Já era noite e eu havia decidido ir dormir bem cedinho. Por quê? Porque, já que eu não treinei nada (visto que nem daria tempo, mas isso é apenas um detalhe), eu achei que teria um rendimento melhor na luta.
No momento eu estou dormindo. Quer dizer, eu estava, até que senti uma pontada no estômago. Doía um pouco, mas era suportável. Rolei pela cama procurando por uma posição mais confortável. Deu certo? Não, de maneira nenhuma.
É, parece que meu plano falhou. O que o universo tem contra à uma boa noite de sono?

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Ir para cama cedo não adiantou de nada no final das contas. De que adianta se deitar às oito horas se você ficar metade da noite sem pregar o olho? A parte boa é que aquela dor já passou. Apareceu do nada e sumiu do mesmo jeito. Estranho, não é mesmo? Certo, pare de pensar nisso, senhorita Laura Wilke. Hoje é o dia; o dia em que eu vou mostrar a todos que quiseram me guiar até a ala 3* que o meu lugar é aqui na ala 4*.
– Sabe que hoje é sua luta contra o Naruto, não é? - Trancinha quebrou a beleza do silêncio absoluto
– "Bom dia" é bom de se escutar, sabia?
– O meu nome também, mas eu sei que isso não vai acontecer. - nisso ele tem completa razão - Está nervosa?
– Um pouco, só um pouco. - respondi movendo meus ombros com indiferença - Nada que me impeça de fazer uma boa luta. - desviei o olhar para um ponto qualquer do quarto e em seguida retomei a fala - E como é que foi sua primeira luta?
– Bem, foi... - como poderia me esquecer daquilo?
– Espera um pouco. - peguei a filmadora e a liguei - Pode falar agora.
Ele arqueou uma sobrancelha:
– Você vai mesmo filmar?
– Hai! Eu percebi que eu sou um talento nato para... - sinto uma pontada, como aquelas de ontem à noite, só que dessa vez estava mais forte. Mordi o lábio com força total, tentando disfarçar a dor em meu estômago.
– Ei! Laura!
– Eu tô bem. - respondo rapidamente - Eu tô bem... - minhas pernas ficam um pouco bandas devido à dor, mas eu continuo de pé.
– Laura, você tá branca!
– Eu sempre fui branca, seu idiota.
– Idiota é você, que está muito mais branca que o normal.
Sinto algo subindo por minha garganta e corro o mais rápido que posso até o banheiro.
Achei que fosse vomitar, mas eu só cuspi...
– Sangue. Não tem nada demais nisso, eu só cuspi um pouco de sangue.
– Você não tá bem.
– É claro que estou, Trancinha, eu tô ótima, nunca estive melhor.
– Fala isso pro sangue na privada!
– Não grita comigo! Respeite a dor alheia! Agora, se me der licença, eu vou para minha luta.
Trancinha se coloca em minha frente:
– Você não vai!
– Sai da frente! - eu o empurro - Se eu falei que eu vou pra luta eu vou e pronto.
– Eu só estava tentando ser um pouco seu amigo.
– E eu nunca te pedi nada.
– Não acredito que por um minuto eu fiquei preocupado com você.

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– Está pronta, Laura? - Osamu- sensei quis confirmar
E lá estava, na arena redonda, esperando a luta começar. Olhava para todos os lados e analisava tudo o que estava ao meu redor. Naruto estalava os dedos para se preparar, Nagisa-sensei sorria (isso não pode ser um bom sinal), os demais alunos esperavam a luta começar e Trancinha ficava de braços cruzados, torcendo mentalmente para que eu perdesse, tenho certeza absoluta.
Bem, agora não tinha mais o que enrolar. Ergui a cabeça e respondi:
– Sim, tô pronta.
A sirene soou e a luta começou.