Os últimos imortais escrita por gurozu


Capítulo 3
Capitulo 2: O trio reunido.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, espero que gostem.



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“Os humanos são criaturas temporais por natureza”.

Esse é a frase que define a pessoa que conheço como Clack, desde cedo ela já sabia usar sua habilidade com precisão, diz ela que “não é muito difícil depois que você se acostuma”, embora eu não acredite muito nela.

–Porque vocês me chamaram? Eu poderia estar fazendo alguma coisa.

–Mas não estava eu confirmei.

Maldita Clack, sempre com seus joguinhos temporais.

–Mas oque vocês planejam fazer comigo?

–Não podemos sair juntos como nos velhos tempos?

Lulp tinha razão, há muito tempo que nós três não saímos juntos.

–Eu estava pensando em tomarmos um sorvete, mas podemos fazer outras coisas se vocês quiserem.

–Eu aceito o sorvete.

–Fazer oque, também aceito um.

–Beleza, vamos tomar um bem geladinho, por sua conta claro.

–Hã? Porque eu que tenho que pagar?

–Porque nós te convidamos o mínimo a fazer é pagar pra nós.

–Espera, acho que as coisas estão invertidas aqui.

–Pode achar oque quiser, eu não ligo.

–Calma pessoal, vamos apenas tomar o sorvete e conversar um pouco, sem brigas.

–Certo, mas da próxima vez você paga o sorvete.

–Tá, vamos logo.

Chegamos à sorveteria, daquelas que você monta o sorvete. Eu peguei um de chocolate com calda de uva e morango, Lulp pegou um de Morando com frutas e cobertura de banana e Clack pegou um de Limão com jujubas e calda de caramelo.

–Ainda bem que eu não paguei você come demais Clack.

–Pare de ser exagerado, eu só peguei...

–Sete bolas de sorvete?

–Não enche Lulp, a culpa não é minha se vocês pegaram pouco sorvete.

Eu reviro os olhos, andamos até um parque publico, estava um belo dia, embora a presença de Clack me irrite às vezes, é legal saber que não estou perdendo tempo em casa agora.

–Você vem muito aqui?

–Não, não costumo sair muito nos fins de semana.

–Isso é ruim, precisa aproveitar mais a vida tipo eu.

–Não acho que arriscar ela seja a melhor maneira de usá-la.

–Você que sabe.

–Mudando de assunto, vocês têm visto o Gluld?

–Não, mas ouvi dizer que ele está na Rússia.

–Legal saber, ele é tão descuidado que achei que poderia ter sido capturado.

Gluld é talvez a pessoa mais desastrada depois da Clack, ele possui um poder que eu chamo carinhosamente de “vai dá merda!” que, literalmente, quebra tudo em um raio de dez metros de distancia dele incluindo pra cima e pra baixo.

–Você sabe que o Gluld é mais cuidadoso que a Clack.

–Ei!

–Foi mal, mas continuando o assunto, como vocês planejam passar os próximos anos?

–Eu planejo ficar na galeria de arte em algum cargo de salário bom, mas com pouco renome.

–Eu quero ficar no restaurante se possível, com a minha habilidade eles não devem me demitir tão cedo.

–Interessante, eu não me importo muito desde que possa me alimentar.

Lulp nunca foi ganancioso, mas sempre pensou em seu bem estar. Decidimos nos sentar na base de uma árvore e continuar a conversa, tudo vai bem até Clack perguntar.

–Vocês estão namorando alguém?

–Eu só tenho olhos pra você linda.

Continuo em silencio, a resposta de Lulp desviou a atenção de Clack de mim, pelo menos por pouco tempo.

–E você?

–Eu... Bem... Como se diz?...

–Sim?

Os dois falaram em coro, talvez eu até tivesse uma queda pela Maria, mas não daria essa satisfação a Clack, ela sabe que isso é contra as regras.

–Não, definitivamente não, agora, mudando de assunto, o dia tá bonito né?

Os dois me encaram com aquele olhar de “conta ou sofre a consequência”.

–Qual é gente, isso é contra as regras, por favor.

O olhar deles diminui, mas eu senti que a curiosidade só aumentou.

–Pois bem, ainda temos bastante tempo, alguma idéia?

Quem arruma um passei sem planejar antes? Levei em consideração que era a Clack e continuei pensando.

–Que tal irmos ao museu?

–Nós dois olhamos para Lulp, a idéia não era ruim, ir a um lugar e ver coisas que nós já tivemos é uma maneira de relembrar o passado.

–Vamos então, você vem?

–Acho que sim.

Levantamos-nos e atravessamos a cidade até o museu, à recepcionista disse para não tocarmos em nada, embora alguma coisa ali já deva ter sido tocada por nós. O lugar estava como eu pensei, cheio de coisas velhas e achados arqueológicos, ou mais conhecidos como “coisas do dia a dia de pessoas que já morreram há muito tempo”.

–Oque vamos ver primeiro?

–Quanto mais antigo melhor.

A mente de Clack era meio perturbada, às vezes ela esquece que a América foi achada a uns quinhentos anos atrás.

–Que tal olhar os pertences da família real?

–Não, eu odiava aquelas pessoas, sempre metidos, me irrito só de pensar.

Clack sempre odiou gente rica, se quisesse poderia usar seu poder e ganhar na loteria quantas vezes quisesse, mas isso foi proibido desde a invenção do dinheiro.

–Podemos ver os projetos de arquitetura do século XVI?

–Chato, eu queria ir a Roma ou ao Egito, os museus de lá que tem coisas interessantes.

–Não tenho como questioná-la nesse sentido.

–Talvez o museu não tenha sido a melhor das idéias.

Lulp esta de cabeça baixa, Clack o olha e suspira.

–Tá bem, vamos ver algumas coisas e depois ir comer algo no seu restaurante.

–Por mim está bem.

–Por mim também, desde que cada um pague o seu.

–Mão de vaca como sempre.

–Não me critique.

Passamos as próximas duas horas no museu, as reclamações de Clack eram um bônus do passeio, saímos e fomos ao restaurante, sentamos a mesa e esperamos.

–Bom te ver cara, não é sempre que vem aos domingos.

–Pois é, vim trazer meus amigos pra almoçar.

Esse era Artur, eu e ele não nos falávamos muito, ele costuma ser bem simpático e extremamente educado.

–Oque gostariam de comer?

–Eu quero filé de peixe com arroz frito e uma salada de atum com molho de alho.

Clack adora peixe, não sei por que nunca passou por sua cabeça ser pescadora.

–Eu quero carne de porco com arroz e batatas coradas, e uma salada de tomate.

–Eu quero o mesmo que ele, só troque o porco por boi e a salada de tomate por salada de alface.

–Anotado, voltarei já com seus pedidos.

Ele sai.

–Pessoa educada, vocês são amigos?

–Não exatamente, trabalhamos em turnos separados, mas saímos em grupo às vezes.

Uma garota sentada na mesa a frente se levanta, ela sai chorando e dá uma cotovelada na cabeça de Clack.

–Ei sua fedelha! Vem cá que eu te mostro como ter bons modos!

Eu seguro o braço de Clack antes que ela arrebente a garota, um rapaz que talvez seja seu se levanta e vai atrás dela namorado vai atrás dela.

–Porque me segurou? Deixa eu...

Clack para de dar chilique ao perceber que todos estão olhando pra ela.

–Desculpa.

Ela se senta.

–Desculpe a demora e o transtorno, aqui está a comida.

–Obrigado Artur.

No meio da refeição o rapaz volta com a garota pra pagar a conta, eu distraio a Clack pra ela não perceber e pular em cima dela. Acabamos e pagamos também, saímos e decidimos ir cada um pra sua casa, Clack e Lulp vão juntos por estarem no mesmo hotel (em quartos separados).

Estou andando tranquilamente quando um cara com uma faca me aborda.

–Passa o dinheiro cara!

Nesse momento a única coisa que pensei foi:

–Fudeu de vez.


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Notas finais do capítulo

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