Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oioioi. Espero que gostem, boa noite.

~Joko *3*



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Bufei novamente ao ver que a roupa não ficaria bem e a joguei em cima da cama, junto com muitas outras. Eu provavelmente estava agindo como uma adolescente apaixonada, mas para quem estava indo terminar com os três amantes e depois sair para tentar recobrar-se de tudo, eu particularmente achei que fosse adequado escolher uma roupa compatível. Mas, novamente, a outra “eu” não tinha um gosto muito legal e misturar elas para encontrar algo legal é que estava me deixando com dor de cabeça.

Rachel provavelmente já deveria está pronta indo para o local que marcamos, um lugar bem conveniente... meu escritório na empresa de meu marido. Minha vontade, quando ela me disse onde seria, foi de entrar na tela do celular, passar pelas linhas telefônicas e esgana-la. Mesmo que Octavian não estivesse parecendo ser um dos melhores, ainda era meu marido e não merecia saber que a esposa dele o traía com outros três caras.

Aliás, desde que acordara eu me perguntava como eu consegui três amantes lindos e um marido tão mais ou menos como Octavian. Se era de trair o marido, que o marido fosse ao menos um senhor Jackson da vida, seria menos um cara enganando. Não que eu preferisse realmente ser casada com um deles, a única coisa que estava me fazendo agradecer a eles- já que era confuso saber quem era o pai- era que de uma dessas relações eu tive Thiago e isso para mim já estava de bom tamanho.

Por falar no meu loirinho, eu o acordei de manhã, dei-lhe café, o arrumei para a escola e eu mesma fui deixa-lo no PONTO DE ONIBUS para ele ir com os coleguinhas. Se os olhares fuzilantes de Lurdes e Octavian fossem reais, eu teria morrido muito antes de poder sequer contar a história.

Por fim, ao escolher minha roupa, pus minhas botas e peguei minha bolsa. A má noticia era que Octavian já tinha ido para a empresa, a boa era que eu tinha finalmente descoberto que eu tinha um carro e, a melhor parte de tal, era automático, não precisava saber passar macha.

Eu passei longos cinco minutos procurando rádios que prestassem e, depois de muito procurar, parei em uma rádio qualquer quando desisti. A parte boa era que a música que tocava até era boa, não chegava a ser nada do que cantaram no karaokê, mas era aceitável. Escolhida a rádio, liguei o carro e sai em disparada para a empresa.

Não demorou para que eu chegasse, então eu fiz o que Octavian fez quando viemos no outro dia, pedi para que um cara que estava por ali vestido de motorista estacionasse para mim- ele me chamou de “mi lady” e depois fez uma reverencia- e então subi para o meu escritório... digo, para o andar do meu escritório, tive de parar na recepção e pedir para que Annie me ajudasse, coisa que ela fez com maior prazer e rindo divertidamente.

– O senhor Jackson, Grace e Castellan já lhe esperam em sua sala, senhorita Avilla, junto de Rachel. – informou ela sorrindo gentil. – Seja lá o que a senhora vá fazer, tome cuidado, não se lembra do que aconteceu para chegar a esse ponto.

Sorri de canto.

– Eu confio em Rachel. E, ah – debrucei-me sobre o balcão, sussurrando para Annie. – , poderia me dar o nome deles? Digo, o primeiro nome.

A loira assentiu rindo de leve e negando com a cabeça.

– O moreno é o senhor Percy Jackson, um dos acionistas com uma grande parte das ações das empresas, cerca de 30 %. O loiro bem vestido é Jason Grace, também acionista da empresa, mas possui apenas 15% das ações. E, bem, o que tem uma cicatriz no olho é Luke Castellan, o carteiro da empresa. – explicou ela. – Ah, e Rachel pediu para que lhe avisasse para entrar sem bater, já que o escritório é seu.

– Uma hora ela quer que eu bata, outra ela quer que eu não bata. Vou acabar batendo na cara dela! – brado irritada. Recompondo-me ao ver que várias pessoas me olhavam torto. – Certo. Obrigada, senhorita Chase, não me esquecerei disso. – dou uma piscada com para Annie sigo o caminho que ela me falara.

Suspirei fortemente ao dar de cara com a porta do meu escritório. Logo, eu abri a porta e entrei, como Rachel mandara, sem bater. Rachel estava esparramada na minha cadeira de couro, os pés na mesa de madeira- que parecia ser mogno-, a boca em um biquinho de tédio e brincando com um lápis. A sua frente, tinham três homens. O moreno, Percy, estava sentado em uma das cadeiras, Jason- se não estou enganada- estava sentado na cadeira ao lado e Luke se mantinha em pé, com roupas normais, sem o uniforme.

– B-bom dia. – cumprimentei xingando-me por ter gaguejado. Fechei a porta e fui na direção de Rachel, que nem se moveu. Olhei-a como se dissesse “Hey, esse é o meu lugar... eu acho”, e então ela levantou, permitindo que eu sentasse.

– Bom dia. – disseram eles, todos com sorrisos sedutores contidos, como se escondessem uns dos outros aquilo. Segurei-me para não revirar os olhos para aquele ato deveras idiota.

– Por que nos chamou aqui, senhorita Avilla? – questionou Percy.

Olhei confusa para Rachel, que deu de ombros. Ela pareceu entender que eu a questionava se tinha ou não contado a eles.

– Os caras são seus, resolva-os sozinha. – respondeu-me a ruiva.

Bufei feito uma criança, então vire-me para os três homens e suspirei.

– Estou terminando com vocês. – fui direta.

– Perdão, está me demitindo? – perguntou Luke aparentemente confuso.

– Sabe que só nos demitir se o conselho dos acionistas permitir, certo? – perguntou Jason apontando para ele e Percy, que assentiu em concordância.

– Não estou terminando o trabalho de vocês, idiotas! – irritei-me e então suspirei, enquanto ouvia Rachel prender o riso. – Ouçam, eu tive um caso com você, você e você. – apontei para todos eles, o que fez eles se entreolharem abismados.

Antes que eu pudesse explicar o tipo de “término” que eu falava, Percy e Jason ficaram em pé se encarando com raiva. Eles começaram a discutir, Luke se meteu entre eles e o barraco estava armado. Um bando de homens adultos, discutindo feito crianças da pré-escola. E eu posso jurar que ouvi um deles dizer “Mas eu a vi primeiro!” e outro falar “Eu vi segundo, ué!”.

Massageei o canto da minha testa ficando realmente irritada. Fiquei em pé e bati a mão com força na mesa, olhando-os irada. Eles se calaram e sentaram-se novamente, voltando as posições de antes.

Ao menos medo a outra eu pôs neles! Pensei.

– Eu estou terminando esses “casos” com vocês... sou casada, sabiam disso?

– Sabia. – todos eles disseram, o que me fez revirar os olhos e sentar na cadeira. – Mas você me amava! – eles se olharam irados. – Não, ela ME amava. Cala a boca! Cala a boca vocês!

– Eu cheguei a comentar que eles são como crianças? – Rachel sussurrou em meu ouvido.

– Oh, sim. Aproveitou e contou que todos eles sabiam que eu era casada, mas não se importavam nem um pouco. – ironizei.

– Ótimo, porque se eu não tivesse comentado teria sido uma surpresa para você. – ela sorriu ironicamente.

Bufei.

– Hey, idiotas! – eles me olharam. – Eu nunca amei vocês, não amo nem meu marido. Eu só queria sexo: sexo clássico – apontei para Percy. -, sexo animal – apontei para Jason. – e um sexo misterioso – apontei para Luke. – , as escondidas. Mas nada passou de desejo. Perdoe-me se eu os enganei e tudo mais... mas isso tem de acabar. – fiquei em pé pegando minha mochila e uns papéis que Rachel me deu com o número do telefone das meninas. Entreguei a cada um deles. – Aqui, elas vão lhes fazer bem mais feliz do que eu. Vamos, Rachel.

– Espera! – virei-me para Percy. – Quem é Piper? – Rachel bufou, pegou os papéis e os trocou, me olhando como se dissesse “Idiota!”. – Annabeth Chase? Essa não seria a recepcionista gata?

– Ela mesma. Ela é bonita, inteligente, tem a voz do caralho e estuda arquitetura enquanto trabalha. – responde Rachel me empurrando para fora da sala. – Tchau, caras.

– Não seria... senhor? – pude ouvir Jason retrucar antes de a porta fechar atrás de mim.

Enquanto Rachel me arrastava, vi que estávamos indo para o elevador, então abri um largo sorriso quando entramos e estávamos apenas nós duas.

– Adivinha? – ela arqueou uma sobrancelha. – Estou de carro!

– Eu dirijo. – ela esticou a mão.

– Por que? O carro é meu.

– E daí? Eu que sei para onde vamos.

– Pode me dizer.

– Não conseguiria chegar lá nem que eu te desse um mapa e um GPS.

– Isso foi cruel...

– Sinceridade dói. – ela pegou as chaves do carro bem a tempo das portas do elevador se abrirem no estacionamento.

Caminhamos pelo estacionamento até encontrarmos meu carro. Tinha valido a pena esperar o senhor estacionar meu carro, ele estava sem arranhões e perfeitamente estacionado de ré em uma vaga... roxa?

– Por que minha vaga é assim? – murmurei estranhando.

– Os presidentes tem vagas próprias, então eles podem ou não customiza-las e, infelizmente, você o fez. – ela fez careta. – Isso foi uso excessivo de tinta, você sabe, né?

– Sei. – fiz careta igualmente desgostosa.

Nós entramos no meu carro, que eu ainda não acreditava que era meu, e Rachel partiu rumo a qualquer lugar. Ela tirou um pen drive do bolso da jaqueta jeans toda suja de tinta e pôs no som. Uma música muito boa começou a tocar e essa fez meu coração bater apressadamente, cada vez mais acelerado.

– Que música é essa? – perguntei para Rachel quando entramos em uma estrada, começando a sair da parte central de Nova York.

– Como assim? Você esqueceu da melhor música que existe? – ela me olhou rapidamente e riu depois. – Você me ensinou a dirigir enquanto escutávamos ela. O nome é Summer Paradise, Simple Plan.

– É muito... boa. Espera, então com 16 ainda éramos amigas? – perguntei encarando-a.

Rachel gargalhou negando com a cabeça. Olhei-a confusa, afinal, eu dissera algo de errado?

– Desculpe, desculpe. É que é engraçado você pensar isso... Você me ensinou a dirigir quando tínhamos 10 e 12 e meio. – ela apontou para ela e depois para mim. – Mas, sim, com 16 ainda tínhamos um ou outro contato.

– Por que paramos de nos falar? – perguntei.

Porém, como resposta, Rachel freou o carro em frente a um lago, com uma casa lá na frente após passar por uma ponte de madeira branca. A casa parecia abandonada, com apenas dois barcos velhos amarrados ali enquanto boiavam e um barco, aparentemente, novo encostado na parede da casa vermelha. Rachel desligou o carro e desceu, tirando o pen drive e fechando a porta com um baque.

Supus que a ideia de ir atrás dela era a melhor e única que eu tinha, então assim eu fiz. Corri um pouco para alcança-la. Enquanto andávamos, um senhor saiu de dentro da casinha e sorriu ao por os olhos em nós. Ele nos acenou e fizemos igual. Ele tinha cabelos grisalhos, pele bronzeada, era alto e tinha um corpo bem... enxuto para um senhor, usava calção azul liso e uma blusa azul com flores brancas aberta até o quarto botão, deixando de fora seu peito cabeludo, os pelinhos também eram brancos.

– Rachel! – ele abraçou a ruiva e me olhou, segurando meus ombros abrindo um largo sorriso, eu tive certeza de ver os olhos verdes se encherem de lágrimas. – Reyna! Quanto tempo. Como você cresceu... – ele me abraçou, mas eu hesitei um pouco em retribuir, porém, após um olhar massacrante de Rachel, eu retruibui.

– Tio Popo, preciso da sua ajuda. – disse Rachel quando ele me soltou. Nós o seguimos para dentro daquela casinha. – Reyna sofreu um acidente e não lembra-se de nada, o que é realmente um problema. E eu estou ajudando-a a lembrar, pensei que nada melhor do recobrar-se dos momentos no barco do tio Popo!

Ignorei a conversa deles enquanto andava pela cabana. Não era grande, mas tinha muita coisa de pescaria, uma cama, fogão e um cabide com roupas de mergulho- de todos os tamanhos e gêneros-, roupas de banho e até boias eu vi. Mas o que me chamou a atenção foi de um desenho pregado na geladeira. Eram três crianças, um menininho moreno de olhos verdes, uma menina de cabelos ruivos e olhos verdes e uma morena de olhos castanhos, além do único adulto entre eles, ele tinha cabelos negros e olhos verdes. Todos estavam no meio do lago sorrindo. Eu diria que aquilo era uma foto se não fosse, é claro, feito de giz de cera e com alguns erros infantis no desenho.

– Adoro esse quadro. – assustei-me ao ver o homem ao meu lado. Ele sorriu de canto. – Perdão, não quis te assustar. Você adorava isso aqui, aprendeu tantas coisas aqui... melhor até mesmo que meu próprio filho. – o sorrio dele foi sumindo aos poucos e ele me deu as costas, começando a andar. – E no fim, apenas Rachel me ver vez ou outra.

– Não seja dramático, seu velho babão. – brinca Rachel sentada na cadeira dele com os pés na mesa. – Ele vem lhe ver quando pode, é um homem muito atarefado.

– De quem estão falando? – perguntei confusa.

– Ah, é mesmo. – Rachel se endireitou e sorriu sacana para mim. – Percy é filho do tio Popo. Aliás, o nome dele não é Popo, mas nós o chamávamos assim porque o nome dele é Poseidon e é um nome meio estranho.

– Falou a garota que se chama Rachel Elizabeth. – zombou Poseidon, me fazendo rir.

– Querido, contenha-se! – Rachel fez uma falsa cara de ofendida. – Meu nome brilha tanto quanto eu, ok?

– Modéstia maior seria impossível. – ele ri e abre um armário. – Vejamos... tenho algumas roupas para vocês e podem usar meu barco, os outros eu tenho que consertar algumas coisas, então troquem-se e vão para o mar, meninada.

Rachel e eu fizemos careta.

– Cara... quem fala meninada nos tempos de hoje? – questionou Rachel pegando dois biquínis, shorts e blusas. Ela jogou-me uma mudinha com tudo aquilo incluso e caminhou, me puxando, para o banheiro no canto da cabana. – Século XXI chamando tio Popo, acorda!

– Hey, isso foi cruel. – choramingou ele voltando para a mesa.

– Sinceridade dói.

Quanto estávamos trocadas, Poseidon arrumou o barco para nós, pôs algumas iscas e varas de pescar, além de um pequeno som portátil. Então, pôs o barco na água e nos mandou entrar. Rachel e eu remamos feito umas condenadas até o meio do lago. Quando nós começamos a pescar, Rachel se calou completamente e o silêncio reinou. Até que eu ouvi um barulho estranho e pulei do meu acento, para trás de Rachel enquanto gritava.

– Para com isso Reyna! O barco vai virar! – ela tentou me parar, mas era impossível. Tinha uma aranha enorme no barco com a gente. Rachel segurava dos dois lados do barco enquanto eu esperneava atrás dela. – PARA!

– MATA! – respondi.

Ela bufou e pegou o balde iscas, tacando a parte de trás na aranha e matando-a. Eu suspirei e sentei atrás de Rachel, mas ela ainda estava em pé e quando o barco sentiu meu corpo sentar, ele começou a se erguer na frente ficar meio torto, Rachel escorregou na minha direção e nós duas caímos no lago com barco e tudo. Quando emergimos, Rachel me olhou zangada, eu sorri amarelo.

– Eu vou te matar, Arellano... – e eu só tive tempo e nadar para fora da parte de dentro do barco. Logo nós estávamos feito duas crianças fugindo uma da outra, fazendo guerra de água e rindo feito retardadas.

Perguntei-me se pescar era daquele jeito mesmo, mas a medida que nós ficávamos cada vez mais infantis, conclui que não era, mas que daquele jeito era bem mais legal. Se eu tivesse prestado mais atenção, teria visto um senhor escorado na cabana, os braços cruzados, um sorriso nostálgico nos lábios velhos e cobertos pela barba grisalha e um brilho no olhar.

Eu e Rachel passamos a tarde brincando como crianças no lago, uma sensação boa tomava meu peito com aquilo. O que será que era? Não importa, eu estava feliz em estar ali com a ruiva.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Podem me falar, aceito sugestões, comentários, tudo. Mas, por favor, apareçam! Boa noite.

~Joko *3*



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