Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 16
Coisas Que Acontecem No Natal (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Eeeee!!! Outro capítulo de AINE!!! Vocês pediram a reação do Barry, então aí está, na verdade, eu não ia colocar, mas como vocês pediram...
(Parei)
Aqui é onde começa a saga de Natal (tá, mas não é Natal ainda né), como esse capítulo ficou ENORME, dividi em 3 PARTES (também da uma puladinha no tempo, 2 semanas, mas eu avisarei no texto). Espero que gostem, pois na 3ª parte, haverá uma surpresa!!! Yes, uma SURPRESA que vocês terão que ADIVINHAR, quem acertar, terá um trecho do capítulo 19 no PRIVADO!

Será dividido em três perguntas, sobre a Kayla, coisas que já postei em capítulos antigos, vocês terão que responder nos reviews, mas para isso, vão ter que ler os capítulos antigos e claro, recomendar a história para outros leitores, e essas pessoas têm que comentar e dizer o seu nome (no caso, de quem recomendou a leitura).
Acho que vai ser um pouco prolongado, mas prometo valer apena.

Então, primeira pergunta:

—Quantos anos a Kayla tinha quando sua mãe morreu? (Capítulo 1)

Kiss!



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P.O.V's Barry.

Agora é assim? Eu salvo a Kayla e me agradecem colocando o Harper no quarto dela? Sério isso?

Como já são quatro da manhã, Tony arranja um quarto para mim, Oliver, Felicity e John, o certo seria o Harper também ganhar né, mas agora ele é o "preferido" e divide o quarto com... Com ela.

Ao deitar, me reviro toda hora, de um lado para o outro sem parar. Eu não consigo dormir, quer dizer... Ela está diferente, mudada e ainda tem o Harper dormindo em sua cama!

Mas eles são namorados, seria normal rolar algo não é?

Do que estou falando?! Isso não é normal e nem deveria ser!

Num pulo, me ponho de pé e corro até o laboratório, digito rapidamente no teclado de um computador ligado a J.A.R.V.I.S., as câmeras de segurança dos quartos, eu posso estar curioso sobre Kayla e Harper, mas preciso de uma preparação.

A primeira cena que vejo é do quarto de Tony e Pepper, eles estão fazendo algo que eu classificaria proibido para menores de 18, já Felicity e Oliver dormem. Clint está dormindo sozinho, Laura é médica em um hospital e pega o plantão da madrugada, já Thor também dorme, assim como Bruce e John, Jane também prefere trabalhar a madrugada na S.H.I.E.L.D., Betty também está na base e a esposa de John, Layla, está em Starling City. Ao ver o quarto de Steve, vejo que há mais uma pessoa, a ruiva, Natasha, ambos dormem. O quarto de Peter está vazio.

Vazio?

-Vigiando os outros Allen? - pergunta uma voz, Peter.

-Fala a verdade, não ficou nem um pouco incomodado com o fato dela estar no mesmo quarto que Harper?

-Tecnicamente, ele está no quarto dela e sim, estou irritado, mas me manterei quieto.

-Sério? De nós dois, você é o que mais tem possibilidades com ela e você vai desistir? - pergunto descrente.

Não acredito que ele está sendo idiota, muito idiota.

-Eu prefiro observar. - ele diz.

Não acredito que ele vai deixar a garota que ele gosta ir assim, mas não posso dizer muita coisa, também estou fazendo o mesmo.

Consigo sentir a tristeza em suas palavras, o ressentimento e sinceridade.

Ele realmente gosta dela.

Ao colocar a imagem de Kayla e Harper, me irrito. Kayla está dormindo e Roy está acariciando sua cabeça, seus cabelos, seu rosto.

Que merda!

Saio do laboratório com pressa, mas Peter continua lá.

P.O.V's Kayla.

2 semanas depois.

Acordo me sentindo zonza. A ânsia de vômito...

Corro para o banheiro e coloco a cara dentro do vaso sanitário, o gosto ruim que eu conheço a algumas semanas volta para me assombrar. Ouço os passos pesados, Roy corre em minha direção e segura meus cabelos para que eu não os suje.

-Respira Kayla, respira... - ele tenta me acalmar e passa os braços sobre meus ombros.

A vontade de vomitar cessa. Dou descarga e me afasto do vaso, encosto minha cabeça na parede e agarro meus joelhos. Faz dias desde a última vez que acordei assim.

-Está tudo bem? - ele pergunta, se sentando ao meu lado.

-Agora está. - digo encarando meus pés. - Nossa cara, tinha que ser logo no Natal?

Suspiro e levanto, vou para a pia escovar os dentes. Graças a Roy, meus dias de repouso tem sido bem melhores. Quer dizer, com ele ao meu lado, não consigo pensar em Barry, no Peter, em ninguém, é só ele e eu.

O fato dele praticamente morar no meu quarto não me irrita, na verdade, é até divertido. Claro que, entre quatro paredes não precisamos fingir ou ser outra pessoa, somos apenas Roy e eu.

Encaro minha cara no espelho. Estou pálida, olheiras visíveis e com certeza, uma alto estima não lá muito boa. Roy se levanta e me olha pelo espelho, nossos olhos se encontram.

-Você está mesmo bem?

-Estou, deve ter sido mais uma reação, não se preocupe. - digo desviando o meu olhar do dele.

Sinto seus braços tocarem os meus, seu toque é suave, ele deve pensar que sou feita de vidro para ser tão cuidadoso. Ele me vira, já que estava de costas, segura meu queixo e diz:

-Promete?

-Estou bem, eu juro. - garanto.

Voltamos para a cama, ele se deitou na aérea que denominou ser a "sua parte da cama" e eu na minha parte. Roy tem dormido aqui na torre, a princípio ele queria ficar no quarto de hóspedes, mas Tony o obrigou a ficar no meu quarto.

Isso que eu não entendo, Tony é meu pai, tinha que me proteger de garotos, não me colocar no mesmo quarto com eles. Mas estar com Roy é diferente, me sinto confortável.

Apesar do nosso fingimento restar, nada aconteceu conosco, a não ser o beijo obrigado por Tony.

De certo modo, Roy é super gentil e cuidadoso comigo, não me sinto desconfortável com ele. É simplesmente normal para mim.

-É, hoje é Natal... - eu digo.

-Pois é... - ele diz. Seu tom é grave e calmo.

Nós dois encaramos o teto. O ano todo repassa na minha mente, como uma retrospectiva. Muita coisa aconteceu esse ano e pela primeira vez, participarei de um Natal em família.

Deito de lado e apóio minha cabeça na mão. Encarar Roy é tão tranquilizador, sua respiração vai e volta, como de uma pessoa normal, mas ele é diferente. Ele é tão... Calmo, suave, gentil.

Okay, parei de admirar ele.

Ele faz a mesma coisa e se vira para mim. Roy pega nossas mãos e junta elas, entrelaçando nossos dedos. Em seguida, ele leva nossas mãos a boca e deposita um beijo leve. Sorrio para ele e logo ele corresponde.


...You're all that matters to me, yeah, yeah
Ain't worried about nobody else
If it ain't you, I ain't myself
You make me complete...

A música All That Matters de Justin Bieber começa a tocar, reconheço por ser o toque de celular de Roy. Essa música de fato é linda, apesar de tudo, não consigo entender o gosto musical de Roy, acho que ele é como eu, eclético.

Ele pega o celular e atende.

-Okay... Tá Oliver... Já disse que vou... Estou saindo daqui já... Até.

Acontece que Roy foi liberado da sua "quarenta", parece que o Mirakuru também foi injetado nele, mas os laboratórios S.T.A.R. aplicaram a cura, infelizmente, eu ainda estou sob observação.

Roy desliga o celular, parece que mais uma emergência do emprego. Ele vive tendo que sair, às vezes de madrugada, queria entender o que ele tanto faz, mas não gosto de ser evasiva. Se ele quiser me contar, estarei pronta pra ouvir.

-Vou ter que sair. - ele diz, parece cabisbaixo, mas lanço um sorriso fraco. - Eu vou voltar logo, eu juro.

Ele beija minha bochecha e sai do quarto, sem mesmo tomar café da manhã e eu, bom, fico com a mão apoiada na bochecha que ele beijou. O que está acontecendo comigo?

[...]

Depois de um tempo, vou para a sala e encontro o pessoal de saída, ou seja, os Vingadores.

-O que tá rolando? - pergunto.

-Vamos lidar com uma caras da H.I.D.R.A., não se preocupe, é rápido. - diz Clint. - Tony já foi e pediu pra você receber o pessoal da decoração e buffett da festa. - e assim eles saíram.

Ah, me lembrei.

Tony organizou junto com a Pepper uma festa de Natal, será nós como sempre, Caitlin com Ronnie - finalmente vou conhecer o seu namorado -, Barry, Íris, Peter, Gwen, as parceira dos "Vingas", alguns conhecidos da S.H.I.E.L.D., ou seja, muitos agentes da S.H.I.E.L.D., Oliver e Felicity. John foi para casa, passar o Natal com a família dele, acho que esse é o motivo de Oliver precisar de Roy.

Acontece, que já são meio dia e nada de comida a vista. Terei que cozinhar.

[...]

P.O.V's Tony.

Terminamos a missão com êxito, mas nada de informações sobre Barney ou H.I.D.R.A., isso já começa a me irritar.

Voltamos para Torre e J.A.R.V.I.S. me recepciona.

-Onde tá a Princesa Kayla J.A.R.V.I.S.?

"Senhor, a senhorita Kayla está cozinhando."

Arregalo meus olhos e quase tenho um infarto. Os outros, assustados, me perguntaram se eu estava bem.

-Kayla mal sabe fritar um ovo, como ela pode estar cozinhando, na minha cozinha! Se ela... - a porta do elevador se abre, revelando um cheiro bom, de carne.

Caminho até a cozinha apressado, claro que estou com fome, mas não esperava presenciar o que vi, que seria:

Kayla e Peter juntos cozinhando. Ambos pareciam se divertir e faziam uma ótima comida - pelo menos, eu acho.

-O que tá rolando aqui?! - perguntei.

-Peter tá me ensinando a fazer carne assada. - disse Kayla. - Já que o buffett não chegou e eu estava com fome... Além de mim, só havia Peter na torre.

Ouço passos atrás de mim, quando penso em olhar quem é, Roy chega na cozinha com um corte no supercílio e um corte na boca. Isso quer dizer que ele estava de novo com o Oliver.

[...]

Ao chegar no laboratório, peço para J.A.R.V.I.S. me dar informações sobre Roy Harper, acabei descobrindo que seu nome completo é Roy William Harper Jr., ele morava no Glades até começar a trabalhar com o Oliver e o mesmo praticamente o obrigar a vir para Nova Iorque. O engraçado é que Kayla reconhece um mentiroso, mas não questiona sobre Roy, bem que dizem que o amor é cego.

Com certeza Kayla não sabe, eu é que não vou estragar a surpresa. Eles que se resolvam, eu só quero ver as tretas que vão vir por aí, afinal, é Natal!

Kayla entrou no laboratório, então fechei a página sobre Harper, por pouco ela não viu as informações sobre Roy.

-Tá escondendo o quê? - ela pergunta.

-Nada uê, eu não posso mais ter privacidade? Que abuso... - digo.

Uma coisa sobre os Stark's, somos péssimos mentirosos.

-Primeiro, ninguém tem privacidade nesse lugar, você colocou câmeras no meu quarto para vigiar Roy e eu! - tá, eu fiz isso e admito, poxa, eu sou liberal não idiota. Apesar que eles só fazem coisas melosas, nada de beijo, só abraços, mãos dadas... Clichê! -, Segundo, você não estava conversando com ninguém nesse telão.

-Tá, admito... - pensa Tony, pensa Tony! -, ... Eu pesquisava sobre os... Os... Os tempos de faculdade, sabe, lembrar do passado às vezes é bom.

-Você mente muito mal... - ela comenta. - Enfim, tenho que ir buscar aquelas roupas que encomendamos, posso ir e levar o Roy?

Eu dou qualquer coisa para que ela saia dessa sala agora.

-Tá, mas não invente de me trazer netos de presente. - digo.

-Ah, claro... - ela revira os olhos.

[...]

P.O.V's Roy.

Admito que ver Kayla e Peter juntos me deu uma pontada de ciúmes. Eles estavam se divertindo e tudo mais, talvez não tão estranho, mas mesmo assim, me senti desconfortável.

Almoçamos juntos, eu como sempre, me sento a direita de Kayla, por debaixo da mesa, entrelaço nossos dedos e ela me olha sorrindo.

Talvez estivéssemos nos envolvendo demais, nos deixando levar, mas isso é bom. É algo que eu não sinto a muito tempo, Kayla conseguiu ganhar meu coração de pouco a pouco, me fazendo esquecer Thea Queen.

Os preparativos estavam quase prontos, só faltava nos arrumar. Kayla me levou para as ruas, sismou que iria escolher a roupa que eu usaria na festa.

Chegamos em uma loja, Kayla praticamente me arrastou para dentro. Fiquei meio perdido, esse tipo de roupa não faz meu estilo, mas... Se eu tiver que usar por ela, usarei.

-Obrigada. - diz Kayla para a atendente. Logo ela se volta para mim. - Tony e eu já havíamos vindo aqui antes, para escolher as nossas roupas, tomei a liberdade de escolher uma pra você também, se importa? - ela perguntou mordendo o lábio inferior.

-Depende, se eu gostar... - digo.

-Eu achei a sua cara, mas invés de jaqueta, coloquei um cardigan... Quer saber? Experimente!

Ela me empurra para dentro do provador. Troco a roupa de antes pela a que Kayla me deu. Me olho no espelho antes de sair, realmente, Kayla é ótima, além de me trazer um dos estilo mais sofisticado, ainda acertou nas minhas cores favoritas.

Ela escolheu uma calça vermelho-sangue justa, blusa social branca e um cardigan preto. Eu não sei como, mas ela pensou em tudo, parece que sabia que eu iria gostar.

Saio do provador, a atendente e Kayla conversavam sobre algo, mas ao me verem, sorrisos apareceram em seus rostos. Eu já estava começando a ficar sem graça. O telefone da loja tocou e a atendente foi atender, já Kayla me encarava.

-E aí? Gostou? - ela perguntou duvidosa.

-Com certeza, na verdade, me sinto normal. Acho que adotaria esse novo estilo. - vou para frente do espelho e consigo ver Kayla fazendo a "dancinha da vitória", ri dela e isso chamou sua atenção.

-Vem cá. - ela se aproxima de mim, no começo pensei que ela ia me bater, por ter rido dela, mas ela faz outra coisa.

Seus braços vão em direção a minha gola, ajeitando-a. Depois de ajeitar a gola, ela me rodeou e acertou o cardigan. Já na calça, ela puxou um pouco para cima.

-Agora... Sapatos... - ela raciocina. Nem percebo que no momento seguinte ela voltou com tênis de cano alto, ele é misturado preto, branco e vermelho. - Está bom?

-Você fez um milagre, me tirou das minhas jaquetas. - sorri para ela.

-Na verdade, Tony ajudou. Ele me fez vir nessa loja todos os dias dessa semana, enquanto você trabalhava. Eu escolhi uma roupa para o Steve, Peter, Thor, Bruce e Clint. Fora a minha e das mulheres deles. Você é o último da lista, porém o que mais me importa.

-Oh... Que fofo! - brinco com ela.

-Você que é um fofo! - ela disse apertando minha bochecha.

[...]

Voltamos para a Torre e a arrumação já estava feita. Mesas e cadeiras, um palco, pista de dança, bar e outros tipos de coisas que você só encontra em festas dadas pelos Stark, ou melhor, pelo Tony.

A sala onde ocorreria o evento estava vazia, estamos atrasados. Cada mesa é nomeada com uma palavra. A do Oliver está escrito "Arrow", dos Vingadores "Avengers", vi de relance uma mesa escrita "Poderoso Chefão", aposto que é do tal do Fury e a mesa onde Kayla e eu ficaremos está escrito "Treta".

-Quem se senta ao meu lado? - ela pega os papéis para conferir. -Roy a minha direita e Barry Allen a minha esquerda.

-Se quiser, podemos trocar. - sugiro.

-Tony iria desconfiar e faria um barraco depois, é melhor deixar como está. - ela diz.

A ordem é - na direção da direita - Kayla, eu, Caitlin, Ronnie, Gwen, Peter, Íris e Barry. Tony com certeza nos juntou para dar merda e agora, bom, pela quantidade de bebidas compradas, tenho certeza que dará.

-Vamos, temos que nos arrumar. - disse ela pegando minha mão.

Fomos para seu quarto, parece que todos já estavam se arrumando e nós, como sempre, atrazados.

-Eu primeiro! - ela disse. Parece que retomaremos a discussão de quem toma banho primeiro.

-Kayla, você demora um século! - protesto.

-É bem eu mesmo? - ele pergunta.

Tá, confesso. Eu demoro mais no banho que ela. Mas mesmo assim ela sempre me deixa ir primeiro.

Ao terminar o banho, visto as roupas que Kayla escolheu. Para não demorar, saio do banheiro descalço e colocando a blusa. Dou uma última olhada dentro do banheiro, afinal, seria muito rude de minha parte bagunçar.

-Roy, vermelho ou prata? - Kayla vem me perguntar sobre qual brinco deveria usar.

-Prata, vai dar uma quebrada. - respondo.

Ela concorda e vai colocar os brincos. Com certeza ela utilizou o banheiro central do andar, porque seus cabelos estão molhados, eles não estavam molhados antes.

Kayla está usando um vestido básico vermelho, grudado no corpo, ou seja, marca suas curvas e o mais surpreendente é vê-la usar um salto, mas deve ser para disfarçar a sua altura. Enquanto eu tenho 1,75 ela tem 1,57, ou seja, falta de fermento aí. Nem ouse brincar com a altura dela, só se você quiser morrer ou irritá-la profundamente.

Mas Kayla nunca escondeu sua altura e com esses sapatos, ela deve ficar com uns... 1,65 ou 1,67. Já sua maquiagem, bom, é simples, nada chamativo demais, com excessão de seus lábios. Eles estão num tom vermelho sangue, isso a torna mais atraente do que já é.

Termino de abotoar minha camisa e levanto a gola. Eu realmente não nasci pra ser um "mauricinho", não iria me acostumar a usar esse tipo de blusa, mesmo que goste e ache legal.

-Você não vai aprender né? - ela diz sorrindo em minha direção.

Suas mãos rodeiam de novo o meu pescoço, ela dobra a gola e ajeita o cardigan. Por um momento, encaro seus olhos, seu jeito cuidadoso e prestativo, seus olhos escuros, seu toque suave.

-Vamos? - ela pergunta ainda segurando a ponta do cardigan.

-Vamos. - digo a ela.

Quando estávamos quase saindo, ela me perguntou:

-Aonde você arrumou esses cortes? Eu não quis perguntar antes para não ser muito invasiva... Brigou com alguém? Oliver e você... - ela me perguntou. Em seguida, me puxou para dentro do quarto novamente e me faz sentar na poltrona.

-Olha, isso não é nada, já estive pior... - ela caminhou até o banheiro e voltou com a maleta onde guardava os remédios.

Ela tirou os sapatos e se sentou no braço da poltrona, dava para ver que estava desconfortável, mas mesmo assim tentava me ajudar.

Ao sentir o algodão com álcool tocando por cima da minha sombrancelha, já dói. Claro que já senti coisas piores, maiores e mil vezes mais assustadoras, apesar de tudo, as pequenas coisas ainda me machucam.

Depois de um certo tempo pressionando o machucado, ela tira o algodão com um pouco do meu sangue ainda.

Ela olhava para o chão cabisbaixa, eu nunca escondi algo dela, sempre fui sincero e agora, bom... Chego em "casa", machucado e estranho, isso não é muito legal, nem honesto da minha parte.

-...Olha... - peguei suas mãos, por um momento nossos olhos se encontram. -... Não foi o Oliver tá? Ele me ajudou, foi uma confusão com um outro funcionário... - minto.

Essa é a primeira e última vez que minto para ela, não quero viver escondendo o motivo das minhas saídas do nada, eu vou contar que sou ajudante do Vigilante e dependendo da reação dela, saberei o que fazer.

-Me diga que ele ficou pior que você. - ela sorriu.

-É, ele ficou. - garanto e ela desfaz o sorriso de uma maneira meio triste. Ela sabe que eu estou mentindo.

Quando Kayla ia se levantar, a puxei de volta e ela caiu encima de mim, gargalhamos juntos e assim, ela me abraçou.

Estamos bem agora.

Saímos do quarto rumo ao elevador, estaremos reunidos em muitas pessoas, mas como uma só família. Eu cresci nas ruas dos Glades, eu fui a minha própria família, mas agora, eu faço parte de uma família, uma grande e estranha família.

E talvez no fim dessa noite, eu esteja bêbado ou faça alguma idotice que vai fazer Kayla me odiar, mas... O que é uma vida sem riscos? Nós aprendemos com os nossos próprios erros. É assim que funciona.

Estou decidido a dar um salto na escuridão, um chute no nada, mas não posso negar meus desejos, não físicos, mas sentimentais.

É a hora de renascer.


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Notas finais do capítulo

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