P.O.V's Kayla.

Eu sei que Roy está mentindo, mas nada vai estragar a noite hoje, pelo menos não agora.

Ao sair pelo elevador, a música Radioactive de Imagine Dragons, só que na versão do Pentatonix tocava. Eu sinceramente amo a versão do Pentatonix, eles são super talentosos.

Roy segurava minha mão, apesar de estar chateada, não posso esquecer que essa é somente a primeira vez que ele mente. Acho que deveria deixar passar, afinal, não gosto de guardar mágoa, para mim já basta as que eu tenho com outras pessoas.

Não vou brigar com Roy.

A música acabou e deu início início a We Own The Night, de The Wanted. Sinceramente, isso está parecendo uma balada de adolescentes, porém todos estão se divertindo. Já sei como vou zoar o pessoal da S.H.I.E.L.D., ah se vou!

Roy me guiou até a mesa reservada para nós. Lembro que a playlist da festa foi feita por mim, Roy, Natasha, Peter, Tony e Clint, eu estava morrendo de tédio numa dessas semanas de quarentena e aí, acabamos fazendo a essa coisa maluca.

A mesa já estava cheia, todos estavam ali. Okay Kayla, mantenha o foco. Mantenha o foco!

-Olá pessoal. - cumprimento e Roy só acena com a cabeça.

Íris está emburrada, já deve ter brigado com Barry, que também não parece muito bem, Caitlin e Ronnie estão rindo de algo e Peter e Gwen conversam baixo. Olho ao redor, Oliver e Felicity estão acompanhados de John e Layla, parece que eles decidiram vir de última hora. Os Vingadores estão sentados em uma mesa maior que as outras, talvez pelo fato de serem um número maior de pessoas. Lembro que Lucas está com a babá no andar de Clint e Laura, ou seja, hoje eles vão farrear!

Vou até Caitlin, dou um beijo em sua bochecha e ela devolve fazendo o mesmo cumprimento. Cait tem sido minha amiga a muito tempo, desde de o surto do Barry.

-Kayla, esse é o... - Cait estava falando, só que o seu namorado a interrompe.

-Pequena Stark... - Ronnie diz.

-Ronald McDonald... - eu o abraço.

Quando eu fiz dezoito anos, pedi a Tony que me deixasse ir para Holanda passar as férias, lá, aconteceram várias coisas comigo, mas não vêm ao caso agora. Na Holanda, eu conheci Ronald - ou Ronnie -, em uma convenção sobre Anatomia Humana, ficamos no mesmo grupo de internos em um curso proporcionado, isso durou mais ou menos dois anos, ficamos amigos.

-Espera, vocês se conhecem? - Caitlin perguntou. Ela parecia bem confusa e até mesmo enciumada, por isso, logo explico a ela.

-Ele é tipo um irmão para mim, nos conhecemos a uns quatro anos atrás... - contei a história de como nos conhecemos, mas de forma rápida.

-Por que não me disseram antes? - ela perguntou, sorrindo. Acho que tirei um peso nas costas dela.

-Você disse que o nome dele era Ronnie, não Ronald, eu o apelidei de Ronald McDonald porque ele gostava de ir comer no McDonalds, um dia peguei ele dançando para umas crianças lá, vestido de Ronald, foi cômico. - digo, acabamos rindo.

Fui cumprimentar Gwen, claro que não somos próximas, mas seria falta de educação. Ao cumprimentar Peter, o abraço, não pude evitar cheirá-lo, seu cheiro é adocicado e apreciável, reconheceria esse cheiro único a quilômetros de distância.

Para não ser muito mal educada, aperto a mão de Íris e ela me devolve um sorriso cínico. Oh Falsiane... Também cumprimento Barry, dou um abraço leve, simples.

Enfim me sento e percebo certa inquietação em Roy, seja o que for, conversaremos mais tarde.

Ao término da música, Tony se levanta e pega um microfone no palco - nem preciso dizer que o palco está no centro da "grande sala" -, só espero que ele não esteja planejando fazer um...

-Hey amigos! Bom, vou ser direto. Agradeço a presença de vocês e blá, blá, blá... Devem estar se perguntando: Por que tem um palco na festa? Ora essas... É um karaokê!

Que merda!

-A regra é simples: Uma pessoa vai cantar e vai desafiar alguém a entrar no meio da música, assim formando um dueto. Essa pessoa que foi desafiada, será a próxima a cantar e assim sucessivamente. - ele explicou -, alguma dúvida? Não? Ótimo! Ah, e sim! Todos são obrigados a participar, não é Fury?

-Isso aí Stark. - Fury afirmou levantando uma taça de champanhe. Sério? Até ele?

-Viram? Até o Pirata concordou. Então... Que o show comece! Eu primeiro!

A música que Tony começou a cantar foi Marvin Gaye, de Charlie Puth e Maghan Trainor. Ele começou a cantar e seus olhos se direcionaram a mim.

"...Vamos dar uma de Marvin Gaye e mandar ver

Você tem a cura que eu quero

Assim como eles dizem na música

Até o amanhecer, vamos dar uma de Marvin Gaye e mandar ver..."

Droga! Ele me escolheu!

Ele pulou do palco e veio até mim fazendo uma dancinha bizarra. Ele me pegou pela mão e pessoal começou a gritar:

-Kayla! Kayla...!

Adivinha quem puxou? Clint, aquele passarinho depenado, cabeça de abacaxi, imitação do Legolas, protótipo mal feito do Robin Hood! Barton eu te mato!

"...Temos essa cama grande só para nós

Não temos que dividir com mais ninguém

Não fique guardando seus segredos

É um "mostre e faça" de kama sutra

Tem amor nos seus olhos

Que me puxa para mais perto

É tão sútil, eu estou em apuros

Mas eu prefiro estar em apuros com você..."

Tony fez o Charlie e eu a Meghan. Ele fazia poses estranhas e quando chegou no coro, ele se voltou para mim. Comecei a fazer a "minha" parte e quer saber?

Entrei na onda!

"...Vamos dar uma de Marvin Gaye e mandar ver

Você tem a cura que eu quero

Assim como eles dizem na música

Até o amanhecer, vamos dar uma de Marvin Gaye e mandar ver..."

Meus olhos encontraram o de Roy e mandei um beijo. Ele riu e cara! Como esse sorriso me mata! Quando ele sorri é como se eu visse um spoiler da temporada seguinte da minha série favorita, como se um romance entre meus shippes favoritos de Jogos Vorazes, Divergentes ou The Vampires Diares - sim, eu vejo esse tipo de coisa -, fosse possíveis e eu pudesse conhecer o elenco completo de Dr. House. Eu já estou toda elétrica e nem bebi ainda, imagina quando eu beber! Mas sim, eu gosto daquele sorriso.

"...Você tem que se entregar a mim

Estou gritando misericórdia, misericórdia, por favor

Assim como eles dizem na música

Até o amanhecer, vamos dar uma de Marvin Gaye e mandar ver..."

A música terminou e Tony disse:

-Eu sei pessoal, o J.A.R.V.I.S. está gravando tudo e depois eu mando os CD's pra vocês, pode deixar, mas autógrafos é com os cantores aí. - tenho certeza que irei me arrepender disso... - Vai Princesa Stark, sua vez.

Uma música do nada se passou pela minha cabeça. Um pouco ousada, mas que se dane! Eu vou é aproveitar!

Bang Bang, de Ariana Grande, Jessie J e Nicki Minaj.

Comecei fazendo a Jessie J, meus pés se encaminharam para fora do palco, peguei mais dois microfones, cheguei perto da mesa dos Vingadores e dei um para Laura, que me olhou surpresa. Ela seria a nossa Ariana e outro microfone foi para Natasha, que faria a Nicki.

Chamei as duas e elas vieram. Meu solo estava terminando, foi quando ela começaram a fazer o back vocal e aí, veio o coro:

"...Bangue bangue, no quarto
(eu sei o que você quer)

Bangue bangue, todinho em você
(vou deixar você pegar)

Espere um minuto, vou te levar até lá (ah)

Espere um minuto, vou te contar (ah)

Bangue bangue, lá vai o seu coração (eu sei que você quer)

No banco de trás do meu carro
(vou deixar você pegar)

Espere um minuto, vou te levar até lá

Espere um minuto (woah)..."

Laura começou a cantar como a Ariana e Natasha e eu fazíamos o back. De novo coro e em seguida o "rap" da Nicki que foi feito pela Nat. Fizemos o coro mais algumas vezes e então... "Bang!", mico eterno. Quando Natasha ver esse vídeo...

Laura me devolveu o microfone e Natasha entendeu o recado e subiu no palco. A introdução de Royals, de Lorde, foi feita e Natasha começou a cantar. A voz dela é bem bipolar, ela podia fazer tanto grave, mediano e agudo sem desafinar. Quando estava na segunda parte, ela chamou Clint, que subiu no palco e começou a cantar. Pode parecer surpreendente, mas ele cantava bem.

Na vez dele, Barton cantou Sugar, de Maroon 5, eu simplesmente comecei a cantarolar junto a ele, Clint chamou Steve, que por incrível que pareça, mandou a ver.

Na sua vez, Steve cantou Gimme That, de Cris Brown. Então... Foi tipo, super ousado dele e ele foi excelente! Ele acabou por chamar Roy, não me surpreendo, pois eles estão super amigos agora. Durante a música, Roy fez a segunda parte e olhava diretamente nos meus olhos. Dava até pra ficar constrangida.

Roy no final da música, fez um anúncio:

-Sem querer ser estraga prazeres, mas a música que eu vou cantar é para a Kayla. - e assim, o pessoal me olhou. Fiz um coração com a mão para Roy e ele riu.

As batidas de All That Matters, de Justin Bieber invadiram o local. Não acredito que ele teve coragem de cantar essa música, mas eu já devia desconfiar, esse é o toque do celular dele!

"...Você é tudo que importa para mim

Sim, sim, não me preocupo com mais ninguém

Se não for você, eu não sou eu mesmo

Você me faz completo

Você é tudo que importa para mim, sim, sim

O que é uma cama de rei sem uma rainha

Não existe "eu" no time

Para me fazer completo

Você é tudo o que importa pra mim

Tire a gasolina do carro e ele não vai andar

É assim que me sinto quando
você não está ao meu lado

Quando eu acordo de manhã com você ao meu lado, e só você..."

Lembro das inúmeras manhãs que acordei agarrada a ele. Eu chego a me punir mentalmente, eu sempre tive a mania de me agarrar a algo quando dormia porque me lembrava a minha mãe, ela sempre me abraçava e aí... Depois de sua "ida" tive que me acostumar a abraçar ursos de pelúcia, travesseiros e até mesmo Tony.

Tony no começo não foi um pai ausente, ele no primeiro dia chegou com aquela pose de poderoso chefão, que não se importava com nada, comprou um apartamento e me enfiou dentro, mas eu me agarrei nele e ele cedeu, passou um tempo no apartamento comigo, eu dormia abraçada com ele e tudo mais...

Voltando ao Roy, eu não consigo explicar, mas a sua voz e a música era simplesmente perfeita nesse momento. Lembro de como ele me acolheu no dia que nos conhecemos, de quando ele me levou para casa de moto e me ensinou a andar de bicicleta, de quando ele me tirou da sala de treinamento no momento que estava nervosa, de como nossa amizade evoluiu, isso se ainda podemos chamar de amizade e do nosso primeiro beijo, mesmo que fosse falso.

Não sei. Se nos beijassemos agora, eu não sei se conseguiria não sentir nada, acontece que eu, de certo modo, criei sentimentos por ele. Eu não penso em nada a não ser em ciências e Roy, quer dizer, penso também em outras coisas, mas as que mais me vêm na cabeça são ciências e Roy.

Eu gosto dele e é de uma forma diferente de que gostei de Barry.

E agora, somente uma coisa se passa em minha mente:

E se nos beijassemos agora?

Roy me fez esquecer Barry Allen.

Na segunda parte da música, Barry sussurrou no meu ouvido:

-Isso é uma declaração?

Não o respondo, volto a olhar para Roy, que parece ter visto a ceninha de Allen e assim, desafiou Barry.

No fim da música, os olhares nada amigáveis entre Roy e Barry parecem não ser notados, mas eu notei. Acredito que não foi só ele, porque Tony está sorrindo demais.

Barry tomou o microfone e escolheu a música. Lie To Me, The Wanted. Porque e escolheu logo essa música? Logo o solo de Jay começa, sendo seguido pelo solo de Tom. Eu amo essa música, a banda The Wanted, mas por que logo essa música?

"... Sorrindo, como se nada estivesse errado.

Você é boa em sorrir

Então mantenha isso estampado até o amanhecer

Até a manhã, porque se você se tornar verdadeira

Então nós vamos cair (nós vamos cair)

E nós caímos

Não diga que tudo isso é para o melhor..."

É, acho que isso define nossa situação. Para fazer Nathan, Barry escolheu Oliver. Cara, eu não imaginava Oliver Queen cantando uma música de uma boyband. Isso me surpreendeu.

Ao terminar, Barry voltou para a mesa, evitei olhá-lo, continuei com o sorriso no rosto, igual na música. Foi uma indireta para mim que eu entendi muito bem, não fui a única.

E de novo Oliver nos surpreendeu, cantando Best Song Ever, de One Direction e chamou para cantar consigo Caitlin. Acho que não foi preciso dizer que a música animou o lugar, porque antes chegava a ser depressivo. Mas não consegui prestar atenção.

Só tenho cabeça pra uma coisa agora:

Barry e Roy estão trocando indiretas, os dois gostam de mim. Tenho que tomar uma decisão antes que isso piore, mas acho que não dá pra piorar. Ou talvez, dê.