Assim que chega na escola depois do final de semana que teve com Hinata, Naruto vai até a garota e a cumprimenta com um beijo no rosto deixando a morena com as bochechas coradas.

— Bom dia, Hinata! — murmura o loiro com o seu sorriso habitual de orelha a orelha.

— Bom dia, Naruto-kun. — as bochechas da Hyuuga continuam coradas, mas ela fica bastante satisfeita por não ter gaguejado na frente de Naruto - mesmo que ele não se importasse com isso, afinal, ele sabia que Hinata é uma pessoa tímida.

O Uzumaki inicia uma conversa animada com Hinata sobre coisas normais no dia-a-dia da escola - na verdade, ele falava na maioria das vezes e ela acenava concordando com um sorriso doce no rosto - até que ambos visualizam algo bastante desagradável. Hyuuga Neji olha para ambos com uma enorme carranca e a morena percebe que essa expressão é como um aviso para ela: fique longe desse “irresponsável”, eu não aprovo esse garoto.

— Eu hein, o que deu no seu primo? — pergunta Naruto curioso, alheio a situação tensa em que se passava na casa dos Hyuuga entre os dois primos sobre o relacionamento do loiro com Hinata.

— Ele… Er… — a morena fica completamente pálida, sem graça e nervosa com a situação, pois não sabe como o loiro irá reagir ao saber do descontentamento de Neji em relação aos dois como um casal - mesmo que ainda não estivessem namorando.

— Hinata? Você está bem? — indaga Naruto bastante preocupado com o semblante da garota a sua frente.

— Neji… Ele… Não gosta de você… Comigo. — a morena fala pausadamente, bastante receosa pela reação do loiro, mas decide por contar a verdade, afinal, por que mentiria logo para Naruto? Ele tinha que saber isso uma hora ou outra.

Naruto franze o cenho, confuso pelas palavras de Hinata. Por que Hyuuga Neji não gosta dele? Nunca haviam nem ao menos tido uma conversa decente, o primo de Hinata não podia simplesmente assumir que ele não é bom o suficiente.

— Eu vou falar com ele. — decidido, Naruto praticamente marcha até Neji, com Hinata indo atrás bastante preocupada com a cena que poderia vir a ter. — Hey, Neji! — Naruto chama o moreno com uma expressão firme, como se mostrasse que não tinha medo algum do Hyuuga a sua frente. — Você não precisa fazer essa cara de desgosto quando eu estou com a Hinata-ttebayo! — exclama enquanto Neji simplesmente ergue a sobrancelha um pouco surpreso com a atitude do loiro. — Eu estou tratando ela perfeitamente bem e continuarei assim porque gosto dela dattebayo! — afirma enquanto Hinata fica estática com a confissão do seu amado para seu primo.

— Naruto… — Neji murmura com um sorriso de escárnio. — Você é um fracassado, não merece uma Hyuuga e tenho certeza que não a trata bem como deveria. — fala em um tom zombeteiro fazendo Naruto o fuzilar com os olhos.

— Escuta só, Neji! — começa Naruto olhando para o Hyuuga. — Se você não acredita nas minhas palavras, vou te mostrar com as minhas ações! Fique atento e se arrependerá de ter disso isso dattebayo! — Naruto exclama raivoso, embora não tenha caçado nenhuma confusão com Neji. Ele não queria dar problemas para Hinata e mais motivos para o primo dela o odiar.

— Esperarei sentado. — zomba Neji com um sorriso debochado.

Com a resposta do Hyuuga, Naruto vai em direção até a sala pisando duro e Hinata antes de ir atrás do loiro olha para Neji com uma expressão de raiva.

— Neji-niisama… Você certamente não é meu guardião e eu não sou mais a garotinha submissa que fazia tudo que você mandava! Deixe-nos em paz! — dito isso, Hinata vai em direção a sala de aula a procura de Naruto.

— Vamos ver o que o seu pai tem a dizer sobre isso… — Neji murmura para si mesmo enquanto olha a sua prima ir em direção a sala.

***

Sakura, no final da aula, vai em direção ao estacionamento da escola completamente confusa sobre o que havia acontecido nesses dias e no dia em que encontrou Sasuke no banco perto da antiga casa do Uchiha. Não havia pensado que depois do beijo o garoto fosse simplesmente agir como namorado dela, mas pensou que algo iria mudar, o que não havia acontecido. Sasuke a tratara como qualquer outro dia, como se ele nunca houvesse a beijado e conversado com ela sobre o dia em que a rejeitara. Completamente frustrada, Sakura pensa em voltar para a sua casa a pé, para que pudesse pensar mais sobre o assunto que já estava a deixando ansiosa e com medo. Deveria ela perguntar o motivo dele a ter beijado? Fora apenas uma coisa do momento? A rosada fica aflita e não consegue arrumar coragem o suficiente para conversar com o moreno sobre o assunto. O medo dele afastar-se novamente a domina.

— Sakura? Aconteceu alguma coisa? — pergunta Karin para a Haruno.

Karin estava indo embora para a sua casa e encontra a amiga de seu primo com uma expressão completamente desorientada, como se tivesse em um conflito interno, o que é uma verdade. A ruiva tem uma grande impressão de tratar-se sobre Sasuke, afinal, ele é um garoto completamente fechado e complexo de compreender. Nunca fora realmente amiga de Sakura, mas ver a garota desse modo havia a tocado. Ela é uma grande amiga de seu primo idiota e tinha certeza de que Sasuke correspondia seus sentimentos.

— Não é nada. — murmura a garota para a ruiva com um sorriso forçado que mais parecia uma careta.

Karin não fica completamente surpresa por a menina não contar nada a ela, afinal não eram amigas. Ajeita o seu óculos de armação vermelha e olha para a rosada com uma expressão bastante gentil, o que não era muito visto em seu semblante - não que a mesma fosse uma má pessoa.

— Você está confusa em relação ao Sasuke-kun. — não fora uma pergunta, a ruiva afirmara com um tom surpreendentemente compreensivo para a Haruno, que ergue a sobrancelha - Sakura fica intrigada pela atitude de Karin. — Quer conversar sobre isso?

A Haruno assente e as duas começam a andar em direção ao parquinho que encontra-se a dois quarteirões do colégio. Sakura não entende bem o motivo de sentir-se tão confortável por falar de suas dúvidas logo para Karin - desde a primeira vez que a vira percebeu que a ruiva nutria sentimentos por Sasuke - mas decide seguir a Uzumaki mesmo sem a resposta para seu questionamento.

— Sabe Sakura… — a ruiva inicia o diálogo após sentar-se em um dos antigos balanços do parquinho que atualmente fora totalmente abandonado pelo seu estado precário. — Eu penso que o Sasuke-kun é uma pessoa mais sentimental do que aparenta. — a rosada olha confusa em direção a Karin, após sentar-se no balanço ao lado do que a ruiva havia sentado. — Eu vejo conflito na sua expressão quando você estava pensando nele lá no estacionamento e… Bem… — Karin ajeita seus óculos de armação vermelha em seu rosto por costume. — Espero que você não desista dele. — a rosada quase solta um grito em exclamação por ser surpreendida pelo que a ruiva acabara de dizer-lhe, afinal, não fazia sentido algum ela estar dizendo isso por ser também apaixonada pelo mesmo garoto. — Eu sei que você sabe melhor do que eu que Sasuke-kun não tem realmente muitas pessoas que realmente estão lá para ajudá-lo no que quer que seja, a maioria só visa o sobrenome Uchiha. Você não é uma dessas pessoas. Você é especial, Sakura. Por justamente ver nele apenas o Sasuke, e você o compreende bem como ninguém, exceto talvez pelo meu primo, é claro. — Sakura realmente não consegue reagir enquanto escuta as palavras da prima de Naruto. — Eu tenho certeza que vai dar tudo certo porque eu vi nos olhos de Sasuke e na atitude dele que você é a pessoa que ele realmente quer.

— Por que você está me ajudando? — não que a rosada estivesse sendo mal agradecida pelo apoio moral que Karin havia dado a ela - inclusive suas palavras a encorajaram mais do que qualquer coisa que havia acontecido nesses dias - mas realmente não entendia o motivo de ser ajudada logo por alguém que também o ama.

— Bem… — Karin inicia com um sorriso maroto. — No início, quando te conheci, percebi o potencial que você tinha para roubar o Sasuke-kun de mim, e não gostei disso, mas eu estava errada. Quem é a intrusa nessa história sou eu, e voces juntos… Como eu posso dizer… Parece tão real, tão certo. — Karin olha para baixo com um sorriso amargo. — Eu realmente gosto do Sasuke-kun, sabia? Por isso mesmo que eu desisti no momento em que ele me recusou. Eu vi naquele dia que o que eu realmente queria era a felicidade dele e a única pessoa que conseguirá dar ele isso é você, Sakura.

Os olhos de Sakura enchem d‘água com a confissão de Karin e ela sente-se realmente agradecida pela garota, principalmente porque a ruiva havia feito isso visando a felicidade do Sasuke, e isso era algo que a rosada também sempre quis desde sempre. Não tinha ideia de onde, quando e porque Karin achava que apenas Sakura poderia fazer Uchiha Sasuke feliz, mas havia sentido-se realmente feliz e a sua coragem, em vez de sumir, a cada segundo aumenta mais juntamente com a suas esperanças de fica junto do homem que ama, ou ao menos fazer com que ele seja feliz - com ela ou com quem quer que seja, as palavras de Karin para ela haviam sido completamente corretas: se você ama alguém, sua meta é fazê-lo feliz e não fazer-se feliz.

— Muito obrigada, Karin. Eu espero que você também consiga essa felicidade que você deseja para o Sasuke-kun. — finaliza a conversa das duas garotas que não eram amigas ou nem ao menos colegas, mas que gostam da mesma pessoa e estão dispostas a fazê-lo feliz seja como ele desejar.

— Não há o que agradecer.

***

A herdeira Hyuuga volta para a sua casa tranquilamente com um grande sorriso estampado no rosto, momentaneamente esquecendo o problema que seu primo Neji poderia e provavelmente irá causar com o relacionamento de Naruto e dela. Quando Hinata fica a cerca de dez passos de entrar no portão da sua casa, percebe que Shino e Kiba a chamam. Vira o corpo em direção as vozes e observa os dois amigos com expressões tensas.

— Hinata. — começa a falar Shino com um tom de voz monótono como sempre. — Eu sei que nós não deveríamos nos meter nesse assunto, mas acho que você está precisando de ajuda em relação ao seu novo relacionamento. — Hinata engole em seco, pois sabia onde a conversa iria chegar e realmente não gostaria de entrar em uma discussão com seus amigos de infância. — Neji nos contou e não está nem um pouco satisfeito com isso.

— Você sabe muito bem o problema que Neji irá causar a vocês dois e mesmo que não se importe com os problemas, deveria terminar com esse namoro antes que isso torne um problema para o Naruto. — Kiba finaliza o que Shino começou.

A Hyuuga franze o cenho começando a ficar estressada com o que Kiba havia dito. O Inuzuka sempre deixou claro que não simpatizava com Naruto e agora estava pedindo algo em prol do loiro? Isso não faz nenhum sentido para a morena.

— Vocês dois me ajudaram naquele dia que eu desmaiei! — exclama Hinata desapontada com os amigos.

Os dois entreolham-se tensos com o que a menina havia acabado de dizer, afinal ela estava completamente certa.

— A verdade é que nós não achamos que isso ia dar em alguma coisa. — comenta Kiba sem graça enquanto coça a nuca.

— Que voto de confiança. — ironiza Hinata e ambos os rapazes arregalam os olhos para a garota de olhos perolados.

Hinata sempre fora uma garota extremamente tímida, doce e principalmente submissa às pessoas ao seu redor. Usar o sarcasmo fora algo bastante inesperado.

— Vocês dois são de mundos diferentes, Hinata. — repreende Shino. — Só vai meter Naruto em problemas com o seu pai e Neji.

— Deixe que eu e o Naruto-kun nos resolvemos com os dois! — exclama Hinata irritada. — Se vocês realmente são meus amigos e se importam comigo deveriam estar no meu lado! Pela primeira vez na minha vida estou feliz por uma escolha que eu mesma fiz para mim…

Os dois rapazes se entreolham ponderando no que a garota os dissera. Era verdade, eles deveriam dar suporte a Hinata e não estar contra ela, mesmo que fosse Neji do outro lado. E melhor de tudo: Naruto está fazendo com que Hinata consiga se impor sendo ela mesma e ficando livre das asas do primo e do pai. Os dois assentem com a cabeça.

— Ah, que se dane! — resmunga Kiba. — Neji que se foda com isso, vamos te ajudar.

Hinata dá um sorriso enorme no rosto e abraça seus dois amigos completamente feliz e satisfeita por ganhar o apoio de ambos. Agora só faltara convencer seu “maleável” primo e seu rígido pai.