Black and White escrita por MayEverdeen


Capítulo 7
Tomate idiota...


Notas iniciais do capítulo

Já faz um tempão desde o último cap... É, eu sei... Essa fic tava até pegando poeira...
Sinceramente, nem sei se vou continuar a escrevê-la. Mas é só uma hipótese, qualquer coisa eu aviso.



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— Foi só isso que aconteceu? – perguntou Rosalya, arqueando uma sobrancelha.

— Como assim, só isso? Foi um feito! – rebateu Catherine, incrédula.

— Ah, sim, foi. Mas não rolou nada além disso? Quer dizer, nenhum beijinho, nem nada?

— Não...

Rosalya bufou.

— Ah, qual é, Rosa! Nem um crédito? Eu fiz o que você disse, dei meu passo.

— Sim, eu sei. Não estou assim por sua causa, mas sim por causa dele. Era o momento perfeito, e ele não fez nada! – Rosalya suspirou, visivelmente contrariada.

Catherine baixou o olhar. Também não sabia o porquê de Lysandre não tê-la beijado ali mesmo, muito menos de não ter tomado a atitude ela mesma. Eles estavam tão próximos que ela podia ouvir as batidas do coração do garoto acelerando cada vez mais. Não saberia explicar caso Rosalya perguntasse. Nem ela mesma sabia como estava se sentindo agora. Talvez um misto de rejeição e tristeza? Não era bem isso, mas teria que servir.

— Ah, Cath... Não fica assim... Ele te ama. Ele só está... – a amiga deu uma pausa, tentando encontrar a palavra certa – Indeciso.

— Mesmo? Ele me ama? – a irmã do Castiel perguntou, levantando a cabeça.

— Ah, qual é, Catherine! Vai me dizer que você nunca reparou como ele sempre se oferece para fazer as coisas com você? Ele sempre está lá para você, sempre querendo ajudar. Ele se importa com você, Catherine – respondeu Rosalya, pondo a mão sobre a da garota – E o pior é que você parece ser a única a não notar isso. Até a Lynn já percebeu. A Lynn.

Lynn era meio lerda em relação a quase tudo. Isso já não era novidade para ninguém. Ela demorava muito para entender uma piada que exigisse que você pensasse um pouco.

— Uau – disse Catherine, por fim.

— Então! Se isso não é motivo o suficiente para acreditar que ele tem sentimentos por você...

O celular de Rosa começa a tocar. Ela o pega e atende.

— Alô, Leigh? – Rosalya dá uma pausa, provavelmente esperando o namorado terminar de falar – Ah, tudo bem. Claro, que sim, amor.

Catherine abriu um sorriso e revirou os olhos antes de continuar a beber seu café. Ela achava uma graça a maneira como Rosa tratava Leigh. O melhor era quando eles estavam juntos. O rosto dele se iluminava  e ele parecia até menos tímido. Rosa dizia que ele era bem mais tímido antes de se conhecerem, tanto que foi ela quem teve que dar o primeiro passo na relação dos dois e chamá-lo para sair. Sim, Rosalya é dessas...

— Alô? Terra para Catherine! – Rosalya balançava a mão em frente ao rosto da garota, o que a faz sair de seu transe.

— Ah, desculpa... Eu me distraí... – assim que a desculpa saiu pela sua boca, a garota já sabia o que viria a seguir.

— Sei... Se distraiu pensando no Senhor Você Sabe Quem, acertei?

— Humm... – Catherine deu de ombros, entrando na brincadeira – Quem sabe?

Rosalya revirou os olhos.

— Preciso ir – anunciou – Leigh precisa de mim lá na loja – completou com uma piscadela.

— Sei... Tudo bem, vai lá dar uns pegas no seu namorado. Eu tenho mais o que fazer.

Rosalya soltou uma risada.

— E você devia fazer a mesma coisa com o seu futuro namorado. Pense nisso – rebateu, brincalhona, antes de sair da cafeteria.

As duas estiveram conversando ali há um tempo. Catherine precisava contar para alguém sobre o ocorrido entre ela e Lysandre, e Rosalya foi, de longe, sua primeira opção. Como namora o irmão dele há bastante tempo, é óbvio que conhece Lysandre mais do que qualquer outra pessoa. Não sabia ao certo se podia chamá-la de informante, já que nem ela sabe muito sobre o garoto, mas pelo menos era melhor do que nada.

A conta já estava paga, então Catherine apenas terminou sua bebida e saiu da cafeteria, rumo à mais um final de semana de bebidas quentes e cobertores aconchegantes.

+   +   + 

— Castiel, acorda! Vamos nos atrasar! – gritou Catherine, entreabrindo a porta do ruivo. Será possível que ele não tem despertador? Ou será que o despertador sou eu?

A julgar pelo barulho do outro lado que veio a seguir, ele com certeza arremessou algo contra a porta. Catherine agradeceu internamente por ela não estar aberta e desceu as escadas até a sala, deixando a porta do quarto do ruivo apenas encostada. Como se tivesse um sensor de presença, Dragon correu até ela e começou a saltitar ao seu redor. A garota se agachou e cochichou para o cachorro:

— Vá pegar o Castiel! Vai!

E, como um foguete, Dragon subiu as escadas e, a julgar pelos grunhidos de Castiel, conseguiu entrar no quarto. Não conseguiu se segurar e abriu um sorriso.

— Vamos, garoto! Acorda! – gritou da sala.

— Eu não vou hoje! –  Castiel gritou de volta.

Catherine revirou os olhos e saiu, sem fazer mais perguntas. Não tinha tempo para isso.

Chegou bem a tempo de ouvir o sinal tocar. Entrou na sala e se sentou ao lado de Íris e Violette perto da janela. Faraize entrou em sala logo em seguida.

— Você parece que correu uma maratona... – cochichou a ruiva – O que aconteceu?

— Castiel e eu acordamos tarde, e eu fiquei esperando ele se levantar quando, na verdade, ele não viria hoje – cochichou de volta a albina, soltando um suspiro logo em seguida.

— Entendi – Íris não conteve um sorrisinho.

— Isso faz bem o tipo dele... – sussurrou Violette.

— Ah, faz – concordou Catherine.

Aos poucos, a sala de aula foi se silenciando e a aula finalmente começou.

+  +  +

Castiel acordou pela terceira vez só naquela manhã. Dragon não o deixaria em paz enquanto não acordasse, não importa o que o garoto fizesse para manter o cachorro longe e quieto. Sua última tentativa fora de trancá-lo fora do quarto, mas agora ele latia sem parar, além de arranhar a porta, pedindo para entrar.

O ruivo se levantou e abriu a porta. O cachorro entrou e subiu em sua cama.

— Você não vai me deixar em paz, não é? – perguntou o garoto, encarando o animal, que agora se aninhava entre os cobertores.

Como se respondesse, Dragon soltou um grunhido e se enfiou ainda mais entre os lençóis.

+  +  +

Castiel resolveu que levaria Dragon para passear. Estava sem fazer nada, e o cachorro não o deixaria dormir, de qualquer maneira. Seria difícil mantê-lo quieto até Catherine voltar para poder jogar a tarefa para cima dela.

Segurava a coleira do cachorro um pouco fraco, o suficiente para Dragon poder soltá-la com um tranco. O cachorro disparou pela rua, em direção à uma garota que estava distraída observando uma vitrine. Ela tomou um susto, quase derrubando a bolsa que segurava.

Então, ela virou o rosto na direção de Castiel. Era Lynn.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou a garota, entregando a ponta da coleira de Dragon para o ruivo.

— Matando aula. O que você está fazendo aqui? – rebateu o garoto.

— Eu tenho aula vaga agora. Estava indo na papelaria.

— Bem, se continuar olhando vitrines nunca vai voltar a tempo – provocou Castiel, olhando o relógio no celular.

— Muito menos conversando com você – rebateu Lynn, sarcástica.

Touché — brincou.

Lynn deu uma risada, e começou a caminhar e Castiel a acompanhou.

— Mas, e aí? Como vão as coisas? – perguntou a garota, numa tentativa de puxar assunto.

— Normal... Normal até demais.

— Mal posso esperar até que as férias de meio de ano cheguem.

— Pois é...

E um silêncio pairou sobre os dois novamente.

Lynn virou o rosto olhar para as vitrines pelas quais passavam e Castiel a acompanhou com o olhar. Era incrível como ela conseguia ter aquele ar de inocência até na maneira de andar.

O garoto se distraiu tanto, que sua mão se afrouxou e no primeiro puxão, Dragon arrancou a coleira da mão do dono. Uma vez livre, o cachorro disparou pelas ruas.

Castiel nem pensou, saiu correndo atrás do cachorro, com Lynn logo atrás. Acabaram dentro do parque, mas nem um sinal do cachorro.

— Ah, meu Deus... Para onde ele foi? – perguntou Castiel, mais para si mesmo.

— Não se preocupe. Vamos achá-lo... – disse Lynn, olhando ao redor.

Então um barulho na grama chamou a atenção da garota. Sequer teve tempo de se virar para ver o que era antes de sentir algo pesado empurrá-la para a frente, na direção de Castiel. O garoto caiu primeiro, e Lynn sobre ele. O garoto olhou por cima do ombro da garota e, ao ver Dragon lá, parado, soltou um suspiro de alívio.

— Se você quisesse tanto assim me abraçar, era mais fácil ter pedido... – disse, finalmente encarando a garota nos olhos.

— Tomate idiota... – murmurou Lynn.

— Eu não sou o único tomate aqui, pelo visto. Quer dizer, olha para você... – implicou o ruivo, cutucando a bochecha de Lynn com o indicador.

A garota se levantou tão rápido que sua visão escureceu um pouco, mas logo depois voltou ao normal. Ainda sentindo suas se bochechas quentes, tomou a coleira de Dragon e a pôs na mão de Castiel.

Tomate idiota, pensou, enquanto o encarava nos olhos.

— Cachorro entregue. Agora preciso ir – disse, e, sem nem esperar uma resposta, deu as costas para o garoto e saiu andando.


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