P.O.V's Kayla.

Okay.

Situação atual: Sequestrada.

Isso aconteceu quando... É melhor contar do começo mesmo.

[...]

-Érika Wayne?! - digo perplexa.

-Kayla Stark! Como você tá gata! - diz Érika me abraçando.

Érika foi minha melhor amiga no primeiro ano da faculdade, mas depois ela desistiu e começou a cursar administração. Apesar de ser filha do diretor Wayne - ele também tem uma rede de empresas -, ela nunca gostou de ser tratada com privilégios, admito que somos um pouco parecidas, só Érika é uma garota de atitude.

Reencontrá-la foi uma boa para mim, uma amiga que me entende, que gostava de mim pelo o que eu era.

-Uau, sério, você cresceu! - Érika sempre gostou de me chamar de baixinha, mas ela não podia falar muita coisa com seus 1,59, mas ela sempre usa saltos, saltos de quinze centímetros, ou seja... Ela desfila por toda Nova Iorque em cima do seu salto quinze chamando atenção, afinal, ela pode, ela é bonita e de saltos fica com 1,74 de altura.

-E aí? Continua aprontando como antes? - pergunto, tentando desviar do assunto, minha altura nunca foi o assunto que mais me agradava.

-Ah, tá bem melhor, quer dizer... Meu pai aceitou o fato que ele é melhor como diretor do que como CEO de uma empresa. - ela suspirou.

Continuamos andando pelo centro, sei que ela me esconde algo, acho que nasci com um dom para saber quando alguém esconde segredos.

-Você sabe que eu não estou falando disso... - digo a ela.

-Eu terminei com o meu último namorado, mas... Eu ainda gosto dele. - ela suspira mais uma vez. - Mas eu não sei onde ele está, a última vez que o vi foi... Foi à muito tempo...

Sinto a sinceridade em suas palavras, Érika sempre foi do tipo de garota que não espera o homem tomar a atitude, mas quando um homem lhe conquista... Isso é raro.

-E você? - ela me pergunta.

-Bom... - penso nos últimos acontecimentos, principalmente em Roy. - Tem um cara... Ele é do tipo "rostinho de playboy, mas por dentro é um anjo", quer dizer, ele é super gentil, carinhoso, divertido e não é preguiçoso. - digo.

-Ele é gay? - pergunta ela.

Nós duas viramos em uma esquina, falta pouco para meu destino.

-Não, ele não é gay. - digo, Érika tem uma forma bem complexa de pensar, ou seja, qualquer homem legal que aparece ela acha que é gay.

-O meu ex também era legal, até me trair e ir embora em seguida. - ela diz. - Tem certeza que ele não é gay?

-Não, ele não é gay, aliás, é o primeiro cara que eu realmente me interesso. - reforço a ideia.

-Então... Finalmente um homem conseguiu laçar o coração da pequena Stark? - Érika parecia surpresa e em seguida gritou para todos da rua ouvirem. - Kayla Stark está apaixonada!

A cutuquei e puxei seu braço, ela adora uma cena. O pessoal da rua está olhando para nós duas e eu evito olhar para eles, pois isso me constrange.

Chego ao meu destino, Érika olha para mim e me abraça.

-Sério, estou feliz por você. - ela me diz.

-Até Érika...

Finalmente, faço o que tinha que fazer.

[...]

Ao terminar na loja, volto para casa.

A Torre está com as luzes apagadas o que é estranho porque ela foi projetada para ser um exemplo de energia auto-sustentável. Começo a suspeitar que algo ruim irá acontecer.

Ao entrar, tento me comunicar com Tony ou qualquer um relacionado com a Torre, porém, nenhum dela me atende, nem mesmo Roy. Como não sou burra, não oego o elevador e também não utilizo as escadas, imagina subir 57 andares? Fora os andares que ficam no subsolo - Tony pensa que me engana.

Sento-me ali mesmo no chão do estacionamento, ele está escuro, mais tão escuro que já começo a me sentir como um animal diurno que não gosta da noite.

A bateria do meu celular está na metade, para ser exata, está com 52%. É melhor eu economizar. Coloco em modo econômico e desativo todos os aplicativos. Não posso nem usar lanterna.

O mais ruim disso tudo é:

Não sei se é uma simulação, se Tony está zoando com minha cara ou se de fato acabou a luz, mas duvido muito da segunda e da terceira hipótese. A primeira, uma simulação. Mas simulação de que?

No mesmo instante, ouço barulhos de pegadas, no começo, pensei que fosse alguém da Torre, mas a pessoa está sendo cuidadosa demais com seus passos.

Eu sei que daqui em adiante, vou me ferrar legal então, antes que me trucidem - olha sinismo Stark aí -, decido mandar uma mensagem para Tony - pelo menos eu tenho Wi-Fi na rua.

Começo a digitar rapidamente.

"Pai, me levaram a força da Torre, me ajuda por favor, é só isso que consigo dizer, help!"

Antes de enviar, esperei a confirmação de que era alguém que realmente queria me tirar a força, foi quando disseram:

-Kayla Stark, de fato, é muito parecida com sua mãe... - uma voz entre a escuridão disse.

Apertei "enviar" e me concentrei em achar outro número na minha agenda, um número que provavelmente viria até mim o mais rápido possível.

Roy.

Do nada, um flash de luz iluminou todo o estacionamento, foi quando eu vi.

A voz no meio da escuridão finalmente apressa os passos e mostra as caras, eu nunca o vi na minha vida.

Eu tô ferrada, ferrada mesmo!

Um fato sobre mim:

Eu posso tá na merda, mas não xingo.

Dou um passo vacilante para trás e acabo caindo de bunda no chão, me rastejo ainda na direção do meu carro, talvez se eu chegar perto o bastante...

Mas já havia uma pessoa atrás de mim.

-A onde vai, Kayla? - ele pergunta.

Olho para o celular, o número de Roy está bem na minha cara, ligo para ele.

Recuo, mas continuo com o celular no ouvido e agora consigo ver mais homens, todos de preto, todos inimigos. São muitos caras para lutar, eu serei levada daqui com certeza.

-Alô? Kayla, tá tudo bem? Eu já estou saindo daqui, o cinema ainda tá de pé? - ele pergunta.

-Vem pra cá agora, me ajuda, eles vão me levar daqui!

Não deu nem tempo para ele responder, meu celular foi arremessado longe, lá para porta do elevador.

-Que feio Kayla, sua mãe não se orgulharia disso. - o homem da voz misteriosa vestia um terno e os cabelos estavam exageradamente penteado para trás.

Homens se aproximam, eu não posso lutar contra eles, não mesmo. Dois deles seguram meus braços e tudo que consigo sentir é o uma picada no braço.

-Bons sonhos, Kaylinha...

E assim, de novo, eu me entrego a escuridão... Merda!

[...]

P.O.V's Roy.

Hoje é quarta-feira, dia de cinema com a Kayla. Eu pedi a noite de folga pra Oliver, bom, ele me perturbou bastante, fazendo insinuações sobre Kayla e eu. Oliver é um irmão mais velho emprestado legal, mas ele acaba se tornando um Tony Stark na minha vida.

Eu estava meio atrasado, ainda nem tinha tirado a roupa do Arsenal... Foi quando ouvi o meu celular tocar, era Kayla.

-Alô? Kayla, tá tudo bem? Eu já estou saindo daqui, o cinema ainda tá de pé? - pergunto a ela.

-Vem pra cá agora, me ajuda, eles vão me levar daqui! - ela responde.

O desespero de sua voz é evidente, talvez fosse a hora dela saber quem eu sou, o que faço. Ela estava em perigo, eu tenho que ajudá-la.

Tentei me comunicar, mas parece que o celular dela caiu no chão e eu só ouvi depois um papo sobre a mãe dela, mas não prestei muita atenção e fui para a Torre.

Ao chegar lá, encontrei o local já vazio e escuro. Rondei o estacionamento, tudo estava escuro e nenhum sinal dela, até que as luzes se acenderam.

Tony, Barry, Peter e os Vingadores me encaravam, todos armados e apontavam para mim.

-O que você e seu amiguinho de verde fizeram com ela?! - gritou Tony.

-O quê? - eu perguntei. Abaixei o arco e disse em seguida. - Ela me ligou pedindo ajuda.

-Há quanto tempo? - pergunta Barry.

-Há uns dez minutos. - respondo.

Começamos a procurar pistas de arrombamento, luta, qualquer coisa, qualquer uma. Eu não demonstrava, mas estou preocupado e a sensação que estou sendo inútil é pior ainda.

-Gente, achei algo. - gritou Peter e logo se aproximou. - É o celular dela e a última ligação... Foi para o Roy.

-Eu disse. - confirmei. - A gente ia... - Tony me interrompe.

-... Quarta do cinema? - assenti.

Pego meu celular e ligo para Oliver.

-O que está fazendo? - Barry pergunta.

Não o respondo, e logo depois de três toques, Oliver atende.

-O que foi Roy? - ele me perguntou.

-Kayla foi sequestrada. - digo.

-O quê? Vocês precisam de ajuda? - pergunta uma voz afeminada, Felicity. Com certeza está no viva voz.

Tony retirou o celular da minha mão.

-Coloquei um rastreador no punho da Kayla, mas o J.A.R.V.I.S. foi infectado com vírus, vou levar um tempo pra consertar.

Eu não sei qual foi o rumo das coisas, mas quando dei por mim, Felicity, John, Oliver... Todos nós estávamos juntos na Torre para descobrir sobre Kayla.

Barry me olhava como se eu fosse o culpado e Peter estava investigando sobre uma pista que acharam no estacionamento, uma pegada. Era grande demais para ser da Kayla, mas acho que isso não é para procurar por alguém, mas sim, para descartar se foi um de nós.

Barry se aproximou, sua expressão tinha uma certa... Irritação.

-A culpa é sua. - ele diz.

Os outros fingiam que não prestavam atenção, mas eu sabia que sim.

-O quê? - pergunto.

-Você sempre se fazendo de ingênuo, o santinho... Mas foi só você aparecer que a Kayla começou a se meter em encrencas.

-Você nem sabe do que tá falando, parece uma criança mimada. - me aproximo mas dele, o intimidando.

-Você não sabe nada sobre mim.

-Meu pai morreu e o seu?

Acho que peguei pesado, meter pais no meio...

Barry me empurrou e eu o empurrei de volta, iríamos começar uma luta se não fosse por Peter.

Peter lançou uma rajada de teias, colando Barry e eu na parede. Peter é o Homem-Aranha. Barry usou sua velocidade para se soltar e eu, bom, peguei uma flecha e cortei a teia que me rodeava.

-Minha mãe foi assassinada e o meu pai foi acusado de matar ela. - respondeu Barry, ainda me encarando.

-Sério? Meus pais morreram para me salvar, meu tio foi assassinado e minha tia morreu em um acidente, querem descobrir quem é o pior? - comentou Peter se metendo no meio.

-Calem a boca! - gritou Tony repreendendo nós três. - Você - e apontou para Barry -, adora fazer cena e se acha só porque é o Flash. Você - ele apontou para Peter -, já conversamos sobre seu passado e sobre ser o teiudo nas horas erradas. E você - ele apontou para mim -, acho que já pode parar de ser o valentão... - ele tentava dizer o meu... Codinome.

-Arsenal. - respondo.

Ótimo, Kayla tem Peter, Barry e eu na cola dela.

-Encontrei! - gritou Felicity. - Ela está em Washington D.C., acho que eles não sabiam sobre o rastreador porque não tiraram.

-Vamos. - disse Tony. - Esqueçam essa conversa aqui, Kayla não sabe sobre Roy.

-Espera, eu e o Peter... - Barry questionou, ela ainda achava que a Kayla não sabia sobre o Flash. Tony concordou. - Sério? Ela finge tão bem...

Pegamos uma espécie de... Avião-jato que eles chamam de Quinjet. Quando pensamos que estava tudo bem, quase perto do local, Oliver e Clint iniciaram uma briguinha, de novo.

-Todos sabem que a pontaria é a melhor forma de se acertar um alvo. - disse Clint.

-A força é o mais importante na hora de acertar o alvo. - discordou Oliver.

-Calem a boca! - eu grito.

O resto da nave olhou para mim.

-Dá pra ser mais rápido? Não sabemos em qual situação ela está! - digo, tentando desviar a atenção deles para mim.

-Sério? Kayla envolvida num retângulo amoroso? - comentou uma ruiva que chamam de Natasha.

Ótimo, agora eu sou o namoradinho enciumado...

[...]

P.O.V's Kayla.

Acordo sentindo tudo doer e o vômito em minha garganta. Viro para o lado e vomito, mas... Invés de algo que comi, foi sangue.

Olho ao redor e limpo a boca com as costas da mão. Um fio está ligado a minha veia do braço direito, um líquido circula entrando e saindo do meu corpo. Eu me sinto estranha.

-Olá, querida. - uma voz, a mesma voz do estacionamento, o homem de terno.

-Quem é você? - pergunto.

Minha garganta está seca, meus membros doloridos e cansados. Eu me entrego a dor, é como algo profundo e pontudo, tudo dói, nada é confortável.

O desconfortável se tornou confortável, meus músculos relaxaram, meus ossos descansaram e minha visão está turva.

Com dificuldade, enxergo o que o homem estava fazendo, ele injetou algo na minha veia, logo senti minha estrutura e imunidade mudar.

-Eu injetei paládio nas suas veias, como você sabe, isso não é muito bom, nem para você e nem para seu querido pai. - o homem ainda continua sério, mas percebo o sinismo misturado com sarcasmo e uma ponta de inveja.

-Quem... É... Você? - continuo com a minha pergunta inicial. Tenho dificuldade para falar.

-Meu nome? - ele riu. - Você quer saber meu nome? Tudo bem, meu nome é Barney Barton.

Quando ele disse o nome dele, meu mundo pareceu ser tão... pequeno. Clint é meu tio emprestado e é irmão de Barney, que por acaso namorou a minha mãe e meu pai odeia ele.

Esse mundo é pequeno.

-Tenha bons sonhos, novamente.

[...]

P.O.V's Tony.

As briguinhas e implicâncias de Oliver e Clint não são nada se comparado ao relacionamento da Kayla com os três patetas - Roy, Barry e Peter. Isso já começou a me irritar e me tira do foco.

Meu foco é achar Kayla e fazer que dez isso sofrer, mas as brigas deles relacionados à ela já é o bastante para que eu me lembre do quão impotente estou sendo.

Mas é melhor começar a bolar um plano.

Oliver por incrível que pareça quis se meter, então, temos mais quatro no time, se contar com ele e os três patetas. John ficou de guarda para Felicity, que está cuidando do J.A.R.V.I.S., claro que fiquei meio receoso em entregar o meu "parceiro" nas mãos dela, mas não consigo pensar muito bem sobre pressão.

-Estamos perto. - avisou Clint que estava pilotando o Quinjet junto com a Aranha ruiva.

-Pessoal. - disse Steve chamando nossa atenção. - O plano é o seguinte...

Depois de ouvirmos o plano do Capicolé, a nave pousou e o nosso plano foi colocado em ação.