Black and White escrita por MayEverdeen


Capítulo 6
Próximo passo


Notas iniciais do capítulo

Heyoo!~

Voltei dos mortos com mais um capítulo! Tava fazendo amizade com uns espíritos muito bacanas... Mas enfim!

Novidade! Essa fic em breve vai estar disponível na plataforma Spirit! Vai ficar melhor para a May aqui postar os capítulos, mas não me esquecerei de vocês!

Eeeeeee aqui vai mais um cap.!



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Catherine abriu os olhos e encarou o teto branco do seu quarto, o qual havia decorado com adesivos de estrelas que brilham no escuro. Abriu um sorriso ao se lembrar da noite passada. Com certeza não foi um sonho. Foi real, pensou. Esse detalhe foi que fez a garota se sentar na cama.
Olhou para os lados, à procura de algum bilhete ou recado deixado por Lysandre, mas não encontrou nada. Levantou-se da cama e foi até a sala de estar, onde encontrou seu irmão largado no sofá, também com as roupas da noite anterior. Ele provavelmente acordaria com uma ressaca monstruosa, por isso a garota decidiu deixá-lo ali mesmo.
Passou pela sala e foi até a cozinha. Pegou uma tigela, leite e cereais. Decidiu comer isso mesmo, estava sem vontade de fazer algo mais elaborado. Castiel teria que se virar. Então ouviu o telefone fixo tocar. Atendeu antes do segundo toque.
       - Alô?
       - Cath! - era a voz de Rosalya do outro lado da linha- Você está bem? Você sumiu da festa ontem! O que aconteceu?
    - Você me liga às onze da manhã e me pergunta se eu estou bem? Principalmente depois da festa de ontem... - brinca Catherine, revirando os olhos.
      - Ei, pelo menos eu liguei! Eu poderia ter ignorado completamente. Agora pare de ser mal-humorada e responda à minha pergunta.
     - Eu passei mal, estava exausta. Lysandre me trouxe para casa. Depois disso, só me lembro de acordar no meu quarto com um Castiel largado no sofá da sala.
       - Ah, é? O Lysandre? Interessante...
       - Rosa, não sei se você ouviu, mas eu estava exausta...
       - Eu ouvi. Mas não rolou nem um beijinho? Nada?
       - Ele me beijou na testa... - resolveu comentar com a amiga.
       - Ah! Viu? Já é um avanço! Mas, quer uma dica? Agora é a sua vez de ter a iniciativa. Você precisa combinar algo com ele, inocentemente. Um lanche, um cinema, sei lá!
          - Eu me pergunto como você está acordada às onze da manhã animada o bastante para me dar conselhos amorosos - brincou Catherine - Mas eles são muito bem vindos, então manda.

 - Então... - respondeu Rosalya, rindo - Você faz isso mesmo. Puxa conversa com ele, comenta algo sobre o lugar para onde você quer levá-lo e faz a proposta.
        - Mas espera - interrompe Catherine arqueando uma das sobrancelhas - Como você sabe que agora é a minha vez?

 - O Lysandre provavelmente juntou toda a coragem que ele tinha e a gastou só naquele gesto de beijar a sua testa. Até ele conseguir reunir coragem de novo para algo maior, vai demorar. E você o chamando para sair vai ajudar no processo.

— Uau - suspirou a irmã do Castiel, ao ouvir as palavras de sabedoria da amiga.

— Conheço bem esses genes... - comentou Rosa, com uma risadinha.
Continuaram conversando por mais algum tempo, até Catherine se despedir da amiga. Desligou o telefone e subiu até o seu quarto. Iria chamar Lysandre para sair, e faria isso direito.

+++

Assim que pôs os pés do lado de fora, o vento frio a atingiu como uma martelada. Estava usando um casaco grosso, mas mesmo assim sentia frio. Era o primeiro dia do inverno, mas as ruas não estavam cobertas de neve. Ainda não.

Enfiou as mãos nos bolsos e apertou o passo até chegar ao Mercado de Tudo. Era o comércio mais próximo de sua casa, aonde poderia se abrigar do frio. "Devia ter trazido as minhas luvas...", reclamava Catherine, mentalmente. Quando entrou, o ambiente ainda era um pouco frio, mas mais agradável. Olhou ao seu redor. Ninguém conhecido. "Ele nem deve ter saído de casa ainda, ou nem vai sair...", pensou.

Andou até a seção de alimentos e procurou algo para levar para casa, talvez para  dar para Castiel quando acordasse. Atenta aos números e calculando mentalmente o que levar, levando em conta o dinheiro que tinha em sua bolsa, Catherine estava distraída, tanto que quase teve um ataque cardíaco quando uma mão pousou sobre o seu ombro.

— Ah, me desculpa! Não foi a minha intenção! Mas você estava tão distraída que não me ouviu! - exclamou Lynn, se desculpando.

— Não, tudo bem... - respondeu Catherine, sorrindo.

— Rosa me contou que você passou mal, está se sentindo melhor?

— Sim, estou. Eu passei mal por causa da exaustão. Mas nada de mais - respondeu a albina, sorrindo - Obrigada por se preocupar.

— De nada - respondeu Lynn, observando Catherine. Ela havia voltado a observar as prateleiras, falando sobre alguma coisa, mas a de cabelos castanhos não estava prestando muita atenção. Observava como Catherine se movimentava por entre as prateleiras de comidas. Cada volta que ela dava, cada curva, era tão gracioso como em uma dança. Enquanto a amiga era um exemplo de graciosidade, ela era um exemplo de de desastre. Admirava Catherine, tanto pela pessoa que era, quanto pelas coisas que fazia. Tudo era perfeito quando se estava perto dela, e Lynn sentia isso. Não tropeçava quando estava com Catherine, nem gaguejava, nem parecia uma idiota. Queria ser como ela, nem que fosse um pouco, e esperava aprender algum segredo sobre sua personalidade simplesmente observando seus movimentos.

— Mas e você, Lynn? Está tudo bem com você? - perguntou a amiga.

— Sim, estou. Ainda estou muito animada com a volta do meu irmão - respondeu, com um sorriso inocente no rosto.

— Quem está voltando? - perguntou Lysandre, se aproximando das duas.

— O meu irmão, eu não te contei? - respondeu Lynn, enquanto observava o rosto de Catherine se iluminar. Ela abriu um sorriso e disse:

— O Ken, Lys. Não se lembra dele? Baixinho, cabelos castanhos, suéter verde...

— Ah, sim. Acho que me lembro. Mas ele está voltando de onde? - perguntou o garoto, um tanto distraído enquanto encarava Catherine.

— Da escola militar. Meu pai o mandou para lá para que ele virasse um "homem", para que não fosse humilhado por pestinhas como a Ambre... - rebateu Lynn, revirando os olhos.

Então o celular de Lynn vibrou em seu bolso. Era uma mensagem de sua tia, Agatha, pedindo que ela voltasse para casa.

— Preciso voltar para casa... Agatha está pirando. Vejo vocês depois... - despediu-se a garota.

— Tudo bem, falo com você depois! - rebateu Catherine, acenando de volta.
Quando Lynn desapareceu do seu campo de visão, Lysandre se virou para Catherine.

— E você? Está melhor? - perguntou o garoto.

— Estou sim. Obrigada por me trazer de volta para casa - respondeu a garota, com um sorriso bobo no rosto.

— Então... - continuou o albino, enquanto acompanhava os passos apressados de Catherine, que ia em direção ao caixa - Eu passei por um café no caminho até aqui... Será que nós poderíamos...?

O queixo de Catherine caiu, não era a vez dela de dar o próximo passo? Parou de andar, se virou para trás e encarou Lysandre.

— Eu adoraria! - respondeu com um sorriso que faria qualquer um se derreter.

+ + +

Depois de pagar pelas suas compras, Catherine seguia Lysandre pelas ruas de Ville Du Kiss. O frio a martelava novamente. Suas mãos estavam congelando. Tirou-as do bolso do casaco e as esfregou frente ao corpo.

— Eu deveria ter trazido as minhas luvas... - murmurou.

— Você esqueceu as suas? - perguntou Lysandre.

— Sim, esqueci.

— Aqui, pegue - respondeu o garoto, tirando suas luvas e as colocando nas mãos de Catherine. O toque de sua mão era quente, e criava uma espécie de choque térmico com a mão fria de Catherine, fazendo a garota se arrepiar.

— Obrigada... - agradeceu, contemplando as luvas de Lysandre em suas mãos. Estavam um pouco grandes, é claro, mas ainda sim eram elegantes.
Os dois ainda caminharam mais um pouco até chegarem ao café. Quando chegaram, sentaram-se em uma mesa próxima a uma janela que dava para a rua. Fizeram o pedido e ficaram sem falar nada por um tempo.

— Eu vi Isabelle um dia desses... - comentou Lysandre, sem tirar os olhos da paisagem - Só não me lembro onde foi...

— Ah, por que isso não me surpreende? - brincou Catherine, revirando os olhos.
Catherine e Isabelle, sua tia, estavam sem se falar há um tempo, por conta de uma briga que tiveram. Isabelle era um tanto super protetora com Castiel e Catherine, mas principalmente com sua filha, Íris. Catherine se irritava com isso, pois não podia fazer nada, mesmo quando se emancipou da tia e foi morar com Castiel em uma casa, sem que ela soubesse. Segundo ela, a tia sentia pena dela. Detestava isso, pois as pessoas lhe davam privilégios por pena, e não por merecer. Não queria que ninguém sentisse pena dela. Era capaz de aguentar isso tudo sozinha.

Não era?

— Ela ainda telefona para você? - perguntou o albino, agora com os olhos fixos na irmã do Castiel.

— Não. Para mim não, pelo menos. Deve ligar para o Castiel, mas não importa - respondeu, com a voz firme, indicando que não queria mais tocar no assunto.
Lysandre entendeu a mensagem e não insistiu. Um silêncio pousou entre os dois, mas não durou muito.

— Vamos fazer um jogo? - perguntou a garota, em um tom de desafio.

— Um jogo? - rebateu o garoto, agradecendo mentalmente por Catherine ter puxado assunto. Não sabia o que dizer - E como seria esse jogo?

— Simples - respondeu, recostando-se na cadeira - É um jogo de perguntas. Eu faço uma pergunta, nós dois respondemos, honestamente, claro. Depois é a sua vez, e por aí vai.

— Certo. Você começa.

— OK... - pensou um pouco - Vamos começar com uma fácil: Qual é a sua cor favorita?

— Verde.

— Roxo. Agora você.

— Animal favorito?

— Cachorro.

— Coelho.

— Que fofo - brincou Catherine - Mas eles são mesmo uma graça.

A brincadeira continuou por mais um tempo, mesmo depois de seus pedidos chegarem. Já haviam falado sobre situações engraçadas, comidas favoritas, os altos e baixos da vida, etc.

— Qual é o seu maior medo? - disparou Catherine, antes de dar um gole em sua bebida.

A pergunta pegou Lysandre de surpresa. Ele não era do tipo que admitia suas fraquezas logo de cara.

— Esquecimento, eu acho.

— Você acha? - pressionou Catherine.

— Sim. Acho. Ser esquecido por aqueles que você ama. Acho que é uma forma horrível de ter sua vida arrancada de você - disse, com a voz carregada de convicção. Mas então percebeu o que havia dito. Seu medo não era nada comparado ao que Catherine já havia passado. Não era nada comparado a forma como a vida fora arrancada dela - Ah, Cath, me desculpe...

— Pelo o quê? - perguntou Catherine, confusa.

— Quero dizer... Isso é tão ridículo... - gaguejou o garoto, tentando encontrar as palavras certas.

— O que quer dizer? O seu medo? - Lysandre assentiu com a cabeça - Ah, Lys... Eu não acho nada ridículo. Todos temos os nossos medos.

— Eu sei. Quero dizer que é ridículo comparado ao que você já passou.

— Ah, pare com isso. Tem gente que já passou por coisas piores. Não se martirize por isso - disse a garota, pondo a mão por cima da de Lysandre. 

Lysandre sempre achou estranho a maneira como Catherine tratava a morte dos pais, como se não fosse nada de mais. De repente essa é a maneira que ela encontrou de encarar isso sem ser tomada pela tristeza, pensava. Mas gostaria de saber o verdadeiro motivo.

— E você? Qual é o seu pior medo? - perguntou Lysandre, mudando de assunto.

— Ser uma decepção para as pessoas que amo - rebateu Catherine, convicta.

+++

Depois do que pareceram horas, os dois saíram do café. A neve já começava a cair nas ruas de Villa Du Kiss, fina e delicada. Ficou decidido que Lysandre acompanharia Catherine até sua casa. Conversaram durante todo o caminho.

Quando chegaram, Lysandre se pronunciou:

— Uma última pergunta: Qual foi o motivo de termos jogado esse jogo de perguntas e respostas?

Catherine travou. Não sabia o que responder. Não tinha um motivo em especial para ter criado o jogo, a não ser saber um pouco mais sobre aquele garoto que tanto a encantava.

Juntou toda a sua coragem e deu um passo à frente, se aproximando de Lysandre e de seus olhos heterocrômicos.

— Eu queria te conhecer melhor... - disse, por fim, levantando a mão e ajeitando uma mecha do cabelo do garoto. Seu rosto estava a milímetros do de Lysandre.

Esse gesto fez uma chama se acender no peito de Lysandre. Queria pegar a mão dela, queria beijá-la ali mesmo. Mas ainda tinha algo que o impedia de fazer isso. Mas o que seria?

Antes que pudesse descobrir, Catherine afastou a mão do rosto do garoto e se despediu, entrando em casa.

Castiel ainda estava no sofá, na mesma posição. Deixou as compras na bancada da cozinha e subiu correndo, com aquele sorriso bobo no rosto.

Aquele fora o seu próximo passo, agora era a vez de Lysandre dar o seu.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Heeeeeein?
Me contem nos comentários!

Fui!



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