Espiral escrita por Gaia


Capítulo 3
A perdição e o seu nome




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I

A faculdade se tornou exatamente o que Sasuke tinha previsto. Nós acabamos indo morar juntos em um apartamento perto de onde estudávamos e as coisas melhoraram desde daquele dia no ano novo. O luto afetou Sasuke permanentemente, mas eu ainda conseguia ver pequenos relances de sua antiga personalidade quando ele dava um meio sorriso, ou ajudava Naruto em seus trabalhos...

Ele morou com Naruto e sua família até mudarmos para a cidade da nossa faculdade, onde tivemos bons momentos juntos. Eu estudava medicina e os dois estudavam direito, eles tinham o sonho de mudar o mundo para melhor de dentro do sistema, enquanto eu pensava mais praticamente e queria salvar vidas.

Acho que o incêndio acabou afetando todos nós de formas diferentes.

Nós éramos típicos jovens, achando que sabíamos de tudo e que tínhamos o mundo em nossas mãos. Nossos olhos estavam mais experientes e nossos corações mais calejados, mas ainda sentíamos a juventude em todas as nossas ações inconsequentes.

Quando lembro dessa época, alguns episódios passam pela minha cabeça, como se quisessem competir para qual foi o mais irresponsável.

Um que sempre aparece quando eu penso em irresponsabilidade foi quando resolvemos brincar de “Assassino” na festa que estávamos dando em nosso apartamento.

Eu era a moderadora do jogo, porque estudar ainda era a minha prioridade apesar de tudo e medicina exigia um tempo mínimo de tempo livre, que eu preferia gastar fazendo outras coisas do que brincar.

Quando designei todos as vítimas para os jogadores, me encontrei sozinha em casa, esperando para que viessem os problemas enquanto eu lia um livro de anatomia. Depois de algumas horas, alguns mortos começaram a aparecer e retomar a festa e eu sabia que Sasuke e Naruto seriam os últimos a voltar, eles sempre foram extremamente competitivos, e na faculdade não era diferente.

Foi só depois de muitas horas, quando a maioria das pessoas já tinham embora e a música era apenas um barulho indistinguível no fundo, que Sasuke e Naruto apareceram pela porta, carregando um estranho entre eles. O sujeito estava com os braços enroscados nos pescoços dos meus amigos, posição que eu sempre me encontrava quando exagerava nas festas.

Os encarei com desconfiança e perguntei:

– E ai, quem ganhou?

Os dois responderam meu olhar com outro de culpa e eu suspirei, sabendo o que aquilo significava. Eles tinham feito alguma besteira e iriam jogar a responsabilidade de consertá-la em mim.

Ajudaram o estranho a sentar no sofá e Naruto sentou-se ao seu lado, dizendo coisas que eu não consegui ouvir, enquanto Sasuke se afastava para conversar comigo.

– Nós estávamos um pouco envolvidos demais na brincadeira, quando acabamos assustando esse cara. – ele disse, me puxando para longe e colocando o braço em meu pescoço.

– Desde quando isso impediu vocês de ganhar alguma coisa?

Vi o meio sorriso de Sasuke antes dele responder, sério:

– O cara tem síndrome do pânico. Acho que vamos ter que deixá-lo ficar aqui por um tempo até ele poder voltar pra casa dele.

Franzi a testa, achando graça e raiva ao mesmo tempo.

– Que ideia idiota.

– Não podemos fazer nada, olhe para ele. – Sasuke apontou com a cabeça e eu vi o sujeito respirando fundo dentro de um saco de papel, enquanto se movia para frente e para trás. Percebi, então, que eles não estavam brincando.

Encarei Naruto e ele deu de ombros, enquanto eu processava a ideia na minha cabeça. O pobre coitado deve ter sido assustado de verdade para ficar naquele estado e eu sabia, como futura médica, de que não adiantaria deixá-lo ir pra casa daquele jeito.

Concordei e voltei para o meu ponto de estudo.

– Ah, aliás, óbvio que eu ganhei. – Sasuke disse baixinho e eu sorri, já imaginando.

O cara com síndrome do pânico, que depois descobrimos se chamar Rock Lee, dormia no sofá e não causava muitos problemas. Demorou três semanas para ele conseguir sair da nossa casa e finalmente ir para a dele, mas a essa altura, ele já tinha se tornado um grande amigo.

Fico me perguntando o que tinha em nossas mentes e deixar um estranho ficar na nossa casa por tanto tempo, sem nem conhecê-lo. Mas hoje percebo que o olhar de pânico de Lee e sua condição frágil não era muito diferente da de nós três. E que ao deixa-lo aos nossos cuidados, ali, na nossa casa, onde podíamos vê-lo e saber se ele estava bem, era como se disséssemos a nós mesmos que ficaríamos bem também e que todo aquele vazio era passageiro.

Lee era o nosso pânico em forma física e não ousávamos deixa-lo ir enquanto ainda não estivesse pronto.

Mas hoje temo dizer que ele foi embora cedo demais. Não estávamos prontos para deixa-lo ir. Era claro que o pânico ainda vivia muito sólido dentro de nós.

II

Entre festas, provas e estudos, nós três não saíamos com a mesma frequência de sempre. Naruto ainda namorava com Hinata e a relação deles estava mais séria do que nunca. Eu ficava realmente feliz por eles, porque era claro que ele era louco por ela e vice-versa.

O amor daquela forma não me fazia tanta falta, eu estranhamente ficava satisfeita em ter meus dois melhores amigos quando voltasse para casa e aquilo parecia suficiente. Eu ainda não sabia que aquela nossa bolha de felicidade era extremamente frágil e ilusória.

Ino, por outro lado, vivia no brutal mundo real, no qual ela tinha que ter dois trabalhos para poder pagar sua caríssima faculdade de moda e seus encontros com tantos pretendentes.

De todos os amigos do colegial, ela era a única com quem eu ainda mantinha contato. Ainda éramos ótimas amigas e tínhamos uma relação engraçada de amor e ódio. Por sermos muito diferentes, brigávamos muito e estávamos sempre criticando as escolhas da outra, mas no fim, alguma coisa mais forte nos mantinha unidas e era isso que importava.

Não era nenhuma novidade que ela tinha uma paixonite de infância por Sasuke, mas foi só quando ela me pediu para juntá-los que tudo realmente se tornou real na minha cabeça.


Eu não tinha pensando em Sasuke de outra forma desde que nos beijamos naquele ano novo. Algo na tragédia de tudo tinha bloqueado essas memórias e eu não conseguia processá-las na minha mente de forma agradável. Quando pensava em seu beijo, a sua imediata expressão de horror logo depois tomava conta dos meus pensamentos e eles me assombravam todos os dias.

Era tão doloroso que era quase insuportável. Então eu suprimi, suprimi aquela parte de mim que o achava maravilhoso, que queria vê-lo de toalha saindo do banho todas as manhãs, que queria abraçá-lo e beijá-lo todas as noites pós-festa, quando ele estava extremamente sonolento e com a voz rouca.

Mas quando Ino perguntou se tudo bem ela investir nele, essas vontades voltaram para mim como um soco no estômago e eu não consegui dizer nada. Por que como diria que estava tudo bem? Como diria que não conseguia vê-lo com nenhuma outra pessoa e que ele - apesar de não estarmos juntos e talvez nunca ficássemos- era meu?

Não sei se foi o destino, mas eu nunca precisei dizer nada a Ino. Também nunca pude fazer nada eu mesma sobre os meus próprios recém descobertos sentimentos.

Eu devia ter percebido o que estava ocorrendo. Devia notar os sinais e todas as evidências claras do que estava prestes a acontecer. De que toda a fragilidade uma hora ia ser exposta e que a ligação em que estávamos nos equilibrando com tanto cuidado ia se romper.

Mas eu estava ocupada demais aprendendo sobre tipo de deambulações para enxergar o estado de espírito dos meus amigos de infância e como aquilo tudo seria permanente.

Hoje em dia, eu vejo as evidências como flashs. Enxergo tudo que deixei de testemunhar na época. Eu vejo as olheiras de Sasuke, vejo sua mala de viagem sempre meio arrumada, vejo suas notas caindo drasticamente, vejo sua antipatia e sua ausência em festas. Vejo seu meio sorriso se esvaindo cada vez mais, se tornando quase uma memória.

Mas na época, já era tarde demais quando acordei na madrugada depois que tinha falado com Ino e vi Sasuke na sala com sua mala pronta.

– Onde você vai? – perguntei. Eu sabia que nós éramos a família dele e não tinha mais nenhum outro lugar que ele pudesse chamar de casa. Então para onde ele estaria indo no meio da madrugada com malas e olhar de perdição?

– Nenhum lugar. – ele respondeu ríspido e eu juntei as sobrancelhas. Sasuke nunca fora grosso comigo. Com Naruto talvez, mas até com ele eu sabia que era brincadeira e tratamento de irmãos, não um rancor real. Porém, naquele tom de voz eu notei a raiva, notei o rancor e insegurança.

– Você resolveu fazer as malas e sair de madrugada por que, então? – perguntei, querendo quebrar o clima. O olhar de Sasuke se virou para mim e o que eu vi é mais uma daquelas memórias que eu nunca esqueci. Assim como sua expressão no ano novo, eu vi a perdição em seus olhos negros, vi raiva, vi horror. No fim, eu vi a mesma negritude que eu via quando éramos crianças, mas alguma coisa estava diferente. Seus olhos estavam, de certa forma, ainda mais escuros. E ainda mais perdidos.

Subitamente, percebi o quanto eu tinha ignorado todos os óbvios sinais de que alguma coisa estava errada. O quanto eu estava ausente da vida de Sasuke. E o quanto eu tinha deixado meu estado de negação me cegar para as suas verdadeiras intenções. Acho que nunca tinha entrado na minha cabeça que ele realmente poderia fazer alguma coisa definitiva.

– Eu preciso ir. – foi tudo o que ele disse, enquanto se levantava.

– Sasuke... – comecei, mas sua expressão me calou. Pela primeira vez, eu vi olhos mais determinados do que os de Naruto e eu percebi que nada do que eu dissesse ali iria fazê-lo mudar de ideia.

Eu não sabia onde ele iria, nem o que ele ia fazer, mas tinha a certeza absoluta que alguma coisa tinha mudado em seu ser, que alguma coisa tinha quebrado. Que, apesar de estar a alguns passos de mim, estávamos a anos luz de distância.

Não sei dizer o que me fez tirar essa conclusão, mas quando ele fechou a porta naquela madrugada, eu soube que nunca mais teríamos a mesma relação e que algo definitivo tinha mudado nele. Algo que eu nunca veria de novo.

III

Logo depois que ele foi embora, eu acordei Naruto e chorei por um bom tempo antes de finalmente conseguir falar:

– Sasuke foi embora.

Meu amigo não fez nada por alguns segundos. Então, ele levantou-se subitamente e saiu correndo, de pijama e cabelos despenteados. Eu não fui atrás dele, eu sabia que Naruto tinha um jeito especial de resolver as coisas e sabia que a conexão que ele tinha com Sasuke era muito maior do que qualquer coisa que podíamos ter.

O tempo que Naruto demorou para voltar pareceram anos e quando ele finalmente entrou pela porta, seus olhos estavam inchados e seu nariz estava sangrando. Sua mão estava machucada e sua respiração ofegante.

Tentei segurar as minhas lágrimas, mas elas saíram assim que ele fechou a porta e entrou sem ninguém por trás. Eu esperava ver Sasuke cambaleante entrando, mas a porta fechou e ficou daquele jeito por muito tempo.

Naruto parecia tão arrasado quanto eu, enquanto eu pegava um kit de medicina e limpava seu rosto. Em completo silêncio, eu o ajudei com seus machucados, enquanto a luz do sol aparecia sutilmente pela janela. No silêncio daquela manhã, percebi que estávamos sozinhos e que ficaríamos daquele jeito por um bom tempo.

Foi só depois de uma semana que finalmente resolvemos tocar no assunto, depois de dias fingindo que nada tinha acontecido e retomado nossas vidas normalmente.

– Ele disse que precisava resolver uma coisa. – ele disse baixinho, quando tínhamos acabado de jantar. – Que tinha descoberto uma coisa e que tinha que ir ver se era verdade.

Não ousei dizer nada, porque sabia que se abrisse a boca, iria chorar. Então apenas acenei com a cabeça.

– Ele estava agindo estranho há um tempo. Acho que tinha a ver com o incêndio.

– Por que... – tentei, esperando que a minha voz não falhasse. – Por que ele não falou nada? Por que simplesmente ir embora... ?

Naruto desviou o olhar.

– Acho que ele não queria que nós largássemos tudo para ajuda-lo.

– Isso é idiotice. – soltei, com a amargura finalmente se mostrando no meu tom.

Ficamos em silêncio novamente. Nada que disséssemos iria trazê-lo de volta.

Sasuke não mandava mensagens, não ligava e não aparecia em nenhum lugar. Era como se ele nunca tivesse existido. Eu e Naruto vivíamos da forma que podíamos, mas o fantasma de Sasuke sempre aparecia para nos lembrar de nossas condições miseráveis.

Até o dia que ele realmente apareceu.

Eu estava estudando quando ouvi a porta se abrir.

– Naruto, eu comprei mais uns quinze pacotes de ramen, faça a festa. – disse, sem erguer o olhar. Foi só quando eu não ouvi o murmúrio de felicidade ou um agradecimento, que eu olhei para a porta e a vi aberta.

– Ei, fecha a porta! E de nada! – berrei para dentro do corredor, onde ficavam os quartos.

Então, eu vi que a porta do quarto de Sasuke estava aberta e pensei que Naruto talvez estivesse apenas com saudades ou quisesse pegar alguma coisa lá, como acontecia muitas vezes. Mesmo assim, uma parte de mim tinha esperança de que talvez Sasuke tivesse voltado, de que talvez fosse ele que realmente estivesse naquele quarto depois de tanto tempo.

Andei com cautela e finalmente criei coragem para olhar dentro do cômodo. Com um suspiro de exaltação, vi os cabelos negros bagunçados balançando rapidamente de um lado para o outro, enquanto ele procurava alguma coisa.

Apesar de ter muito o que dizer, fiquei em silêncio. Seus olhos não encontravam os meus e ele parecia determinado em me ignorar. Achei que ficaria feliz em vê-lo ali, mas sua conduta fazia tudo ser ainda mais difícil. Estava claro que ele não estava de volta, não de verdade.

– Sasuke... – murmurei, mais para mim mesma do que para ele. Mais para ver se ele era de verdade.

Ele não se virou. Algo em sua atitude me fez ficar com raiva. Raiva de todos os momentos que ele perdeu, de todos os dias que ele me fez ficar preocupada, em todos as piadas internas que ele já não era mais parte. Todas as memórias que formamos sem ele.

– Sasuke! – berrei, agora com lágrimas caindo. – O que você está fazendo?!

Ele não me respondeu e pareceu ainda mais determinado em achar qualquer coisa que estivesse procurando, o que me deixou ainda mais brava.

Eu entrei no quarto e puxei seu braço, fazendo-o finalmente me fitar. Meus olhos verdes marejados encontraram os raivosos negros dele. Se antes aquela negritude refletia em perdição e angustia, agora me pareciam apenas cheios de ódio, puro ódio e raiva. Estavam consumidos por esses sentimentos, sem espaço para mais nada.

A mudança clara me fez soltá-lo imediatamente.

– O que... O que você está fazendo...? – perguntei novamente. – Por que...

– Isso não é da sua conta, Sakura, me deixa em paz. – ele ralhou e eu engoli um seco. Quem era essa pessoa? Quem era esse que estava me encarando com tanto ódio? Que parecia ter se perdido da vida.

– Não é da minha conta?! Você simplesmente foi embora! Com qualquer coisa que esteja fazendo, eu posso te ajudar, posso ir com você. Você sabe que eu sempre estarei aqui para...

– Eu não quero a sua ajuda! O que eu vou fazer, preciso fazer sozinho.

– O que isso quer dizer? Você não precisa fazer nada sozinho! Você tem a gente, quando você vai entender que...

A essa altura, eu estava implorando. Suplicando para que ele ficasse, para que resolvêssemos qualquer coisa que ele estivesse lidando juntos. Para que ele não destruísse nossos laços, nossa relação, para que ele não tornasse aquela amargura em algo irreversível.

– Sakura. – ele me interrompeu com um tom determinado. – Nós percorremos o mesmo caminho por muito tempo, mas agora eu preciso ir sozinho.

Quis berrar, chorar e prendê-lo dentro do quarto para que nunca mais saísse. Mas algo em seu olhar me fez sucumbir. Ele também estava me suplicando, estava implorando para que eu entendesse. Porque aquilo era doloroso para ambos, eu sabia.

Ele pareceu finalmente achar o que estava procurando e colocou rapidamente em sua mochila.

Quando ele passou por mim, ele parou por uns instantes e disse:

– Obrigada.

E depois disso, eu ouvi a porta bater e tudo acabou tão rápido que pareceu ser um sonho.

IV

Eu nunca contei para Naruto o que tinha acontecido, acho que seria muito mais doloroso para ele saber que Sasuke tinha voltado e ele não teve a chance de encontra-lo para convencê-lo a ficar.

Mas mesmo que eu quisesse, as circunstâncias não nos ajudaram.

Naquele verão, como se o mundo estivesse testando todos os nossos limites, o padrinho de Naruto morreu em um acidente de avião. Jiraya sempre fora muito presente em nossas vidas, ele era como um tio legal que sempre nos deixava fazer o que quiséssemos. Quando estávamos na casa dele, ele nos deixava beber e fazer loucuras que nunca faríamos se estivéssemos com os nossos pais.

Eu sabia que ele era como um segundo pai para Naruto e que essa perda deixaria uma cicatriz permanente no meu amigo. Apesar de estar presente, eu não sabia lidar com a situação. Era sempre Naruto que nos animava quando algo assim acontecia, era sempre ele que sabia o que dizer.

E, apesar de tentar, eu nunca poderia compreender como era perder um ente querido tão próximo. Sasuke, se estivesse lá, saberia o que dizer, saberia como confortá-lo. Mas ele não estava e isso me fez ter ainda mais raiva e apreensão.

Como ele não pôde ir no enterro de Jiraya? Como qualquer coisa que ele estivesse fazendo era mais importante que estar ali para o seu melhor amigo? O mesmo amigo que o acolheu na própria casa quando tudo pareceu dar errado?

Sem Sasuke e sem Jiraya, tudo pareceu menos colorido. Eu e Naruto vivíamos na inércia e ignoramos qualquer assunto que nos remetesse as nossas perdas. Estávamos apenas sobrevivendo porque precisávamos e tudo parecia ter menos graça.

Os últimos anos de faculdade foram como um borrão, lembro da formatura e dos sorrisos, lembro do meu alívio e da minha felicidade de finalmente poder fazer uma diferença no mundo. Lembro dos parabéns e do orgulho dos meus pais e de todos os sorrisos na plateia.

Lembro de Naruto e eu comemorando sozinhos uma semana depois no nosso apartamento, enchendo a cara e relembrando dos velhos tempos. Lembro de termos falado que se Sasuke estivesse lá, tudo seria diferente e como ele reagiria em cada situação. Desejamos que ele estivesse lá, se formando com a gente, rindo das nossas besteiras e comemorando o fim daquela fase.

E no fim, quando finalmente me mudei e Naruto foi morar junto com Hinata, deixamos aquele apartamento como nossa última lembrança de nossa vida jovem. E como um único pingo de esperança, para nos lembrar de que ali já foi um lar e que Sasuke era parte dele.

Quando fechamos a porta naquele último dia de mudança, deixamos uma chave embaixo do tapete. Algum dia voltaríamos para casa e, quando acontecesse, estaríamos todos juntos novamente.


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Notas finais do capítulo

Eita, desculpa a demora!! Nyah ficou de manutenção e aí eu que fiquei doente depois, haha. Mas de qualquer forma, cap novo! Esse é o penúltimo capítulo, espero que tenham gostado (juro que vou responder os reviews de vocês quando tiver um tempinho, mas eu li todos, muito obg vcs são mto A+) S2

PS: pra quem não sabe o que é Assassino: https://en.wikipedia.org/wiki/Assassin_(game), quem quiser uma explicação em português, me pergunta por review que eu respondo direitinho (seria mto grande colocar aqui) (:

Bjs