar com esses livros.

–Não precisa, eu sei muito bem me virar sozinha.- falei, me virando pra ele, sendo ríspida.

–Tudo bem, só queria ajudar.

–Eu não preciso da ajuda de um zé-ninguém como você, já disse.

–Desculpe, não quis te ofender, só queria te ajudar porque gosto muito de você!- dessa vez ele quase gritou.

–Como gosta muito de mim se nem ao menos me conhece? Tá doido?

–Não, é sério!

–Mas você é chatinho e insistente hein? Seu pai e sua mãe são insuportáveis assim também?- retruquei irritada. Eu realmente havia explodido com ele. Mas também, quem ele pensa que é? Ou melhor, quem ele pensa que eu sou pra precisar de ajuda de um desconhecido? A gente só havia se esbarrado na escola, nem nos conhecíamos direito, ele não tinha que ficar me oferecendo ajuda. E só podia ser louco para gostar de mim sem ao menos me conhecer. Por isso, tratei logo de cortar o barato dele. Mas, quando eu disse isso, os olhos dele se encheram de lágrimas e ele logo saiu correndo. Então, assim que ele saiu da sala, me senti aliviada e triste ao mesmo tempo. Eu estava aliviada porque ele finalmente me deixaria em paz, mas ao mesmo tempo, fiquei triste e com pena do garoto, não era essa a reação que eu esperava que ele fosse ter.

Ainda um pouco confusa sentimentalmente, fechei a mochila e a coloquei nas costas, mas assim que saí da sala vi que o garoto moreno que vivia andando com ele estava ali no corredor, observando ele ir embora correndo do colégio enquanto o irmão gêmeo dele ia atrás. Então, aproveito que ele está distraído e vou até ele:

–Com licença.- falei para o moreno tranquilamente.

–O que você quer Marcelina?- ele perguntou, áspero.

–Calma, só vim perguntar quem era aquele garoto. A gente se esbarrou no corredor e eu não tive chance de conhecê-lo e ele veio atrás de mim pra me oferecer ajuda, mas eu não queria a ajuda dele. Quem ele pensa que eu sou pra precisar de ajuda de alguém como ele? Então, eu só falei a verdade, o que eu acho. Logo, ele me levou pra dentro da sala de novo e se sentou em uma cadeira, eu fiz o mesmo.

–Marcelina, você não querer a ajuda dele é uma coisa, outra é você ter falado tudo o que falou pra ele sem ele ter te feito nada.- ele explicou calmamente- Ou será que foi o esbarrão que te deixou emburrada com ele?

–Sim, confesso que fiquei irritada com o nosso esbarrão, eu até agora estou achando que foi de propósito.- respondi sincera. - Mas também não é por isso, a gente mal se conhece e ele ainda diz que gosta de mim. Onde ele tava com a cabeça para falar isso pra mim? Quem é ele, afinal?

–Tá bem. Mas já que você está tão curiosa, tudo bem. Ele é o Mário Ayala e o outro é o irmão gêmeo dele, Gustavo. O Mário é um garoto normal, ele só é sensível porque perdeu a mãe muito cedo, com apenas cinco anos.- abri minha boca quando ele disse isso- Com a morte da mãe, o pai dele entrou em depressão tão profunda que ficou um tempão desempregado, chegando a passar por dificuldades financeiras e até tentou suicídio. A coisa foi tão séria que eles tiveram que trabalhar, mesmo sendo muito novos. Tiveram que fazer isso para não perderem a casa e morarem na rua. Mas ainda bem que hoje o pai deles saiu da depressão e voltou a trabalhar, mas foi uma fase dura pra ele.

Fiquei chocada com as palavras dele, já ia perguntar outra coisa, quando ele continuou:

–E ele saiu daqui chorando justamente por isso, você tocou na ferida dele. Você mencionou a mãe dele e ele sempre chora assim quando lembra da mãe. -ele finalizou.

–E...eu, eu estou...- tentei falar, mas a voz não saía.

–Não precisa falar mais nada- falou Cirilo, indo para fora da sala, me deixando sozinha ali com meus pensamentos. Meu deus, que coragem do Mário. A mãe dele morre, o pai tentou suicídio, quase perderam a casa e tiveram que trabalhar cedo pra que isso não acontecesse. Nunca vi ninguém ser capaz de enfrentar essas dificuldades da vida. Agora é oficial, estou completamente arrependida do que disse à ele, não devia ter sido tão grossa e recusado a ajuda dele. Pelo contrário, devia ajudar, afinal, uma pessoa dessas é o tipo que eu respeito. Eu realmente fui muito burra de ter tratado ele daquela maneira sem antes saber da vida dele, se ele merecia meu respeito ou não. Quando vi, já estava com lágrimas caindo do canto dos olhos, mas logo as sequei, não iria chorar ali e atrair olhares. Já sei o que vou fazer, vou até a casa de Aninha, quem sabe ela me ajuda nessa? Então, me levanto e começo a andar em direção da casa de Aninha, ver se ela me dá uns conselhos.


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Notas finais do capítulo

É isso, até o próximo.



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