Mário...

Quando deu o recreio, nós cinco saímos juntos para irmos ao pátio. Assim que encontramos um banco que dava de frente para a quadra, decidimos ficar por ali mesmo. Eu gostava daquele lugar, desde o primeiro dia de aula sentava nele quase todos os dias.

–A aula de hoje tava tão fácil né?- disse Gustavo.

–Com certeza, devia ter mais aulas assim.- respondeu Aninha.

–Pois é, e se a professora já é boa, a matéria fica mais fácil ainda.- disse Cirilo.

–E também o aluno precisa se dedicar, não adianta ser fácil.- disse Marcelina.

–Com certeza, aí todos passam e ele fica pra trás- emendei.

Depois do sério assunto da aula, começamos a conversar sobre várias besteiras de alunos, perto do sinal bater, Marcelina falou:

–Meninos, o que vocês acham de hoje irmos assistir um filme?- ela perguntou.

–No cinema?- perguntei, já pensando em como pagar a entrada.

–Não, na casa da Aninha.

–Eu topo!- disse Gustavo.

–Hum..- pensei, repensei, a resposta seria não, mas após ver o olhar de expectativa deles sobre a minha resposta em cima de mim, não resisti- Ok, por mim tudo bem.

–Tudo bem então. Que tal às oito da noite?- perguntou Aninha.

–Por mim tá ótimo, só preciso falar com meu pai.- respondi.

–É mesmo. Mas tenho certeza que ele vai deixar.- disse Gustavo.

E assim, o sinal do fim do recreio tocou e nós voltamos pra sala. O fim das aulas passou tranquilamente, mas não para Gustavo.

–Ufa, já era hora mesmo!- ele resmungou saindo da sala.

Despedimos-nos das meninas e fomos até em casa. Naquele dia, enquanto eu fazia o almoço, Gustavo tomava banho, mas meu pai demorou um pouco mais para chegar em casa, levou cerca de meia hora depois.

–Oi meninos. Desculpa a demora, o trânsito estava horrível mas já deve melhorar.-disse meu pai entrando na cozinha.

–Tudo bem pai. Pode sentar.- eu disse e ele sentou, sorrindo.

Depois de uns dez minutos, Gustavo tomou coragem e resolveu falar:

–Pai, nós dois iremos à casa de uma amiga nossa hoje à noite tá?- perguntou ele.

–Que amiga?- perguntou meu pai.

–A Ana Vitória.

–Hoje? Mas o que vocês vão fazer lá?

–É que ela nos convidou pra irmos à casa dela assistirmos um filme juntos. Só estamos te falando agora para não preocupar o senhor.- eu disse.

–Ah, assistir um filme?- ele pareceu aliviado com minha resposta.

Nós apenas assentimos.

–Por mim tudo bem.- disse ele e nós sorrimos.

–Obrigado pai.- disse Gustavo, abrindo um sorriso enorme.

Mais tarde, ele ligou para Aninha pra contar que nosso pai autorizou a gente a ir ver o filme.

–Tudo pronto maninho.- ele disse, desligando o telefone e entrando no banheiro pra tomar banho com uma animação bem estranha. Mas até que, no fundo, eu também estava animado. Imagine dois casais assistindo um filme bom, no escurinho, com pipocas e refrigerantes? Claro que eu e Marcelina não éramos namorados, mas contamos como um casal não é?

Esperei dar uma hora pra tomar meu banho e aí sim, me arrumei e a gente foi pra casa da Aninha, embora só Gustavo soubesse onde era a casa dela. Com poucos minutos de caminhada, logo estávamos na porta da casa de Aninha. E foi ela mesma quem atendeu.

–Oi meninos!- ela disse, abraçando Gustavo primeiro e depois eu.

–Oi Mário!- disse Marcelina, se levantando do sofá e vindo em minha direção.

–Oi Marcelina.- eu respondi, abraçando-a também.

–Esperem aqui, vou lá pegar uns filmes e vocês vão escolher.- disse Aninha, indo lá pra dentro da casa saltitando com Gustavo. Eu me ajeitei no chão na frente do sofá e Marcelina ficou do meu lado um pouco afastada.

Minutos depois, Gustavo voltou. Ele segurava quatro pipocas nos braços enquanto Aninha segurava três DVDs nas mãos.

–Aqui está, aluguei todos com carinho viu?- ela disse, mostrando a capa do filme.

–Eu escolho esse.- disse Marcelina, escolhendo o filme "SOS Mulheres ao mar".- achei muito clichê e escolhi outro.

–Prefiro esse daqui.- eu disse, apontando o " Hotel Transilvânia 2", nunca tinha visto ele, mas eu gostaria muito.

–Sem essa, eu prefiro ver esse aqui.- Gustavo apontou para o terceiro filme e eu arregalei os olhos:

–A maldição da serra elétrica - demônios andantes.– li em voz alta.- Não acha meio pesado não?- eu falei, não estava com medo, só surpreso com a escolha de Gustavo.

–Claro que não, quero muito ver a mocinha ser partida ao meio enquanto o mocinho é banhado por seu sangue.- ele respondeu, animado.

Eu fiquei parado, tentando encontrar palavras pra dizer o que eu sentia naquele momento.

–Já que ninguém se opõe, vamos ver esse mesmo. Depois a gente vê os outros.- disse Aninha, colocando o filme no aparelho.

–Bom, mas quando você ficar com medo não vai chorar tá?.- falou Gustavo.

–Não vou não.- ela disse, rindo.

–Ai meninos, deixem de frescura e andem logo. O cara da serra elétrica não vão vir aqui pegar vocês.- zombou Marcelina.

–Tá bom, mas já vou logo avisando que é só pra mostrar que não tenho medo.- disse Gustavo.

–Ótimo. E você Mário?- disse Aninha.

Dei de ombros. Então ela pegou o filme e colocou no aparelho. Depois ela sentou-se entre mim e Marcelina, que estava sentado do lado de Aninha no canto do sofá e começamos a assistir o filme.

Marcelina...

Nem acredito que conseguirei passar uma tarde na casa de Aninha com ela, Gustavo e Mário. Tínhamos combinado tudo animadamente e o que mais me deixava feliz era saber que Mário estaria lá, assim eu não precisaria segurar vela. Mas, assim que saímos da escola e nos despedimos dos meninos, eu logo me despedi dela.

–Até as oito.- eu disse.

–Até às oito.- respondeu ela, animada.

Logo assim que cheguei em casa, cumprimentei minha mãe e fui para meu quarto. Deixei minha mochila em minha cama, tomei um banho, troquei de roupas e fui para a cozinha.

–E aí filha? Como foi a aula?- perguntou minha mãe.

–Tudo ótimo mãe.

–Que bom filha.

–Combinei com a Aninha de mais tarde ir à casa dela assistir um filme.

–Que filme?

–Não sei, ela só vai me falar quando eu chegar lá.

–Tudo bem.

Depois do almoço, aproveitei para tirar um cochilo. Acordei e ainda eram cinco da tarde, então eu resolvi fazer a lição que a professora nos passou. Quando acabei, ainda eram seis da tarde, mas ainda assim, resolvi tomar banho e ir me arrumar para ir à casa de minha melhor amiga. Escolhi uma camisa branca, um short preto que eu não usava fazia tempo e sandálias rasteirinhas. Depois, passei uma maquiagem bem leve e quando terminei, já eram sete e meia. É, tenho que aprender a me arrumar mais rápido. Decidi que já era hora e saí do quarto. Despedi-me de minha mãe e logo fui à casa de Aninha.

–Oi amiga, tá bonita.- ela elogiou quando cheguei.

–Obrigada.- disse, sorrindo e entrei.

–Os meninos ainda não chegaram, se quiser esperar...

–Tudo bem.

Mal acabei de dizer isso e a campainha tocou, só podia ser eles.

E eram mesmo.

–Oi meninos!- disse Aninha, abraçando Gustavo primeiro e depois Mário.

–Oi Mário!- eu disse, se levantando do sofá e indo na direção do Mário..

–Oi Marcelina.- ele respondeu, me abraçando também.

–Esperem aqui, vou lá pegar o filme que vamos ver.- disse Aninha, indo lá pra dentro da casa saltitando com Gustavo. Me sentei no chão na frente do sofá e Mário ficou sentado no sofá.

Minutos depois, Gustavo voltou. Ele segurava quatro pipocas nos braços enquanto Aninha segurava três DVDs nas mãos.

–Aqui está, aluguei todos com carinho viu?- ela disse, mostrando a capa do filme e não acreditei no que vi.

–Eu escolho esse.-eu disse, escolhendo o filme "SOS Mulheres ao mar".

–Prefiro esse daqui.- disse Mário, apontando o " Hotel Transilvânia 2", nunca tinha visto ele, mas eu gostaria muito.

–Sem essa, eu prefiro ver esse aqui.- Gustavo apontou para o terceiro filme

–A maldição da serra elétrica - demônios andantes.– leu Mário em voz alta.- Não acha meio pesado não?- falou ele, aparentemente com medo, o que me deixou com vontade de rir.

–Claro que não, estou louca pra ver a mocinha ser partida ao meio enquanto o mocinho é banhado por seu sangue.- ele respondeu, animado.

–Já que ninguém se opõe, vamos ver esse mesmo. Depois a gente vê os outros.- disse Aninha, colocando o filme no aparelho.

–Bom, mas quando você ficar com medo não vai chorar tá?.- falou Gustavo.

–Não vou não.- ela disse, rindo.

–Ai meninos, deixem de frescura e andem logo. O cara da serra elétrica não vão vir aqui pegar vocês.- zombei vendo que os dois provavelmente estavam com medo do filme por ser de terror.

–Tá bom, mas já vou logo avisando que é só pra mostrar que não tenho medo.- disse Gustavo.

–Ótimo. E você Mário?- disse Aninha.

Mário deu de ombros. Então ela pegou o filme e colocou no aparelho. Depois ela sentou-se ao lado de Gustavo no sofá, Mário ficou do lado do Gustavo, que estava do lado da Aninha e eu fiquei do lado dela. Então, começamos a assistir o filme.