Os opostos se atraem ? escrita por Evil Queen 42


Capítulo 31
Tome uma atitude


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos e queridas, tudo bem?
Pois é, ainda não respondi os comentários de vocês, mas responderei assim que postar esse capítulo.
Espero que vocês gostem *0*
Boa leitura.



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Finalmente vou receber alta do hospital. Chega de comida sem graça, chega de soro, chega de injeções, chega desse ambiente sem cor que eu detesto. 

– Vamos ? - Meu pai chamou, pegando a mochila onde estão as minhas coisas.

– Vamos sim - Terminei de calçar meus tênis e me levantei da poltrona ao lado da cama. 

Assim que saímos do quarto e eu olhei para o lado, vi meu irmão sair do quarto ao lado e não me contive. Itachi olhou para mim e sorriu, então fui correndo até ele e o abracei forte. 

Senti tanto medo de que algo acontecesse com ele, mas foi um alívio enorme quando vi que ele não se machucou muito, assim como eu só teve algumas escoriações. Nada de grave. 

– Ei garoto - Meu irmão, ainda abraçado comigo, passou a mão pelos meus cabelos para me acalmar - Que bom que você não teve nada. Fico feliz de ver que você está inteiro.

– Itachi - Solucei, já que não consegui conter minhas lágrimas nesse momento - Eu fiquei com tanto medo de alguma coisa ruim ter acontecido com você... - Suspirei - Me perdoa pelo que aconteceu. Por favor, me perdoa... 

– Você não precisa se desculpar, Sasuke - Separamos nosso abraço e meu irmão levou sua mão até meu rosto, enxugando por baixo do óculos as lágrimas que eu derramava - Mano, a culpa não foi sua. 

Pode ser que ele esteja falando isso apenas da boca pra fora e pode ser que não, mas ainda assim me sinto um pouco culpado pelo que aconteceu. 

– Podemos ir ou vocês dois vão querer morar aqui no hospital ? - Mamãe perguntou com um ar de riso pra quebrar o clima dramático que se formou.

– Deus me livre ! - Alarmou meu irmão -Vamos logo, eu não aguento mais sentir nem o cheiro desse lugar. 

Itachi sendo Itachi... Até senti falta dessas loucuras dele. 

– Mãe, e o atestado médico ? - Questionei preocupado, vai que ela esqueceu de pegar.

– Já peguei o seu e o do seu irmão - Respondeu - Agora vamos. 

Finalmente fomos embora, senti tanta falta da minha casa, do meu quarto, da minha cama, da comida da minha mãe, do meu gato... Nunca pensei que ficar três dias no hospital fosse me fazer sentir falta de casa a ponto de parecer que eu fiquei um ano fora. 

Entrando em casa já dei logo de cara com o Thor, o bichano veio correndo até mim e eu o peguei no colo imediatamente. 

O bichinho sentiu a minha falta também.  

– Oi garoto - Fiz carinho na cabeça do gatinho - Eu senti sua falta, sabia ? Espero que a mamãe tenha te alimentado enquanto eu não estava aqui, tô te achando até mais leve - Olhei para a minha mãe e ela riu. 

– Eu só espero que ele não tenha se alimentado do Cachaça - Tava demorando pro Itachi fazer algum comentário maldoso com relação ao meu gatinho inofensivo. 

– Eu acho mais fácil ele morrer de fome do que subir na sua cômoda - Respondi. 

– Assim espero... - Itachi realmente não confia no Thor. 

Não é só porque o  Thor se alimentou do Whisky, da Vodka e do Cerveja que ele vai comer o Cachaça também... Já deu pra perceber que o meu irmão não é a pessoa mais criativa do mundo quando se trata de nomes de animais. 

– Não liga pra ele, Thor - Falei para o bichano - Meu irmão não sabe o que diz.

– Sério ? - Ele me olhou indignado - Sasuke, gatos são malignos - Vai começar a ladainha que eu já conheço desde que ganhei o Thor - Presta atenção, se um cachorro mata uma pessoa, isso é acidente; se um gato mata uma pessoa, isso é crime premeditado. Ele com certeza já estava maquinando algum plano diabólico a muito tempo. 

Como se o Thor fosse fazer isso. 

– Se você diz - Dei de ombros - Eu vou pro meu quarto pra matar a saudade da minha cama. 

– E eu vou pro meu quarto pra ver se meu peixe está vivo. 

Meu quarto ainda está do jeitinho que eu deixei no dia que fui pro sítio com o Itachi. Peguei meu celular em cima do criado mudo, mas ele está descarregado, então precisei conectar o carregador e colocar na tomada. 

Sinceramente, não entendo por que esses celulares têm de tudo, só faltam sair andando, mas precisam carregar umas três vezes por dia. Têm tudo, exceto bateria. 

Deitei na minha cama com o Thor ao meu lado, após alguns minutos já consegui ligar meu celular e vi várias mensagens de texto, mensagens no WhatsApp e ligações perdidas. A maioria da Sakura. 

Mandei uma mensagem para Sakura, dizendo que já estou em casa, mas  ela provavelmente só vai visualizar quando chegar em casa, já que ainda está na aula. 

– Será que ela vai vir aqui em casa hoje ? - Olhei para o pequeno felino que lambia sua patinha despreocupadamente - Eu sei que você não gosta da Sakura, mas se ela vier aqui hoje, você não inventa de ficar com as suas implicâncias - O bichano me encarou como se entendesse o que eu falei - Não seja inconveniente, vai caçar passarinho, vai brincar com a sua bolinha, vai fornicar com o seu tapete... Tanto faz, desde que não implique com a Sakura. 

É nesses momentos que eu me sinto um idiota por estar conversando com um bicho de estimação, mas o Thor não é só um gato, ele é meu amigo e também é quase como um filho. Não, eu não estou exagerando. 

Mais tarde -depois do almoço, pra ser mais específico-, Sakura respondeu minha mensagem, assim como Naruto e Hinata também disseram no grupo que estão felizes por eu estar bem e estar em casa. 

Acabou que, por volta das 14:30, os três apareceram aqui em casa para me fazer uma visita e Sakura trouxe seus cadernos com as anotações das aulas de hoje. 

Admito que senti muita falta deles. 

– Sasuke ! - Naruto entrou no meu quarto berrando feito um louco, o pobre do Thor até saiu correndo e eu levei um belo de um susto - Você quer nos matar do coração, cacete ? - Esbravejou, falando como se fosse meu pai - Como você sofre um acidente assim e nos deixa com o coração na mão, seu louco ? Você tem noção do quanto nos deixou preocupados, criatura ?

– Também senti a sua falta, Naruto - Respondi com um sorriso, pois realmente  senti falta desse loiro escandaloso. 

– Você nos deu um susto, Sasuke - Disse Hinata, outra de quem eu também senti falta. Ela é toda quieta, mas é uma boa amiga. Realmente um doce de pessoa. 

– É, foi um susto pra mim também - Suspirei pesadamente enquanto a Haruno se sentava ao meu lado na cama após colocar seus materiais sobre o meu criado mudo - Ainda bem que não aconteceu nada de grave nem comigo e nem com o meu irmão. 

– Eu só não fui te ver no hospital porque tenho pavor desses lugares - O Uzumaki estremeceu enquanto puxava a cadeira em frente à minha escrivaninha para poder se sentar - Espero que você não fique magoado.

– Tranquilo - Respondi - Eu entendo, pois também não gosto de hospitais. As pessoas estão lá porque estão doentes, algumas quase morrendo... Enfim, o clima não é legal.

– Ora, você não quer fazer medicina ? - Indagou a Hyuuga, sentando nos pés da minha cama enquanto fitava minhas miniaturas na prateleira de vidro. 

– Sim, quero - Assenti - Eu acho uma profissão muito bonita, pois salva vidas. Deve ser muito gratificante saber que você salvou a vida de uma pessoa. 

– Mas você precisa ver sangue, sem falar que na faculdade tem que ver corpos de pessoas mortas - Naruto fez uma cara de nojo misturado com pânico - Eu iria desmaiar, sério mesmo.

– Não tenho problema com isso - Dei de ombros, me escorando na parede atrás de mim. 

– Haja sangue frio - Comentou a rosada - E então, Sasuke, você só vai voltar pra escola na semana que vem mesmo ?

– Por mim eu já voltaria amanhã mesmo - Suspirei - Mas a minha mãe quer que eu e o Itachi voltemos a assistir aula só na próxima semana. Enfim, sabe como é mãe quando está preocupada - Falei rindo - Ela prefere que eu fique quieto em casa por esses dias. 

– Ah, eu ia aproveitar muito - Alarmou o loiro - Eu ia ficar o dia inteiro só de cueca, jogado na cama, tomando sopinha... - Riu - Ia ficar só coçando o saco o dia inteiro.  

– Naruto, pelo amor de Deus - Hinata revirou os olhos. É nisso que dá namorar um idiota - Não começa com os seus comentários ridículos.  

– Naruto sendo ele mesmo, isso é típico dele - A rosada riu, arrancando uma careta engraçada do rapaz que parece estar pouco se lixando pro fato de que eu vou perder uma semana de aula; pra ele eu estou de férias e não me recuperando de um acidente de carro que poderia ter custado a minha vida. 

– Confesso que senti falta disso - Admiti risonho - As loucuras dele fizeram falta. 

– Tá vendo como todo mundo me ama !? - Gabou-se - Cara, eu sou demais. 

– Sabe... - A Hyuuga falou meio sem jeito - Eu pensei que você fosse estar mais machucado, sério mesmo - Sorriu sem graça e ao mesmo tempo aliviada - Mas ainda bem que foram só alguns arranhões. 

– Sim, os mais graves foram o machucado no braço - Mostrei meu antebraço direito com um curativo. Não é bem um corte e também não precisou de pontos, a impressão que dá é que eu caí e ralei meu braço no asfalto, mas já está cicatrizando aos poucos - e também alguns pontos na testa - Levantei minha franja, expondo o curativo no lado esquerdo da minha testa - Mas isso é o de menos.

– Pelo menos não quebrou nenhum osso - Naruto falou risonho - É melhor um curativo no braço e alguns pontos na testa do que um braço engessado, e eu sei o que estou dizendo, porque já quebrei o braço quando era criança. 

– Ih, eu nem sei se quero saber como você quebrou esse braço, Naruto - Sakura falou com um sorriso, já rindo antecipadamente da história que o loiro escandaloso provavelmente vai contar. 

– Ah, eu lembro que tinha chovido e a varanda lá de casa estava molhada, aí eu peguei uma cadeira pra subir e pegar não me lembro o que, foi quando acabei caindo de um jeito bizarro e quebrei o braço - Contou, fazendo todos rirem - A minha mãe não sabia se brigava comigo ou se ficava desesperada. E meu pai, como sempre, aquela calmaria do mundo todo.

– Eu acho que ficaria louco se tivesse um filho como você - Comentei, rindo da história de infância do Naruto - Você não era gente. 

– Cara, eu tenho medo de ter filhos um dia e pagar meus pecados - Riu o Uzumaki - Vai que eu passe por tudo que meus pais passaram comigo ?! Misericórdia, eu tô lascado. 

– Com certeza jamais existiria uma outra criança como você foi um dia - Hinata também estava rindo bastante - Naruto, você é único e exclusivo. 

– Obrigado meus fãs - Ele fala como se fosse uma grande celebridade, mas é só um rapaz que um dia foi um diabinho em forma de criança. 

– De nada, meu ídolo - Ah, começou a melação da Hinata e do Naruto. Ninguém merece isso.

– E como está lá na escola ? - Questionei, mudando completamente de assunto. 

– Ah, a notícia do seu acidente já se espalhou - Naruto falou e recebeu um olhar mortal das duas garotas. 

Ora essa, pra que repreendê-lo com o olhar, será que elas acham que eu vou ficar abalado com isso ? 

Bem, eu preferia que ninguém ficasse sabendo, mas eu não me importo que saibam, não como quando eu tinha medo de que as pessoas soubessem que eu sou disléxico.

Afinal, eu sou invisível naquela escola mesmo. Então tanto faz saberem do acidente ou não. 

– Que foi ? - Questionei como quem não quer nada, demonstrando que aquilo não me abalou - Notícia ruim corre rápido mesmo - Dei de ombros - Qual é o problema de saberem disso ? 

– Pensamos que você fosse ficar triste - Supôs a morena.

– É porque, tipo - Começou o Uzumaki - Você ficou de ovo virado quando todo mundo descobriu que você tem aquele negócio que não consegue ler direito... Como é que é mesmo o nome ?

Revirei os olhos. Dá pra alguém ser mais idiota ? 

O pior é que esse idiota é meu amigo e eu até senti falta dessas idiotices dele. 

Amizade é realmente uma coisa meio estranha, pois aprendemos a gostar e nos dar bem com pessoas completamente diferentes de nós. 

– Não me importo mais com isso - Falei indiferente - Quer dizer, é uma dificuldade, mas não me importo mais com o fato de que todo mundo sabe. 

– Que bom que você passou a pensar assim - Sakura esboçou um sorriso sincero, visivelmente orgulhosa por eu pensar dessa forma agora.

Nesse momento escutamos Gangnam Style tocar e Naruto tirou o celular do bolso para atendê-lo. 

– Oi mãe - Falou antes de fazer uma cara de pânico - Mãe, eu juro que não fui eu... Mãe, eu quero que um raio caia na cabeça da Karin se for mentira ! - A criatura arregalou os olhos - Tá bom, já tô indo... - Desligou o celular, colocou o aparelho no bolso e soltou um longo suspiro - Preciso ir embora. Por favor, rezem pela minha vida. 

– Quem é Karin ? - Sakura perguntou confusa.

– É a minha prima - Respondeu - Ela é um pé no saco, a gente vivia brigando na infância. 

Coitada dessa Karin, provavelmente um raio vai mesmo cair na cabeça dela. 

– Não quero nem saber o que você fez - A rosada começou a rir assim como eu.

– Tu gosta de rir da desgraça alheia, né ?! - Naruto a encarou indignado - Você vem comigo, Hinatinha? 

"Hinatinha" ? Nossa, que apelido mais meloso e brega. Morro solteiro mas não passo por essa fuleragem de apelidinhos que alguns acham fofos, mas que na verdade são bizarros. 

– Vou sim - A morena se levantou para poder acompanhar o namorado - Tchau Sasuke, melhoras.

– Obrigado - Agradeci - Até mais. 

Após a despedida, os dois saíram do quarto e fecharam a porta, me deixando sozinho com a Sakura. 

Ah, finalmente sós... Credo, tô me sentindo um pervertido. 

Fiquei meio sem jeito quando o silêncio reinou dentro desse cômodo, respirei fundo e tentei manter a calma. 

– Então - Pigarreei, ajeitando o óculos para então desviar meu olhar para a rosada que me encarava com um sorriso sapeca nos lábios - Eu acho que tenho algumas matérias pra copiar. 

– Ah, é pouca coisa - A criatura cor de rosa praticamente voou em cima de mim, roubando meus lábios num beijo - Depois você copia... - Sussurrou ainda com os lábios encostados nos meus. 

– Sakura... - Sorri de canto, completamente satisfeito com essa situação -  Quando foi que você me corrompeu desse jeito ? 

– Eu não te corrompi, meu bem - Mordeu o lábio inferior, o que a deixou super sexy - Eu só dei uma mãozinha pra você se soltar. 

– Acho que funcionou... 

Segui meus instintos e beijei a rosada, puxando-a delicadamente para deitarmos na cama, ficando ainda mais próximos um do outro. 

Sakura não me agarrou com aquele fogo todo, acho que foi mais delicada pelo fato de eu estar um pouco machucado. Mas quem é que pensa em machucados num momento como esse ? 

Sério, nem tá doendo. 

Senti meu coração batendo super forte, não sei como essa criatura rosa faz isso comigo, mas... É constrangedor dizer isso e eu espero que ela não tenha percebido... Bem, como eu vou explicar ? 

Me sinto um tarado, mas a verdade é que isso me deixou excitado e pela minha cabeça passou todo tipo de pensamento pervertido. Por um momento senti vontade de arrancar nossas roupas e... Bom, deu pra entender. 

Infelizmente sempre tem alguém pra estragar o momento e eu quase botei o coração pra fora quando a porta do quarto se abriu. 

– Ei ! - Porcaria, é a mamãe !

Me sentei na velocidade da luz e a rosada ficou super sem graça. 

É hoje que eu morro ! É hoje que eu vou dormir de lombo quente ! É hoje que a dona Mikoto arranca meu couro ! 

– Tia Mikoto... - Sakura ficou vermelha feito um pimentão - Não é nada disso que a senhora está pensando...

Ah, claro, a gente estava se pegando na cama, eu com certeza devo estar todo sujo de batom -vou pedir pra Sakura parar de usar essas coisas- assim como ela está com o batom todo  borrado e essa coisa rosa ainda quer que a minha mãe acredite que não é nada disso que ela está pensando... Minha mãe não está pensando, ela viu. 

Poxa, não dava pra ter sido o Itachi ? Pelo menos ele iria me encobrir e ainda iria dar força para continuarmos. 

– Porta aberta - Falou em tom de aviso, me repreendendo com o olhar, como se dissesse "Mais tarde a gente conversa" - Tô de olho nos dois. 

– Ai meu coração - Pus a mão sobre o peito e respirei fundo assim que a mamãe saiu, deixando a porta do quarto aberta pra poder nos vigiar - Acho que, se eu não estivesse machucado, ela iria me encher de cascudo. 

– Gente, que vergonha - Sakura pegou meu travesseiro e colocou sobre o rosto, o que fez sua voz sair meio abafada - Minha nossa, com que cara vou olhar pra sua mãe agora ? 

– Relaxa - Sorri minimamente, puxando o travesseiro para poder ver o rosto da rosada - Quem vai levar uma bronca mais tarde sou eu, não você. 

 - Acho que isso é um sinal de que você precisa estudar - Suspirou, abraçando o travesseiro - É... Bem que dizem que esses quietinhos são os piores... - Falou baixinho, quase que como um sussurrou, mas deu pra ouvir. 

   - Hã ? - Minha voz saiu esganiçada. 

   O que ela quis dizer com esse negócio de que os quietinhos são os piores ? Ih, caramba, será que ela percebeu que eu fiquei excitado ? 

   - Nada não - Ela quase gaguejou, seu rosto ficou levemente corado, como se ela não quisesse que eu ouvisse aquilo... Putz, eu tô virando um pervertido que nem o Itachi. 

   - Tá bom - Dei de ombros, fingindo indiferença. 

   - Vamos estudar... Você vai escrevendo e eu vou te explicando, tudo bem ? Pode ser assim ?

– Pode sim - Me levantei para poder pegar meus materiais na mochila. Dá pra acreditar que hoje eu nem toquei nos livros pra estudar ? Inadmissível, eu sei - Hoje teve aula de matemática, né ? - A rosada assentiu e eu fiz uma cara de nojo - E que os jogos comecem. 

Sentei novamente sobre a cama, dessa vez com meu estojo, livro e caderno de matemática. É claro que a Haruno também tirou seus materiais de cima do criado mudo, colocando-os sobre a cama com os meus também. 

Deixamos os amassos de lado, sem beijinhos e outras demonstrações de carinho, nos concentramos apenas nas questões super contextualizadas envolvendo conjuntos numéricos... E eu pensando que não podia piorar. 

Não sei se já comentei, mas quem tem dislexia geralmente também tem discalculia, um transtorno neurológico que dificulta o aprendizado da matemática. Desde criança que cometo erros realmente bobos com os números e fazer cálculos de cabeça -por mais simples que sejam- realmente não é comigo. Matemática é realmente confusa, já melhorei muito desde que diagnosticaram meu problema, mas ainda cometo deslizes, como por exemplo 3×3=6 e vários outros erros vergonhosos, sem falar que vivo confundindo algumas simbologias, como os famosos "maior que" e "menor que". 

Foi uma tarde de estudos bem longa, fiquei realmente cansado, mas consegui compreender todo o assunto, depois é só dar uma revisada ou procurar algumas aulas no YouTube caso surja alguma dúvida. 

A mãe da Sakura foi buscá-la quando já estava escurecendo. Depois de levá-la até o portão, corri até a cozinha para comer alguma coisa, pois já tem um tempinho que a Sakura e eu fizemos uma pausa nos estudos para lanchar. 

Minha nossa, tô me sentindo o Naruto de tão guloso. 

Fiz um sanduíche um tanto quanto grande, coloquei peito de peru, queijo, alface, tomate, cenoura ralada e maionese... Nossa, ficou realmente apetitoso. 

– Bonito, heim ! - Ouvi a voz da minha mãe e quase me engasguei após dar a primeira mordida no sanduíche.

– Mãe - Meu rosto ficou completamente vermelho como as rodelas de tomate que coloquei no meio do pão de forma - O que foi ?

– Não se faça de sonso - Ela puxou uma cadeira para se sentar perto de mim e apoiou os cotovelos sobre a mesa de vidro - Você fica alguns minutos sozinho com uma garota no seu quarto e, quando eu vou ver, vocês estão se agarrando na cama.

– Mãe, a gente não estava fazendo nada de mais -Tentei me defender, mas, infelizmente, contra fatos não há argumentos - Tipo, a gente só se beijou... Não foi nada além disso. 

– Sasuke, eu não tenho nada contra beijinhos inocentes, mas eu não quero vocês dois se pegando daquele jeito. 

– Sério, eu agi sem pensar - Expliquei - Mãe, quando eu me dei conta...

– Filho - Ela me interrompeu - Eu sei que eu não posso tentar impedir certas coisas. Na verdade não adianta, pois é como se eu quisesse impedir um adolescente de ser adolescente - Explicou - Mas, veja bem, vocês nem namorados são. Você acha isso bonito ?

– Não - Admiti cabisbaixo. 

Ela tá certa, Sakura e eu somos apenas amigos -meio coloridos, mas amigos-, como eu me dou a liberdade de tocá-la daquela forma ? É claro que eu agi por impulso, ninguém pensa nessas coisas no calor do momento.

– Então seja homem e se posicione - Minha mãe falou com um tom de voz sério e eu desviei meu olhar para ela - Você gosta da Sakura ou não ?

– Sim, eu gosto muito dela.

– Então para com esse chove e não molha. É claro que eu não posso te obrigar a nada, é apenas um conselho. 

Conselho de mãe é aviso de Deus, isso é certo. 

Ela tem razão, eu preciso tomar uma posição e sair de cima do muro. Eu gosto da Sakura, então tenho mais é que ficar com ela.

– Mãe... - Falei meio inseguro - E se a gente não der certo ?

– Ora essa - Ela sorriu de canto - Não confia no seu taco, rapaz ? 

Como a própria Sakura costuma dizer, o meu grande problema é falta de confiança. 

Dona Mikoto, como sempre, tem razão. Eu preciso tomar uma atitude e ter um posicionamento; afinal, eu gosto ou não da Sakura ? Já que a resposta é positiva, então, eu estou disposto a ficar com ela e assumir um compromisso ?

Eu quero ficar com ela, mas... Como vou dizer isso ? 


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Notas finais do capítulo

Satisfeita, Rhay? Kkkkk essa criatura estava ficando louca pra ver o Sasuke excitado na fanfic, então eu fui boazinha com ela hahah. Espero que tenha ficado legal.
Comentários?
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Recomendações?
Favoritos?
Beijinhos e até o próximo ♡