Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 29
Faço um Tour Pela Cidade de Cristal


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! :3
Gente, eu realmente amei escrever esse cap! Espero que gostem tanto quanto eu gostei! ^-^
Nem vou enrolar mais!
Fiquem com o cap!
P.O.V do Anjo da Terra mais maneiro da história dos anjos da Terra! :3
Enjoy it! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642554/chapter/29

Nico

 

Segui Zeus pelos corredores até uma sala. As portas se fecharam assim que entrei. A sala era um enorme espaço circular. Uma espécie de trono se encontrava à minha frente. As grandes janelas eram cobertas por grossas cortinas vermelhas.

— Bem... – Comecei. – Por que me chamou?

Zeus sentou-se no trono, me encarando. Jason adentrou o local logo depois e colocou-se de pé ao seu lado.

— Eu gostaria de falar com você... Sobre Cronos.

Assenti levemente. Ele realmente vai me deixar de pé? Jason encarou o pai de maneira estranha, como se o acusasse de algo.

— Pode falar. – Falei. – O que quer saber?

Zeus respirou fundo.

— Bem... Sabemos que, para ressurgir, Cronos precisa do seu sangue.

— O comandante dele está morto. – Falei. – Acho que Cronos não vai dar as caras por um tempo.

— Mas sempre existe a possibilidade de retorno. Luke não é o único fiel a Cronos que sabe da sua existência. – Zeus acrescentou. – Diga-me... Você sabe se tem como o ritual prosseguir sem seu sangue?

Neguei.

— Cronos me apareceu num sonho. Disse que precisava do meu sangue porque apenas o sangue da segunda geração de Anjos da Terra o traria de volta. – Acrescentei. – Morto, eu não serviria para nada. Acho que, se meu sangue for derramado para outro propósito e sem o ritual necessário para trazer Cronos de volta, ele nunca mais voltaria. – Dei de ombros.

— É ótimo saber disso... – Zeus levantou-se. Senti que havia algo errado ali. Jason suspirou tristemente. – Eu sinto muito por isso, Nicholas.

— Sente muito pelo q... – Antes que eu terminasse, olhei para o chão, arregalando os olhos ao fitar um enorme círculo vermelho. Comecei a recuar, mas guardas me seguraram, forçando-me a ajoelhar. Uma jovem, com roupas brancas e um capuz da mesma cor, se aproximou com um recipiente dourado em mãos. Jason se aproximou de mim, desembainhando sua espada e pressionando a ponta contra o meu peito. – O que está fazendo? – Perguntei, gemendo baixo devido à força com a qual Jason pressionava a ponta da espada.

— Eu tenho que fazer isso, Nicholas. Se seu sangue for derramado aqui e oferecido como oferenda aos antigos Primordiais, poderei destruir Cronos. Seu sangue é o que ele precisa para retornar. Se você morrer aqui, Cronos vai enfraquecer e, com a ajuda dos primordiais, ser destruído. Seu nascimento foi um erro.

— D-deve ter outra maneira... – Estremeci. Zeus negou levemente.

— Eu realmente sinto muito, Nicholas... – Seu olhar foi para Jason. – Mate-o...

Jason suspirou baixo. Depois me encarou. Os olhos transmitiam tristeza e pesar. A jovem entoava um pequeno cântico.

— Eu sinto muito...

Engoli em seco, fechando os olhos com força. Gemi alto de dor quando a lâmina penetrou alguns centímetros em meu peito. Jason desviou o olhar, pronto para me matar quando as portas se abriram com violência.

— JASON, PARE! – Ouvi a voz de Thalia. – O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

Ela caminhou até o centro do círculo, fazendo surgir sua espada. Depois empurrou Jason, afastando-o de mim. Ofeguei alto.

— Estou trazendo a segurança para o nosso povo, Thalia! O que você pensa que está fazendo?! – Zeus justificou-se. Depois encarou um dos guardas atrás de mim. – Faça!

Prendi a respiração quando um dos guardas pressionou uma lâmina contra a minha garganta. A jovem engoliu em seco, mas posicionou o recipiente dourado logo abaixo da lâmina.

— NÃO FAÇA ISSO! – Thalia entrou em desespero. – Essa não é a resposta!

— Você não está entendendo! Estou salvando a Cidade de Cristal!

— Tirando a vida de um inocente?!

— Uma vida ou milhares delas, Thalia? Escolha!

Thalia estava em minha frente, de costas para mim. Estava extremamente linda naquelas roupas.

— Por favor, Zeus... Não faça isso...

— Thalia, é para o nosso bem...

— Eu me entreguei a ele! – Thalia o interrompeu. A lâmina afastou-se da minha garganta e eu tossi. A jovem se afastou logo depois. – Eu o amo! E é com ele que eu quero ficar!

— O QUE VOCÊ FEZ?! – Zeus se levantou. – SE ENTREGOU A ELE?!

— Nós não escolhemos aquele que vamos amar! As Parcas tecem o nosso destino. E o meu destino é ficar com Nico. E eu não vou deixar que o machuque!

Zeus a encarou e bufou alto, sentando-se.

— Soltem-no. – Ordenou. Ofeguei quando me soltaram. Thalia guardou sua espada e abaixou-se para me abraçar com força. Zeus suspirou e encarou a jovem novamente. – Rachel, vá.

A jovem, agora identificada como Rachel, assentiu, me direcionando um olhar de desculpas, depois se afastou.

— Não posso me afastar por cinco minutos e você já se mete em encrenca? – Thalia riu baixo.

— Thalia... – Comecei. Ela me encarou. – É sério... Todos os membros da sua família vão tentar me matar?

Thalia riu um pouco mais alto e me ajudou a levantar.

— Vou procurar um quarto para ele. – Ela disse, se direcionando a Zeus. – Da próxima vez que tiver um plano louco desses, me avise antes de resolver matar meu namorado!

Zeus suspirou. Depois fez um gesto para que Thalia saísse, me puxando atrás de si. Ela suspirou e me abraçou levemente enquanto caminhava comigo pelos corredores.

— E aquele papo de “vou dar a notícia devagar”? – Questionei enquanto subíamos as escadas. Thalia riu.

— Besta... – Disse. – Da próxima vez eu sento para tomar um chá com Zeus enquanto cortam a sua garganta.

— Fechado. – Brinquei. Thalia riu novamente. Depois me guiou escadaria acima até um quarto. Porém, pela aparência do cômodo, aquele quarto já tinha dono. Ou melhor, dona. – Thalia...

Ela sorriu levemente. Depois adentrou seu quarto, puxando-me logo atrás de si.

— Eu queria um tempo a sós com você – Disse, me abraçando levemente e repousando a cabeça em meu peito. Sorri e passei meus braços pela sua cintura, subindo até as costas e sorrindo ao sentir o zíper em minha mão.

— Desde quando vocês têm zíperes?

Thalia riu baixo.

— Um alfaiate observou os humanos à procura de inspiração para criar novo vestidos. E descobriu o zíper. – Ela riu baixo. Ri no mesmo tom e deslizei seu zíper para baixo. Depois deslizei a única alça pelo seu ombro direito, sorrindo ao ver o vestido deslizar pelo seu corpo e cair aos seus pés. Thalia segurou meu rosto, fixando seus olhos azuis nos meus antes de me beijar.

Sorri com o beijo, segurando suas pernas e puxando-a para cima enquanto a deitava na cama abaixo de mim. E meu sorriso aumentou quando senti Thalia soltar a fivela do meu cinto e, em seguida, desabotoar meus jeans.

— Eu te amo, Thalia. – Sussurrei. Ela sorriu, me puxando para outro beijo.

— Eu também te amo, Nico.

[...]

Acordei com batidas na porta. Estava abraçado com Thalia em sua cama. Seu cheiro inebriante de chuva preenchia o quarto. E parecia misturado ao meu cheiro agora.

A porta logo se abriu e um guarda adentrou o local, fazendo Thalia levantar num pulo e levar os lençóis até acima dos seios, cobrindo-os.

— Perdão, milady. – O guarda se desculpou. – Seu pai a espera para o almoço. Você e o necromante.

Thalia assentiu.

— Obrigada. Pode se retirar agora.

O guarda assentiu, pedindo desculpas novamente, e saiu do quarto, fechando a porta. Thalia suspirou. Depois bateu em meu peito quando ri baixo.

— Para de rir!

— Tinha que ver sua cara. – Ri um pouco mais alto. – Toda em desespero para esconder os seios.

Thalia me bateu de novo, cedendo um riso.

— Você é um idiota. – Reclamou. Ri outra vez.

— Ou será que você queria esconder isso? – Apontei para a marca roxa um pouco acima de seu seio esquerdo. Thalia revirou os olhos. – Ou isso? – Toquei a outra marca em seu pescoço. – Talvez isso... – Toquei a mordida em seu ombro direito. Thalia bufou e me empurrou.

— Foi você que fez isso! Não é culpa minha se não tem vergonha de esconder isso! – Ela tocou a marca que deixou em meu pescoço com um sorriso travesso. Revirei os olhos, apesar de sorrir, e a beijei. – Eu te odeio...

— Odeia nada... – Retruquei. Ela revirou os olhos e sorriu.

— Vem... – Chamou. – Vamos nos levantar. Precisamos ir comer.

Suspirei baixo, mas me levantei, seguindo Thalia até o banheiro.

— Pelos anjos... – Comecei. – Cabe meu quarto aqui.

Thalia riu alto.

— Quando você ver o seu quarto, vai surtar.

Ri no mesmo tom e entrei no banheiro.

[...]

— Pode me ajudar com o vestido? – Thalia pediu. Depois sorriu quando me viu. – Está um charme, Nico.

Sorri levemente. Não estava tão ruim naquela camisa. Bem simples e ao estilo medieval. As calças de algodão, graças aos anjos, não eram apertadas. Afinal, quem é que gostaria de ter uma calça que praticamente dissesse: “hey! Olhe meus glúteos!”?

— Obrigado, eu acho. – Falei. – Graças aos anjos essa blusa não é daquelas com mangas bufantes que, sinceramente, me fariam parecer ridículo.

Thalia riu alto. Depois caminhou até mim e virou-se, pedindo para que eu terminasse de arrumar seu vestido.

— Obrigada. – Agradeceu quando subi o zíper. Depois virou-se para mim. – Como estou?

Sorri levemente, dando-lhe um selinho.

— Está linda, Thalia.

Ela sorriu agradecidamente. Depois me abraçou.

— Vamos... – Disse, segurando minha mão e saindo de seu quarto.

— Tenho certeza de que, se não fosse por você, eu já teria me perdido.

Thalia riu baixo e apenas seguiu em frente.

— É só uma questão de tempo até você conhecer cada corredor, cada passagem e cada quadro desse castelo... – Ela disse. – Como a pintura de um pégaso pela qual vamos passar em três segundos.

Em exatos três segundos, Thalia virou um corredor e eu vi um grande quadro, no qual um pégaso se encontrava empinando, como se estivesse prestes a correr. Assoviei, surpreso, e Thalia riu.

— Você nasceu aqui – Falei. – Não era para eu estar surpreso.

Thalia riu mais uma vez, concordando. Descemos as escadas até chegar a uma grande mesa, em cuja extremidade Zeus se encontrava.

— Bem vinda, Thalia... – Disse, estendendo a taça dourada na direção da filha e, em seguida, na minha. – E bem vindo Nicholas. Por favor, sintam-se à vontade.

Sorri agradecidamente, caminhando até a mesa e sentando-me ao lado de Thalia, que estava de frente para Jason e uma linda garota, que eu supus ser a namorada do meu querido cunhado, Piper.

Depois que Thalia me ensinou a manusear corretamente os diversos talheres ali (que povo cheio de frescura! É só pegar um garfo, uma faca e uma colher e depois devorar tudo), comecei a me servir com o que havia ali.

— Essa carne está ótima. – Elogiei. – Como...

— Uma equipe específica de anjos desce à Terra algumas vezes para caçar. Com a ausência de Luke e o recuo das tropas de Cronos, pudemos sair para caçar novamente. – Zeus respondeu. – A propósito, Thalia, haverá um grande baile hoje à noite. Para comemorar tanto o seu retorno quanto a chegada do Anjo da Terra. Quero que escolha seu melhor vestido.

Thalia sorriu, assentindo levemente.

— Não se preocupe, pai. Estarei lá. E Nico também.

Zeus encarou sua filha e sorriu, erguendo a taça. Ia levá-la à boca quando Thalia se levantou.

— Espere! – Disse, assustando até mesmo a mim. – Pai, temos um traidor no castelo. E ele pretendia matá-lo com veneno. – Ela disse. – Alguém provou da sua taça?

Zeus negou levemente. Os outros se alertaram, se entreolhando.

— Veneno, Thalia? Acho que sentiríamos um cheiro...

— Independente disso. – Thalia cortou Jason. – Tem alguém aqui nesse castelo. E quer matar Zeus. – Ela suspirou. – Eu saberei na noite do baile. Quero que todos os convidados cumprimentem a herdeira assim que entrarem. Pode dizer que é por uma questão de segurança.

Zeus a encarou por um longo momento. Depois assentiu, suspirando baixo.

— Se você acha que é o melhor para todos... – Começou. Depois me encarou. – Não se esqueça de carregar Umbra com você durante o baile. Não só para se defender, mas também porque a espada é o seu símbolo. O símbolo do Anjo da Terra.

Assenti levemente. Thalia me encarou.

— Vou te levar para conhecer a cidade. – Disse quando terminou, pedindo licença a seu pai para poder se levantar. Zeus assentiu levemente e Thalia segurou meu pulso quando se levantou. Estiquei-me antes de ser puxado de lá e consegui pegar um morango. Thalia riu quando o levei a boca e caminhamos pelas estradas ladrilhadas de cristais (o que me fez lembrar uma canção de ninar que já ouvi em algum lugar).

— Nem consegui comer a sobremesa! – Reclamei. Thalia riu alto. Ainda caminhávamos juntos quando passamos por um grupo de jovens, que acenou ao me ver. Claro que eu ainda estava desacostumado com a fama que tinha agora, mas acenei de volta, sorrindo levemente.

— Será que o Anjo da Terra vai estar nos círculos de hoje à noite? – Uma delas perguntou em voz baixa e as duas deram risinhos. – Vai que eu tenho uma chance!

Thalia apenas sorriu de canto, ainda me guiando pela estrada.

— Círculos? – Questionei. Ela sorriu levemente.

— Sabe como um anjo se apaixona? – Perguntou. Neguei. – Na maioria das vezes, basta um toque. Uma troca de olhares. E dois anjos descobrem que foram feitos um para o outro.

— Que meigo. – Brinquei. Ela riu. – Foi assim que você...

Thalia assentiu.

— Seu toque, seu cheiro, seus olhos... – Ela sorriu. – Tudo isso somado fez com que eu já não pudesse esconder que estava apaixonada... – Thalia suspirou baixo. – E, quando você me deu aquele selinho, eu tive certeza.

Sorri, segurando levemente sua mão. Thalia sorriu de volta.

— E o que os círculos significam?

Ela continuou sorrindo.

— Bem... Os jovens daqui às vezes anseiam pelo amor. – Ela disse. – Então, durante as festas, são criados círculos de anjos nos quais um casal por vez adentra o centro do círculo. Eles se tocam e dançam por alguns segundos, sem tirar os olhos do seu parceiro. – Ela sorriu. – Ao final da dança, antes de saírem do centro, o cavalheiro beija a mão de sua dama. Todas as damas dançam com todos os cavalheiros e, ao final do círculo, se um ou mais casais acreditam terem achado seu amor, eles vão caminhar pelas ruas da Cidade de Cristal e conversar entre si. – Ela riu consigo mesma. – Antes de cair, todos os jovens queriam dançar comigo nos círculos das festas.

Ri baixo.

— Pena, para eles, que agora você é minha.

Thalia riu alto e me abraçou levemente, vendo se ninguém estava observando.

— Eu quero que anunciem que estamos juntos no baile.

— Será uma desilusão para todas as donzelas do reino.

Thalia riu alto. Seu riso era tão lindo.

— E para todos os cavalheiros também. – Ela acrescentou, ainda me guiando pelas ruas. Era incrível ver como sua postura havia mudado: estava mais séria. Mais nobre. Como uma verdadeira princesa. Com a tiara enfeitando seus cabelos então. Eu já não tinha dúvidas de que Thalia seria uma princesa. E nem de que seria adorada pelo seu povo. Principalmente depois que algumas crianças se amontoaram para cumprimentá-las, sendo cumprimentadas de volta.

— Não tenho mais nenhuma dúvida... – Comentei. Thalia ergueu os olhos azuis para me fitar.

— De que?

— De que você é uma verdadeira princesa.

Thalia sorriu timidamente.

— Não acredito que você disse isso. – Ela comentou, levemente ruborizada. – O Nico que conheci há alguns meses ficaria vermelho na hora.

— E você acha que eu não estou morrendo de vergonha? Só estou tentando não ficar vermelho! – Justifiquei. Thalia riu alto. Depois continuou seu passeio, me mostrando cada pedaço da Cidade de Cristal. Um brilho cada vez maior surgia em seus olhos conforme mostrava seus lugares favoritos lá.

Ao final do passeio, o sol já começava a se por. Algumas moças caminhavam apressadamente até suas casas, rindo baixinho. Garotas acenavam levemente para mim e cumprimentavam Thalia cordialmente. Sorri com isso e adentrei o castelo logo após Thalia, que me guiou pelas escadas (dessa vez até o meu quarto mesmo) e me deu um selinho antes de continuar seu caminho até seu quarto.

Suspirei baixo, imaginando como seria minha vida daquele dia em diante, e fui procurar algo para vestir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? E Zeus querendo matar o pobre Nico? Thalia arrasando e já lançando uma bomba no tio Zeus! :3 O que acharam das rodas nos bailes? Não é fofo? :3
Quem será que é o traidor na Cidade de Cristal? Alguém tem nomes? :3
Espero que tenham gostado!
Até o próximo cap!
Bjoks! *3*