Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, meus amores. Eu ia postar ontem, mas rolou um bagui e não pude. Mas trouxe o de hoje e o de ontem e amanhã trarei dois também, de bônus. Amo vocês e adios.
Boa noite.

~Joko *3*



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Eu estava em algum salão de baile, podia sentir que usava uma roupa em pesada e eu ouvia música e vozes para todos os lados, mas eu não me sentia nem um pouco feliz. Eu nem sabia onde estava, mas já sabia que não gostava daquele lugar.

Olhei em um espelho no canto e me vi vestida de noiva. Um longo vestido de noiva tomara que caia com um longo véu, mas eu também via que eu estava sorrindo. Olhei para o lado involuntariamente e acabei dando de cara com Octavian. Ele passou um braço em torno de minha cintura, me puxou para perto e eu fechei os olhos, sentindo a boca dele colar-se a minha. Eu tinha vontade de vomitar, mas sabia que eu estava sorrindo.

– E então, amor? Seus pais estão gostando? – ele me perguntou após cumprimentar um casal de convidaos.

– Não sei, pergunte a eles. – sorri para o mesmo casal. – Afinal, isso nem era para estar acontecendo.

– Você sabe que seus pais me amam e entre eu e aquela ruiva nojenta, seu pai preferiu a mim. – ele riu dando um tapa em minha bunda.

Tive rir e abraça-lo, fingindo que ia beijar seu pescoço. Ele passou os braços ao redor da minha cintura, sorrindo de canto.

– Entre você e a bela namorada que eu tinha, eu preferia mil vezes ter de ficar com ela o resto da minha vida que ter de olhar para a sua cara de anta com vontade de vomitar.

– Ora, pare de ser cola mal agradecida. Eu sou rico, já tenho uma empresa em minhas mãos e ainda sou gostoso. O que mais uma mulher iria querer?

– Amor? – revirei os olhos, cumprimentando outro casal. – Não foi você que teve de dar adeus para a garota que amava e sempre tinha de furar com os melhores amigos, para que eles ficassem chateados e não viessem atrás de mim. Não sabe como foi doloroso ver Rachel chorar enquanto eu mantinha a voz fria terminando com ela no dia do nosso aniversário! – trinquei os dentes.

Então era por isso? Era por isso que Rachel me odiava tanto?

– Você é uma sapatão tão gostosa, que vale a pena ter de te obrigar a transar comigo. Aliás, não se esqueça que se me denunciar para qualquer um que não saiba disso, eu posso pagar para que eles nunca lhe deem a vitória em uma audiência. – ele sussurrou em meu ouvido.

– Fique tranquilo, amor, nada irá acontecer. – pus o máximo de repulsa na minha voz quando disse aquilo.

Então a cena mudou, eu estava em um quarto, olhando diretamente para uma ruiva. Nós estávamos nuas em uma cama, eu podia ver a armação de óculos em meu rosto e também sentia um livro em minhas mãos, mas eu sabia que estava nua. Rachel estava desenhando coisas em minha barriga e pernas, ela tinha um sorriso bobo enquanto fazia isso.

– Eu casaria com você, sabia? – disse de repente. Rachel me olhou com os olhos brilhando e o sorriso ficando travesso.

– Não seja idiota, sabemos que seu pai jamais permitiria tal coisa. Mas, se ele permitisse, eu acho que você ficaria muito linda em um vestido tomara que caia. – ela fica de joelhos na cama gesticulando. – E eu usaria um parecido, só com alguns detalhes diferentes e Nico entraria comigo, já que não tenho pai, tios ou irmãos. E seu pai entraria com você e lá no altar, nós juraríamos nossos votos na frente de todo mundo e ai, no final... eu daria o dedo para todos e os mandaria a merda por não terem torcido por nós.

Eu gargalhei, sentando e abraçando-a, puxei-a para com força demais, o que fez nós duas caímos na cama, ela por cima de mim e rindo. Eu a beijei com tanto fervor, que fez ela arfar. Perguntei-me se o beijo dela ainda era daquele jeito? Mas por que eu estava me perguntando isso?

– Eu te amo, sabia? – murmurei para ficando séria e sentindo meu coração se partiri quando vi que ela sorriu animada e já ia me responder. – Não fale nada. – eu a beijei novamente, virando a gente, pondo ela por baixo de mim.

Em algum momento eu tirei os óculos e pus de lado, beijando-a com ainda mais desejo.

Rachel nos separou rindo enquanto procurava ar.

– Hey... Por que não guarda um pouco desse fogo para amanhã? Fazemos um ano amanhã, lembra?

– Eu sei... mas eu quero te ter para mim agora, posso? – sorri divertida.

– Quando você quiser, meu amor. – e ela me puxou para um beijo.

– Reyna? Reyna! – ouvi ao longe enquanto sentia pingos caírem na minha cara.

Fiz careta sentindo meu corpo todo molhado e os pingos pareciam se multiplicar. Uma mão gelada pousou em meu rosto. Abri os olhos e encarei quem quer que fosse, minha visão estava um pouco escura e eu só sabia podia sentir o cheiro delicioso de avelã com perfume barato já saindo. Rachel.

– Reyna! Hey, acorda. Precisamos sair da chuva, vem! – ouvi a voz dela me ajudando a ficar em pé. Ela passou meu braço em volta do pescoço dela e um braço dela passou pela minha cintura. – A quanto tempo está aqui fora?

– Eu me casaria com você, sabia? – murmurei, olhando-a de lado. – E você usaria uma vestido tomara que caia parecido com o meu.

– Ora, pare de falar baboseiras. Casamento é para ser com pessoas que amamos, eu odeio você, se esqueceu disso também?

Nós entramos na casa e logo eu percebi que todas estavam acordadas. Annabeth correu até mim com uma toalha bem grande, me envolveu com ela e me tirou dos braços de Rachel, que recebeu uma toalha também de Thalia. Nós duas sentamos em bancos altos na cozinha, mas eu não estava realmente entendendo aquilo, não sabia se era um sonho ou era realidade, estava confuso demais.

– O que estava fazendo lá fora? – bradou Rachel, encolhida e tremendo. Olhei para o lado vendo que estava chovendo e dei de ombros. – O que deu em você? Não viu que estava chovendo?

– Na hora em que fui, não estava chovendo. – dei de ombros, então me lembrei da rosa. Fiquei em pé, jogando a toalha para trás e corri para a porta, mas alguém me segurou. – Me deixa ir, a rosa está lá fora!

– Quem?

– Acho que ai é o que, Annie. – corrigiu Thalia.

– Minha rosa! – me soltei dela e corri na direção da piscina.

A rosa boiava na água, não era a mesma, essa parecia ser nova, mas eu ainda sim tentei pega-la. Entretanto, a rosa se encontrava no meio da piscina e eu não conseguia pega-la sem entrar. Então eu me joguei dentro dela e nadei até onde ela estava, a peguei e nadei para a borda, conseguindo sair da piscina sem ter de afogar a rosa na água. Quando tentei sair, uma mão apareceu na minha frente, segui-a e vi Rachel.

– Obrigada. – disse aceitando a ajuda para ficar em pé e sair da piscina. Abracei a rosa e sorri, vendo que ela estava segura comigo de novo.

Eu e Rachel voltamos para a casa e, novamente, fomos recebidas com toalhas.

– Melhor tirarem essa roupa molhada, vão acabar se resfriando. – avisou Annie.

– Não trouxe outra roupa... – disse Rachel mordendo o lábio inferior.

– Eu te empresto. – fiquei em pé e puxei Rachel para o meu quarto.

Nós duas fomos direto para o meu banheiro, enquanto ela se secava eu peguei algumas roupas confortáveis minhas para ela e uma blusa qualquer de Octavian para mim. Entreguei a ela, me sequei e vesti a roupa de Octavian. Então, peguei a rosa, até então deixada em cima da cama e fui direto para o closet, pegando a caixa e um papel-toalha. Enxuguei-a com delicadeza sentada na cama e a guardei com cuidado na caixa. Rachel estava atrás de mim, vendo tudo o que eu fazia.

– Que fotos são essas? – ela perguntou.

– Não sei. Na maior parte delas, está apenas eu e alguma pessoa com o rosto riscado. Tem essa foto. – mostrei para ela. – É você, certo? – ela assentiu. – Bem, eu te reconheci mais ou menos por essa foto. Eu te vi e achei familiar, então quis saber quem você era. Mas não tinha só isso aqui, tinha essa rosa e esse anel. – mostrei a ela. – Eu gosto do anel, é bonito, mas eu prefiro a rosa, o cheiro dela me acalma e me dá uma sensação boa.

– Por que foi atrás dela? É uma rosa velha...

– Se a outra eu guardou, depois de tudo o que ouvi sobre ela, eu diria que era importante. Então eu pego, cheiro e depois guardo. Não podia perder isso. Não sei exatamente do que é, mas parece importante.

Rachel fez um barulho com a boca e sentou na minha frente. Suspirei com um sorriso bobo. Nem percebi quando uma lágrima fugiu de meus olhos e caiu sobre a rosa, sendo seguida por outra, e outra.

– Merda... desculpa. – falei limpando minhas lágrimas. – Nem sei por que comecei a chorar.

– Você disse algo, quando eu te tirei lá do quintal... de onde tirou aquilo? – ela limpou uma ultima lágrima minha com o polegar.

Soltei o ar com um riso seco.

– Para ser sincera, eu não faço a mínima ideia do por quê de eu ter falado aquilo, mas eu sei que eu sonhei com algo assim. – dei de ombros, ficando em pé com a caixa e indo guarda-la. – É bobagem.

– Você se lembrou de algo, Reyna? Durante esse tempo que ficamos juntas, lembrou-se algo?

– Não. – voltei para o quarto. – Não lembrei de nada.

– Bem... então eu vou ter que te levar em lugares mais fortes que a casa da sua mãe. – ela deu ombros, levantou e me deu as costas, começando a sair.

– Espera! – puxei-a pelo braço, ela se virou assustada para mim e eu sorri sem graça. – Eu...queria te perguntar algo.

– Se é sobre o por que de termos terminado, já lhe disse que foi porque éramos apenas uma aventura. – ela foi fria.

– Nã-não é bem isso. – eu mordi o lábio inferior. – Na noite antes do nosso término, eu disse algo para você?

– Como assim?

– Algo... como uma jura de amor ou algo assim?

Rachel piscou e pareceu se desarmar totalmente.

– Hã... bem, você mentiu para mim dizendo que me amava e não permitiu que dissesse o mesmo, mas foi só isso. Por que?

– Po-por nada. – sorri de canto. – Então vamos? Acho que as meninas estão nos esperando lá embaixo.

Rachel esbugalhou os olhos, parecendo lembrar-se apenas agora das garotas.

– Puta que pariu, Reyna! As meninas! – e ela correu para fora do quarto.

Eu apenas ri, a seguindo vagarosamente. Mas cada passada que eu dava, eu percebia algo: então, os dois sonhos que eu tivera, na verdade, foram lembranças? Não podia ser, eu não podia ter vivido tudo aquilo. Eu não podia ter sido assim tão cruel em ter dito que queria casar com Rachel e que a amava um dia antes de ter feito aquilo com ela na cabana do tio Popo. Que tipo de monstro faz algo assim?

Então, a lembrança de Octavian falando comigo me fez perceber algo. Eu não estava sozinha naquele barco de monstros, Octavian também estava e, infelizmente, era o capitão. Eu estava ali apenas como acompanhante de tal supremo.

Tive vontade de socar meu próprio rosto ao perceber que era verdade, eu era casada com um monstro, mas eu era um monstro ainda maior por ter aceitado tudo aquilo calada e ainda ter aberto mão de Rachel, o ser mais doce que eu já conheci. Não era para menos que ela me odiava.

Mas, espera, se ela me odiava tanto quanto dizia, por que estava me ajudando a me lembrar de tudo? Não, melhor, por que estava do meu lado em um momento tão crítico quando até mesmo meu marido agia como se aquilo fosse culpa minha?

– Reyna! – olhei para frente, percebendo que chegara a sala. Annie acenou para mim. – Venha, estamos vendo um filme da nossa época de adolescentes. Talvez não se lembre dele: Jurassic Park.

– Talvez seja legal.

Espantei todos os meus pensamentos e caminhei na direção delas, sentando-me entre Rachel e Thalia, as duas que logo tomaram posse na minha perna, pondo suas cabeças em meu colo. Annie se deitou no sofá e Zoe estava mais concentrada na pipoca. Então lembrei-me de algo.

– Ai, pessoal... cadê a Artêmis?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que sim. Tenham uma boa noite e até amanhã.

~Joko *3*

OBS: Eu tentei postar três hoje, mas não consegui. Perdoem-me.



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