Ainda assustada com tudo que estava acontecendo naqueles dias resolvi deitar em um banco debaixo de um prédio para descansar, apoiei minha cabeça e comecei a folhear o livro, cheguei até uma estranha charada que se encontrava na página 12, a charada era:

"Se você levanta e sente que não é você, se você fala e não ouve a sua voz e se você encontra consigo mesma na rua, o que houve com você?"

Adormeci pensando em como resolver essa charada.

- Vamos, por aqui, minha tia não pode ter desaparecido sem deixar rastros - ouvi a voz de Arthur, eu não poderia mais ficar aqui, mas para onde eu iria?

 - Está bem, vocês por lá e nós por aqui – o policial disse apontando para as devidas direções.

 Peguei o livro, e olhando cuidadosamente para todas as direções, fui embora.

  “Isso precisa acabar” pensei “e logo”

Não ouvia mais o som dos policiais, nem de Arthur, mas mesmo assim ficava atenta para não ser descoberta, como eu agiria? Não posso voltar para aquele lugar senão nunca voltarei para meu corpo!

 - Opa, desculpe, querida. – disse uma senhora assim que esbarrou em mim

 - Sem problema, tia – eu disse sorrindo.

 - Tia? – ela se assuntou. Como pude?

 - Perdão, você me lembra uma amiga de muito tempo.

 - Óh, sim, entendo – ela sorriu – prazer em conhecê-la

 - O prazer é meu – sorri, ela provavelmente não viu o sorriso, já estava distante.

 Sentei em uma pracinha que fica perto do lago.  Abri o livro novamente na página 12 e comecei a pensar na charada: "Se você levanta e sente que não é você, se você fala e não ouve a sua voz e se você encontra consigo mesma na rua, o que houve com você?"

 - Trocou de corpo com alguém – que idiotice, ri alto.

Adormeci, novamente, tive um sonho legal, eu lia uma parte do livro que falava o que eu devia fazer para que eu voltasse para meu corpo, emocionante, fala algo sobre o amor verdadeiro: Arthur!