Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oioioi. Espero que gostem do capítulo de hoje e amanhã postarei um pouco mais cedo, ok? Adios, boa noite.

~Joko. *3*



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Passeio em família? – questionou Rachel do outro lado da linha. – Quer dizer tipo aquelas famílias idiotas que saem juntas, fazem piqueniques, brinquem e depois vão embora, ai chegam em casa e é como se nada tivesse acontecido?

– Não sei. Eu nunca fui para algo assim. – antes que ela me dissesse algo, fui direta e terminei a frase. – Não que eu me lembre.

Então... Por que não tenta algo como saber para onde vão? Ou simplesmente negue.

– Não posso, Thiago quer ir. – bufei, pegando uma roupa qualquer. – E não estou confiando muito em Octavian para eles irem sozinhos. – vesti a roupa habilidosamente ainda com o celular no ouvido. – Mas ele disse que eu poderia lhe chamar, já que está me ajudando a lembrar das coisas.

Diga a ele que não sou a filhinha dessa família feliz, não estou afim de participar disso. Além do mais, são sua família, não deveria confiar neles?

– Eu confio. – ela pigarreou. – Eu disse que não confiava em Octavian, não em minha família, seja ela quem for.

Agora me diz de novo por que eu tenho que ir.

– Porque tem, oras. Não quero ficar só com Thiago e Octavian, principalmente depois de ver meu corpo essa manhã.

Como assim?

– Bem, longa história. Eu não olhei direito para o meu corpo desde que acordei no hospital e hoje eu me vi. Poutz, eram marcas bem bugadas. – disse caminhando pelo quarto pegando roupas. – Então, te encontro em uma hora em um pequeno campo publico em Long Island. – desliguei antes de receber resposta.

Era verdade o que eu dissera par a ruiva. Esta manhã, após meu banho, eu me olhei no espelho para ver como eu era, já que não me lembrava, com exceção do rosto, de nada do meu corpo. Minhas pernas tinham marcas estranhas de dedos, alguns arranhões, assim como em todo o resto do corpo. Como eu não queria deixar aquilo a mostra- estavam cobertos por curativos nas pernas e barriga, nada nos braços-, pus uma calça e uma regata branca com o símbolo da paz.

Desci atrás de Thiago, que estava sentado no sofá, vendo algum desenho qualquer. Meu pequeno não estava vestido feito um mini adulto, estava mais para uma criança normal. Calça jeans, blusa do Jack e os Piratas da Terra do Nunca, um casaco vermelho e um tênis. Não demorou a Octavian aparecer. Esse loiro, por outro lado, estava arrumado de mais para um campo. Calça jeans, blusa social vermelha, sapatênis preto e os cabelos perfeitamente arrumados.

Ele nos sorriu.

– Vamos? – nós assentimos e seguimos ele para a garagem. Pus Thiago a na cadeirinha e entrei no carro, seguida por Octavian. – Então? Rachel irá?

– Nos encontraremos com ela lá.

Passamos longos e torturantes 75 minutos e 25 segundos no carro de Octavian ouvindo a porcaria da música que ele pôs, nem por Thiago ele aceitou mudar e olhe que o pequeno pediu para por uma música de Shrek.

Mal chegamos e Octavian já pegou mesa, cadeira, toalha, cesta com comida e uma mochila com brinquedos, que eu supus serem de Thiago- o que, graças a Deus, eram. Passei longos minutos vendo Octavian tentar brincar com o meu filho, mas estava falhando piedosamente- todo mundo sabe que um pirata nem sempre é o vilão!

Mãos cobriram meus olhos de repente e eu me assustei, mas senti meu corpo todo reagir ao toque deixando os pelinhos eriçados, minha barriga parecia que estava soltando borboletas para todos os lados e elas não sabiam onde parar, então ficavam voando por ali. Minha respiração ficou pesada e eu tinha certeza de que a qualquer momento meu coração sairia pela minha boca.

Mas que diabos era aquilo?

– Adivinha quem é? – pediu a voz em meu ouvido.

Reconheci logo de cara, então um sorriso cresceu em meus lábios, mas ouvir a voz dela fez apenas meu coração bater ainda mais.

– Rachel.

– Sem graça. – ela sentou a minha frente, fazendo careta. – Como sabia que era eu?

– Suas mãos são pequenas, macias e sempre geladas. Impossível não saber... e você sussurrou no meu ouvido, deu para reconhecer. – dei de ombros. – Como foi que você veio?

– Ah... tive de pegar um táxi, não tinha ônibus para cá... exatamente aqui. – assenti, demonstrando que tinha compreendido. Ela olhou para trás e depois para mim, um sorriso bobo brincava nos seus lábios. – Aquele é o seu filho?

– Sim. Thiago, meu único filho... que eu não faço a mínima ideia de quem é o pai. – dei de ombros o vendo brincar com Octavian.

– Bem, quantos anos ele tem? – fiz careta enquanto Rachel me olhava chocada. – Não sabe a idade do sue filho?

– Para mim ele tem quatro anos. Como vou saber? Não perguntei! – defendi-me.

– Bem, vejamos... o seu amante mais velho é o Percy, que estava tendo um caso a cinco anos, mas o menino não tem nada de Percy, aparentemente. Jason, Luke e Octavian... poderiam ser, mas os dois amantes você só está com eles a 3 e 2 anos.

– Primeiro... – olhei por cima do ombro dela e me aproximei mais. – Fala baixo, Octavian pode te ouvir. Segundo... acho que Thiago é filho de Octavian mesmo... eles são muito parecidos, Thiago tem os meus olhos e, graça aos deuses, uma personalidade bem melhor que a do pai e, provavelmente, da mãe.

– Mamãe! – Thiago chegou perto de nós e pôs as mãos sobre minhas coxas, enquanto eu o encarava. – Quero brincar de bicicleta!

– Ah, não, filho. Papai está muito cansado. – diz Octavian sentando ao meu lado, passando um braço ao redor de mim. – Olá, senhorita Dare.

– Senhor Avilla. – respondeu a ruiva.

– Eu e Rachel iremos com você. – fiquei em pé, segurando na mão dele e mandando um olhar para a ruiva, que logo ficou em pé. Nós pegamos a bicicleta de rodinhas dele e colocamos o capacete. – A gente vem logo.

Antes que Octavian falasse algo, eu e Rachel subimos na bicicleta de dois lugares e pedalamos para onde Thiago pedalava. Enquanto eu e Rachel conversávamos sobre coisas banais, Thiago ia a frente totalmente animado.

Eu avistei um lago, então contei para Thiago e Rachel, e nós paramos perto dele. Sentamos na grama... mais ou menos, eu sentei. O loirinho e a ruiva se esparramaram na grama, arfando parecendo cansados.

– Mamãe... eu tô cansado. – Thiago sentou. – E com calor.

– Quer nadar? – assustei-me ao ouvir Rachel dizer isso.

– Quero! Eu posso, mamãe?

– Hã...

– Claro que sim. – Rachel ficou em pé, tirou a blusa e o short, mostrando o biquíni verde de bolinhas brancas. Sem nem me pedir permissão, ela tirou as roupinhas de Thiago, o pôs no braço e entrou no lago com ele.

Mesmo que ela tivesse me pedido, eu não sei se seria capaz de responder, já que eu estava hipnotizada pelo corpo da ruiva. Rachel tinha a pele tão alva, uma cintura tão bem feita e uma bunda tão...

Balancei a cabeça para dispersar aqueles pensamentos. Não era corretor pensar esse tipo de coisa da garota que se tornara minha amiga para me ajudar. Garota essa que sempre que podia deixava bem claro que me odiava, só estava nessa porque alguns amigos tinham a pedido. Não tive certeza de que era verdade tais palavras, mas não tinha certeza de que era bem mentira.

Thiago parecia se divertir com Rachel, ele estava nas costas dela, como um macaquinho, enquanto ela nadava de um lado para o outro, tomando todos os devidos cuidados para não deixar ele cair na água. O cabelo dela parecia um brilho borrado na água de tão diferente que ficava na água, mas nada compensava o corpo bem marcado dela.

Um tempo depois, eles saíram. Por sorte eu tinha levado a mochila dele, com uma toalha. Deu para enrolar ele, mas Rachel teve de se contentar com a regata laranja e o short jeans. O loirinho não curtiu ficar ali, então ele correu para a beira lago e ficou brincando de qualquer coisa.

– Ele é um bom garoto. – olhei para Rachel, que sorriu comprimindo os lábios. – Thiago. Ele é um bom garoto, de verdade.

– Não me dê os parabéns. – fitei meu loirinho enquanto abraçava minhas próprias pernas. – Pelas reações lá de casa depois que eu passei a dar banho nele, deixar ele no ponto de ônibus, jantar e tomar café da manhã com ele, dormir com ele... eu era uma péssima mãe. Não fazia nada disso...

Senti uma lágrima escorregar pelo meu rosto. Eu não queria chorar, eu não queria, mas quando pensei no que meu filho tinha passado longe de mim, já me dava um aperto no coração. Ele era tão pequeno, tão frágil e indefeso, não merecia que fizessem mal a um único fio de cabelo dele. Mas não era só a mim, Octavian também era um péssimo pai, mesmo que eu me culpasse mais.

O que toda criança quer quando se machuca? O colo da mãe. O que toda criança pede quando está com medo? A mãe. O que toda criança chora para ter quando se sente só? A mãe. Não me importo se Octavian estava ou não na vida dele, o que me interessava era se eu estava. Não que não lembrar-me dos primeiros passos dele, as primeiras palavras ou simplesmente o primeiro olhar fosse algo para mim, já que eu tinha esquecido de tudo, mas me perguntei diversas vezes se a outra eu lembrava-se.

– Você era uma boa mãe. – por incrível que apreça, não me assustei com a proximidade de Rachel. Ela estava de quatro ao meu lado, os olhos implorando para que eu não me culpasse e a boca formando uma linha reta, contrariando quaisquer pensamentos que eu tenha tido. – Você era uma ótima mãe, Reyna. Você fazia de tudo para está com ele: chegava tarde ao trabalho, às vezes o levava para lá, virava um monstro de quatro cabeças quando alguém o fazia chorar. Sempre que o colégio ligava e eu tinha de lhe informar, você já se desesperava, pensando que algo de ruim tivesse acontecido. – o rosto dela estava bem próximo ao meu, meus olhos já estavam grudados aos lábios rosados entreabertos. – Acredite em mim, Reyna, no quesito mãe... você era a melhor que qualquer criança poderia pedir.

Fechei meus olhos quando percebi quando que estávamos tão próximas que eu podia sentir seu hálito de menta, eu queria provar aquele sabor. Eu estava com um estranho desejo de puxar Rachel pela cintura e beija-la, mas não consegui sequer respirar direito. De repente, a respiração dela estava quase colada ao meu rosto, nossos lábios estavam a centímetros de distancia e nós íamos fazer algo, quando:

– Olhem o que eu encontrei! – Rachel pulou para longe de mim enquanto eu abri os olhos e olhava para o meu filho, correndo na nossa direção com uma rã meio transparente meio laranja nas mãos. – Olhem! Não é linda? – ele fez carinho nas costas dela. – Posso ficar com ela, mamãe?

– Cla-claro, que-que-querido. – gaguejei, o que fez o loiro me olhar confuso, mas logo depois correu na direção de Rachel, sentando no colo dela e começando a falar sobre a rã.

Tentei não encarar Rachel enquanto olhava para Thiago. Sempre que nossos olhares se cruzavam, nós duas corávamos e desviávamos o olhar, para logo depois voltar a atenção para o loiro.

Mas que diabos foi aquilo? Eu não conseguia me entender. Esse tipo de sentimento era para eu sentir por Octavian, não por ela, então por que eu estava sentindo aquilo? Rachel não só era minha única amiga, como também era a única pessoa que eu confiava. Eu não podia simplesmente jogar tudo isso fora por causa de uma simples sensação- ok, uma sensação bem forte, mas apenas uma sensação.

– A-acho melhor nós irmos embora... – fiquei em pé pegando as bicicletas. Os dois concordaram e voltamos o caminho inteiro em silencio.

(...)

Passei novamente de canal enquanto Thiago dormia tranquilamente em meu peito, ressonando. Já devia ser em torno de 4 da tarde. Tínhamos chegado em torno de 3 horas da tarde, então eu dei um banho em Thiago, tomei um também, e me deitei com ele em minha cama, enquanto Octavian se trancara nos escritório. Ele tinha estragado nosso passeio, pois depois que nós voltamos, nós fomos almoçar, mas ele ficava atendendo telefonemas na mesa e falando coisas terríveis, uma hora eu o adverti e foi então que nós viemos para casa.

A porta do quarto se abriu e por ela entrou Octavian. Ele estava com uma cara de arrependido e uma flor de girassol nas mãos.

– Querida... eu posso explicar o que houve mais cedo. – ele sentou-se perto dos meus pés. – Eu estou fechando negocio com uma empresa e o funcionários são péssimos no que fazem, então eu preciso...

– Precisa aprender a manter a calma. – cortei-o. – Estávamos todos nos divertindo, mas você tinha de atender o telefone, não era? Um dia, não iria lhe matar deixar de trabalhar por um dia.

– Você não entende. Perdeu a memória, eu entendo, mas sabe que aqui nesta casa é sempre assim: eu preciso fechar negócios para ter dinheiro para comprar suas coisas de luxo.

– Ouça bem, Octavian. – eu me sentei ficando perto dela. – Primeiro, eu trabalho, tenho meu próprio dinheiro. Segundo, baixe sua bola que eu não sou sua empregada e Thiago está dormindo aqui do lado. Terceiro, se é para pagar mesmo essas coisas todas, porque simplesmente não me deixa?

Octavian riu.

– Eu adoro quando você faz isso. – ele me puxou pelo pescoço e me beijou, tentei me soltar, mas os braços dele prendiam com muita força meus braços. Logo ele me soltou, apenas para passar a dar chupões e mordidas em meu pescoço. – Adoro quando vira minha mulher rebelde. São nossas melhores noites.

– Não... para, Octavian! Eu não quero... – empurrei-o para longe de mim. – Já falei que não quero, me deixa em paz!

Ele ficou com raiva, então ele avançou para cima de mim, segurou-me pelo pescoço e prendeu meu corpo na cama com as pernas. Ele lambeu meu rosto.

– Eu mando aqui, Reyna. Isso é a regra básica que não pode esquecer. Também não se esqueça que eu cuido das economias daqui de casa. Se for uma boa menina, posso liberar mais dinheiro para os seu cartões. – ele ficou em pé e começou a sair do quarto. – Dormirei no quarto de hóspedes, esta noite, porque nosso filho está ai. Se não... – ele se virou para mim. – você seria todinha só minha.

Quando ele fechou a porta, levantei-me correndo e a tranquei. Então eu tinha razão... Octavian não era de confiança. Mas o que eu faria em uma hora dessas? Apenas voltei para a cama, deitei-me e abracei Thiago, que reclamou um pouco, mas logo se aninhou em meu peito.

Engoli em seco.

– Safado... – murmure vendo a foto de cabeceira, que éramos nós dois e um Thiago bebê. – Preciso lembrar de tudo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, me digam do que e se quiserem me dá sugestões, eu aceito também.
Boa noite.

~Joko *3*



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