Wonderful Love escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Fala galera, Gabriel está de volta com mais um capítulo.

Boa leitura!



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Mário...

Depois do café, Gustavo e eu saímos juntos de casa rumo à escola. Fomos conversando o tempo todo no caminho e isso fez com que a distância de nossa casa até a escola fosse encurtado, chegamos lá mais rápido do que esperávamos. Quando entramos no pátio, procurei por Marcelina, mas não a encontrei. Por um instante cheguei a pensar que ela ainda não tinha chegado, mas do nada avistei Aninha vindo em nossa direção:

–Gustavo!!- ela disse, correndo em direção à Gustavo e o abraçando.

–Oi Aninha.- disse ele, sorridente.

–Oi Aninha, cadê a Marcelina?- perguntei enquanto a cumprimentava.

–Não sei, ela disse pra eu esperá-la na sala.

–Vamos entrar então.- disse Gustavo.

Sem outra opção, eu entrei com eles e estranhei a Marcelina não estar no pátio ainda, visto que ela dormiu na casa da Aninha na noite anterior, então, elas deviam chegar juntas, mas não chegaram. Mesmo assim, entramos na sala e nos sentamos, continuei pensando no que possa ter acontecido pra ela ter sumido assim, mas logo pensei que talvez ela tenha encontrado uma conhecida na entrada do portão e estava conversando com ela. Se for isso, tomara que ela não perca a hora da entrada.

De repente, eu vejo Marcelina entrar na sala com um garoto. Isso mesmo, um garoto. Tinha aparentemente a mesma idade que eu, olhos claros e cabelos loiros. Nunca vi esse garoto antes na minha vida, deve ser algum conhecido da Marcelina. Assim que entraram na sala, eu sorri pra ela, que me cumprimentou com um beijo e Gustavo também. Eu ainda dei um sorriso simpático e acenei para o garoto, mas ele apenas fechou a cara e virou as costas pra mim. Depois, o garoto sentou numa carteira próximo à Marcelina, pelo menos não sentou bem do lado, mas que eu realmente não fui muito com a cara dele logo de primeira, isso foi.

Depois, a professora chegou na sala.

–Alunos, gostaria de pedir licença à vocês para apresentar o novo aluno. Jorge Cavalieri.- disse ela. Então descobri o nome daquele garoto novo. Se alguém me repreender por não ser amigo dele, não é culpa minha, ele quem fez cara feia quando sorri pra ele.

No intervalo, Gustavo, Aninha, Marcelina e eu sentamos juntos em uma mesa para lancharmos.

–Amiga, mais tarde Gustavo e eu vamos lá no parque novo que abriu.- disse Aninha- Vem com a gente?

–Não amiga, hoje eu não posso.- disse Marcelina e eu estranhei.

–E por quê não?- Gustavo e Aninha ficaram tão surpresos quanto eu.

–É que hoje minha mãe pediu que eu fosse resolver uma coisa com ela, só não me disse o quê.- disse Marcelina, piscando para Aninha.

–Sério? Que pena. Mas não vai faltar oportunidades.- falou Aninha, animada e Marcelina assentiu.

Eu desconfiava que era mentira, Marcelina só disse aquilo para não ter que dizer uma verdade. Eu estava querendo perguntar se era aquilo mesmo, mas decidi ficar quieto, porque Marcelina poderia achar que eu estava duvidando dela e isso não seria bom. Se eu estava com ciúmes? Sim, eu estava. Estava morrendo de ciúmes, mas eu não queria que ela percebesse, preferia que ela mesma viesse atrás de mim.

–E você Mário? Vem também?- perguntou Gustavo.

–Vou pensar se vou. - respondi, fingindo ânimo.

Não sei se foi impressão minha, mas Gustavo pareceu ter percebido que eu estava meio emburrado com alguma coisa, mas não comentou nada. Claro, meu irmão, tem que me respeitar. Após alguns minutos, o sinal do fim do recreio tocou e nós voltamos para sala. Teria que encarar mais uma vez aquele garoto antipático.

Nas outras aulas que se passaram, foi tudo acontecendo normalmente, professores dando aula e nós prestando atenção. No final, estávamos nos dirigindo ao portão quando Aninha falou:

–Então, até mais tarde Gustavo.- ela disse.

–Até mais tarde Aninha.- ele respondeu, sorrindo.

–Como você vai conseguir levá-la ao parque? Você tem dinheiro?- perguntei a Gustavo.

–Tenho, mas nós vamos dividir tudo. -respondeu ele- Eu vou levar uma quantia e ela vai levar outra.

–Acho isso meio estranho, mas tudo bem.

–Você percebeu a piscada que a Marcelina deu pra Aninha quando falou que não podia ir?

–Percebi sim, mas preferi deixar quieto.

–Fez bem.

Chegando em casa, logo tomei um banho e fui preparar o almoço. Meu pai chegou e começamos a comer juntos. Passou-se um tempo, eu estava na sala, assistindo televisão, quando ouvi um barulho vindo do andar de cima, era Gustavo saindo do quarto.

–Mário, tem certeza que não quer ir com a gente?- perguntou ele.

–Tenho sim. Não vou ficar segurando vela.- respondi na lata- E também, acho que vocês dois precisam continuar saindo assim, juntos, mais vezes.

Ele ficou vermelho.

–Tudo bem, vou lá então.- ele respondeu, sorrindo tímido e saiu de casa.

E logo depois, voltei à prestar atenção em minha televisão. Mas, logo depois de alguns minutos, lembrei que aquela poderia ser minha chance de sair com Marcelina. Eu não tinha muito dinheiro, mas acho que levá-la para a sorveteria ou até mesmo na praça que estávamos até alguns dias atrás, lá tem umas barracas de algodão-doce, de cachorro-quente, eram coisas que eu poderia comprar para ela. É mesmo, acho que eu posso chamá-la pra sair.

Desliguei a televisão e fui me arrumar. Coloquei uma calça comprida que sempre usava para ir à escola, mas estava limpa e nem um pouco gasta, uma camisa branca simples e meu tênis. Quem me dera ter roupas bonitas. Assim que estava pronto, respirei fundo e saí de casa rumo à casa de Marcelina. Já estava com dinheiro o suficiente pra comermos alguma coisa caso precisássemos, estava tudo certo. Mas assim que eu cheguei na casa de Marcelina, encontro Jorge, ele estava de pé, em frente ao portão, tocando a campainha da casa de Marcelina.

Tentei passar despercebido por ele, mas não consegui.

–O que está fazendo aqui?- perguntou ele, rispidamente.

–Desculpe, eu te conheço?- perguntei, me fazendo de desentendido.

–Não preciso te conhecer para falar contigo. Agora me responda: o que está fazendo aqui?

–Vim chamar a Marcelina pra sair, por quê?

–Você? Faz-me rir né seu otário? Ela nunca sairia com um cara como você.

–E por quê não?

–Olha só o jeito como você está vestido. Tem que estar com roupas de marca para sair com uma garota como a Marcelina, ela nunca iria sair com alguém que se veste assim do seu jeito.

–Escuta aqui, por mais que eu não me vista bem, ela é minha amiga e não vai se importar com a roupa que eu estou vestindo.

–Claro que vai, você é que não conhece a Marcelina direito.

–E você muito menos.

–Conheço sim, sou amigo de infância dela, sei tudo que ela gosta. Vai por mim, você não vai conseguir, ela vai preferir sair comigo.

–"Vai por mim"? Como assim eu vou por você se nem meu amigo você é?

–Tem razão, não me misturo com lixo.

–Lixo? Ora seu...

Eu já ia partindo pra cima dele quando escutei a voz de Marcelina ao meu lado:

–O que está acontecendo aqui?- ela perguntou.

Marcelina...

Depois de reencontrar Jorge, eu estava realmente muito feliz. Estava com saudades dele e era bom saber que poderei falar com ele novamente.

Assim que chegamos na sala, logo a professora o apresentou à turma:

–Bom alunos, peço licença à vocês para lhes apresentar o novo aluno: Jorge Cavalieri.- ela disse e todos bateram palmas para ele. Em seguida, Jorge voltou ao lugar dele e a professora começou a aula.

No recreio, eu estava indo me sentar com Jorge quando Aninha insistiu para que eu sentasse com ela e os meninos em outra mesa:

–Vamos amiga, por favor, só hoje.- ela disse, fazendo aquela cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, acabei não resistindo.

–Ai, tá bom, só hoje. Vou lá Jorge, depois a gente se fala.- eu disse.

–Tudo bem, pode ir.- disse ele e eu assenti.

No começo, até pensei na possibilidade da Aninha ter me puxado para a mesa dela com os meninos de propósito para eu não ficar com o Jorge, mas procurei não pensar nisso. Ela era minha melhor amiga e eu a conhecia muito bem, e sei que ela jamais seria capaz de fazer isso.

Enquanto lanchávamos, em certo momento, ela falou:

–Amiga, mais tarde Gustavo e eu vamos lá no parque novo que abriu.- disse Aninha- Vem com a gente?

–Não amiga, hoje eu não posso.- falei, fazendo cara de decepcionada.

–E por quê não?- Gustavo e Aninha perguntaram juntos.

–É que hoje minha mãe pediu que eu fosse resolver uma coisa com ela, só não me disse o quê.- disse piscando para Aninha.

–Sério? Que pena. Mas não vai faltar oportunidades.- falou Aninha, animada, parecia ter entendido minha piscadela.

A verdade, é que eu não queria ficar segurando vela para aqueles dois, não importava se Mário fosse ou não, eu não queria ir com eles sabendo que teria que vê-los namorando agora que estavam juntos e provavelmente Mário já soubesse. Quando pisquei para Aninha, era pra que ela entendesse que era esse o motivo de eu não querer ir e pelo qual eu menti.

Enfim, logo depois da minha recusa, Gustavo perguntou à Mário se ele queria ir e ele disse que pensaria. Fiquei aliviada e triste ao mesmo tempo. Se Mário tivesse dito que sim, eu até poderia mudar de ideia e dito que ia, mas ele dizendo que iria pensar ficaria mais difícil de dizer se ia ou não. Mas também fiquei aliviada porque eu realmente não estava muito a fim de sair naquele dia.

Logo depois, o sinal do fim do recreio tocou e nós voltamos para a sala. As aulas seguintes passaram normalmente, com os professores explicando e os alunos prestando atenção e anotando. Quando bateu o sinal de fim das aulas, vi que Jorge já estava saindo e resolvi perguntar à ele:

–E aí? Gostou do seu primeiro dia aqui?- perguntei.

–Um pouco, a única coisa que gostei foi que você estava aqui.- falou ele, me deixando vermelha.

–Tudo bem, isso é só fase passageira, logo logo você vai estar com amigos novos aqui.- falei tentando encorajá-lo.

–Tomara. Bom, agora tenho que ir, tchau.

–Tchau.

E ele entrou pelo mesmo carro que veio para a escola, de manhã. Então, fui ao encontro de meus três melhores amigos.

–Então, até mais tarde Gustavo.- Aninha disse.

–Até mais tarde Aninha.- ele respondeu, sorrindo.

Eu estava começando a ficar feliz com aquele namoro dos dois. Antes ela só vivia colada com ele, mas agora nós todos estávamos sempre juntos, formamos nossa própria turma, éramos realmente amigos, o que me deixava muito feliz. Aninha e eu fomos conversando animadamente pelo caminho e quando cheguei em minha casa, me despedi dela. Ao entrar, vejo alguém que já não via faz tempo: Paulo. Estava no sofá, assistindo televisão.

–Oi Paulo.- falei e ele se virou pra mim.

–Oi maninha.- ele respondeu sem muito ânimo.

Depois, voltou sua atenção para a tevê e subi para meu quarto. Quando voltei, minha mãe já estava com o almoço pronto.

–Fiquei feliz de te ver aqui Paulo.- falei, tentando puxar assunto.

–Que bom. Eu também fiquei feliz em te ver.- ele disse, Paulo não era um irmão implicante e chato, apenas super protetor e ciumento comigo. Mas eu o amava mesmo assim.

Nós dois rimos.

Ele terminou o almoço antes de mim. Quando acabei, fui para meu quarto ficar um pouco sozinha, já que minha melhor amiga estava saindo com o namorado e meus outros amigos estavam sem vontade de sair. Fiquei lá no quarto um tempão, até que me cansei de ficar lá e fui pra sala assistir algo na televisão. Porém, quando cheguei no sofá, Paulo pegou o controle e ligou ela em um canal de esportes, estava passando um jogo de futebol que eu nem quis olhar.

–Paulo, eu ia ligar a televisão!- esbravejei.

–Sim, eu vi.- ele respondeu, irônico, sem olhar pra mim.

–E você muda de canal assim, de repente?

–Eu quero ver esse jogo Marcelina.

–Isso você pode ver na internet Paulo, me deixa ver outra coisa.

–De jeito nenhum, eu estava aqui primeiro.

–ME DÁ ESSE CONTROLE AGORA!!

Logo assim que tentei pegar o controle, ele rapidamente pegou o controle e ficou segurando nas mãos. Foi em um piscar de olhos, nem sei como Paulo teve aquela agilidade incrível.

Já tinha desistido de lutar pela televisão e quando ia subir para meu quarto novamente, ouço uma conversa do lado de fora da casa, reconheci as vozes, eram Jorge e Mário.

–Tem razão, não me misturo com lixo.- disse Jorge.

–Lixo? Ora seu...- ouvi Mário dizer, mas antes que ele pudesse partir pra cima de Jorge, abri a porta e me intrometi:

– O que está acontecendo aqui?- perguntei.

– É esse idiota aqui que veio te chamar pra sair!- gritou Mário.

–Eu tenho esse direito!- disse Jorge.

–Não tem não, porque eu não lhe dei!- gritou Mário novamente.

–Claro que não, você não tem nada pra me dar mesmo! Nem pra Marcelina!- Jorge disse e eu fiquei espantada com a ousadia dele.

–Como é que é? Repete pra você ver!

–Chega Mário, vai embora daqui antes que tudo fique pior! - me intrometi de novo.

–Mas Marcelina....- Mário tentou me dizer algo.

–Anda logo seu pobretão vai, sai daqui!- eu disse, ainda mais nervosa.

–É assim então né?"- falou Mário.

–É.- respondi, nervosa.

E então, Mário acenou positivamente a cabeça como se dissesse "tá bem" e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele deu as costas e saiu andando com a cabeça baixa, pisando duro ainda por cima. Foi aí que caí na real: aquele era Mário, o garoto que eu amo e depois de magoá-lo no início, estava tentando reconquistar a confiança dele, mas depois disso que eu disse à ele, nunca mais ele vai querer olhar na minha cara. Meu deus, o que foi que eu fiz? Não acredito que eu disse aquilo. O que eu faço agora?

Passei as mãos pelos cabelos, nervosa. Eu não tinha que ter falado aquilo pra ele, eu ainda estava nervosa pela briga com Paulo, aí acabei descontando no Mário.

–Isso aí Marcelina. Bom, agora que ele já foi, vamos sair? Só você e eu?- falou Jorge, satisfeito.

–Olha Jorge, eu sinto muito mas não posso. Já não bastasse a discussão que tive com Paulo há pouco tempo e agora isso, descontei toda a raiva em Mário. - respondi, quase chorando.- Não vai dar, fica pra próxima tá?

E entrei dentro de casa de novo. Paulo não estava mais na sala, mas a televisão estava ligada, então ele poderia estar indo pegar algo pra comer ou beber enquanto assistia o jogo. Entrei em meu quarto, tranquei a porta e me joguei na cama. Passei horas deitada, lamentando por ter falado aquilo. O que eu vou fazer pro Mário me perdoar agora?


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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