As Crônicas de Gelo e Ferro escrita por Miss Greyjoy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Antes de tudo, quero agradecer à vocês pessoas lindas que leram/leem a fic ♥
Esse capítulo não está tão voltado para o Theon e para Mereena, só para deixar um clima de suspense no ar...
Aproveitem! ;)



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Uma parte de Theon estava feliz pelo “novo noivo” da sua menina.

A outra parte queria acabar com Joffrey.

Por um lado, o rapaz sabia que o Lannister daria a vida que Mereena merecia, repleta de joias, vestidos e tudo a que uma rainha tem direito.

Do outro, sabia o quanto a garota não ligava para pompas e luxos. A mais velha de Ned Stark nunca quis governar, tampouco ter uma coroa em sua cabeça. Ele sim, sabia o que ela queria. Passar a vida em Winterfell com seus irmãos – e quem sabe, até com ele – sendo a protetora do Norte, como seu amado pai. Ela queria a liberdade de poder acordar todas as manhãs e saber que poderia fazer o que quisesse, e não apenas agradar o marido. Nesse ponto, Mereena era muito parecida com Arya.

Não que ela não quisesse se casar. Ela só queria se casar com alguém que soubesse que poderia confiar, alguém que conhecera e não com um simples desconhecido.

Alguém como ele.

Greyjoy se recordava do momento em que viu a futura herdeira do Norte pela primeira vez.

Fora quando Ned voltou da guerra com ele. Havia algo estranho em seus olhos, pareciam...temerosos? Mas quando Lord Stark avistou a família reunida nas muralhas à sua espera, suas orbes encheram-se de lágrimas. Naquele momento, Theon não entendeu o porquê.

Assim que cruzaram a entrada, Ned correu e se jogou nos braços de Catelyn, que o esperava com a bebê que viria a ser Arya no ventre. O pequeno Robb logo se juntou ao casal, assim como Sansa. Então, poucos segundos depois, uma massa de cabelos castanhos armados pulou no pai, abraçando-o e brincando com sua barba.

– Papai! Papai! Finalmente! Já não aguentava mais de saudades! – O pai a beijou na testa e a desceu, pondo-a no chão – e quem é esse menino ai? – Theon se encolheu.

– Este é o filho de Balon Greyjoy, Senhor Ceifeiro das Ilhas de Ferro. Ele agora é nosso refém.

– O que quer dizer refém? – A pequena Mereena perguntou, deixando o pai aflito em busca de uma resposta. O garotinho logo tratou de falar.

– É como um convidado que deve obedecer à algumas regras, senão algo muito ruim acontece pra ele. Eu sei, meu pai me falou uma vez – Os olhos esverdeados da lobinha se arregalaram – ah,sim. Ele também deve cumprir alguns deveres para os servos dele.

– E para os filhos dos servos, eles podem cumprir também? – Os dois sorriram em pura cumplicidade. O garoto concordou com a cabeça – Então, eu exijo que você vá agora brincar comigo – O refém riu e fez uma reverência.

– Como desejar, lady...? – A garotinha soprou uma mecha de cabelo de sua face.

– Mereena. Meu nome é Mereena. Mas pode me chamar de Meri. E você, lord? Qual seu nome?

– Theon. Meu nome é Theon Greyjoy.

Desse dia em diante, os dois viraram amigos inseparáveis. Theon ensinava Mereena a atirar com o arco e a garota o ajudava a escalar. Sempre fora muito boa em escaladas, assim como seu futuro irmão Bran. Certo dia, quando os dois estavam olhando o pôr-do-sol em uma das muralhas do castelo, começaram a conversar sobre o futuro. Eram as vésperas do décimo terceiro dia do nome do garoto.

– Quando eu crescer, Meri, vou voltar pra Pyke. Vou ser o rei de lá – Durante os três anos que se passaram com o Greyjoy em Winterfell, os dois mudaram muito física e mentalmente. Os primeiros traços de mulher de Mereena já começavam a despontar, assim como a masculinidade de seu companheiro de brincadeiras. Já não brincavam tanto quanto antes; agora, a menina passava a maior parte do tempo com o pai, fazendo sabe-se lá o que, e Theon com os outros rapazes.

– Espero que isso aconteça. Eu serei coroada a princesa do Norte, se os deuses permitirem. Como é lá no lugar de onde você veio?

– Ah, é simplesmente encantador! O palácio do meu pai fica em meio a um rochedo, e temos pontes de corda que ligam uma torre à outra! E o mar...é simplesmente divino! Nas tempestades, tudo fica mais bonito! – Mereena se encolheu. Ela detestava tempestades. Para ela, era como se os deuses estivessem irritados com os mortais e decidissem castigá-los até a morte - Meri? – Chamou o rapaz, assim que percebeu que sua amiga estava etérea.

– Sim? Fale, estou escutando.

– Um dia, eu serei o rei de Pyke. O lorde das Ilhas de Ferro.

– Sim, eu sei você já me falou isso e...- O jovem a interrompeu.

– Você será minha rainha. Será a lady das Ilhas de Ferro – A garota corou violentamente. Sorriu timidamente, deixando a cena adorável.

– Isso é uma promessa?

– Só se você achar que deve ser.

– Eu acho.

– Então sim. É uma promessa.

Theon nem percebera que a moça ainda estava caída no chão quando livrou-se de suas memórias de criança. Mais do que depressa, passou o braço por debaixo dos joelhos da moça e carregou-a em direção à entrada do castelo. Joffrey franziu as sobrancelhas.

– Aonde pensa que vai com minha, argh, noiva, imundo? Volte já pra cá com ela – O príncipe perguntou – Uh, ela aparenta ser pesada. Melhor você mesmo carregá-la, quero me poupar. Ande, vamos logo com a garota!

– Oh, então a princesinha não quer fazer força? Ah, que donzela meiga! – Greyjoy retrucou, puxando sua menina para mais perto de si – Eu até poderia entregá-la para você, porém...não confio em deixar uma loba nas mãos de um leão. Faço eu mesmo o favor de levar Mereena à seus aposentos – Enquanto retomava seu caminho, o rapaz não percebeu que o loiro já se preparava para socar sua face. Quando se virou, recebeu o punho real do Lannister em suas maçãs do rosto, que corou de raiva – Filho da... – Jon interviu e tirou a meia irmã dos braços do protegido e correu para as muralhas do palácio, longe da confusão que estava começando.

Snow levou a moça até seu quarto. Deitou-a na cama e logo a cabecinha de Arya apareceu na porta.

– Jon? Ouvi falar que Meri desmaiou no pátio? O que aconteceu? E por que Joffrey e Theon estão brigando lá em baixo? – O bastardo respirou profundamente e indicou um lugar ao seu lado para que a irmã se sentasse.

– Lord Stark e o Rei fizeram um acordo...nossa pobre irmã agora vai se casar com aquele desgraçado do Joffrey. A emoção foi tanta que ela perdeu a consciência. Theon a pegou no colo e o metido a reizinho reclamou. Enfim, aconteceram muitas coisas. Agora o que importa é que Mereena descanse e se prepare para partir – A menor das Stark estava com a cabeça baixa, pensativa. Não suportava a ideia de ter que se separar da irmã que mais admirava; às vezes, só ela a entendia – O que houve, pequena? O que lhe aflige?

– Não quero que Meri vá embora. Não mesmo. Vou sentir muito a falta dela. Pelo menos, se ela se casasse com o Theon, ela ainda ficaria em Winterfell, mas agora ela vai para aquele castelo ridículo ficar com pessoas mais ridículas ainda! – Lágrimas brotavam de seus olhos acinzentados. Jon a puxou para seu colo – Vem cá, Ary.

Arya abraçou a cintura do meio-irmão, sentindo seu cheiro amadeirado. O cabelo castanho semelhante ao dela lhe fazia cócegas pela face, enquanto era embalada por seus braços fortes. Logo seu choro cessou e a garota entrelaçou seus dedos com o do rapaz – Me conta uma história? – O moço suspirou, quebrando a cabeça para lembrar algum conto.

– Bem, vamos lá. Era uma vez uma jovem que não queria ser rainha. Ela gostava de cavalgar, aprontar e principalmente, lutar com espadas. Isso te lembra alguém? – Jon piscou e a menininha riu – e o pai dela até entendia as vontades da filha, mas precisava seguir as leis de sua casa e encontrar um marido para a jovem. Então, abriu um torneio em nome da garota para escolher o melhor pretendente para ela. Vieram cavaleiros de todos os cantos do reinos, cada um mais valente e mais forte que o outro. Até que um deles, um desertor da Patrulha da Noite, que crescera próximo à jovem e criara grande afeição a ela, apareceu e como já era de se esperar, recebeu olhares de desaprovação e escárnio de seus concorrentes. Mas o desertor não se sentiu acuado; pelo contrário, demonstrou que estava ali por amor e não por segundas intenções, como a maioria dos outros homens. Além disso, não desejava que a moça fosse como uma escrava, que vivesse como a lady que ela nunca seria. Por fim, o pai da moça concordou com sua proposta e ofereceu-lhe a mão da menina. E os dois viveram felizes para sempre! Fim da história – Arya já estava sonolenta, com a cabeça recostada ao peito do irmão – Eu acho que vou ter que te carregar também, não é? Venha, vou levá-la a seus aposentos. Despeça-se de Mereena – Levantou-a pelos joelhos e saiu, com a lobinha amolecida nos braços.

– Tchau, Mereena – Murmurou, vencida pelo cansaço, para a irmã ainda inconsciente.

Assim que chegou ao cômodo da irmã, retirou as cobertas do leito com a jovem agarrada a seu pescoço como um bicho preguiça. Deitou-a e cobriu-a, afagando-lhe os cabelos.

– Boa noite, princesinha. Durma com os deuses – Arya grudou em sua mão, o puxando novamente para perto dela.

– Promete que nunca vai embora? Promete que sempre vai estar comigo? Promete, Jon? – Havia algo nos olhos da menininha que o bastardo não sabia dizer o que era.

– Prometo. Eu prometo.

Naquela noite, Arya sonhou com um torneio organizado em sua honra, como na história do irmão. E qual não foi a sua surpresa, quando um cavaleiro de cabelos castanhos desgrenhados vencera todos nas justas? Aquela história realmente fora interessante.


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