Haven escrita por Annie


Capítulo 1
1-O normal nem sempre é real


Notas iniciais do capítulo

"A fic é minha, não gostou eu mato"
Brincadeira, criticas construtivas são bem-vindas sempre c:



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Sexta feira a noite, a musica estava alta, tinha cedido a casa da minha avó para a festa da semana. Tínhamos dois dias antes de ter aula de novo, pra que se preocupar?

Estava curtindo na minha. As amigas de quem eu tinha chamado me olhavam estranho, achava normal. Eu era o tipo de cara que ficava no canto, vendo tudo, aquele que sabia de tudo no dia seguinte, uma antiga amiga minha falava que eu era intocável, e eu realmente me achava, nada me feria, sabia tudo de todos, ninguém me magoava, e se tentasse me atingir, deixava um veneno escorrer e pronto, a pessoa não me incomodava mais.

Percebi num dos cantos um moreno dando em cima de uma menina que parecia muito bêbada, ela não parecia feliz com ele a empurrando pra parede, mas do nada, o menino decidiu ir pra outra, e foi cambaleando até uma ruiva que dançava no meio da sala, tudo estava tranquilo demais.

Como se alguém estivesse lendo meus pensamentos, a porta principal começou a derreter e alguns bichos muito estranhos entraram por ela. Lembravam humanos, tirando a pele verde, garras e que deixavam uma gosma onde passavam, eram sete até onde consegui ver e todos usavam espadas vermelhas, um deles avançou e destruiu o notebook que controlava a musica, um dos meninos gritou:

-Quem você pensa que é pra... - ele não completou a frase, nem poderia, a espada da criatura tinha atravessado sua garganta.

Todos na sala deram um passo para longe deles.

-Filhos dos Anjos, se apresentem, ou então, mataremos a todos.

Ninguém se mexia, escutei alguns sussurros “filhos do que? O que eles tão fazendo?” “não quero morrer” e choros. Um dos monstros se aproxima de uma garota com cabelos loiros curtos e aponta a espada pra ela, ela tenta se afastar, mas esta encostada na parede.

Os segundos seguintes passam muito rápido, um menino que eu não tinha visto na festa surge, parecendo uma sombra, desde os cabelos compridos até o tênis em tons de preto, com exceção de uma corrente com uma pedra verde presa, em sua mão uma espada que brilhava, essa decapita a criatura. Uma menina de cinza e preto corre em direção a quem parece ser o líder do grupo de monstros, várias outras pessoas com trajes escuros atacam as criaturas, vejo um menino com um arco num canto atirando em alguns monstros, mas parece ser atingido por algo, não tenho tempo de ver o que. Estou sendo puxado por uma menina com cabelos que mudavam do loiro para o ruivo, ela usava botas vermelhas, shorts preto e uma jaqueta no mesmo tom, ela e um garoto do outro lado da sala tentavam empurrar quem estava na festa para algum lugar que fosse mais seguro, no caso a cozinha.

Entrando no ambiente, encosto na geladeira e observo o caos. A maioria chora, tenta sair de lá falando que quer ir embora, mas não conseguem sair do lugar de tão bêbados. O menino que nos trouxe para cá tenta ajudar alguns feridos. Vejo amigos meus no meio da confusão, pelo menos eles estão bem.

-Esta ferido?- diz uma voz misteriosa, parecia ter um sotaque. Olho para o lado e vejo a menina que nos tirou da sala, seus cabelos pararam de mudar de cor, mas seus olhos estão num tom laranja, ela tem uma pedra igual a do menino que atacou primeiro, porém a dela é um tom de laranja que lembra uma chama. Concentro-me na pergunta

-Acho que não... - Então vejo meu braço, parece que uma farpa de madeira tinha entrado- tirando meu braço...

Ela ri, pega uma caneta do bolso e mostra mim e encosta no meu braço, puxa a farpa, não consigo nem gritar, ela encosta o que eu achava ser uma caneta e desenha algo que não entendo, mas logo a dor começa a diminuir e o que ela desenhou sumir. Ela vai pra perto de outra pessoa e faz a mesma pergunta.

Quando acho que nada pode ficar pior, a porta da cozinha é lançada pra dentro do cômodo, e junto com ela a menina que estava de cinza, seu rosto e cabelo estavam sujos de sangue e a blusa que usava rasgada, mostrando uma ferida aberta na barriga, a criatura com quem lutava entra no lugar. A menina que tinha cuidado do meu machucado volta a ficar com o cabelo mudando de cor, e o menino do outro lado da sala que ajudava ela cuidando de nós taca uma bola de fogo no monstro, que não parece nem sentir. Espere, ele lançou uma bola de fogo! Do nada! O monstro caminha em direção à menina.

Vejo que tem um pedaço pontiagudo da porta do meu lado. Cansei de ficar parado, cansei que os outros fizessem tudo. Mesmo com o braço doendo um pouco atiro o pedaço. Acerto em seu pescoço, não sei como não o matou, mas sua atenção veio para mim.

A menina caída tira uma pequena adaga de algum lugar, o monstro vinha em minha direção e eu não tinha como recuar, a menina se levantou, eu ia morrer, ela mirou com lamina para o monstro e essa começou a brilhar, faltava menos de um metro pra a criatura chegar a mim. Ela atirou.

E acertou.

Eu estava vivo.

A menina ruiva, ou loira, correu ate a jovem que havia me salvado, murmurava coisas como “Por que você não atravessou a porta” e ela respondia muito fraca “Eu não conseguia fazer nada funcionar, é como se ele tivesse anulado minhas forças”, percebi que as pessoas que estavam no lugar estavam quietas. O menino que ajudava a ruiva, também era ruivo, veio até mim para ver se tinha me machucado, eu não sentia nada, não parava de olhar a menina ferida. Ela olhou para mim enquanto sua amiga a curava. Ela tinha uma pedra, parecia transparente, mas estava manchada de vermelho, sangue.

Várias pessoas em trajes escuros entraram na cozinha, pessoas que tinham nos salvados, do que o que seja aquelas criaturas que tinham nos atacado. A batalha tinha acabado.

A menina loira que quase fora atacada no começo da invasão conversava com quem a tinha salvo, as pessoas começavam a ser separadas pelos “heróis“ em dois grupos, me permiti sentar num canto.

A casa estava destruída, minha Vó ia me matar, como ia explicar isso pra ela?

Um dos grupos que foram separados antes foi mandado para perto de onde eu estava, entre eles, dois amigos e a menina loira, e uma que não conhecia.

-Ei cara, o que foi isso?- disse Ben, sentando ao meu lado-Eu estou vendo coisas ou você tacou mesmo um pedaço de madeira no cara assustador que queria nos matar?

O mundo poderia estar acabando, mas Bem sempre fazia piada ou dava um jeito de zoar com as coisas, esse foi o motivo de sua Ex-namorada terminar com ele, ele acabava fazendo piada até sobre o namoro. Ben tinha se mudado há 6 meses para cá, vinha da região litorânea da Itália, o que explicava seu bronzeado, mesmo lembrando um índio as vezes, ele falava muito bem português (como inglês e francês), com um sotaque engraçado. Mesmo sendo um novato, se aproximou rápido de mim, ninguém tinha conquistado minha amizade tão rápido como esse cara, acho que por sermos tão diferentes, nos aproximamos.

-Por incrível que pareça... Sim cara, eu taquei um pedaço de porta na coisa que queria matar todo mundo.

-Melhor. Festa. Eveeeeeeeeeeeer!- disse ele ainda rindo- Sabe a mina loira ali?- diz ele mudando de assunto rapidamente, apontando para onde estão os outros três que vieram pra esse canto junto com ele- Descobri que o nome dela é Alice, ela veio visitar a prima, na verdade ela é Francesa! Bem... Essa prima que a trouxe para a festa, e foi morta, ela teve sorte de não ter sido morta também!

Até ia olha a menina, mas algo chama minha atenção antes, o menino desconhecido que tinha salvado a mesma estava conversando com a menina que eu tentei ajudar atacando o monstro, ele parece agitado, fala mexendo as mãos e ela o encara com uma cara assustada, ele aponta onde estou e ela me olha, desvio o olhar. Mat, meu outro amigo, e as duas meninas se sentam perto de mim.

-Por que eles estão apontando para nós?- com uma voz doce e um sotaque bonito, Alice quebra o silencio.

-Não faço ideia- diz Mat encarando quem parecia falar de nós

-É verdade que você é francesa, Alice?- fala Ben encarando a jovem, ela assustada afirma com a cabeça- Que daora...

-Você é italiano não é? Seu sotaque te entrega- diz ela rindo, arregalo os olhos com o comentário dela, só com poucos minutos de conversa ela descobriu de onde ele era. O bom de ter se mudado dos EUA com apenas três anos, era que ninguém descobria que eu era de lá.

-Bernardo, mas só minha nonna me chama assim, então me chame de Ben, e sim, vim da Itália há alguns meses. – a francesa ri.

-Não quero atrapalhar, -diz Mat, um tanto bêbado ainda- mas ainda quero saber o que está acontecendo, tipo porque nos separaram e agora apontam para nós. – Mat tem olhos verdes e cabelo castanho encaracolado, mesmo já tendo tingido uma vez. –Tem alguma ideia Max?-Todos se viram pra mim

-Nenhuma.

-Bem, a menina sumiu de lá- diz a menina que não tinha dito nada, percebi que ela era da escola, Camila, acho. Ela está tremendo e seu cabelo castanho está com algumas partes suja com gosma daquelas criaturas.- Acham que eles querem nos matar?

No momento que termina a frase a menina que falava com o jovem que salvou Alice aparece do nosso lado, não sei se ela estava ali invisível ou se teletransportou, mas se o que ela queria era chamar assustar a nós, ela conseguiu. O ruivo que tinha atirado uma bola de fogo vem até nós também.

-Eu sou Rafael, eu não tenho muito tempo para explicar as coisas pra vocês, mas preciso que nos sigam. – ele tinha sotaque também, a menina a seu lado sorri- Quando estivermos em um local seguro, poderemos responder a maioria das perguntas de vocês, mas precisamos sair agora daqui.

Alice é a primeira a levantar, Mat ajuda Cami se levantar, Ben se levanta meio desajeitado, sou o ultimo. Rafael sai da cozinha e o seguimos, com a menina indo por último. Atravessamos o resto da casa destruída, quando chegamos à porta derretida vejo um brilho estranho na rua, um círculo azul esverdeado brilhante, no qual as pessoas de preto estão entrando.

-Mamma Mia- murmura Bem.

-Vamos lá?- Pergunta o menino de cabelos compridos e colar com a pedra verde parado na frente do misterioso círculo, estendendo a mão para Alice, quem a aceita e atravessa com ele o que escuto alguém chamando de Portal.

Rafael e a outra menina ruiva, que estava loira no momento, atravessam juntos, Camila entra também, Mat e Ben em seguida, então percebo que só resta a mim e a menina com o colar de pedra transparente, olho pra ela.

-O que te incomoda tanto?- Ela pergunta me encarando de volta, sua voz é suave.

-É a casa da minha vó... – Desviando o olhar pra casa destruída- Eu... Ela esta toda detonada.

A menina se vira, olhando para a construção também.

-Você vai ver, que essa casa vai estar normal amanhã, para os humanos, digo, você sempre ira ver a destruição, sei como isso é difícil- Ela diz sem olhar para mim

-Quer dizer que não sou humano?

-Não posso responder suas perguntas agora, desculpa, mas você ouviu o Rafa, precisamos sair daqui... Tem algo que possa fazer que vá tranquiliza-lo e faze-lo atravessar esse portal para ficarmos seguros? –Ela volta a me olhar, mesmo no escuro dava para ver uma parte do rosto ainda com sangue pelo brilho do círculo brilhante, seus olhos cor de mel me acalmam por um instante e parece que uma brisa passa no local agitando seus cabelos e bagunçando os meus. Mesmo sendo mais baixa, ela parece bem mais valente que qualquer menina que já vi.

-Qual seu nome?-pergunto um tanto curioso

-Mia. –Ela para como se estivesse pensando- na verdade é Mikaela, mas não gosto dele, então me chame de Mia- Responde sorrindo.

Concordo com a cabeça. Fecho os olhos e respiro fundo, atravesso o portal deixando tudo que pensava conhecer para trás.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que a cena da batalha ta meio ruim, mas é isso que temos pra hoje.



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