Os opostos se atraem ? escrita por Evil Queen 42


Capítulo 30
Minha culpa


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, demorei muito ? Claro que não, então me amem ♡ kkkkkk...
Gente, é impressão minha ou a maioria aqui estava mais preocupada com o Itachi do que com outra coisa ? Kkkkkk...
Bem, aquele rosto lindo esculpido pelos anjos continua do jeitinho de sempre, ele não foi desfigurado *0*
Boa leitura a todos.



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Abri os olhos devagar, sentindo minhas pálpebras pesadas e meu corpo dolorido. Olhei para o teto branco e logo em seguida para as paredes da mesma cor, seja lá onde eu estiver, não é no meu quarto. 

Minha visão está embaçada por eu estar sem óculos, mas posso ver que tem soro pendurado do lado esquerdo da cama e posso sentir que ele está em minha mão, assim como posso sentir que estou com um curativo na testa e outro no braço direito. 

Sei que estou num hospital, mas minha memória não está muito boa, portanto não sei por que estou aqui... A última coisa de que eu me lembro é de ouvir a voz do Itachi chamando meu nome e mandando eu acordar, mas não me lembro de muita coisa. 

Olhei para o lado esquerdo e vi meu pai sentado numa poltrona perto da cama, ele parece estar cochilando. Pela janela cuja cortina está aberta dá pra ver que o sol nasceu a pouco tempo, portanto deve ser bem cedo, acredito que ainda seja por volta de 6:30. 

– Pai... - Chamei com a voz fraca e logo meu pai despertou, já que sempre teve o sono leve - Ei, pai... 

– Sasuke - Ele sorriu e eu pude perceber alívio em seu tom de voz - Filho, você acordou. 

Ele se levantou da poltrona e chegou mais perto de mim, então pude vê-lo melhor. 

– O que aconteceu ? - Questionei confuso - Por que eu tô no hospital ? 

– Filho, você não se lembra ? - Indagou um pouco preocupado - Você e o Itachi sofreram um acidente quando estavam voltando de um sítio. 

Sítio... Agora me lembro do sítio, dos amigos idiotas do Itachi falando sobre o Deidara ter reprovado de novo em cálculo, lembro da chuva que caiu quando eu estava vindo embora com meu irmão, lembro de ter discutido com ele e lembro do caminhão que estava na nossa frente... Lembro das toras de madeira rolando e lembro da batida forte que senti.

Nós sofremos um acidente. 

– Pai - Falei um pouco alterado, sentindo um nó na garganta e meus olhos ardendo por conta das lágrimas que estavam querendo sair - Pai, eu quero ver o Itachi ! Pai, cadê ele ? Cadê meu irmão ?

Droga, ele estava irritado por minha causa, porque eu estava enchendo o saco naquela hora. Com certeza bateu o carro por minha causa e deve estar fulo da vida comigo, isso se não tiver acontecido alguma coisa mais grave com ele.

Jamais vou me perdoar se alguma coisa acontecer com o meu irmão por minha causa... Minha culpa. 

– Sasuke, se acalma - Ele pediu.

– Cadê meu irmão ?

– Seu irmão tá bem, viu ? Agora se acalma - Pude respirar mais aliviado após ouvir isso - Ele está no quarto aqui do lado, sua mãe está lá com ele.

– Ele tá bem mesmo ? - Perguntei novamente, quase que com lágrimas nos olhos, uma vez que ele pode muito bem estar mentindo pra eu não ficar nervoso. De qualquer forma, só vou ficar tranquilo quando estiver frente a frente com ele. 

– Filho, ele está bem - Respondeu - Inclusive já chegou aqui consciente ontem. 

Ele chegou consciente ? Então não foi delírio meu, eu realmente o escutei me chamar e com certeza eu já estava inconsciente naquela hora, pois não me lembro de ver nada depois da batida, só de ouvir a voz do meu irmão. 

– O senhor e a mamãe estão aqui desde que horas ? 

– Passamos a noite aqui com vocês. Hora eu ficava com o Itachi, hora com você... - Explicou - Sua mãe e eu ficamos revezando a noite inteira... Estávamos na expectativa de você acordar.

– Hoje é sábado, não é ? 

– É sim, filho - Ele riu - Hoje é sábado. 

Ué, tô meio perdido no tempo. 

Então eu não fiquei muito tempo desacordado, o acidente foi na sexta e eu acordei no sábado. 

– Pai, eu quero ver a mamãe. Chama ela - Pedi. 

– Tudo bem, eu chamo ela. 

Meu pai saiu do quarto e não demorou muito para a minha mãe aparecer, ela veio andando aceleradamente até mim, me abraçou e me deu um beijo na bochecha. 

– Meu príncipe - Falou aliviada, com lágrimas nos olhos - Eu fiquei tão preocupada... Filho, eu senti um aperto no coração logo depois que você e o Itachi saíram de casa ontem. Aquela sensação ruim não passou e eu liguei pra vocês, mas só chamava e ninguém atendia - Isso porque, como lá não tinha sinal, tanto eu quanto o Itachi não levamos celular - Não sei o que seria de mim se tivesse acontecido alguma coisa com você ou com seu irmão. 

– Desculpa - Sorri sem graça - Mãe, não chora. 

– Tudo bem - Limpou suas lágrimas e sorriu abertamente - Você tá bem, seu irmão também... Eu tô chorando é de felicidade. 

– Mas não chora - Pedi novamente - Não gosto de ver. 

– Ah, por falar em ver - Ela pegou, numa mesinha perto da cama, a caixinha do meu óculos. Caramba, meu óculos ! - Olha o que eu trouxe.

– Nossa, a senhora trouxe meu óculos ! - Falei contente, pegando a caixinha para então abri-la e colocar o óculos. 

Cara, tô me sentindo como quando coloquei óculos pela primeira vez e vi o mundo em HD. Fico me perguntando como eu enxergava antes e como eu consegui sair de casa sem ele ontem. 

Bem, se eu tivesse ido de óculos pro sítio, muito provavelmente estaria sem ele agora. Pensando por esse lado, foi bem eu ter saído sem óculos e também sem meu celular. 

– Melhorou ? - Sorriu. 

– Muito. Não pensei que a senhora fosse lembrar de trazer. 

– Eu o vi no seu criado mudo quando estava arrumando suas coisas no seu quarto. 

Ora essa, arrumando minhas coisas ? E desde quando minha mãe arruma alguma coisa dentro do meu quarto ? A diarista só limpa, mas quem arruma mesmo sou eu, afinal, mamãe sempre disse que eu e meu irmão devemos aprender a ter organização com as nossas coisas. 

– O que a senhora estava arrumando no meu quarto ? - Indaguei curioso pois, mesmo que um milagre tivesse acontecido e a dona Mikoto fizesse a bondade de arrumar alguma coisa dentro do meu quarto, eu sou uma pessoa organizada e não tem nada que arrumar lá dentro. 

– Ontem, quando seu pai e eu ficamos sabendo do acidente, viemos pra cá correndo - Contou - Quando chegamos aqui a médica conversou conosco e disse que vocês tinham se machucado, mas que não era nada sério. Então, mais tranquila, ontem à noite mesmo eu voltei lá em casa pra arrumar algumas coisas para trazer pra você e seu irmão. Roupas, escova de dentes e seu óculos também. 

Ah sim, entendi agora o que ela estava arrumando. 

Uma enfermeira entrou no quarto pra trocar meu soro que já tinha acabado... Sério que eu vou ter que ficar tomando isso ? Ainda por cima colocaram na minha mão esquerda -eu sou canhoto-, o que significa que eu não vou conseguir nem comer direito... Enfim, a mulher disse que fez meus curativos ontem e que ficou feliz por eu ter acordado, perguntou como estou me sentindo e disse que logo a médica virá me examinar novamente. 

– Mãe, e o Itachi ? - Perguntei assim que a enfermeira saiu do quarto. 

– Ele está bem - Respondeu - Está dormindo ainda, mas já chegou no hospital consciente ontem. 

– A senhora conversou com ele ? - Indaguei meio receoso - Ele tá com muita raiva de mim ? 

– Raiva ? - Minha mãe ficou espantada - Querido, ele ficou foi preocupado com você. Sasuke, por que você acha que o Itachi está com raiva ?

– É porque... - Suspirei e não pude conter algumas lágrimas - É porque esse acidente aconteceu por minha culpa. 

– Sua culpa ?

– É - Assenti - A gente estava brigando na hora que aconteceu. Tipo, estava chovendo pra caramba e não dava pra ver quase nada, só que eu estava com muita vontade de fazer xixi e não estava dando mais pra segurar - Provavelmente eu acabei fazendo na roupa depois daquela batida - Então comecei a insistir pra ele parar o carro, daí ele começou a ficar nervoso e aumentou a velocidade, eu pedi pra que ele diminuísse e a gente começou a discutir. 

– Sasuke - Ela passou a mão pelos meus cabelos, fazendo carinho - Mesmo que  vocês não tivessem discutido, eu acho que seu irmão não iria conseguir desviar. Estava chovendo muito, consequentemente não dava pra ver nada direito, entende ?

É,  só fomos ver as toras de madeira quando elas já estavam em cima da gente. Estava perto demais, realmente não dava pra desviar e, mesmo que ele estivesse dirigindo devagar, de qualquer jeito só veríamos tarde demais. 

– Pode ser - Dei de ombros - Mas, de qualquer jeito ele estava com raiva de mim. Nós discutimos.

 Discussão essa que poderia ter sido evitada se tivesse alguma garrafa de refrigerante vazia dentro do carro pra eu poder fazer xixi. O que, qual é o problema ? Eu já fiz isso no avião uma vez quando era criancinha, foi justamente num momento de turbulência e ninguém podia levantar, então o meu pai pegou uma garrafinha vazia que foi a minha salvação. 

– Sasuke, seu irmão não está com raiva de você. Muito pelo contrário, ele ficou super preocupado e com certeza vai ficar muito feliz quando souber que você acordou. 

– Eu quero muito ver ele.

– Logo você vai ver. 

A médica não demorou muito pra aparecer aqui, ela disse que eu estou bem, que não tive fraturas e nem nada mais sério, apenas alguns machucados. 

Senti um pouco de tontura quando me levantei para ir tomar banho e escovar os dentes, mas logo melhorou um pouco. Sem falar no meu sofrimento pra tomar banho, uma vez que os machucados arderam assim que eu entrei em baixo do chuveiro e a água bateu neles. Enfim, isso faz parte. 

A parte boa é que provavelmente eu tenha alta na segunda feira de manhã, assim como o Itachi, mas teremos que ficar aqui em observação até lá. 

Durante a tarde, mais ou menos por volta das 15:00, a dona Mebuki apareceu no meu quarto. Eu já sabia que ela era médica, mas não sabia que ela trabalhava nesse hospital. 

– Sasuke ? - Olhei para a mulher loira assim que ouvi sua voz.

– Dona Mebuki ? - Ao contrário da Sakura, que chama a minha mãe de tia, eu não faço isso - Oi.

– Olá - Ela chegou mais perto da cama e sorriu pra mim - Eu estava indo embora ontem na hora que você chegou. Fico feliz que não tenha acontecido nada muito grave.

– É, por sorte eu só tive alguns machucados - Respondi - Ah, mãe - Olhei para a minha mãe sentada na poltrona ao meu lado - Essa é a dona Mebuki, ela é a mãe da Sakura.

– Olá - Minha mãe se levantou para cumprimentá-la - Muito prazer.

– O prazer é todo meu.

– Sua filha é um doce de menina - Pois é, minha mãe é a fã número um da rosada. 

– Por falar na Sakura - Falei meio sem jeito, atraindo a atenção das duas mulheres para mim - Ela já sabe que eu estou aqui ? Ela sabe do que aconteceu ? 

– Ainda não - Sua mãe respondeu - Eu conheço a minha filha e sabia que, caso eu contasse que você está aqui, ela ficaria muito nervosa e agitada. Antes de contar, eu queria saber como você está. 

– Entendo... - Falei - A senhora não queria deixá-la preocupada. 

– Mas agora eu já sei que você está bem e vou conversar com ela. Quem sabe você receba uma visita dela amanhã - A mulher sorriu de canto e eu fiquei tão vermelho quanto a camisa que estou usando. Ah, é claro que a minha mãe achou graça disso. 

– Ah, ele com certeza vai adorar uma certa visita - Minha nossa, até a mamãe ? Às vezes ela me faz tanta vergonha na frente dos outros quanto o Itachi. 

– Agora eu preciso voltar ao trabalho - Disse a dona Mebuki, ainda achando graça do meu constrangimento após os comentários que ela e a minha mãe fizeram - Só vim mesmo pra ver pessoalmente como você está, Sasuke, e fico feliz que não tenha tido nada sério. Você nasceu de novo, garoto. 

Após se despedir de mim e da minha mãe, dona Mebuki saiu do quarto para voltar ao trabalho. 

É claro que eu fiz questão de lançar um olhar de desaprovação para a dona Mikoto e ela apenas sorriu, fazendo-se de desentendida. 

O Itachi herdou isso dela. 

– O que foi ? - Indagou com a cara mais sonsa do mundo enquanto sentava-se novamente na poltrona.

– A senhora sabe muito bem - Bufei.

– Não "saquei" - Fez o sinal das aspas com os dedos, com certeza pra zoar a forma como eu falo, já que ela detesta quando eu uso esse tipo de palavreado. 

– Deu a impressão de que a senhora estava falando pra mãe da Sakura que eu gosto dela. 

– E não gosta ? - Perguntou retoricamente, arqueando uma sobrancelha - Sasuke, não precisa mentir pra mim, ou melhor, você não consegue mentir pra mim. 

– Isso é detalhe... 

– Aham, sei - Ironizou - Você gosta dela, todo mundo vê que ela também gosta de você. Acha que a mãe dela também não sabe disso ? 

– Sei lá - Dei de ombros - E nós somos só amigos, tá ? 

– Filho, vocês dois já... Ah, como é que os adolescentes costumam dizer ? - Perguntou para si mesma - Vocês já ficaram ? 

A pergunta da minha mãe quase fez meu coração vir parar na garganta. Poxa, que tipo de mãe faz uma pergunta dessas pra um filho ? Sei que muitas mães têm vergonha ou simplesmente não gostam de tocar nesse assunto com os filhos, mas a dona Mikoto já é direta até demais. 

– Ora essa... - Fiquei roxo feito uma amora, comecei a gaguejar e a suar frio - Mãe... Que tipo de pergunta foi essa ?

– Nem precisa me responder - Ela riu - Eu já sei a resposta. 

– Mãe, a senhora tá pior do que o Itachi - Ajeitei o óculos e encarei a mulher que sorria pra mim - Sério que a senhora não vai brigar comigo ?

– Brigar por quê ?

– Porque... - Dane-se, ela já sabe mesmo - Porque eu fiquei com a Sakura, ué. 

– Ah, então você admite ! - Droga, ela estava só jogando verde... Ou melhor, ela já tinha certeza mesmo, mas ouvir da minha boca é diferente. 

– Mãe ! - Corei até os ossos depois dessa.

– Tá bom, tá bom... - Ela respirou fundo antes de prosseguir - Sasuke, você já tem dezesseis anos, nessa idade eu já tinha um namoradinho - Eu podia morrer sem saber com qual idade a minha mãe começou a namorar - Então não posso condenar você por ter ficado com uma garota, embora eu prefira que vocês namorem sério. 

Olha só quem está querendo dar uma de cupido. Acho que ela vai querer casar a gente se souber do que houve naquele elevador... Ainda não acredito que eu fiz aquilo. 

– Mãe - Fiz um esforço do caramba pra manter a minha cor natural - Ainda tá cedo pra namorar.

– Cedo por quê ? - Arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços em frente ao corpo - Não sei qual é a doença que os adolescentes de hoje têm que, quando se gostam, preferem ficar só de esfrega esfrega, mas não assumem um compromisso. 

– Mãe, os tempos mudaram. 

– Os tempos podem ter mudado, mas algumas coisas permanecem. Embora seja comum esse negócio de ficar sem compromisso, eu acho que é muito mais bonito assumir um namoro direitinho. Se vocês realmente se gostam, pra que insistir nesse negócio de ficar ?  Pensei que isso acontecesse mais quando duas pessoas querem dar uns beijinhos mas não se gostam. 

Argh, ela não entende ! Daqui a pouco vai estar querendo nos casar mesmo, é só o que falta. 

– Porque tá muito cedo - Expliquei - E se estivermos nos precipitando e não der certo ?

– Se não der certo vai servir de experiência. 

– Mãe... - Respirei fundo - Eu quero muito que nós fiquemos juntos, só tô esperando a hora certa. 

– Tudo bem - Levantou as mãos em sinal de rendição - Só saiba que eu não sou a favor desse negócio de ficar, embora você já tenha idade o suficiente pra saber o que é certo e o que é errado. 

Ah, com certeza ela não conhece a cria que tem... Estou falando do Itachi, só pra deixar claro. 

Fiquei entediado durante o dia inteiro, minha mãe não se lembrou de trazer pelo menos o meu celular pra eu poder jogar, ouvir música ou enviar alguma mensagem pra Sakura. Bem, a mãe dela disse que iria conversa com ela, então seria melhor eu não mandar mensagem alguma. 

Domingo, uma dia que eu geralmente tiro pra ficar quase que o tempo todo em cima da cama e de pijama o dia inteiro... Bem, não foi muito diferente hoje, a diferença é que eu estou com alguns machucados, alguns pontos na testa, mas ainda bem que é só isso. 

Pra variar, eu precisei levar outra agulhada, já que eu acabava me mexendo, a maldita agulha saiu do lugar. Pelo menos dessa vez colocaram na mão direita, então a minha mão esquerda ficou livre... É, valeu a pena. 

Também não aguento mais a comida daqui, e olha que faz pouco mais de um dia que estou internado. Sério, acho que os cozinheiros de hospital não sabem o que é tempero, e se não bastasse a comida não ter sal, o suco não tem açúcar. Eu só sei que estou com saudade da comida da minha mãe e vou morrer de comer quando chegar em casa. 

Como aqui não tem muita coisa pra fazer, ou melhor, não tem nada pra fazer além de assistir televisão, o que eu fiz ? Fui dormir durante a tarde, óbvio. 

Mas sabe quando você se acostuma a dormir só de um jeito e quando vai dormir de outro jeito simplesmente não consegue ? Pois é, eu sou acostumado a dormir de bruços ou de lado, só que virado para o lado direito, mas infelizmente essas duas posições estavam me incomodando um pouco. Dormir de barriga pra cima não cola e eu demorei pra dormir virado para o lado esquerdo, sem falar que não dormi muito bem assim como também aconteceu durante a noite. Esse negócio de mania é horrível mesmo, mas depois que acostuma é difícil mudar de hábito. 

A verdade é que eu não dormi, só cochilei um pouquinho por mais que estivesse com sono. Só que meu sono foi perdido completamente no momento em que a porta do quarto se abriu e eu vi uma cabeleira rosada -um pouco embaçada porque eu tirei o óculos antes de tentar dormir- entrar no cômodo e caminhar em direção a mim. 

Fiquei feliz, óbvio ! A dona Mebuki falou que ela vinha e ela veio mesmo ! 

– Sasuke ! - Suspirou aliviada e me deu um abraço que não foi tão apertado quanto os abraços que ela costuma me dar, provavelmente está com medo de me machucar, mas foi um abraço que transmitiu todo tipo de sentimentos bons e também serviu pra matar a saudade que eu sentia dela - Sasuke, você me deixou tão preocupada ! 

– Desculpa... - Sorri minimamente enquanto que ela sorriu emocionada, com lágrimas nos olhos. 

– Eu vou deixar vocês sozinhos... - Dona Mikoto falou, já se levantando e saindo do quarto. Ela veio ficar comigo a alguns minutos, até então quem estava aqui era o meu pai. 

– Eu fiquei com o coração na mão quando minha mãe me contou sobre o acidente - Suspirou, deixando algumas lágrimas caírem - Por um instante eu pensei que fosse perder você, mas fiquei aliviada quando a minha mãe disse que estava tudo bem... E mais aliviada agora que estou vendo que você está inteiro. 

– Não vou mentir pra você... Na hora do acidente eu pensei que era o fim - Admiti, principalmente porque um filme passou diante dos meus olhos como se fosse um flash, algo realmente inexplicável. 

– Sasuke, não diz isso ! - Ela me abraçou novamente e começou a chorar mais - Não vamos pesar nisso, você está bem e é isso que importa. 

– Então não chora mais - Levei minha mão até seu rosto e sequei suas lágrimas - Não chora. 

– Eu tô feliz. 

– Não importa, não gosto de te ver chorando. Prefiro você sorrindo. 

Sakura então esboçou um largo sorriso, foi quando eu peguei meu óculos que estava sobre a mesinha ao lado da cama e coloquei para poder vê-la melhor.  

Agora sim a visão está linda... Não nego que amo o sorriso dessa criatura rosa irritante. 

– Que dia você vai pra casa ?

– Tudo indica que amanhã de manhã - Respondi - Mas acho que vou faltar essa semana de aula, então as matérias vão se acumular. 

– Você quer que eu leve na sua casa pra você copiar e poder estudar ?

– Era exatamente isso que eu ia te pedir. Se não for incômodo...

– Não é incômodo algum - Ela me interrompeu - De qualquer forma eu iria te visitar na sua casa mesmo, agora só tenho mais um pretexto. 

–  Você não precisa de um pretexto, Sakura. 

A Haruno passou a mão pelos meus cabelos e, assim mexeu na minha franja, percebeu o curativo que estava sendo coberto por ela.

– O corte é bem menor do que eu pensava que fosse. 

– Pois é - Sorri minimamente - Agora vou ter duas cicatrizes na testa. 

O novo corte fica bem em baixo da outra cicatriz que eu já tinha na testa -resultado de uma peripécia de quando eu era criança-, perto da minha sobrancelha. Pelo menos, assim como o outro corte que também precisou de pontos, logo vai ficar quase imperceptível e o cabelo também vai cobrir. 

– Você vai continuar lindo do mesmo jeito - Ela me deu um beijo na testa, obviamente que longe do curativo. 

– E o Naruto e a Hinata, eles já sabem ? - Questionei. 

– O Naruto estava lá em casa na hora que a minha mãe me contou, ele ficou bastante abalado e com certeza a Hinata também já sabe. 

O que o Naruto fazia na casa da Sakura ? Bem, provavelmente devia ser alguma coisa relacionada ao nosso trabalho de genética, já que eu lembro de ter lido uma conversa no grupo em que eles falavam sobre um pen drive... Caramba, o trabalho de genética ! 

– Sakura - Falei desesperado - O trabalho de genética é pra semana que vem e o professor Orochimaru não aceita que apresentem trabalhos fora do prazo. 

Droga, lá se vão cinco pontos... Me lasquei demais agora, pois perder cinco pontos é sinônimo de recuperação. 

– Sasuke - Ela riu - Toda regra tem uma exceção. Você não está em condições de apresentar um trabalho e com certeza o professor vai entender isso, principalmente porque eu tenho certeza de que a sua mãe vai levar um atestado médico pra escola, o que vai justificar suas faltas. 

– É mesmo, eu preciso lembrá-la de fazer isso. E também tem a faculdade do Itachi, ele vai precisar de um atestado.

– Pois é, não se preocupa, esse trabalho é o de menos.

– Eu só preciso mesmo que você me ajude com a matéria que eu vou perder, principalmente matemática. 

– Ajudo sim, claro - Esboçou um largo sorriso - Será um prazer. 

É, não será de todo ruim ficar uma semana em casa sem ir à escola, pois Sakura irá me ajudar, consequentemente me fará companhia por esses dias e ainda será minha professora particular. 

Sinceramente, acho que vou gostar muito disso.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Alguma idéia pra essa fanfic? Estou aceitando...
Recomendações?
Favoritos?
Beijinhos e até o próximo capítulo ;*