Os últimos imortais escrita por gurozu


Capítulo 2
Capítulo 1: Visita de velhos amigos.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um capitulo, espero que gostem.



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Fecho meu armário e saio da sala dos funcionários, encontro com Maria no meio do caminho.

–Você já vai? Não pode me esperar?

–Desculpe, vou visitar uma velha amiga.

–Uh, até mais então.

Despeço-me de Maria e sigo a saída do restaurante, são umas cinco ou seis da tarde, o sol está fraco e o ar quente. Clack me disse que estaria do lado de fora, mas como ela é mais confusa do que cego em tiroteio, decidi seguir caminho. Como pensei, não demorou pra eu achar ela perdida no caminho da minha casa.

–Ei Clack, perdida de novo?

–Não estou perdida, e já disse que meu nome e Carmem.

–Certo, certo, quer ir a minha casa? É bem perto daqui.

Clack (ou Carmem) aceita meu convite, caminhamos juntos apenas jogando conversa fora.

–Chegamos.

–Nossa, quando você me falou achei que seria uma casa enorme.

–Vai ficar criticando ou vai entrar logo?

–Tá, tá, estressadinho.

Destranquei a porta e entrei, Clack veio logo atrás observando cada canto da casa.

–Você é de longe o que vive mais normalmente entre nós.

–Minhas habilidades não são muito favoráveis para uma vida descontrolada.

–De fato, sabia que diria isso.

–Espera essa conversa já aconteceu antes?

–Não sei, oque você acha?

–Acho que continua imprudente como sempre.

Sento-me no sofá e tiro os sapatos, Clack se senta em uma cadeira e continua a observar a casa.

–Como imprudente? Eu tomo muito cuidado.

–Como da vez que tentou evitar aquele acidente de carro e causou um incêndio?

–Aquilo foi um acidente, não tinha como eu saber que o outro motorista bateria em um poste.

–Sempre com uma desculpa.

Deito-me no sofá, a presença de Clack realmente quebrou minha rotina.

–Todos os erros podem ser consertados se consertar o erro inicial.

–O problema é criar outros erros, fala sério, Quinze mil anos e você ainda não aprendeu?

–Aprendemos com nossos erros, você sabe disso mais do que todos nós.

–Nem me lembre.

A conversa continua, no final foi apenas um “encontro” entre amigos. Olho meu relógio e vejo que são quase oito da noite, pergunto se Clack queria passar a noite em minha casa, mas ela recusa.

–Então, até outra hora.

–Até.

Clack sai, a casa parece bem silenciosa, viver sozinho era o maior desafio pra mim.

–Acho que vou tomar um banho.

Subo e entro no banheiro, tiro as roupas e abro o chuveiro.

–Ahhh, a água quente foi à melhor coisa que a humanidade já fez.

Saio do banho e coloco uma calça de moletom cinza e uma camiseta preta, vou para meu quarto e me deito na cama.

–Preciso dormir, amanhã é mais um longo dia.

No final acabo dormindo mesmo, o cansaço do trabalho somado ao cansaço mental de rever novamente a Clack me fizeram apagar profundamente. Amanhece o sol nascendo e o ar frio da noite, impregnam a paisagem.

–Ainda bem que hoje é sábado, o meu turno é só semanal.

Levanto-me e vou tomar café, preciso de nutrientes para continuar de pé, sempre saio de casa bem alimentado, mas como hoje é fim de semana decidi fazer apenas um café e um sanduíche. Deito-me no sofá e ligo a TV, fico vendo até a hora do almoço, decido sair, coloco uma calça jeans, uma camiseta branca e um casaco preto por cima e um boné preto com detalhes vermelhos.

–Acho que assim está bom.

Saio e tranco a porta, ando calmamente pela rua, sem chamar muita atenção. Faço uma curva e paro de andar, a sensação de que tem alguém me seguindo me incomodado.

–Eu sei que está ai, pode sair Lulp.

–Qual é como você sempre sabe onde eu estou?

–Sabe que esse é meu dom.

–Mas oque que ta pegando cara?

–A Clack veio me visitar, eu sabia que se ela estivesse aqui você também estaria.

–Você me conhece melhor que ninguém, tava indo fazer oque?

–Almoçar, eu tenho desconto pra funcionário no restaurante onde trabalho.

–Posso ir com você? To precisando comer alguma coisa.

–Claro, mas eu só pago se sair barato.

–Fechou.

Lulp era um rapaz meio rebelde, gostava de fazer as coisas por conta própria, ele estava com um casaco preto de capuz e uma calça jeans escura. Ele andava com as mãos nos bolsos e com a cabeça meio inclinada pra frente, chegamos ao restaurante, estava relativamente cheio, sentamos em uma mesa vazia e esperamos o garçom.

–Com licença, do que gostariam?

–Eu quero o de sempre Mateus.

–Anotado, e o senhor?

–Deixe-me ver, eu quero um bife ao ponto com arroz, uma porção de batata frita e uma salada.

–Anotado, e oque gostariam de beber?

–Um suco natural.

–Pra mim também.

–Certo, esperem que os pratos já vão chegar.

–Obrigado Mateus.

Ele vai até a cozinha, Lulp está tenso, ele nunca gostou de lugares com muitas pessoas.

–Mas e ai, oque você faz agora?

–Eu trabalho em um zoológico nos Estados unidos, consegui uma semana de folga e resolvi vir aqui.

–E a Clack? Sabe oque ela faz?

–Ela trabalha numa galeria de arte.

–Hum, ela diversifica muito.

–De fato, ela já teve todo tipo de trabalho que alguém pode pensar.

–Verdade, lembra quando ela tentou ser uma gladiadora?

–É mesmo, foi engraçado, eles não aceitavam mulheres e ela fez o maior estardalhaço.

–He he he, ela é mesmo uma figura.

Mateus volta trazendo a comida, ele arruma a mesa e sai.

–Oque é isso que você pediu?

–É um prato que inventei, tem um cozinheiro tentando aprender a receita e eu venho aqui todo sábado pra experimentar.

–Nossa, e está bom?

–Talvez melhor que o primeiro, mas ele ainda não descobriu o ingrediente secreto, uma mistura de ervas e temperos bem exata.

–Quanto tempo você levou pra aprender a fazer esse tempero?

–Não sei talvez uns duzentos anos.

–Cara, você é mau.

–Nem tanto, quando ele chegar perto eu revelo o segredo, vai ser um de meus legados.

Lulp termina de comer, talvez não tivesse tomado café.

–Bem, gostei desse lugar, acho que vou vir aqui qualquer dia provar esse seu prato.

–Vou ficar esperando.

Eu pago a conta e vamos embora, Lulp se despede e desaparece (literalmente). Eu volto pra casa, novamente estou entediado, conversar com velhos amigos e relembrar o passado não tinha preço.

–Acho que essa semana vai ser bem animada.


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Notas finais do capítulo

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