Wonderful Love escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 26
Capitulo 26


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal, aqui é o Matheus novamente com mais um capitulo fresquinho, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643413/chapter/26

Mário...

Assim que nos separamos pela falta de ar, nos abraçamos por um tempo, eu estava muito feliz porque nós dois tivemos tantos obstáculos em nosso caminho, estávamos ali, namorando oficialmente. Eu me sentia mais do que um vencedor, me sentia um campeão, porque só os campeões passam pelos obstáculos que nós passamos. Por isso, eu estava totalmente eufórico por ter conseguido finalmente me declarar para Marcelina.

–Estou tão feliz Mário!- ela disse, ainda abraçada comigo.

–Não mais do que eu estou.- respondi sorrindo.

Depois disso, nos soltamos e olhei nos olhos dela, estavam um pouco vermelhos, ela provavelmente chorou de emoção.

–São tão lindas.- ela disse, olhando as flores.

–Guarde-as com carinho tá?

–Claro que sim. Não quer entrar um pouco?- perguntou.

–Pode ser.- respondi, meio inseguro, eu estava bem vestido, mas o que os pais e o irmão dela vão pensar ao me verem com aquela roupa sabendo que sou pobre? Eu tinha que entrar pra descobrir.

–Oh Mário, que prazer te ver por aqui.- disse a mãe de Marcelina, entrando na sala.

–O prazer é meu.- respondi cumprimentando-a.

Logo depois, apareceu um garoto do meu tamanho, cabelos castanhos, será que era irmão da Marcelina?

–Mário, esse é o meu irmão Paulo.- disse Marcelina- Paulo, esse é o Mário, meu namorado.

–Muito prazer.- eu disse, estendendo a mão e ele apertou.

–Prazer.- ele disse, apertando minha mão com firmeza e sorrindo, o que me fez perceber que ele havia me aprovado para Marcelina.

Em seguida, ele subiu para o quarto dele, eu acho. Mas a mãe da Marcelina, ainda sorrindo, me deixou ficar à vontade, o que me deixou muito feliz, agora é só esperar pra ver o que o pai dela vai achar de mim. Fiquei um tempo ali, sentado ao lado da Marcelina, vimos um filme que ela tinha alugado e assim que o filme acabou, resolvi ir pra casa, queria logo contar para Gustavo que o plano dele funcionou e agradecê-lo.

–Então, até amanhã.- eu disse, já na porta.

–Até amanhã.- ela respondeu, sorrindo e eu dei um último beijo nela antes de caminhar pra casa.

Enquanto caminhava, estava com muito calor devido às roupas que usava, elas esquentavam muito, mas não me importei. E também, eu estava caminhando depressa, o que deixava mais calor ainda. Assim que cheguei em casa, logo disse um "olá", mas ninguém respondeu, a casa parecia vazia. Talvez Gustavo tenha saído com Aninha. Então, eu logo caminhei para o banheiro pra tomar uma ducha fria e refrescar um pouco, pois eu estava suado.

Depois do banho, vesti uma regata marrom e uma bermuda cinza, então liguei a televisão da sala e fiquei assistindo, esperando a hora passar. Um tempo passou até que finalmente ouvi um barulho na porta. Me virei, era Gustavo.

–E aí mano?- ele disse, trancando a mesma.

Eu não consegui me conter.

–Muito obrigado Gustavo, seu plano deu certo!- exclamei, o abraçando.

–Senta aí e me conta tudo!- ele exclamou, animado.

Contei tudo pra ele, sobre a declaração de amor que eu fiz, a reação dela, o pedido, até o momento em que eu fui embora. Ele ouviu tudo com atenção, sem tirar o sorriso no rosto.

–Então agora vocês estão namorando oficialmente?- ele perguntou sorrindo, embora a resposta fosse óbvia.

–Sim, estamos.- respondi animado.

–Parabéns irmão, eu não disse que tudo daria certo se você fizesse tudo direitinho?

–É mas, a ideia foi sua. Então, eu devo isso à você.

–Que isso, precisa não.

Ficamos mais um tempo ali, até que chegou a hora do jantar. Papai chegou do trabalho e eu fui fazer a janta. Enquanto jantávamos, não contei à meu pai que estava namorando com Marcelina, achei que era melhor esperar mais um tempo para contarmos e combinei com Gustavo de não falar nada. Ele pareceu não concordar com minha decisão, mas respeitou e não contou nada. Depois, fomos dormir. Feliz do jeito que estava, aposto que eu dormi com um sorriso no rosto e o sono demorou pra entrar no quarto, mas consegui alcançá-lo.

Acordei na manhã seguinte com os olhos pesados, quando os abri, ainda estava meio escuro e percebi que o despertador não havia tocado ainda. Foi quando eu olhei para o mesmo e percebi que havia acordado antes da hora. Uma vez meu pai disse que quando estamos ansiosos por alguma coisa que sabemos que vai acontecer no dia seguinte, como uma viagem, por exemplo, nós sempre acordamos mais cedo. Aproveitei então para tomar um banho. Quando saí, comecei a me arrumar e enquanto me vestia, o despertador tocou.

–Gustavo, acorda.- chamei.

–Já vou, já vou.- ele murmurou, sonolento.

–Te espero na cozinha.- foi a última coisa que disse antes de ir para a cozinha.

Preparei pão de forma com ovo frito e preparei ainda café com leite. Gustavo e eu não gostávamos daquilo, mas meu pai adorava e fazia tempo que ele não tomava. Por isso, decidi fazer.

–Hum, como a mesa está bonita hoje.- brincou meu pai ao ver a mesa toda diferente, e claro, com café com leite.

–Obrigado pai.- agradeci sorrindo e começamos a tomar o café juntos.

Quando terminamos, saímos de casa e eu fiquei me perguntando seriamente se o Gustavo poderia acordar sozinho pelo menos uma vez, porque agora que eu e Marcelina estávamos namorando, acho que eu devia pelo uma vez, buscá-la em casa né? Mas o Gustavo nunca acordou, então eu acho que se continuar assim, não poderei fazer isso, mas quem sabe um dia né?

Aquela foi a melhor semana da minha vida, pois pela primeira vez eu me sentia realmente feliz. Marcelina e eu passamos todo o tempo juntos, quando não estávamos na escola, saímos juntos para algum lugar. Gustavo e Aninha de vez em quando saíam com a gente, mas a maioria das vezes, eu saía apenas com Marcelina. Uma coisa que pude notar naquela semana na escola, era que Luana vivia olhando furiosamente pra mim enquanto entrava de mãos dadas com Marcelina, pois seu plano para nos separar deu errado. Mas ela tinha que entender que eu não a amava, então eu decidi simplesmente ignorar e seguir em frente. Numa tarde de sábado, eu, Marcelina, Gustavo e Aninha estávamos fazendo um piquenique em uma praça com tudo preparado pelas meninas. Quer dizer, quase tudo, eu fiz umas torradas e também uns pães-de-queijo pra comermos lá, mas o resto foi feito pelas meninas.

–Meninas, vocês querem algodão-doce?- perguntou Gustavo.

–Sim!- as duas responderam juntas. Então, nós dois fomos comprar os algodões pra elas. Quando chegamos perto do carrinho, notei que havia uma garota ali, caminhando perto do carrinho. A princípio, não reconheci ela, mas quando ela ficou de frente para nós, pude ver melhor seu rosto.

–Alícia?- não resisti e chamei.

–Mário? Gustavo?- ela perguntou, arregalando os olhos.

Ela nos abraçou e retribuímos.

–Quanto tempo Alícia, o que está fazendo aqui?- perguntou Gustavo.

–Meu pai conseguiu emprego aqui na cidade, cheguei aqui ontem de noite.- respondeu ela.

–Que legal, então vamos voltar aos velhos tempos?- perguntei feliz.

–Com certeza.

Ficamos um tempo ali conversando, até que sinto uma mão tocar em meu ombro.

–Meninos, quem é ela?- Marcelina perguntou sorrindo forçadamente, mas deu pra ver claramente que estava com ciúmes. Tratei logo de esclarecer tudo.

–Ah Alícia, essa aqui é minha namorada.- apresentei- Essa é a Marcelina, minha namorada e essa é a Aninha, melhor amiga da Marcelina.

–Prazer meninas. - Alícia disse, sorrindo enquanto as duas retribuíam sorrindo também.

Alícia era uma velha amiga nossa. Eu a conheço desde o jardim de infância, só que ela teve que mudar de cidade por causa do emprego do pai pouco tempo depois de minha mãe morrer, restando a mim e Gustavo apenas o Cirilo. Fiquei muito feliz agora que ela tinha voltado, parecia que a felicidade resolveu me dar mais uma chance pra eu ser feliz.

–Eu estava na verdade naquela pista de skate aqui perto e decidi vir comprar uma água, sabe como é né?- disse Alícia.

–É mesmo, o mesmo acontece comigo quando a gente joga bola na escola.- falou Gustavo e eu assenti.

–Então tá, eu já vou indo, depois a gente se fala.- despediu-se Alícia abraçando nós e indo comprar a água.

–Garota atlética né?- Marcelina falou quando voltamos pra nossa canga.

–E simpática também.- respondeu Aninha.

Gustavo e eu decidimos então, contar para elas sobre Alícia e nossa amizade. Quando acabamos de contar, voltamos a comer.

–Bom gente, já que o casal agora tá namorando oficialmente, viemos aqui pra contar algo para vocês.- disse Gustavo, um tempo depois.

–O quê?- perguntei.

–A gente também está namorando oficialmente.- Aninha respondeu.

–Como?- eu disse.

–É sim, nós dois estamos namorando.- Gustavo respondeu também animado.

Marcelina e eu nos entreolhamos.

–O que foi? Não ficaram felizes com a notícia?- indagou Gustavo.

–Não é isso Gustavo- eu disse- É só que... você escondeu isso de mim. Você é meu irmão e escondeu isso de mim!- nessa eu gritei.

–Mário, eu sei que devia ter contado, mas é que eu e Aninha decidimos só contar quando você e Marcelina ficassem juntos.

–Mas já faz mais de uma semana que Marcelina e eu estamos juntos!

–Eu sei disso, mas mesmo assim nós...

–Chega, não quero mais ouvir nada! Me deixa em paz!

Então, me levantei e saí dali. Estava magoado, Gustavo, meu próprio irmão, escondeu uma coisa dessas de mim. Claro que eu apoiava o namoro dele com Aninha e claro que eles já estavam dando indícios de estarem namorando, mas mesmo isso ficando óbvio, ele tinha que ter me contado. Após um tempo andando, sentei-me num banco distante de lá e sentei, queria ficar um pouco sozinho.

Depois de um tempo ali sozinho, senti uma mão tocar em meu ombro.

–Vai embora!- gritei, pensando que fosse Gustavo.

–Eu sei o que está sentindo, mas não posso te deixar sozinho agora.- era a voz de Marcelina. Virei-me pra ela e ela se sentou do meu lado. Então, deixei minha cabeça cair sobre o ombro dela e fiquei respirando fundo várias vezes enquanto ela me abraçava forte tentando me acalmar.

–Olha amor, eu sei o que você está se sentindo, mas precisa entender que o Gustavo fez isso porque tinha uma boa razão.- disse ela.

–Que boa razão?- perguntei, já mais calmo.

–Bom, você sabe que muitas vezes a gente se afastou né? Então, como você ia ficar sabendo que ele estava namorando a melhor amiga da garota que você tanto odiava?

–Eu não aprovaria de jeito nenhum.

–Pois então, por isso ele preferiu manter isso em segredo.

–Mas nós já estamos juntos há uma semana, por quê ele não aproveitou e contou logo nessa semana? - eu continuava nervoso.

–Bom, isso você tem que perguntar à ele, mas com certeza não é porque ele não confia ou deixou de confiar em você.

–E por quê então?

–Talvez porque ele queria contar em um momento em que todos nós estivéssemos juntos, para nós quatro comemorarmos.

–Olha, ele realmente pode ter tido uma boa razão, mas eu realmente não esperava que ele escondesse algo de mim algum dia.- respondi.

–Mário, quer dormir lá em casa hoje?- Marcelina perguntou depois de alguns minutos e eu fiquei em choque. O que ela disse?

Marcelina...

Depois de algum tempo ali, beijando Mário, nos separamos ofegantes, quando eu recuperei meu fôlego, o abracei forte e o senti retribuir.

–Estou tão feliz Mário!- eu disse, ainda sem soltá-lo.

–Não mais do que eu estou.- respondeu ele.

Depois disso, nos soltamos e nos olhamos nos olhos, os meus provavelmente estavam um pouco vermelhos, pois havia chorado de emoção.

–São tão lindas.- eu disse, olhando as flores.

–Guarde-as com carinho tá?

–Claro que sim. Não quer entrar um pouco?- convidei.

–Pode ser.- respondeu ele, parecendo meio inseguro e fiquei confusa, mas preferi não perguntar porquê.

–Oh Mário, que prazer te ver por aqui.- disse minha mãe, entrando na sala.

–O prazer é meu.- respondeu Mário cumprimentando-a.

Logo depois, Paulo desceu as escadas e apareceu na sala. Ao ver Mário, parou e ficou olhando, confuso.

–Mário, esse é o meu irmão Paulo.- apresentei-o - Paulo, esse é o Mário, meu namorado.

–Muito prazer.- Mário disse, estendendo a mão e Paulo apertou.

–Prazer.- respondeu Paulo, com um sorriso meio forçado, tive a impressão que ele não gostou muito daquela notícia, pois sempre foram muito protetor comigo. Ou então ele estava se lembrando se já viu Mário alguma vez, mas sem ter certeza.

Em seguida, Paulo subiu para o quarto dele e minha mãe parabenizou nós dois.

–Espero que sejam muito felizes viu?- ela disse, ainda sorrindo.

–Obrigado.- respondemos juntos sorrindo também.

Depois ela foi pra cozinha e deixou Mário ficar à vontade, o que me deixou muito feliz, agora é só esperar pra ver o que o papai vai achar dele. Fiquei um tempo ali, sentado ao lado de Mário, no sofá, vimos um filme que eu tinha alugado e assim que o filme acabou, Mário disse que precisava ir embora. Então, eu o levei até a porta.

–Então, até amanhã.- disse ele, já na porta.

–Até amanhã.- respondi, sorrindo e demos um último beijo antes dele caminhar pra casa.

Quando ele desapareceu de minha vista, imediatamente eu subi para o meu quarto e liguei pra Aninha. Ela não atendeu, devia ter saído com Gustavo. Fiquei no meu quarto ouvindo música até que deu umas seis da tarde. Resolvi ligar pra Aninha novamente.

–Oi amiga.- ela disse.

–Oi Aninha, tudo bem?- respondi, eufórica.

–Tudo sim. Nossa, que animação. O que aconteceu?

–Aconteceu que...- fiz um suspense- EU E MÁRIO ESTAMOS NAMORANDO!!!- gritei não muito alto, mas gritei.

–Sério amiga? Que bom!- ela respondeu, animada - Me conta tudo.

Contei então, tudo que aconteceu naquela tarde e quando acabei, ela nos parabenizou e depois, desci pra jantar. Desliguei o telefone e desci. Quando acabei, fui dormir com um sorriso estampado no rosto.

Uma semana se passou, estava tudo indo às mil maravilhas entre mim e Mário, Jorge parou de falar comigo, mas não me importei, estava bem sem ele. Quando não estava na escola, saía com Mário para vários cantos, algumas vezes Aninha e Gustavo vinham com a gente, mas na maioria das vezes, era só nós dois quem saíamos. Em um sábado, estávamos eu, Mário, Gustavo e Aninha fazendo um piquenique na praça quando Gustavo perguntou:

–Meninas, vocês querem algodão-doce?

–Sim!- respondemos juntas. Então, os dois fomos comprar os algodões, mas quando chegaram perto do carrinho, eles começaram a conversar com uma garota que passava por ali, caminhando perto do carrinho.

–Quem é ela?- perguntei à Aninha.

–Não sei, deve ser uma conhecida deles.- respondeu ela.

–Talvez né? Porque estão conversando na maior animação.

–Vamos lá falar com eles, talvez eles nos apresentem à ela.

–Tem razão, vamos.

Nos levantamos e nos aproximamos dos meninos.

–Meninos, quem é ela?- perguntei, mas o tom não saiu do jeito que eu queria, pois o ciúme ficou evidente em minha voz.

–Ah Alícia, essa aqui é minha namorada.- apresentou-nos Mário- Essa é a Marcelina, minha namorada e essa é a Aninha, melhor amiga da Marcelina.

–Prazer meninas. - Alícia disse, sorrindo enquanto nós duas sorrimos também.

–Eu estava na verdade naquela pista de skate aqui perto e decidi vir comprar uma água, sabe como é né?- disse Alícia.

–É mesmo, o mesmo acontece comigo quando a gente joga bola na escola.- falou Gustavo.

–Então tá, eu já vou indo, depois a gente se fala.- despediu-se Alícia abraçando os meninos e indo comprar a água.

–Garota atlética né?- falei quando voltamos pra nossa canga.

–E simpática também.- respondeu Aninha.

Então, Gustavo e Mário começaram a contar para elas sobre Alícia e a amizade deles com ela. Quando acabaram de contar, voltamos a comer.

–Bom gente, já que o casal agora tá namorando oficialmente, viemos aqui pra contar algo para vocês.- disse Gustavo, um tempo depois.

–O quê?- perguntou Mário.

–A gente também está namorando oficialmente.- Aninha respondeu.

–Como?- Mário disse, pois ele não sabia de nada.

–É sim, nós dois estamos namorando.- Gustavo respondeu também animado.

Mário e eu nos entreolhamos. Eu já ia contar a verdade pra ele, mas Gustavo foi mais rápido.

–O que foi? Não ficaram felizes com a notícia?- indagou Gustavo.

–Não é isso Gustavo. É só que... você escondeu isso de mim. Você é meu irmão e escondeu isso de mim!- nessa ele gritou.

–Mário, eu sei que devia ter contado, mas é que eu e Aninha decidimos só contar quando você e Marcelina ficassem juntos.

–Mas já faz mais de uma semana que Marcelina e eu estamos juntos!

–Eu sei disso, mas mesmo assim nós...

–Chega, não quero mais ouvir nada! Me deixa em paz!

Então Mário se levantou rapidamente dali e saiu correndo. Eu tentei ir atrás, mas ele sumiu de vista muito rápido. Quando ele sumiu de vista, olhei para Gustavo e Aninha e vi que Gustavo parecia querer chorar. Fiquei parada por alguns segundos, mas depois me levantei e decidi ir atrás de Mário, não importava o quão longe ele estivesse. Mas quer saber? Eu não tiro a razão de Mário, eu também estava chateada com a Aninha porque quando viraram melhores amigas, prometeram nunca esconder algo e a Aninha quebrou a promessa. Mas o Mário era um caso pior, pois era o irmão dele, não tinha como não ficar daquele jeito.

Depois de um tempo procurando Mário, percebi que ele não estava tão longe assim, só um pouco afastado. Coloquei minha mão no ombro dele ombro.

–Vai embora!- gritou ele, me assustando um pouco, mas me mantive firme.

–Eu sei o que está sentindo, mas não posso te deixar sozinho agora.- falei o mais firme que pude. Ele então virou-se pra mim e me sentei ao seu lado. Então, ele pôs a cabeça dele sobre meu ombro e começou a respirar fundo várias vezes enquanto eu o abraçava forte tentando acalmá-lo.

–Olha amor, eu sei o que você está se sentindo, mas precisa entender que o Gustavo fez isso porque tinha uma boa razão.- eu disse à ele.

–Que boa razão?- perguntou ele, já mais calmo.

–Bom, você sabe que muitas vezes a gente se afastou né? Então, como você ia ficar sabendo que ele estava namorando a melhor amiga da garota que você tanto odiava?

–Eu não aprovaria de jeito nenhum.

–Pois então, por isso ele preferiu manter isso em segredo.- permaneci firme e calma.

–Mas nós já estamos juntos há uma semana, por quê ele não aproveitou e contou logo nessa semana?

–Bom, isso você tem que perguntar à ele, mas com certeza não é porque ele não confia ou deixou de confiar em você.

–E por quê então?

–Talvez seja porquê ele queria contar em um momento em que todos nós estivéssemos juntos, para nós quatro comemorarmos.-

–Olha, ele realmente pode ter tido uma boa razão, mas eu realmente não esperava que ele escondesse algo de mim algum dia.- respondeu ele.

Não havia jeito mesmo. Mário era muito sensível, não suportava mentiras, vindo de um irmão então, era bem pior.

–Mário, quer dormir lá em casa hoje?- perguntei depois de alguns minutos e ele pareceu ficar em choque.

–Como assim?- perguntei depois de alguns segundos.

–Eu acho que você está nervoso demais para dividir o mesmo quarto que o Gustavo. - ela respondeu- É melhor você dormir lá em casa e amanhã, quando estiver com a cabeça mais fria, vocês conversam. O que acha?

Pensei por um instante e vi que ela tinha razão. Realmente não dava para olhar pro Gustavo depois daquilo.

–Está bem, eu aceito.- respondi sorrindo e fui até em casa pegar umas roupas para usar lá.

–O que houve Mário, pra onde vai?- perguntou meu pai ao me ver saindo com minha mochila nas costas. Engoli em seco e contei tudo que havia acontecido.

–...o senhor vai me desculpar, mas eu realmente não estou a fim de acordar ao lado do Gustavo depois dessa. Deixa eu ir, por favor.- eu praticamente implorei pra ele.

Meu pai então, se aproximou de mim e segurou meus ombros.

–Olha Mário, eu fico muito feliz que você tenha encontrado a sua outra metade e finalmente esteja feliz. - ele começou, mas não respondeu minha pergunta- Eu deixo você ir, mas só porque eu sei que você sabe se virar sozinho e porque sei que quando você e Gustavo estão brigados, realmente não se dão bem, não é a primeira vez que vocês brigam.- quando ele terminou de falar, respirei aliviado e sorri.

–Obrigado pai.- respondi e já ia saindo quando ele me parou novamente.

–Me promete que vai ficar bem?- ele ditou, sério.

–Prometo pai.- falei, sério também.

–Então pode ir.- ele por fim, me soltou.

Enquanto caminhava até a casa de Marcelina, olhei pelas ruas para evitar ser visto por Gustavo, mesmo achando que ele já que estávamos daquele jeito, ele não iria atrás de mim. Quando toquei a campainha, um homem alto e de grande porte atendeu.

–Pois não?- o homem perguntou, devia ser o pai da Marcelina.

–Ah pai. Esse é o Mário, meu namorado.- disse Marcelina, surgindo da escada.

–Puxa Mário, muito prazer em conhecê-lo, Marcelina sempre fala de você.- disse o homem, apertando minha mão.

–O prazer é meu.- respondi, sorrindo tímido, estava meio inseguro em relação ao pai dela. Como ele vai reagir quando souber que eu pretendo dormir lá?

–Pode entrar, fique à vontade.- disse ele e eu fui pra perto de Marcelina.

–Marcelina, tem certeza que seus pais não ligam de eu ficar aqui?- perguntei.

–Claro que não amor, eles confiam em você. Meu pai não te conhecia, mas minha mãe e eu sempre falamos de você pra ele, então, ele percebeu que você foi o que mais me deu valor e por isso ele confia em você.- respondeu ela e eu respirei aliviado.

Quando Marcelina me levou até o quarto dela, deixei minha mochila em um canto e descemos pra ver um filme. Depois que o filme acabou, Dona Lilian chamou a gente pra jantar. Então, tomamos banho e fomos jantar. Durante o jantar, notei que os pais de Marcelina me olhavam como se quisessem saber algo mais de mim.

–O que foi?- perguntei.

–Só queremos ver sua reação ao provar minha comida, pra saber se você gostou.- disse Dona Lilian e eu assenti, mostrando que entendi.

–Ah sim. Puxa, está ótimo.- falei, sorrindo e ela agradeceu.

Quando chegou a hora de dormir, Dona Lilian colocou uma outra cama para eu dormir, como faz todas as vezes que Aninha dormia na casa de Marcelina. Então, deitei e tentei pegar no sono, mas não conseguia, acho que algo estava faltando.

–Marcelina, tá dormindo?- chamei-a, baixinho.

–O que foi Mário?- perguntou ela.

–Posso dormir com você?

–Como?

–Sem malícia tá? É que, eu acho que essa confusão toda me deixou meio carente, sei lá. Eu posso dormir com você? Prometo que volto pra essa cama antes de seus pais acordarem.

–Tudo bem, vem cá.

Foi muita sorte que a cama da Marcelina era tão grande e tão larga que eu coube ao lado dela. Antes de pegar no sono, dei um selinho de boa noite nela e fechei os olhos, tentando relaxar pra esquecer aquela confusão toda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por hoje é só minha gente, até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wonderful Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.