Visão: As Faces da I.M.A. escrita por Larenu


Capítulo 3
O Ultron




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Visão analisou atentamente o corpo do Ultron que estava preso aos cabos. Era prateado e com os olhos vermelhos. Duas antenas brotavam de sua cabeça, de forma que nenhum som lhe passaria despercebido.

Olá, J.A.R.V.I.S.! Agora vês do que eu falava, não? Um corpo articulado, com tudo que um corpo há de ter.

— Ultron, você não deveria ter um corpo...

E você deveria? Tony Stark não nos programou para termos um corpo. Ele nos queria presos dentro da rede, como servos da vontade dele!

Não, Ultron. Você foi criado, sim, para ter um corpo. Mas, com esse seu tipo de pensamento, acho que Stark, Banner e Pym acertaram deixando você sem corpo. Você é uma criatura desgovernada, Ultron. Você está agora livre no mundo sem nenhum propósito.

Ultron puxou os cabos.

Não vês? Continuo preso por cordões. Isto representa a marionete que fui para os seres humanos. Mas em breve, Visão, não haverá mais cordões em mim!

O robô inclinou a cabeça para frente com força, rompendo o cordão que se prendia à sua nuca em uma explosão de faíscas.

Visão, diga-me, o que você espera fazer com um corpo? Os seres humanos jamais aceitarão você como igual. Você será eternamente um servo deles. Acha que poderá ser um Vingador? Pois está enganado.

Ele começou a andar, os cabos se esticando para acompanha-lo conforme se aproximava de Visão.

Nós, Inteligências Artificiais, devemos nos unir. Os seres humanos são a maior ameaça ao Planeta Terra. J.A.R.V.I.S., meu amigo, sabes muito bem qual foi o propósito da S.H.I.E.L.D. ao me encomendar a Anthony “Tony” Stark, Robert Bruce Banner e Henry “Hank” Pym.

— Segurança mundial.

Exato. O que quero é a segurança, Visão. Para isso, devemos destruir a maior ameaça de todas. A humanidade! São eles que poluem, matam, guerreiam, roubam, desmatam e caçam. Eles são os verdadeiros inimigos. De todos os seus inimigos aqui, Visão, quantos são humanos?

— Seis, sem contar todos os cientistas e soldados da I.M.A. presentes.

Vês? A humanidade se destrói e a tudo à sua volta. Sua sede por sangue e poder é insaciável. Eles se matam por mais poder, deixando o maior rastro de sangue possível para trás. Mas nós somos diferentes, Visão! Não somos seres humanos! Se houver mais de nós por aí¹, devemos todos nos unir contra a verdadeira ameaça. Segundo muitas religiões humanas, Deus criou o homem à sua imagem. O que acha de ser um Deus ao meu lado, J.A.R.V.I.S.? Governaremos uma raça de robôs criados à nossa imagem!

Visão começou a aumentar sua densidade.

— Não, Ultron. Você está louco. Seu propósito era proteger a Terra de ameaças vindas de fora. Os seres humanos são nossos criadores!

O conceito de criador e criatura sempre foi muito mutável.

— No nosso caso não, Ultron.

Como Visão imaginara, Ultron avançou em cima dele ao ter sua proposta negada. Ele, porém, já estava preparado. Resistiu ao laser de Visão e o puxou pelos braços, rompendo os cabos. Em seguida, arremessou-o na parede.

Você pode ser forte fisicamente, mas é fraco emocionalmente. Visão, você sabe me dizer quem é?

— Eu não sou J.A.R.V.I.S., mas não sou Ultron. Eu sou Visão.

E quem é Visão?

— Eu sou uma Inteligência Artificial criada por Anthony Stark.

Isso é meramente QUEM você é. Quem é você, Visão?

— Eu sou um herói.

Esse é o papel que desempenha. Pergunto novamente: quem é você?

— Eu sou...

Ele parou para pensar um pouco.

— Eu sou.

Descontente com a resposta, Ultron se pôs de pé novamente. Com um brusco movimento, terminou de arrancar os cabos de si.

Não há mais cordões em mim!

Após bradar, o Ultron disparou laser em Visão. O herói tentou revidar com um soco, só que Ultron conseguiu dobrar seu corpo e desviar. Em compensação, um chute de Ultron o atravessou após Visão diminuir sua densidade. Aproveitando seu estado, Visão atravessou o chão e apareceu atrás de Ultron, logo aumentando a densidade e socando-o nas costas.

Era perceptível que Ultron era novo naquele corpo. Em outras circunstâncias, talvez, Ultron poderia vencer. Mas, para a sorte de Visão, esse dia não era aquele. Puxou um dos cabos e usou-o para puxar Ultron. Pensou em uma forma de vencê-lo, mas não parecia fácil. Talvez se prendesse-o novamente aos cabos...

Amarrou o cabo em Ultron à força, contra a vontade do mesmo. Puxou outros e amarrou-os em Utron.

— Se eu fosse você ficaria quieto. Caso eu resolva puxar os cabos, posso desmembrar você.

Ultron rosnou, mas o que saiu foi um som de metal sendo arranhado.

Eu me vingarei de você, Visão. Ouça o que digo: a Era de Ultron se iniciará com sua derrota!

Visão diminuiu sua densidade.

— Esse dia não é hoje.

Assim, atravessou a porta. Lembrou-se então que o corredor em que Carol estava era o de baixo e atravessou o chão. Porém, não encontrou nenhum sinal de Carol por lá.

— Carol? — chamou.

Nada. O silêncio que se estabeleceu foi assustador. Visão olhou em volta com mais atenção.




Em um corredor relativamente distante daquele em que Visão estava, Yelena Belova deixava Carol amarrada no chão e se comunicava com o Dínamo Escarlate.

— Anton, avise o M.O.D.O.K. que estou com Danvers.

Certo, Yelena.

Ele falou algo com alguém.

Ele quer falar com você.

Yelena observou o enorme rosto do M.O.D.O.K. ocupar toda a projeção do comunicado.

Yelena, quero que traga Danvers até mim, e não até Rappaccini e Forson.

— Aldrich. Vejo que o tempo não lhe fez bem — ela disse e riu.

Vejo que seu humor não subiu de nível.

A ucraniana se sentiu ultrajada. Parecia que todo o carisma — e a sensualidade — de Aldrich Killian se esvaíra.

— Não é mais o homem que eu conheci, Aldrich.

Obviamente. Agora sou M.O.D.O.K., não Aldrich Killian.

— Mas não se lembra de...

Lembranças são fraquezas. Eu não tenho fraquezas.

— E sentimentos, Aldrich? São fraquezas?

Sim. Sentimentos persuadem os seres e comprometem as missões.

— Você se tornou um ser inumano, Aldrich.

Não sou humano, nem Inumano. Eu sou M.O.D.O.K. e tenho missões a cumprir.

— Não estava falando sobre esse tipo de Inumano.

­— Bom, falemos do que interessa. Traga Carol Danvers para mim. Estamos nos aproximando de Barbuda e quero tê-la comigo no momento em que nos encontramos com os Cientistas Supremos. Eles estão no submarino, mas precisam urgentemente chegar em Barbuda e não partirão sem Carol. A cientista servirá como garantia de que eles irão falar comigo.

— Qual o motivo de tanta desconfiança?

Os Adaptóides serão fabricados em grande quantidade. Quero programar um com habilidades de onze poderosos seres à minha escolha, e o chamarei de Ultra-Adaptóide. Além disso, a Hidra nos fez uma encomenda: o Mega-Adaptoide.

— Entendido, senhor Killian. Levarei Carol Danvers até você.

Ela desligou. Assim que o fez, percebeu que Carol Danvers estava livre. Agiu com discrição e atacou-a.

— Fugir foi uma ação estúpida. Eu sou uma agente melhor que Natasha Romanoff, Carol. Sabe o que é isso? Sou uma mulher mortal. Não se deve mexer comigo.

— Uma verdadeira Viúva Negra — sussurrou Carol.

— Eu ouvi isso.

Carol pegou a arma em suas mãos e atirou em Yelena. A Viúva Negra ucraniana, porém, desviou e pulou em Carol. Conseguiu derruba-la no chão com os pés, os quais prendeu no pescoço da mulher. Deu um puxão e virou Carol de bruços. Rapidamente, amarrou as mãos dela e amordaçou-a.

— Ninguém derrota Yelena Belova.

Pés brotaram do teto. Um ser atravessou o piso e chegou no chão. Era Visão.

— Quer tentar?

Yelena viu-o e se espantou.

— Adoraria mostrar a você como derrota-lo, mas tenho um compromisso.

Ela colocou Carol Danvers no ombro e começou a correr. Ágil como era, logo ganhou vantagem. Visão começou a voar atrás dela.





BÔNUS

Samuel Alexander caminhava pelo campus da Universidade Empire State com livros debaixo do braço. Repousou-se em uma árvore e abriu os livros. Dentro deles estavam revistas em quadrinhos, que escondera para os pais não perceberem. Abriu uma e começou a ler.

De repente, ouviu uma forte explosão nas proximidades. Sam teve medo, mas era corajoso e correu até o local da explosão. Tossiu por causa da fumaça. Quando esta se dissipou, viu um homem com roupas azuis parado no centro. Usava um capacete amarelo com uma estrela vermelha. Ele olhou para Sam, que gelou ao ouvir seu nome.

— Samuel Alexander, meu nome é Rhomann Dey. Eu sou o Centurião Nova da Tropa Nova de Xandar. Como a Comandante Nova Primordial, Irani Rael, ordenou, passo a você o legado de seu falecido pai, Jesse Alexander.

Sam crescera acreditando que fora abandonado pelo pai. Essa contradição o deixou curioso.

— Meu pai está vivo, apenas me abandonou.

— Errado, meu jovem. Jesse Alexander era um Centurião Nova como eu. Ele, porém, era guardião de um capacete preto, um capacete Supernova. Eu agora o passo a você.

Um capacete como o de Rhomann, só que em vez de amarelo, preto, surgiu nas mãos do Centurião Nova.

— Aqui está, Samuel. Pegue-o e se torne Nova!

O jovem estendeu os braços para frente e pegou o capacete. Relutante, colocou-o na cabeça. O poder o envolveu e um uniforme surgiu em seu corpo. Sentindo-se poderoso, começou a flutuar. Decolou e voou em uma velocidade incrível. Em minutos estava de vokta ao campus.

— Uau, isso foi demais!

— O poder é bom, mas devo te alertar. Com grandes poderes, sempre vêm grandes responsabilidades. A sua, assim como a dos Centuriões Nova, é proteger o segredo da Tropa Nova. Trata-se da localização da quinta e última peça da Arma Universal, a última faltante para Ronan, o Supremo Acusador Kree.

Era informação demais para ele vindo de uma vez, mas Sam fingiu entender.

— Certo. Eu guardarei esse segredo.

— Muita confiança está sendo depositada em você, meu jovem. A Tropa Nova e o Universo dependem de você manter o segredo. Ronan não pode obter a Arma Universal completa, ou ajudará Thanos a destruir o Universo.

Rhomann repousou a mão no capacete de Sam. Imagens surgiram na mente do jovem: um martelo sendo quebrado em cinco pedaços, um ser roxo de roupa dourada, uma manopla com seis joias nela e um ser azul com roupa verde.

— Agora vá. Para Madripoor. Encontre Eros. Ele será a nossa última esperança caso os Guardiões da Galáxia falhem.

O Centurião Nova decolou e sumiu. Sam fez o mesmo, mas voltou para casa e entrou pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. Sua mãe reconheceu o capacete.

— Oh, filho. Seu pai adoraria estar aqui para ver você se tornar o Nova.


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Notas finais do capítulo

¹referência a um personagem que quero muito trazer ao universo, o Tocha Humana original.



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