Ainda tenho Esperança! escrita por Ela Marie Lynch


Capítulo 33
Coração quase completo...


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoas!!!

Sabe o que eu lembrei... A Fic fez aniversario de 1 ANO, no começo do mês e só lembrei agora que já estamos quase no final kkkk. Isso me deixou feliz por saber que estou a um ano escrevendo uma historia que verdadeiramente gosto do enredo :) :) :)

Como prometido um capitulo novo essa semana! Bom, era para eu ter postado na Quinta, mas quis ser boazinha e estender um pouco mais o capitulo para recompensar a demora de semanas que tive kkk, mas para isso só deu para postar hoje! Mas finalmente está ai...

Quero deixar claro que AMEI escrever esse esse capitulo, ficou muito fofo e tenho certeza que vcs vão gostar!!!

Não tenho tanta coisa para colocar aqui... Então...

Ótima leitura!!! Espero que gostem...
(LINK DA MÚSICA NAS NOTAS FINAIS..... no meio na história saberão qual é)




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Fecho meus olhos flexionando minhas pálpebras bem forte como se isso fosse, de alguma maneira, me ajudar em como começar meu “discurso”.

 Brook esta parada a mais ou menos uns três metros de mim com uma expressão pasma. Pelo que vejo, ela não imaginava que eu tomaria rédeas da situação. Olho para Ally e a vejo com a mesma cara assustada que encontro em Brook.

 Por ultimo olho para meus pais que estão sentados ao lado de Penny. Eles parecem tão confusos quanto toda a multidão, me arrependo por esse ser o modo como vão saber da noticia do bebê, devia ter contado antes quando ainda havia tempo, mas agora já é tarde...

 - Quero deixar bem claro – começo com uma voz firme que desconheço de mim – que boa parte do que Brook falou aqui é uma total mentira e que ninguém tem nada a ver com a vida de Ally, mas vou falar para esclarecer as coisas e não deixar um mal entendido. – olho para ela que esboça um meio sorriso para mim - Ally é uma pessoa doce e se valoriza mais que qualquer garota que já conheci na vida. – respiro fundo – É verdade que ela esta esperando um filho e não tenho duvidas de que essa criança é minha. Como todos sabem, Ally sofreu um acidente a mais ou menos dez meses com que fez que ela perdesse a memoria de alguns a anos de sua vida, de nossas vidas juntos. Temos um passado complicado e é apenas disso que ela lembra. O episodio de Ally e Dallas fica na consciência e peso deles, ninguém tem nada a ver com isso, quem precisa se meter é apenas eu e os dois e ninguém mais. Mesmo estando totalmente desmontado com tudo isso, eu amo Ally Marie Dawson mais do que qualquer coisa que exista nesse mundo, isso chaga a doer o coração de tal forma que é inexplicável, como explicar para alguém que nunca comeu sal na vida como é o sabor dele. A intensidade do meu amor chega a ser infinitamente mais alta que a quantidade de estrelas que há no céu ou da quantidade de areia que existe na praia e a cada milésimo de segundo esse amor que tenho aumenta o dobro do que tinha se tornado cada vez maior ainda de tempo em tempo. E mesmo meu filho nem sendo considerado uma pessoa ainda, o amo da mesma forma que amo a mãe dele e sou capaz de fazer qualquer coisa para dar a ele tudo o que precisa. Posso estar começando sedo? Sim. Poderia abandonar tudo? Claro que sim, mas não o fiz, porque também cometo erros e não posso deixar outros sofrerem por minha causa, eu estou cuidando da minha vida e acho que mais pessoas – olho para Brook a provocando – deveria fazer o mesmo. Ninguém vai trabalhar para sustentar minha família, ninguém vai fazer a minha prova da faculdade, ninguém aqui vai cuidar da minha criança aos 18 anos de idade, por isso repito: cada um cuida de suas coisas e da suas vidas. Minha Ally vai ser muito julgada quando passar na rua com uma barriga de gravida, mas essa foi uma escolha dela, ela escolheu deixar a criança viver à ter uma vida normal de uma garota de 18 anos. Fizemos uma escolha, e vamos arcar com as consequências dela...

 Depois de alguns segundos, ouço som de pessoas aplaudindo e alguns assovios e gritos que vem da parte de Trish e Dez que agita mais o pessoal. Esboço um sorriso e percebo que fico orgulhoso de minhas palavras, elas vieram do coração e não me arrependo de ter dito nenhuma.

 Olho para Ally e a vejo com lagrimas nos olhos, mas dessa vez não é de desespero e nem tristeza. Direciono minha cabeça em direção a meus pais e Penny. Minha mãe sorri orgulhosa e meu pai fica de braços cruzados com a postura ereta, não consigo decifrar o que está sentindo. Penny, também, esboça um sorriso aberto de orgulho e pisca para mim quando repara que eu a observo. Volto minha atenção para Ally, mas antes de conseguir repara-la, ouço um sussurro próximo de meu ouvido que me faz arrepiar mais com as palavras do que o próprio susto. “Me aguarde” foram as palavras ditas por Brook acompanhadas de uma piscada monstruosa antes de se direcionar a escada do palco.

 - Pode continuar diretor. – aviso um pouco antes de me afastar do púlpito e seguir para a fila.    

 Quando chego á meu lugar, sinto braços me envolverem o pescoço e imediatamente sinto o cheio do shampoo de minha morena. Ela sussurra “obrigada” e foi minha vez de envolve-la em meu braços. Como Brook esta atrás de Ally, onde é seu lugar, foi inevitável não perceber sua expressão: parecia que iria matar alguém a qualquer momento. Sinto vontade de dar risada, mas resolvo trocar isso por mais tempo aos braços de Ally.

Ouvimos alguém coçando a garganta pelo alto-falante e a euforia se acalmar aos poucos. Quando me desvencilho do abraço e volto a olhar para frente, o diretor Star, que é pai da Kira, esta atrás do microfone com seu típico semblante de autoridade quando algo que não o agrada acontece e espera todos se calarem por completo...

 - Sinto em dizer, mas de acordo com as normas da escola, qualquer aluno que tumultuar algum evento memorial, independente do que ele esteja fazendo ou seus motivos, será convidado a se retirar imediatamente. Então senhorita Clark e senhor Moon, podem se retirar, enviaremos seus diplomas por correio.

 Ok, isso não foi legal, mas por algum motivo não me sinto triste, sei os meus motivos de ter “tumultuado” a cerimonia de formatura e foi completamente justo, não iria deixar Brook falando de Ally daquela forma, isso sim não seria justo.

 Já estava me retirando da fila para encontrar meus pais quando Ally me segura pelo braço me impedindo de continuar caminhando.

 - Vou para sua casa essa tarde. Precisamos conversar e não se atreva a recusar, tenho o direito de me explicar.

 Por mais que não queira ouvir nada, ela não vai desistir até conseguir me explicar, conheço-a bem para saber como é insistente até conseguir o que quer. Assenti com a cabeça em concordância. Ela me soltou o braço e sai andando para encontrar meus pais no estacionamento. Assim que encontro o casal em frente ao carro, minhas pernas começam a tremer com medo da reação dos dois sobre o assunto de meu esperma ter fecundado um óvulo de Ally. Tenho quase certeza que estou prestes a ser castrado por minha mãe com o destino de virar mocinha, mas mesmo assim respiro fundo e sigo a diante ao encontro dos dois.

 - Precisamos conversar sério garoto, assim que chegarmos em casa – meu pai fala com uma expressão seria e por mais que minha mãe queira imitar, está muito obvia a sua cara de orgulho e admiração.

 Mamãe não fala nada, apenas acena com a cabeça e abre a porta do carona enquanto entro pela do passageiro. Meu pai também entra no carro e começa a dirigir em direção a nossa casa.

 O caminho todo foi silencioso e apenas o radio tocava o CD com as musicas clássicas tocadas no piano de mamãe. Estava tocando “Rain – Brian Crain” isso me deixou calmo e meus nervos estavam se desfazendo aos poucos que a musica enchia meus ouvidos e meu coração.

 Passamos em frente á loja de roupas de criança em que eu e Ally compramos algumas coisas para Alex, não pude deixar de sorrir. Lembrei de como “algumas” comprinhas me custaram á três meses consecutivos de mesada, mas valeu a pena.

    (...)

 - Vá para o seu quarto, depois eu e sua mãe subiremos para conversar. – meu pai falou autoritário assim que passamos pela porta dos fundos que leva da cozinha a garagem.

 Subi as escadas e assim que cheguei ao cômodo fechei a porta e comecei a tirar a roupa para tomar um bom banho relaxante. Entro no banheiro e ligo a agua em uma temperatura mediana, nem quente e nem frio, na temperatura perfeita. Enquanto passo o sabonete pelo meu corpo, vou pensando na vida, eu deveria estar temendo pelo que a bronca dos meus pais vai me custar, mas na verdade não estou, meu estado é relaxado e não estou com o coração tão partido como estava a ontem quando Kira estava aqui.

 De repente meu filho me vem á mente e imediatamente um sorriso se esboça em meu semblante, toda vez que penso nele minha ação é sorrir. Me imagino segurando seu minúsculo corpo em meus braços enquanto Ally dorme, na cama ao meu lado,  cansada pelo momento de sofrimento e dor para que nosso filho viesse ao mundo. Eu faria carinho em suas mini bochechas e o observaria dormir serenamente e inocentemente em meus braços, e quando ele abrisse os olhos iguais aos da mãe despertando de seu sono, eu sorriria para ele e o bebê me olharia com cara de curiosidade e ternura. Quando ele fosse um pouco mais velho, compraria uma bola de futebol em seu aniversário e brincaríamos a tarde toda no quintal de casa, e quando ele fizesse um gol, comemoraria com uma gargalhada típica de uma criança feliz. O levarei para o primeiro dia de aula na escolinha, guardarei seu primeiro dentinho que cairá e colocaríamos de baixo do travesseiro para a fada do dente o presentear com dinheiro, o ensinarei a andar de bicicleta e skate e muitas coisas mais. No dia dos pais ganharei desenhos e cartinhas feitos por ele e o abraçarei e direi que o amo.

 Todos esses pensamentos tomaram minha mente e nem percebi que já havia ficados tempo demais de baixo do chuveiro. Desligo e pego minha toalha secando-me e amarrando-a na cintura. Pego uma roupa caseira no closet para me vestir. Fico de bobeira no quarto até escutar meus pais baterem na porta e pedirem para entra, de relance, olho para meu relógio na cabeceira da cama que marcam ser 11:34 da manhã, a cerimonia de formatura vai demorar um pouco para acabar. Acho que estou um pouco ansioso para a chegada da Ally. Estou sentado na cama e os dois vem até mim e sentam um de cada lado, um em minha esquerda e outro em minha direita.

 - Faz quanto tempo que Ally esta gravida? – perguntou minha mãe calma como sempre foi.

 Respirei fundo, mesmo a pergunta sendo simples estava tenso. Com certeza vão me perguntar o porquê de eu não ter contado antes e vou ter de responder.

 - Faz três meses

 - Por que não nos contou? Poderíamos te ajudar, Austin!

Não sabia o que dizer. Poderia muito bem dizer que sentia medo, mas eu mentiria se dissesse, eu não tinha medo da situação e estava certo de minhas responsabilidades. Não sabia o que estava sentindo, talvez... insegurança. 

 - Nós te amamos mais que qualquer coisa que há nesse mundo. Nós...

 - Você vivia me dizendo – comecei cortando-a enquanto meu pai observava-me calado - para tomar cuidado e sobre castidade e que eu deveria ser um menino certo e reto, que não deveria frequentar festas e fazer coisas que me arrependeria depois. Sempre escutei e procurei seguir o que você me passa, tanto também que não gosto desse tipo de coisa, e quando foi ontem para aquela festa em que Kira me convidou me senti mal no ambiente e fui embora sedo demais. Sempre fui um garoto que gosto das coisas certas e... – respirei fundo - Escondi por medo de magoar vocês. Sabia que a senhora iria chorar se culpando de não ter me criado da maneira certa. Não tive coragem de encara o olhar de desaprovação de meu pai. Eu simplesmente não queria magoar minha família. – joguei de uma vez.

 Encarei o chão esperando as palavras de meus pais. Estava me preparando para uma bronca, mas a única coisa que senti foi um abraço de meu pai que estava sentado a minha esquerda, nos levantamos juntos e ele continuou me envolvendo em seus braços com carinho e afeto.

 Senti algo em meu coração que compara muito com o conforto. Agora percebo o que estava sentindo todo esse tempo... estava aflito e perdido e tudo o que precisava era de apoios paternos, agora a parte que faltava em meu coração e mente esta completa... ou quase. Falta Ally...

 - Estou orgulhoso de você Austin. – começou meu pai me apertando um pouco mais no abraço – Suas palavras hoje na cerimonia foram lindas e de muito aprendizado a todos. Sei o quanto é responsável e sei que vai assumir esse filho com carinho, por isso sinto orgulho de você e de seu caráter... - ele nos desvencilha de nosso abraço e encaro seus olhos que estão vermelhos de lagrimas de orgulho – Eu te amo, meu filho!

 Depois dessas palavras, é minha vez de soltar minhas lágrimas e o corresponder com mais um abraço apertado de pai e filho. Por um momento, novamente, me imagino com Alex em meu papel e eu no papel de meu pai. O aconselharei quando for necessário e o abraçarei com afeto e direi o quanto tenho orgulho dele, igual a como meu pai esta fazendo.

 - Daqui a alguns anos você estará no meu papel quando for pai. – Mike comenta como se estivesse lendo meus pensamentos, e mesmo sabendo que ele não iria ver, sorrio e assinto com a cabeça.

 De repente sinto alguém se juntar a nosso abraço que não poderia ser ninguém menos que minha mãe formando isso em um coletivo familiar.

 - Também estou orgulhosa de você, Austin – comenta minha mãe – Amei suas palavras hoje na cerimonia.

 Passamos um tempo assim até nos soltarmos e deitarmos juntos na cama como nos velhos tempos de quando eu tinha mais ou menos meus oito anos de idade. Quase toda noite meus pais deitavam um de cada lado na cama me deixando ao meio para contar historias de ninar, exatamente como estamos nesse momento, mas sem a parte da historia, mas por um motivo muito mais reconfortante do que uma simples historia de ninar.

 - Já sabe o sexo do bebê? – mamãe pergunta algum tempo depois

 - Vai ser um menino. – respondo tranquilamente – Vai se chamar Alex. Significa defensor da humanidade. Vai ser um herói. – sorrio

 - Lindo nome. – comentou

 - Saiba que esse nome é dado a crianças bagunceiras. – fala papai – Meu neto vai dar trabalho como o pai dele dava quando criança. Vou dar um aviso prévio: vou o ajudar a deseduca-lo e faremos muita bagunça. Darei sorvete a ele antes do almoço de domingo e o deixarei pular em cima de sua cama quando quiser, assim como seu avô fazia com você.

 Começamos a rir os três juntos e começo a imaginar a cena de Alex bagunçando seus cabelos loiros enquanto gargalha e pula na cama de casal de molas pertencente a mim e a Ally. Vou começar a ter bolças roxas de baixo dos olhos em plena juventude, como meu pai a partir de quando eu tinha uns dois anos.

 - Sinto falta do meu avô. Infelizmente ele se foi muito sedo.

 - Pois é. Ele iria gostar de fazer a mesma coisa que fez com você com o seu filho, e como eu disse, ajudaria...

 - Olha, eu não tenho nada a ver com isso. – mamãe riu - Se um dia você ver Alex pulando em cima da sua cama, saiba que isso foi obra de seu pai. Eu apenas o observarei.

 - Do mesmo jeito será cumplice – comento e rimos novamente. Estava amando isso. Nunca imaginaria eu e meus pais deitados em minha cama comentando sobre meu filho que já estaria a caminho, realmente a vida nos surpreende.

 - Não estão chateados por eu ter perdido meu momento da foto com o diploma de formatura? – perguntei depois de um tempo.

 - Não. – mamãe respondeu calma – Você fez a coisa certa, mesmo isso te custando um momento importante de sua vida. Quando Alex te perguntar o por quê de você não ter fotos recebendo o diploma do ensino médio, terá o prazer de explicar isso a ele. Seu filho sentirá orgulho pelo pai ter defendido ele e sua mãe dele de uma situação onde todos a julgaria. Na mente do pequeno, o pai será um herói...

 Sorriu.

 - Sinto muito por Brook. – continua ela – Verdadeiramente não sabia que ela era capaz de uma coisa dessas. Foi ridículo ela se humilhar dessa forma por vingança, e quem acabou levando a melhor disso tudo foi você. – Mimi beijou minha testa.  

 - Ainda bem. Não sabe como estava tenso antes de eu começar a falar alguma coisa. Ainda bem que eu falei coisas coerentes – sorri

 - Nunca vou me cansar de dizer que tenho orgulho de você.      

     (...)

 Estava no meu quarto sozinho compondo musica no violão quando a campainha de casa tocou. Eram quase quatro horas e com toda a minha situação familiar, acabei esquecendo que Ally passaria aqui essa tarde.

 - Eu atendo! – gritei daqui de cima.

 Meus pais provavelmente estão no quarto deles descansando (eu acho) e provavelmente nem ouviram a campainha. Acho que é melhor assim.

 - Oi Austin. – saldou Ally assim que eu abri a porta. Respondo com um meio sorriso e a convido para entrar – Não, não. Prefiro falar com você aqui.

 - Não se preocupa. Se for pelos meus pais, eles estão no quarto. Não vai te ver entrando.

 - Não é isso. Não estou com vergonha dos seus pais. É que, você sabe que normalmente estou tendo muitos enjoos, prefiro ficar ao ar livre. Sinto menos anciã de vômito.

 Assenti com a cabeça e a acompanhei até a namoradeira depois de fechar a porta principal.

 - Ok. O que você tem para me falar? – perguntei um pouco mais rude do que queria. Acho que isso a magoou, mas ela sabia que não tinha o direito de reclamar, então apenas abaixou a cabeça por alguns segundos para depois voltar a me olhar.

 - Lembra quando fomos comprar as coisas do bebê e eu simplesmente te pedi perdão e depois disse que era coisa da minha cabeça?

 Assenti e continuei a observar.

 - Bom... - ela respirou e novamente desviou o olhar para o chão – Era por isso.

 - Isso o que Ally? Olha pra mim. Olhe em meus olhos e explique o porquê partiu meu coração como se fosse uma taça de vidro barata sendo espatifada banalmente ao chão. – dessa vez meu tom não foi rude, me expressei calmamente e firme o que mexeu muito com a morena.

 Ela começou a chorar e limpava as lágrimas que caiam com as costas da mão. Me doía a ver daquele jeito sem poder fazer nada, ela deveria sentir um pouco da dor que eu senti. Talvez eu esteja sendo mau, mas é assim que me sinto, ainda estou despedaçado por dentro.

 - Me perdoa Austin. – ela fungou – Não sabe como estou sofrendo por saber que te feri. – continua chorando. Ela tira o foco do chão e foca em mim com seus olhos vermelhos – Eu li o meu diário antigo e abri em uma parte em que comentava sobre o nosso primeiro beijo. Contava que foi na praia de baixo de uma palmeira. Eu contava de como me sentia e como as borboletas do meu estomago não paravam de dançar. Eu percebi o quanto te amava antes do acidente e como foi tolice fazer as escolhas que eu fiz. Eu queria apenas nos livrar dele.

   - Você ainda não me disse o porquê de ter me traído. - falei simplesmente

 Ally já estava se recuperando do choro. Ela encarou meus olhos tão profundamente como se estivesse observando minha alma, fechou as pálpebras por alguns segundos, mas foi quase que imperceptível, pois quando abriu novamente continuava a encara profundamente.

 - Vou ser honesta com tudo. Você merece ouvir a verdade. Mesmo que essa historia não tenha nada a ver com o que aconteceu ontem, quero me livrar desse peso. – ela respirou fundo – Não sei por onde começar.

 - Comesse pelo começo.

 Ela olhou para as flores amarelas por uns segundos e fungou umas duas vezes antes de começar.

 - Na verdade eu e Dallas estávamos de rolo desde quando ele foi me visitar no hospital uns dias depois de eu ter acordado. Pelo que eu me lembre você ouviu um pouco da conversa em que eu falo para Trish que tinha sentimentos por Dallas, mas agora tudo o que sinto por ele é uma completa repugnância.

 Continuei a observa-la enquanto fala. Algo aconteceu que a fez sentir ódio do moreno, sua própria expressão diz isso. 

 - Mas continuando... Ele começou a ligar todos os dias em casa perguntando de mim para minha mãe e sempre quando dava ele ia ao hospital me visitar. Quando já estava em casa, eu comecei a atender o telefone e ficávamos por horas conversando e rindo, eu inocente, achei que estávamos sendo amigos. Depois ganhei meu celular novo; nessa época eu e você já tínhamos voltado a namorar, eu passei meu numero e começamos a conversar por mensagens todos os dias sem falta. Ele parecia tão carinhoso e sempre amigo, tinha contado e ele que tínhamos começado a namorar e pareceu superapoiar, ele me disse que você me amava e que cuidaria de mim, ele também me disse que sempre quando precisasse que era para contar com ele e foi ai que soube da noticia do meu pai – Ally deixou cair algumas lagrimas, mas mesmo assim continuou – Eu sinto falta dele e... – ela funga – estava carente e precisava de alguém, eu já me abria bem com você, mas quem chegou primeiro para conversar foi Dallas. Eu contei tudo o que sentia a ele, como sempre ele me confortava com mensagens de carinho e afeto, ele sempre estava comigo e sempre me erguia quando eu caia. Bom como já te falei eu sentia algo forte por ele, – ela respirou – mas eu já começava a esquecer da ideia, porque quando eu estava com você, era como se ele não existisse na face da terra, eu não o lembrava e você me fazia tão bem, comecei a me apaixonar por você como uma chama de figo em uma fogueira. – ela sorri e desfoca o olhar de mim corada pela confissão, mas de repente ficou seria – Eu estava indo tão bem, eu estava tão feliz com você, mas infelizmente foi ai que ele me beijou pela primeira vez quando nos encontramos na rua; - ela voltou a me olhar - antes que fale, eu sabia que não podia sair sozinha, mas estava segura de mim mesma e sabia me virar. – novamente desviou a atenção e voltou para o canteiro de flores amarelas - Estava voltando para casa quando o encontrei na rua. Ele me pagou um sorvete e sentamos em um banco para conversar e ficamos um tempo assim, rindo e jogando conversa a fora. Quando resolvi que já estava tarde e minha mãe poderia chegar do trabalho a qualquer momento, ele me puxou e...

 - E... – encorajei

 - Me beijou. – respirou – no começo me debati para ele parar, mas acabei me rendendo. – percebi que Ally realmente estava nervosa por contar toda a sua historia com Dallas. Todo o tempo olhava para os lados ou respirava fundo, não ligava para isso, apenas esperava paciente – Depois disso – continuou – tentei ao máximo me afastar dele. Sabia que não era certo te trair e me senti culpada por isso. Tentei bloqueá-lo de todos os meus contatos, mas isso é meio que difícil quando a pessoa estuda na mesma escola que você e é seu parceiro em biologia. Achei que não era necessário te contar isso, só te deixaria nervosos e não gosto de te ver alterado por minha causa.

Sorri. Sei que ela se importa comigo. Ally continuou falando a historia que não era muito importante para mim. Não estava a fim de continuar ouvindo, só queria saber o por quê do episódio de ontem de manhã.

 - Ok, Ally – a cortei – A única coisa que quero saber no momento. Por que você o beijou ontem? Por que vi tanto desejo de ambas as partes?

 - Para ele nos deixar em paz. – respondeu simplesmente

 É obvio que não entendi nada. Franzi a testa pedindo uma explicação mais obvia. Ela revira os olhos e explica:

 - Ele foi na minha casa um pouco antes de você chegar. Falei pra ele ir embora antes que você chegasse, porque não seria nada agradável para você o ver na frente da minha casa. Com certeza a impressão que iria dar não ia ser das melhores...

     ...

 - Dallas, o que faz aqui? Marquei com o Austin e ele já esta para chegar, vá embora se não quiser confusão! – a garota pediu aflita, não queria que seu namorado pensasse errado da situação.

 - Não tenho medo daquele loiro boiola. Eu quero você e vou conseguir!

 - Pare Dallas. Já te disse que não gosto que fale assim dele e te proíbo falar mal de Austin na minha frente – a morena se expressou revoltada – Vá embora. Já disse que não quero falar com você. Me deixe em paz e não me procure mais.

 Quando Ally fechava a porta, o garoto impediu com o pé e empurrou a madeira para dar espaço a ele.

 - Ally, na boa, me ouça... – começou com um olhar que merecia pena – Por favor, me beije. – propôs fazendo Ally ficar boquiaberta – Beije-me e eu te prometo, por tudo o amor que meu coração possa sentir, que te deixo em paz e não te procurarei nunca mais, eu juro... – falou com plena sinceridade.

 A morena ficou o observando por uns segundos. Sua ideia principal era recusar totalmente a proposta, mas pensou bem e em sua mente e imaginou que aquilo seria um modo de afastar Dallas totalmente de sua vida para deixá-la viver com seu namorado em paz.

 Austin marcou de encontra-la dez horas da manhã e sabe como o garoto é pontual. Deu uma olhada para traz e conferiu o relógio digital posicionado na parede e viu que faltavam quase quinze minutos. Não pensou mais, ela realmente iria arriscar pela paz. A morena agarrou o moreno pela gola da camisa e começou a beija-lo com vontade para o mesmo não ter com o que reclamar. Os segundos foram passando, e a mão de ambos ficou boba, mal sábia eles que um loiro de coração partido os observava.  

     ...

 —... você chegou e nos pegando de surpresa. – olhou para meus olhos com uma lágrima escorrendo de um de seus olhos – Espero realmente que acredite em mim e que me perdoe. Talvez essa não tenha sido minha melhor escolha, mas realmente, em minha cabeça, essa foi uma oportunidade única de realmente ele nos deixar em paz. Eu sinto tanto, Austin. Não queria te magoar. Por favor, me perdoa...

 Olhei bem fundo nos olhos dela como se eu pudesse ler sua alma e decifrar o que a mesma verdadeiramente está sentindo.

 Conheço Ally assim como conheço a mim mesmo. Sei que ela não esta mentindo, minha mente e meu coração estão sincronizados na teoria.

 - Eu acredito em você. – falo simples a olhando nos olhos seriamente. – Mas saiba que isso me machucou muito, e vai levar um tempo para me convencer completamente dessa história.

 Ally sorri levemente.

 - Tudo bem. Leve o tempo que precisar. Apenas quero que realmente leve essa história em conta e me perdoe.  

 - Preciso pensar. De ontem para hoje os dias foram bem turbulentos e preciso colocar minhas ideias no lugar.

Não sou idiota, e quero me certificar que essa historia é verdadeira. Ela estava se mostrando muito nervosa para eu ter certeza de que é verdade.

 Ally assente. E se levanta para ir embora.

 - Ah! A Doutora Maria ligou para mim e remarcou a consulta para o primeiro horário. A mulher que tinha marcado desmarcou a consulta. Não precisa me levar, minha mãe vai comigo.

Franzi a testa surpreso.

 - Não sou idiota, Austin. – sorriu obvia rumo aos degraus da saída da área. – Boa tarde – desejou e foi embora...

                                      ...Meses depois...

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Não se esqueçam dos comentários.
Bjs e até semana que vem ♥
(LINK DA MUSICA Rain - Brian Clain : https://www.youtube.com/watch?v=KptDbB7CxE0 )



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