Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 18
Charly - O Caminho do Guerreiro pt.1


Notas iniciais do capítulo

Brunea = um tipo de armadura.



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O sol brilhava intensamente no céu, duas horas haviam se passado desde o encontro que tiveram com o Ogro e os orcs e Charly estava sentado à sombra da carroça limpando os furos da mordida no braço causados pelo lobo com quem lutara antes.

— Precisa de ajuda, meu senhor? Ou talvez mais água? – perguntou Nipples, que estava logo ao seu lado, limpando a parte de dentro da carroça.

— Não, obrigado. O Arlindo já cuidou da maioria dos meus machucados, ele disse que eu deveria deixar um pano cobrindo esse aqui porque não se fechou totalmente, mas não preciso de água. É melhor a gente guardar pra viajar nesse deserto, né?!

— Oh sim, meu senhor! Uma observação muito sensata a sua, mas não se preocupe muito com isso. Eu verifiquei e encontrei uma jarra com bastante água aqui dentro da carroça, acredito que ela não esteja muito limpa, mas nada realmente está limpo nesse lugar horroroso... – lamentou Nipples.

Charly deu risada, achava engraçada a mania de limpeza do serviçal e imaginava que essa viagem devia ser um grande pesadelo para ele. Então ouviu Dorothy e Arlindo se aproximando, os dois estavam a alguns bons minutos levando os cadáveres da luta e o encontrado na carroça para longe dali.

— Urhg… Eu nunca mais vou tocar num cadáver de Ogro na minha vida! Coisa nojenta… – disse Arlindo se aproximando com as mãos penduradas para frente procurando água e o que mais fosse necessário para tirar o mau cheiro de si.

— Você mal tocou nele! Eu o carreguei praticamente sozinha! – retrucou Dorothy.

Arlindo apenas estendeu a palma da mão para frente em negação, como se pedisse para garota parar de falar do ocorrido. Dorothy revirou os olhos e limpou a mão num pano úmido que pegou com Nipples, então se virou para o serviçal e perguntou se eles já poderiam utilizar a carroça como abrigo. Ele afirmou que ainda estava muito sujo e fedido la dentro, mas que com o devido cuidado eles poderiam passar a noite ali, o que era bem melhor do que o chão.

Dorothy, Arlindo e Charly começaram então a vasculhar a carroça, descobrindo se havia algo de valioso ou útil lá dentro. Encontraram alguns pedaços de árvores, carnes, pelos e chifres de animais que provavelmente foram pegos da Floresta da Ninfa. Acharam também placas de metal, que algum dia teriam sido partes de uma armadura e dois barris pequenos com vinho, que para surpresa de todos não deixaram Arlindo feliz. Aparentemente ele não bebia mais “esse tipo de coisa”. Por fim, o que realmente podia ser usado de tudo o que encontraram era um arco curto com uma aljava cheia de flechas, uma espada curta um pouco enferrujada, uma adaga e duas pequenas sacolas de couro do tamanho de uma mão cheias de moedas. Nipples e Dorothy abdicaram de suas moedas e deixaram para Solomon que tanto havia ajudado em combate até ali. Charly e Arlindo dividiram uma das sacolas e ficaram bem felizes com isso, mas Charly se empolgou mais ao receber a espada curta para si.

O garoto pegou a lâmina e a observou. Não era muito trabalhada, parecia estar um pouco sem fio, mas ainda assim ele ficou feliz de tê-la em mãos. Ao manusear a pequena espada ele notou que ela era bem mais leve do que a espada longa de Dorothy, mas pesava o mesmo tanto que sua espada quebrada (que um dia também fora uma longa). Charly então começou a desferir cortes no ar, no intuito de se acostumar com a arma. Ele realmente havia gostado dessa. O fazia lembrar-se dos tempos em que brincava de “Campeonato de Cavaleiros” com seus amigos em Theolen. Eles usavam armas de madeira ou gravetos para não se machucar tanto, mas não importava a qualidade de sua arma, Charly sempre ganhava a competição. Ele era realmente muito bom comparado aos garotos de sua rua.

— Gostou dela? – perguntou Dorothy se aproximando.

— Ah, sim. – respondeu ele parando de mexer a arma.

— É um pouco pequena, mas acho que é um bom começo pra você, é melhor do que sua espada-quebrada. – disse a garota – Posso te ensinar a usá-la se quiser.

— Claro! – respondeu Charly alegre.

— É bom que você aprenda a lidar com armas diferentes, mas você vai precisar de algo maior pra lutar de verdade. Uma espada curta dificilmente vai ferir tanto um inimigo. – falou a paladina observando a espada na mão do garoto.

— Eu sei... Eu tava pensando em ter uma espada-bastarda que nem o Steve e o Isaac Kyle!

— É uma ótima arma... – disse Dorothy sorrindo – Hey continue testando essa daí por enquanto, eu volto logo.

Charly fez que sim com a cabeça então viu Dorothy ir até Nipples e entregar-lhe a adaga, dizendo que não gostaria que ele andasse desarmado, já que era perigoso. O serviçal fez algumas ressalvas, mas por fim guardou a arma em uma de suas mochilas e a garota foi conversar com Arlindo. Charly continuou dando golpes no ar, mas agora, imaginando estar lutando contra o orc que fugiu da batalha duas horas atrás.

“– Você não vai escapar dessa vez! – disse Charly para o orc.

— Eu vou te esmagar criança! – respondeu o orc que correu na direção de Charly e acertou com o machado o grande escudo de metal que ele segurava.

Em seguida Charly deu um corte no braço do inimigo com sua espada de uma mão e meia, que fez o orc gritar de dor e revidar com um golpe em seu tronco protegido por uma grande armadura metálica.

— Sua arma não é párea para mim, um corte de machado não vai me derrubar! – gritou o pequeno guerreiro.

— Não pode ser! – disse o orc assustado com a resistência do garoto.

— Você pode se render agora Orc! Ou então irá provar do fio de minha espada! – exclamou Charly esticando sua espada dourada incrivelmente comprida.

— NUNCA!!! – gritou o orc correndo na direção do garoto que bateu com a espada em seu machado, fazendo-o voar para longe e deixando o inimigo desarmado.

— Essa não! – disse o orc assustado.

— Eu avisei... – falou Charly com um sorriso sarcástico no rosto. Então atravessou a barriga do orc com sua espada num golpe brilhante e o deixou cair morto no chão.”

Charly enxugou a testa suada depois de seu combate imaginário e voltou para a realidade. “Tenho que treinar e arranjar uma espada daquele jeito pra quando eu encontrar aquele orc de novo...”, pensou e em seguida foi até Nipples pedir um pouco de água e enquanto a bebia viu Dorothy conversando com Solomon.

— Acho que vai servir pra você. Eu vi que na ultima luta você jogou seu martelo longe, o que não foi muito inteligente... Então, assim pelo menos você não fica desarmado. – disse ela esticando o arco curto na direção do guerreiro.

— Eu não preciso disso. – respondeu ele desinteressado. Estava concentrado contando suas moedas de ouro.

— Han... Mas eu acho que isso pode ser útil. Eu vi que você cuida bem do seu martelo e ele deve ter algum valor pra você, mas é preciso desapegar às vezes e usar outras armas.

— Outras armas? – perguntou o guerreiro largando o saco de moedas no chão e encarando a paladina.

— Olha, não precisa ficar bravo, eu só to tentando te ajudar. Tentando deixar a equipe melhor.

— Você nem se quer sabe o que tá fazendo… – resmungou Solomon.

— O que quer dizer com isso? – perguntou Dorothy confusa.

— Quero dizer que isso aqui não é uma equipe e você não manda em mim! – disse Solomon se levantando bravo.

— Como pode dizer isso?! Você não ta só viajando ao nosso lado, você também ajudou a gente em combate, é claro que somos uma equipe! – falou a garota o encarando.

— Não! – exclamou o guerreiro. – A única coisa que eu fiz foi garantir que não ia ter sangue de criança em minhas mãos!

Charly parou de beber a água e começou a entender que eles estavam brigando por sua causa, afinal era com a palavra “criança” que Solomon se referia a ele. Arlindo se aproximou do garoto e pôs a mão em seu ombro, para que ele não fizesse nada naquele momento.

— Você se acha a mais inteligente daqui, mas é por sua culpa que tem uma criança nesse viagem! - gritou Solomon enraivecido enquanto empurrava Dorothy contra a carroça pelos ombros, encurralando-a. - O que acha que vai acontecer com ele se continuar com a gente? Hein?

— Ele viria pra cá de um jeito ou de outro! Pelo menos está seguro conosco! – argumentou Dorothy segurando nos braços de Solomon, para que ele não a machucasse.

— Você acha mesmo que ele está seguro?! Ninguém está seguro aqui! Além disso, eu tenho certeza que se a “Grande Escolhida de Theolen” fosse falar para um garoto ficar na cidade, ele ficaria na maldita cidade! - gritou a poucos centímetros do rosto da jovem.

Charly franziu o cenho e viu Dorothy mover os lábios para falar, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. A paladina olhou para o garoto e em seguida para o chão. Ele pode sentir que ela estava duvidando se havia tomado à decisão certa ao trazê-lo nessa viagem.

“Não… De novo não”, pensou o garoto cabisbaixo “Não posso mais ser um peso pra ninguém! Dorothy confia em mim, não posso desapontá-la!”. Charly então desvencilhou o ombro da mão do clérigo e se aproximou dos dois com a espada curta em mãos.

— Solta ela Solomon! – gritou Charly apontando a arma para o guerreiro.

— Cala a boca, moleque. – respondeu ele sem nem ao menos olhar para o garoto.

— Não! Eu não vou calar a boca e você não vai mais me chamar assim!

— Não?! E o que você vai fazer? Você é fraco! Não consegue proteger nem a si mesmo, quanto mais outra pessoa. – disse Solomon soltando o ombro de Dorothy, que pressionava contra a carroça.

— Eu não sou fraco! – gritou o garoto. – Eu conheço o caminho do guerreiro, eu sei o que eu devo fazer pra lutar melhor!

— Então me mostra. – falou Solomon serio enquanto caminhava na direção de Charly.

— O que? – perguntou o garoto confuso, enquanto observava o guerreiro tirarando o martelo das costas.

— Além de idiota também é surdo?! Vamos lá! Você disse que não é fraco, então prova. Se conseguir me cortar com essa espadinha e arrancar uma gota de sangue de mim você é um guerreiro.

Charly arregalou os olhos surpreso e olhou para Dorothy, viu a garota com a mão no ombro enquanto Arlindo perguntava se ela estava bem. Ela então olhou para Charly, parecia preocupada. “Eu tenho que fazer isso, preciso provar que eu consigo ganhar e que a Dorothy não estava errada em me trazer!”, pensou o garoto determinado.

— Tá legal. – disse Charly dando dois passos para frente, na direção de Solomon. – Você vai ver que eu sou guerreiro assim como você!

— Charly, não! – exclamou Dorothy que deu um passo na direção dos dois.

— Espera. – disse Arlindo segurando a garota. – Eles precisam resolver isso.

Dorothy olhou para o clérigo sentindo grande aflição então parou de andar e ficou observando à distância. Solomon parou a três metros de Charly segurando o martelo para baixo na mão direita. Ele ainda estava bem ferido por ter lutado há pouco tempo contra o Ogro e o lobo gigante e não ter aceitado ser curado com magia, mas apesar disso não parecia preocupado em entrar lutar contra o jovem.

“Ele acha que vai ser fácil...”, pensou o garoto percebendo que o guerreiro o esperava fazer o primeiro movimento. “Vou aproveitar isso e vou mostrar pra ele que eu consigo! Pra todos eles...”, pensou agora encarando seriamente seu oponente. Charly respirou fundo e sussurrou para si mesmo

— É agora.

O garoto correu em uma investida com a espada curta estendida para Solomon. O guerreiro continuou parado, então Charly aproveitou a oportunidade, saltou para ganhar altura e esticou a espada contra seu peito. “Isso...”, pensou sorrindo ao acertar o golpe. Mas ao cair no chão Charly notou que não tinha causado ferimento algum ao seu inimigo. A lâmina de sua arma não teve força o suficiente para atravessar a armadura de Solomon. O guerreiro olhou de cima para o garoto e disse:

— Minha vez...

Charly arregalou os olhos então viu o martelo vindo lateralmente em sua direção. A arma tocou com força seu ombro esquerdo, fazendo-o deslizar sobre a terra seca e apoiar a mão no chão para que não caísse. O garoto apertou os olhos suprimindo a dor, então levantou e correu na direção de Solomon com a espada estendida novamente, mas o guerreiro ergueu o martelo e sem muito esforço defendeu o golpe.

Charly puxou a espada para perto de si e a estocou com toda a força que tinha no tronco de Solomon, mas seu esforço não foi suficiente para fazer um corte no guerreiro, que logo revidou o golpe batendo com o cabo do martelo em seu peito.

Charly deu dois passos para trás e respirou fundo, recuperando o ar que perdera então avançou novamente. Lembrou-se de Dorothy lutando contra os orcs mais cedo, ela usava muitos golpes laterais e diagonais. “Talvez funcione”, pensou ele. Então esticou sua pequena espada e a movimentou num golpe em diagonal de baixo para cima.

A lâmina da arma passou arranhando a armadura de Solomon, fazendo um som estridente enquanto uma pequena faísca brilhava com o atrito dos metais. Dorothy sorriu junto de Charly ao ver Solomon dando um passo para trás com o golpe.

— Ele vai conseguir. – disse a paladina esperançosa.

Arlindo olhou para ela, mas nada respondeu, apenas pegou uma cerveja da bolsa e voltou sua atenção para a luta.

Charly olhou para o guerreiro e viu uma brecha. “Ele não está protegido aqui...”, pensou ao olhar para as pernas de Solomon, que tinham não era inteiramente coberta pela armadura. O garoto então esticou a espada na direção da lateral da coxa de Solomon, mas antes que pudesse se aproximar mais viu um punho ir de encontro com seu queixo. O guerreiro tinha dado um passo para trás não pelo impacto do golpe do garoto, mas sim para ganhar espaço para lhe acertar logo em seguida.

Charly cambaleou para o lado segurando o maxilar atingido virou horizontalmente sua espada, acertando o tronco de Solomon, mas nada aconteceu. Foi nesse instante que Charly notou que Solomon não estava se defendendo, ele estava deixando o garoto acertar os golpes porque ele não tinha força para ultrapassar a brunea que ele vestia, sendo assim, não poderia feri-lo.

Solomon então virou seu martelo na direção de Charly, o garoto colocou a espada na frente, para tentar parar o golpe, mas não teve força o suficiente para impedir Solomon de acertá-lo. O guerreiro não estava usando nem metade de sua força nesse combate, ainda assim fez com que Charly tomasse a martelada no peito e caísse para trás.

O garoto rolou pelo chão com o peito dolorido e levantou com alguma dificuldade determinado a vencer. Solomon suspirou e abaixou seu martelo enquanto via o garoto correr em sua direção. Charly pulou virou sua espada de cima para baixo mirando o braço do guerreiro, mas Solomon virou o ombro da armadura que o protegeu do golpe. Em seguida, enquanto o garoto ainda estava no ar, o acertou novamente com a lateral do martelo, dessa vez fazendo-o voar por três metros de distância.

Charly ofegante podia sentir seu corpo fraquejando. Todas as marteladas que levara começavam doer mais agora que ele estava ficando mais cansado. Ainda caído olhou rapidamente para Dorothy. “Eu não posso decepcioná-la...”, pensou, então apoiou os braços tremulantes sobre a terra e se esforçou para levantar.

Solomon revirou os olhos e largou o martelo no chão então andou até Charly. O garoto se ajoelhou e fez um corte no ar com a espada tentando acertar sua perna. Depois se levantou com a espada erguida e a desceu no peito de Solomon. O guerreiro segurou o braço do garoto antes dele tocar sua armadura então o jogou com força de volta ao chão.

Charly tentou se levantar então Solomon chutou sua barriga, fazendo-o perder o ar e bater o peito contra o chão. O garoto se arrastou para o lado então o pé do guerreiro o acertou novamente. Charly largou a espada curta e cobriu o estômago com as mãos.

— Isso é o melhor que você faz? – falou Solomon o olhando de cima.

Charly não respondeu, estava enjoado e gemendo de dor.

— Humpf... Previsível. – falou o guerreiro por fim. Então deu as costas para o garoto, indo em direção a seu martelo.

Charly pode ver Nipples o encarando preocupado, Arlindo o observando sem nenhuma reação e Dorothy com o olhar perdido para o chão. O garoto então olhou para Solomon pegando seu martelo e se esforçou ao máximo para ficar de pé novamente.

— Não... Não é m-meu me-lhor. E-eu ainda não... Acabei. – gaguejou o garoto pegando sua espada curta do chão.

Solomon olhou para ele, Charly simplesmente não tinha mais condições de lutar, continuava de pé por pura teimosia.

— Eu já acabei. – disse o guerreiro e continuou andando.

Charly então correu em sua direção, para atingir suas costas, mas acabou tropeçando no caminho e caindo no chão. Solomon se virou para ele novamente.

— Pare com isso. – disse ele. – Está patético.

— Não... – gemeu Charly se erguendo lentamente.

— Você não é forte garoto. Não consegue me ferir e não consegue aguentar meus golpes. Sua armadura é frágil e seu corpo claramente não tem porte pra vestir uma maior e melhor. Você é fraco e nenhum um pouco resistente, não serve como guerreiro e nunca servirá.

Charly soltou seu corpo, ficando de joelhos no chão. As lágrimas correram pelo seu rosto sujo e arranhado pela terra vermelha enquanto ele olhava para ela. “Eu perdi…”, pensava o garoto derrotado. Dorothy então foi até ele, agachou ao seu lado e o abraçou.

— Você está bem? – perguntou a paladina preocupada, mas o garoto não quis responder, sentia muita vergonha para falar com ela naquele momento.

— Isso, agora vai e diz pra ele que vai ficar tudo bem. – falou Solomon guardando o martelo – Incentiva ele a continuar e fala que a coragem dele é algo bom e não uma estupidez que vai levá-lo à morte…

— Qual é o seu problema?! – perguntou Dorothy se levantando, irritada e confusa com o guerreiro.

— O meu problema é que eu vejo como vocês olham pra mim. Pra vocês eu sou o cara mau, não é?! Porque eu não fico distribuindo sorrisos falsos – falou e olhou para Arlindo – quer dizer que eu sou o ignorante sem sentimentos, mas quer saber?! Vocês são muito piores do que eu. Vocês trouxeram o moleque, vocês o incentivaram a lutar mesmo sabendo que ele nunca será um guerreiro de verdade. Eu ao menos fui sincero! – exclamou agora para Dorothy. – Eu espero que a criança não morra, mas do jeito que você manda ele pra cima de lobos com o dobro de seu tamanho… Humpf, não vai demorar muito.

— Eu não vou deixar nada acontecer com ele… – disse Dorothy, com a voz um pouco trêmula.

— Eu não ligo pro que vai fazer. Eu vim aqui pelo ouro e apenas isso e se você acha que eu sou o pior daqui é porque você ainda não percebeu o que fez...

Dorothy olhou para Solomon sem saber o que responder, estava chocada com suas palavras. O guerreiro apenas a ignorou e parou na frente de Charly. O garoto estava arrasado, o que havia ouvido havia doido mais do que os golpes de martelo que levara. E no final, Solomon estava certo. Charly não era forte ou resistente o suficiente para ser um bom guerreiro, ele não podia lutar com uma arma grande, não podia usar uma armadura pesada. Não importava quanto tempo ele treinasse, ele nunca seria como Solomon.

— Você não devia estar aqui garoto. Você não sabe lutar e se acha que sabe vai morrer tentando provar isso. O campo de batalha é para guerreiros, da próxima vez que tiver uma luta vê se não se mete e se esconde que nem o serviçal. O Norte não é lugar pra gente fraca...


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Notas finais do capítulo

E ae pessoaaaas lindaaaas!!! 100 comentáriooos!!! *---*
Pois é, eu to muito feliz. E por isso estou postando hoje esse capítulo!
O primeiro capítulo do Charly! O que acharam?
Comentem aí :DD