Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi.
Boooooooooas noticias, eu não falhei com vocês hoje. Desculpem-me o atraso e até amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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– Just dance, it's gonna be okay da da doo-doom. Just dance, spin that record babe da da doo-doom. Just dance, it's gonna be okay. Da da da. Dance, dance, dance. Just, just, just, just dance! – Rachel cantava feito uma maluca enquanto ouvíamos Lady Gaga deitadas no gramado perto da cabana.

Eu apenas ri dela. A ruiva tinha se soltado mais depois de nossa brincadeira na água, pensei que fosse por ter visto que eu não era má- ou talvez fosse não tenho certeza. Tio Popo arrumou outra caixinha de som, mas nessa só tinha entrada para Pen Drive, como o de Rachel estava no fundo do lago, nós pegamos o de Poseidon, o único problema era que esse só tinha música da Lady Gaga. O que um senhor de idade quer ouvindo Lady Gaga?

– Eu acho que quero pipoca... – a ruiva se debruçou na grama e suspirou enquanto a música continuava. – Sempre que víamos aqui, você fazia pipoca. Era tão gostosa, você fazia colocando pequenos pedacinhos de chocolate e ai quando ficava pronto, o chocolate ficava caindo entre a pipoca. Era tão bom.

– Nós nos conhecemos a muito tempo? – perguntei olhando-a.

Os olhos dela se entristeceram.

– Vem, quero te levar em um lugar para almoçarmos. – ela fica em pé caminhando na direção da cabana.

De novo.

O dia todo, Rachel me falava sobre algumas coisas que eu fizera, mas sempre que eu tocava no assunto “Nosso passado juntas”, ela desconversava e logo nós duas estávamos fazendo outra coisa. Eu me perguntei diversas vezes se o que eu fizera fora tão ruim assim, porque ela estava oscilando entre ser rude e fria e meiga e gentil. Eu não conseguia entender. Tio Popo disse que ela agia assim às vezes, mas eu lembro que no karaokê ela não estava assim e percebi que só acontecia isso quando eu tocava no assunto do nosso passado.

Nós tomamos banho e vestimos nossas roupas, depois de nos despedirmos de tio Popo e jurarmos voltar, Rachel dirigiu de volta ao centro de Nova York. Ela disse que iria me levar a um restaurante Brasileiro, ao que parece, eu não gosto da comida brasileira, entretanto, ela disse que eu nunca provei, então iria aproveitar e me apresentar tais pratos.

Não demorou para chegarmos e, para a minha surpresa, a tal Thalia e Nico estavam lá. Pareciam discutir, mas logo se calaram quando nos viram. Nós duas pedimos comida e eles começaram a conversar, eu apenas me mantive calada.

Thalia e Nico se pareciam: cabelos negros, pele pálida, magrelos. Mas a garota tinha olhos azuis vibrantes e o garoto olhos negros, além de que ele era alto e ela altura mediana. Se fosse para arriscar, diria que eles tinham certeza algum parentesco. Rachel tinha me dito que eles brincavam conosco quando éramos menores, eles eram nossos melhores amigos. Perguntei-me então o porque de Nico ter sido tão frio comigo no dia do karaokê.

– O que acha, Reyna? – sai de meus pensamentos quando fui chamada por Thalia. Olhei-a confusa. – Rachel disse que o Brasil fica na américa latina, mas não é verdade que fica na américa do sul? – repete ela.

– É na américa latina! – insistiu.

– Do sul! – insistiram os dois.

– Na verdade, elas são a mesma coisa. Então, tecnicamente, as duas opções podem ser consideradas corretas se levarmos em consideração que América Latina são os países que falam a língua derivada do latim e a América do Sul é... a América do sul. – respondi bebendo da minha coca-cola.

Os três me olharam chocados.

– Como sabe disso? Não tinha perdido a memória? – questionou Rachel.

– Perdi a memória, mas lembro-me do que estudei.

– Eu também estudei isso. – ralha Rachel.

– Bem sim, mas você não prestava atenção na aula, ficava desenhando corações na mesa. – esbugalhei os olhos ao ouvir o que eu dissera. – Eu... lembrei mesmo?

– Você lembrou de algo! – comemoraram Thalia e Nico, Rachel apenas sorriu de canto, se levantou e disse que estava indo ao banheiro.

Thalia e Nico trocaram olhares e ela foi atrás dele. Nico sentou ao meu lado e passou um dos braços ao redor dos meus braços.

– Vai adorar a comida daqui é supergostosa.

Nós almoçamos lá, depois Thalia e Nico nos levaram para o central park e nós passamos a tarde brincando, literalmente. Acho que se Thiago me visse, ou qualquer outra pessoa, diria que eu era uma adolescente brincando feito retardada com os amigos. Depois de passados longas, realmente longas, horas brincando, nós fomos para a casa de Nico, onde eles pegaram uma espécie de Perfil e adaptaram para que eu pudesse jogar enquanto me ajudava a lembrar de algo.

– Ok, qual número? – perguntei olhando para Nico.

– Hum... quero o número 5. – ele sorriu animado.

– Como nos conhecemos? – li a pergunta e encarei ele.

– Ah, não lembro. Nós éramos muito pequenos, tínhamos em torno de 4 anos, lembro-me que foi na pré-escola e nós começamos a nos falar porque as outras crianças nos ignoravam por eu agir de modo meio gótico e por você sempre ir vestida de princesa grega, o que fazia todos rirem de você. – ele riu enquanto contava, nós o seguimos.

Corei fortemente, mesmo rindo.

– Por que eu fazia isso? – perguntei.

– Você estava apaixonada pela história de Aquiles na época, mas não sabia que que a história era tão sangrenta até você comentar com um professor, um pouco mal encarado, e ele estragou seus sonhos quando tínhamos 8 anos.

– Que horror! – fiz careta.

Eles riram. Thalia pegou um papel e me entregou, eu estava fazendo todas as perguntas e eles apenas respondiam. Rachel, não sei como, conseguiu fugir de todas as perguntas que poderia me ajudar a saber algo sobre nós duas, ela realmente não podia saber exatamente quais as perguntas e as ordens, porque fizemos aleatoriamente depois embaralhamos.

– Qual número?

– 2.

Fiz careta.

– Quando foi a primeira coisa que fizemos no dia seguinte do nosso primeiro porre?

Thalia gargalhou enquanto Rachel corava e Nico prendia o riso. Pelo visto, eu fiz algo que não vou me orgulhar.

– Olha só, vai ser meio humilhante, então apenas ria depois, ok? – Thalia avisou, logo depois rindo de leve. Assenti, confusa. – Ok... Primeiro, tínhamos 14 anos, a primeira coisa que nós fizemos foi perceber que estávamos completamente nuas na cama dos meus pais, ai nós começamos a gritar, o que acordou a casa inteira, e acabamos descobrindo que tínhamos transado feito duas loucas.

Levei as mãos à boca, tampando-as enquanto esbugalhava os olhos sentia um enjoo me consumir. Quando olhei para Rachel, uma sensação estranha me dominou. Os olhos tristes dela encontraram com os meus, eu estranhamente consegui ler o que tinha nos olhos dela claramente “Não foi comigo”. O que não tinha sido com ela? Oh deuses, será...?

– O-ok. – murmuro corando e virando o rosto enquanto Nico e Thalia se esborracham de rir, mas Rachel continua sem demonstrar emoções. – Ra-rachel, é a sua vez.

A ruiva pegou uma carta e entregou para mim. Contive um sorriso ao ler todas as perguntas, desta vez ela realmente teria de me contar, não importava como, alguma coisa sobre nós duas, até porque eu já percebera que não era normal ter essas sensações sempre que a olho, principalmente quando percebo que ela também está me olhando.

– Qual o...

– 4. – ela nem esperou que eu terminasse, apenas falou.

– Sabemos que nos conhecemos a algum tempo, mas não sabemos o que éramos e nem porque. Então, o que nós éramos uma da outra e por que? – eu a olhei, engolindo em seco sem que ninguém percebesse.

Rachel me encarou por alguns minutos, parecia tentar ler minha alma. Thalia pegou o papel da minha mão e leu o que tinha, fazendo careta e murmurando para Nico “Fui eu que escrevi essa” e acabou que os dois saíram da sala de fininho, pude ouvir algo sobre eles irem pegar mais cerveja, mesmo que ainda nem tivéssemos começado a beber.

– Então? – perguntei ao perceber que já tinham se passado muitos minutos, para mim, na verdade se passar apenas alguns segundos.

A ruiva suspirou e encarou as mãos, que começavam a ficar inquietas no colo dela. Os olhos verdes me olharam por alguns segundos antes de voltarem-se as mãos.

– Nós... nós éramos namoradas. – ela foi direta. Eu fiquei sem fala, mas ao mesmo tempo foi como se um peso tivesse saído das minhas costas. – E o porque... eu penava que fosse porque nos amávamos, mas depois soube que era apenas por diversão. – ela ficou em pé, as mãos agora giravam uma aliança no dedo anelar da mão direita enquanto andava pela sala.

Estreitei os olhos e fiquei em pé em um pulo, joguei-me contra Rachel, que se chocou sem querer contra a lareira. Segurei a mão dela entre as minhas e encarei o anel, um largo sorriso fez os cantos da minha boca se erguerem em um sorriso involuntário.

– O-o que foi? – perguntou Rachel me encarando preocupada.

O anel era exatamente igual ao que estava guardado dentro do bolso da minha jaqueta, mudando apenas que era levemente menor. Peguei a aliança em meu bolso e pus no mesmo dedo que o dela, então sorri.

– Que alianças são essas? – perguntei. – Você tem uma igual, por que?

– O-onde encontrou isso, Re-reyna? – questionou-me a ruiva encarando chocada o anel em minhas mãos.

– Estava dentro de uma caixa no meu closet, tinham outras coisas lá com fotos, um álbum de fotos, uma flor murcha, esse anel e eu acho que só. Por que? O que esse anel tem de tão importante?

Rachel passou por mim, pegou as chaves do meu carro e jogou para mim, virou-me de costas e saiu me empurrando para fora da casa.

– Rachel? – pude ouvir Thalia chamar, mas já era tarde.

A ruiva abriu a porta da casa e me empurrou, saindo também rapidamente. Logo eu percebi que ela me levava para onde meu carro estava. Ela jogou minhas coisas na parte de trás do carro, abriu a porta do motorista, me pôs lá e suspirou, encostada na porta.

– Vai embora... por favor. – pediu ela, fechando os olhos e respirando fundo. Ela me encarou, pude ver a magoa nos olhos dela. – Eu te ligo para saber o que faremos amanhã, apenas vá embora.

– Rachel... eu disse algo que não devia? – perguntei.

A ruiva negou com a cabeça, abaixando o olhar.

– Não... exatamente. Só preciso pensar um pouco, então, vai embora.

Dei um beijo na testa dela e sorri, quando a ruiva me olhou surpresa.

– Até amanhã.

Ela se distanciou e eu fechei a porta, logo depois indo embora. Não demorou para que eu chegasse em casa. Como já começava a escurecer, decidi tomar um banho e me deitar, não estava com fome mesmo. Escolhi um livro e deixei o celular perto de mim, foi quando bateram na porta. Eu disse entre e quem entrou foi um dos mordomos com um álbum em mãos.

– Senhorita, suas fotos chegaram hoje pela tarde. – ele pôs em cima da mesa, fez uma breve reverencia e me encarou. – Com licença, mi lady.

– Obrigada, hã... Qual o seu nome?

– É Baltazar, mi lady.

– Ótimo. Muito obrigada, Baltazar.

Ele sorriu gentil e se retirou. Peguei o álbum e comecei a folhear. As fotos eram todas minhas com uma ruiva de olhos verdes e um sorriso sacana.

– Rachel... – nem percebi quando passei o polegar pela foto do rosto dela. Tentei me lembrar de algo, mas o que ganhei foi uma bela pontada na cabeça. – Ai... merda, eu quero saber o que aconteceu com a gente.

Peguei as coisas em cima da cama e pus no criado-mudo, logo depois me enrolei e fiquei pensando no que Rachel falara. Nós éramos namoradas, mas era amor ou diversão? Minha cabeça doeu, então eu desisti e foquei em tentar dormir. Talvez fosse a melhor opção...


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que sim. Até amanhã, amo vocês e booooooooa noite.

~Joko *3*



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